Há quem afirme que a Vida é uma escola. Passamos por ela sempre aprendendo algo que aumente nosso conhecimento e nossa sabedoria.
Mas temos consciência de como este processo ocorre?
Em seu livro Metamanagement (Antakarana Cultura Arte Ciência Ltda – SP), Fredy Kofman ensina, de forma sucinta, porém completa e profunda, como ocorre nosso aprendizado, e cujo resumo descrevo a seguir.
Inicialmente ele traça dois eixos: um vertical (Inconsciência – Consciência) e outro horizontal (Incompetência – Competência), que se cruzam formando quatro quadrantes que deverão ser percorridos no sentido anti-horário.
No quadrante superior esquerdo está o “cego”. É aquele que, além de não saber fazer, sequer sabe que não sabe. É incapaz de realizar um trabalho ou tarefa determinada. É incompetente e inconsciente. Geralmente frustra e exaspera todos aqueles que precisam lidar com ele.
Ao se tornar consciente, o “cego” vira um “ignorante”, ou seja, enquanto o primeiro não sabe que não sabe, o segundo tem consciência de sua incompetência.
Neste ponto, o “ignorante” pode tomar três caminhos:
Ao “principiante” é necessário que se cumpram quatro passos os quais, se não cumpridos, não caracterizarão o “principiante”, mas um “cretino” que aparenta ser um “principiante”. São eles:
A partir daí, com seu aprendizado contínuo, o “principiante” torna-se um “expert”, ou seja, torna-se conscientemente competente, hábil, sabendo o que tem que ser feito e, a partir de suas experiências, realizar aquilo que ele estima ser o melhor naquele momento. Ele alcança o quadrante superior direito do gráfico.
Parabéns! Mas…, Isto é tudo?
Não, porque o “expert” pode se tornar um “incompetente especializado”, aquele que, tendo alcançado a competência, ignora as mudanças que ocorrem no seu campo de ação. Não altera seu modo de agir, fica “parado no tempo” acabando por se tornar uma pessoa ineficaz. O “expert”, se não tiver consciência das limitações de sua habilidade, logo, logo, se torna obsoleto.
Então, qual o caminho? Tornar-se um “mestre”, a última etapa do aprendizado. É a fase onde se alcança uma idoneidade tal que lhe permite estabelecer novos padrões de excelência na realização de tarefas.
E qual o segredo?
Manter o espírito de “principiantes”, abertos e atentos a novas possibilidades criativas que escapam ao “expert” em sua competência inconsciente. É ter sempre vontade de aprender. O “mestre” é um eterno aprendiz do conhecimento. Como Sócrates, este sim, um “mestre”, afirmava: “Quanto mais eu sei, mais eu sei que nada sei”.
Este é o roteiro que nos faz compreender porque alguns são mais competentes que outros e porque só uns poucos podem ser chamados de “mestres”.