Gastamos boa parte de nossas vidas estabelecendo objetivos, promessas, metas e resoluções, as quais, com o correr do tempo, acabam esquecidas ou jogadas dentro de uma gaveta. Nosso cotidiano, o corre-corre da atividade profissional, família, etc., acabam fazendo com que nosso sonhos, projetos de vida, desejos e vontades não se realizem.
Para isso, diferentes tipos de acontecimentos podem servir como desculpas. “Fui despedido”, “Vou mudar de cidade”, “Fui promovido, agora as coisas são outras”, e por aí vai. Quando nos damos conta, aquilo que tínhamos a intenção de realizar ou de conquistar se esvaiu.
Se alguém nunca passou por este processo, que atire a primeira pedra. Somos humanos, portanto, seres em mutação. Podemos, por exemplo, perceber que o sonho de ontem era algo descartável nos dias de hoje. Aquilo que eu queria conquistar ontem não passou de um “sonho de verão”. Mas, quando existe algo que “mexe com nossos hormônios”, que é importante, algo que necessitamos, algo que será responsável pelo nosso crescimento, então a coisa muda de figura. Ficar no “reino do faz de conta” é frustração na certa.
Um exemplo: obesidade é sinônimo de várias coisas ruins como pressão alta, diabetes e colesterol, o que reduz a qualidade e o tempo de vida. Se uma pessoa nestas condições quiser viver melhor, algo precisará ser feito. Outros exemplos: uma pessoa resolve ir morar só e necessita comprar um imóvel, o jovem executivo necessita fazer um MBA para ser promovido dentro da empresa…, enfim, exemplos não faltam.
O uso de nosso livre arbítrio é que vai nos ajudar a fazer uma escolha e estabelecer um objetivo. E, para trilhar este caminho, utilizo as letras I, D e A.
Abrimos um jornal ou uma revista e vemos a foto de um carro novo, a planta de um imóvel, a propaganda de um curso de extensão, a foto de um home theater e pensamos: “Acho que vou… comprar um carro novo, fazer um curso de especialização, comprar um apartamento…”
É pela intenção que começamos e procuramos estabelecer uma meta, um objetivo, um sonho a ser alcançado.
Da intenção, passamos a uma avaliação nua e crua. “É o carro que preciso?”, “É o apartamento dos meus sonhos?”… Para uma tomada final de decisão, devemos ir em busca do maior número de informações sobre aquilo que temos a intenção de concretizar ou conquistar. Vamos analisar as facilidades e dificuldades desta empreitada, inclusive as de fundo emocional, como: “Serei mais feliz?”, “Não vou me arrepender depois?”, “É aquilo que realmente quero ou necessito?”
Necessitamos gastar um pouco do nosso tempo para avaliar o que realmente é importante para cada um de nós. E, se necessário, pedir a ajuda de alguém para uma orientação que nos ajude a tomar uma decisão final.
Feitas uma análise e avaliação profundas, o resultado final poderá ser sim ou não. Não importa qual tenha sido sua resposta.
Importante é que, se fomos honestos com nós mesmos, não vamos “cobrir o sol com a peneira”; ao contrário, tivemos maturidade suficiente na avaliação dos riscos. Sem honestidade consigo mesmo, dificilmente saímos da intenção. Entretanto, se a resposta for sim, passamos ao segundo estágio do caminho.
Ao dizermos sim, tomamos uma atitude para ir em busca do nosso objetivo. Tomar uma atitude é determinante para nossas ações futuras. Já sabemos onde queremos chegar e decidimos qual o caminho a seguir daqui a diante.
A primeira coisa, a partir de agora, é começar a mentalizar seu objetivo, mesmo que ele ainda demore a ser alcançado. Imagine-se dirigindo seu carro novo ou morando no seu apartamento. Mentalize sua promoção decorrente daquele curso de especialização…
Faça este exercício sempre. Nunca se sinta derrotado mesmo sabendo que dificuldades e obstáculos poderão cruzar seu caminho. Manter atitudes e pensamentos positivos passa a ser a regra, nunca a exceção. Manter-se motivado é algo fundamental para se chegar à vitória.
O segundo item é fazer um planejamento. Sem ele as coisas podem não sair como se deseja. Um exemplo: você já decidiu comprar um apartamento. Então planeje, desde já, a guardar uma parcela dos seus ganhos para enfrentar as despesas que virão mais tarde.
Disciplina é o terceiro fator a ser considerado. Muitas pessoas ficam com seus sonhos no meio do caminho por não serem disciplinadas o suficiente para manter o foco necessário. Isto pode indicar que tais pessoas ainda não vêem seus sonhos como algo importante em suas vidas.
Se você chegou até aqui, decidido, então está pronto para a terceira etapa desta jornada.
Você já teve a intenção e já tomou a decisão. Então é hora de agir.
Comece não esquecendo que, daqui a diante, a jornada não tem volta. Você assumiu um compromisso para o que der e vier. É tudo ou tudo! E se você assumiu este compromisso é porque irá mantê-lo até que seu objetivo seja alcançado.
Para isso, seja íntegro e mantenha sua força de vontade. Certamente isto lhe trará uma motivação adicional. Lembre-se sempre que uma guerra é composta de várias batalhas. Percalços e dificuldades fazem parte do caminho rumo à vitória. Mas, a cada batalha vencida durante esta jornada, elogie-se e agradeça a Deus por ter galgado mais um degrau.
A manutenção do compromisso consigo mesmo faz aumentar sua capacidade e sua autoconfiança durante a ação. Portanto, nunca deixe de acreditar em você mesmo. Acredite sempre. E, se em algum momento, você achar que não vai conseguir, mire-se naquelas pessoas que tiveram sucesso em suas vidas. Certamente elas também tiveram momentos e fases ruins, porém nunca desistiram.
E mais, seja persistente para alcançar a vitória. Charles Chaplin afirmava que “a persistência é o caminho do êxito”. Já Harold Sherman, em seu livro “Do fracasso ao sucesso na arte de viver”, descreve o seu código da persistência, que reproduzo abaixo:
E aja com firmeza, isto é, desenvolva a impassibilidade e a imperturbabilidade. Diante dos obstáculos e das adversidades, não se deixe dominar por eles. Permaneça impassível e imperturbável. Isto ajudará a enfrentá-los e contorná-los.
Por fim, resumo todo este conteúdo nas seguintes equações:
Intenção + Decisão + Ação = objetivo alcançado, vitória, sucesso
(Intenção + Decisão) – Ação = nada
Não custa repetir: faça do caminho de I.D.A. um caminho sem volta, um caminho rumo aos sonhos a serem concretizados, aos objetivos a serem materializados, ao sucesso a ser alcançado. E, no final da jornada, dê a si mesmo os parabéns, solte rojões, agradeça (mais uma vez) a Deus e levante um brinde à sua vitória.
Após ter lido este texto, um bom amigo, Robert Wong, o qual não necessita maiores apresentações, sugeriu a inserção da letra S à sigla I.D.A., representando a palavra sustentação, a qual pode ter vários significados, tais como:
Também são dele os seguintes exemplos:
I = Intenção (“Gostaria de aprender chinês”)
D = Decisão (“Vou aprender chinês)
A = Ação (“Matriculei-me em um curso de chinês”)
S = Sustentação (“Vou persistir até aprender este idioma”)
I = Gostaria de emagrecer
D = Vou emagrecer 15 kg em seis meses.
A = Começarei um regime e um programa de exercícios na semana que vem.
S = Seguirei com este programa até reduzir meu peso ao nível desejado.
I = Sonho em tornar-me CEO da empresa.
D = Vou atingir o posto de CEO antes dos meus 45 anos.
A = Estou investindo em meu “know how” e “know who”.
S = Apesar de todas as dificuldades, não vou desistir.
I = Quero adquirir autoconhecimento.
D = Vou iniciar minha jornada interior de me conhecer hoje, agora.
A = Aproveito todas as oportunidades boas e ruins para aprofundar-me no âmago do meu Ser.
S = Com autodisciplina e espírito aberto vou persistir até atingir o meu propósito.
Parabéns a todos vocês que já trilharam suas I.D.A.S.