A grande maioria dos seres humanos não sabe avaliar corretamente o tempo de que dispõe. O dia não tem mais do que 24 horas. Quando não damos bom aproveitamento ao tempo que dispomos neste planeta, cada hora de nossa vida mal utilizada, é uma hora que se foi, que não dá mais para recuperar. O tempo não pode ser jogado fora como se o tivéssemos infinitamente. Lamentavelmente este é um ponto em que faltou orientação e discernimento para o reconhecimento da importância de cada minuto de nossas vidas.
Os seres humanos têm sido perdulários com o tempo esbanjando-o com futilidades e discórdias. Dois mil anos se passaram mas ainda não se aperceberam do real significado dos ensinamentos de Jesus. O tempo se aproxima da hora. Agora surgem as conseqüências. Os seres humanos sempre colhem o que semeiam. Em todos os setores da vida surgem problemas graves. Uma ameaça de colapso paira no ar.
Muitos afirmam que para certos problemas o tempo é o melhor remédio. Mas quando estamos no limite do tempo, o grande problema é não permitir que ele escape de nossas mãos sem aproveita-lo integralmente para adquirirmos a condição de verdadeiros seres humanos.
Os países também supunham que poderiam usar o tempo como melhor lhes aprouvesse, sem se preocuparem com o futuro. O Brasil perdeu as décadas de 80 e 90, talvez perca a próxima também. Neste período enfrentamos enormes dificuldades decorrentes da dependência de capitais externos. Celso Furtado, escreveu em seu recente livro "Em Busca de Novo Modelo": “Em meados dos anos 90 conseguimos a estabilidade financeira. Mas o que fizemos dela? Aípode estar a chave para explicar as dificuldades atuais. O maior problema do Brasil, no momento, é a recessão, que decorre em grande parte de termos de financiar o serviço de uma dívida externa considerável, mandando para o exterior recursos que deveriam ser investidos no país. E, com a economia em recessão, todas as prioridades perdem nitidez, reduz-se o espaço para a ação.” E hoje estamos novamente com elevado passivo, o que não seria grande problema se tivéssemos contra partida em bom desenvolvimento industrial ao lado do agro-pecuario, população bem preparada para a vida, mercado interno forte, variada pauta de exportação.
Mas, a população também cresceu muito, principalmente nas faixas de baixa renda. Assim como não houve controle do endividamento, também não ocorreu o indispensável planejamento familiar. Utilizemos a imagem da realidade descrita por Rachel de Queiroz, em O ESP de 13 de julho de 2002: “me dizia um velho cético que o mal é que nascem crianças demais no Brasil e no mundo. Crianças demais para recursos cada vez menores, pois que as crianças que escaparem de morrer de infecção hospitalar, morrem mesmo em casa, mal paridas e mal tratadas...E, prosseguindo: os animais irracionais sabem como reduzir a prole, de acordo com os seus recursos naturais. O homem, animal racional, não o sabe. A causa principal nos países mais pobres é a religiosidade....Não me atrevo a discutir aqui esses motivos que levam quase todas as confissões cristãs a condenar os anticoncepcionais.” De fato, o ser humano desconhece a responsabilidade que a geração acarreta. Rebelar-se contra o impulso sexual natural e responsável é desconhecer o funcionamento das leis da Criação. A missão da feminilidade não pode ser a de ter um filho a cada nove meses. Algo está errado nisso.
Voltando a temática econômica, um dos mais graves enganos da humanidade foi ter convertido o dinheiro como a prioridade máxima da vida. Assim, tempo e dinheiro passaram a ser visto como uma só coisa, aplicando-se o tempo disponível exclusivamente na caça do dinheiro, não sobrando tempo e interesse para pesquisar o sentido da vida. Os seres humanos se tornaram mesquinhos e gananciosos. Em sua ânsia para obter o ganho máximo não vacilaram em mentir, fraudar, manipular. Obcecados pelos ganhos crescentes, se ocuparam muito pouco com o ideal de criar um mundo melhor.
Mas agora está surgindo um desarranjo mundial das finanças e da economia, que nem os economistas sabem ao certo no que vai dar. Uma coisa porém é inevitável, o aumento da miséria, porque a prioridade para fazer dinheiro passando por cima de tudo, estabeleceu bases sem sustentação real que agora eclodem em perdas tão vultuosas, que chegam a superar os custos de reposição das Torres do World Trade Center.
Falam-se em mais de 11 trilhões de dólares só em esvaziamento da bolha das Bolsas, e que poderá se elevar ainda mais. Enquanto o mundo chorava as vitimas do atentado, simultaneamente a riqueza virtual ia desaparecendo. Isso está afetando a economia como um todo. Para tentar recuperar as perdas todos fazem cortes, o que reduz o consumo cuja redução provoca novos cortes, e tudo se desvaloriza ainda mais.
Os países que deixaram as dívidas crescerem livremente, estão ficando sem espaço para a rolagem, porque se endividaram demais e agora os investidores e especuladores estão paralisados, contabilizando as perdas, o que os deixa avessos a riscos. Mas, apesar de serem considerados como operação de alto risco, países como o Brasil continuam cumprindo o cupom dos juros extorsivos, enquanto que as “seguras” operações em fundos internacionais de investimento, lastreados em ações, se estão evaporando.
A descoberta de uma série de escândalos por maquiagem de Balanços e Resultados produz, afora os prejuízos, um forte desalento nos seres humanos, então pergunta-se: em que espécie de mundo estamos vivendo onde tudo ameaça se desmanchar?
Esse é o mundo que foi produzido pelos seres humanos. Julgando-se centro do Universo as criaturas humanas quiseram criar as próprias leis de conformidade com o seu mesquinho querer, sem procurar compreender o funcionamento da vida e do mundo através das leis da Criação. Eis aía chave para que seja encontrado o caminho através do qual a humanidade poderá reconquistar a paz e a harmonia alcançando evolução espiritual e felicidades.