NO FUNDO DO MAR
(05/12/2004)

Nelson Wagner

Hoje em dia não existe melhor lugar na Terra para se sentir a natureza, longe da contaminação produzida pelos humanos, do que no fundo do mar, e não existe uma maneira melhor de estar lá do que com o mergulho autônomo. (Mergulho com Cilindro de Ar) Apesar dos oceanos já estarem poluídos pelas consequências do modo de viver que nós seres humanos escolhemos, o oceano continua o mais afastado que podemos ir da infestação do que chamamos de vida moderna.

Uma vez que você esta lá embaixo você pode ver a expressão da natureza em uma das suas mais belas formas. As cores dos recifes e corais, o balé dos peixes e outros animais e a simfonia do silêncio são incomparáveis com qualquer outra coisa eu achei até o momento. Cada elemento contribuí com a totalidade desta obra de arte de uma maneira que compele você a não perturbar aquele ambiente. Nós ficamos admirados de como a natureza pode produzir tais coisas enquanto nós seres humanos criamos cidades, barulho e falta e harmonia.

Se você tiver a chance de aproveitar este ambiente, preste atenção em quanto bom é o sensação da ausência da voz humana. Mergulhadores, a maioria deles, usa uma linguagem diferente, uma conbinação de sinais. Mas eu prefiro pensar que existe mais por traz disto, é como se nós não precisassemos dizer muito. A maioria das vezes um simples olhar e uma confirmação com a cabeça é suficiente, afinal, o objetivo lá embaixo deveria ser o mesmo para todos , apreciar o que a natureza pode produzir.

Outra coisa que não deve escapar nossa percepção é a maneira que os animais se movem, assim como os animais em terra eles se movem de maneira elegante e equilibrada mas no oceano existe uma leveza intrínsica adicionada às qualidades anteriores, é como voar mais devegar. E no momento que você percebe e entende isto, você tenta fazer parte deste balé , voando devagar com eles.

É por isto que eu gosto de mergulhar, não é um esporte ou turismo, é o acesso à natureza que me traz um pouco mais perto de entender a perfeição da criação e me faz desejar fazer as coisas aqui, na superfície, tão pacícifas e equilibradas como elas são lá embaixo, no fundo do mar.