“Eu fico com a pureza da resposta das crianças
Viver é não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar a alegria de ser um eterno aprendiz
Sei que a vida devia ser bem melhor e será.
Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita!
(Gonzaguinha, O que é o que é?)
A Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, desenvolveu um estudo que apresenta um certo otimismo dos jovens quanto ao futuro. Embora vivamos atualmente num quadro de desemprego, o mais alto já vivido no Continente, e aumento da violência, cerca de 60% dos jovens esperam melhorias nas possibilidades de educação, saúde, profissionalização e convivência familiar.
Contudo, para que isso venha a ocorrer, a sociedade humana deverá propiciar um fortalecimento da coragem e esperança dos jovens no enfrentamento das dificuldades atuais, o que será alcançado na medida em que os jovens receberem o adequado preparo para a vida despertando-se-lhes a consciência, fortalecendo-se a sua intuição. Libertando-os de condicionamentos nocivos que os arrastam para uma existência amargurada e sem maior interesse pela vida real, para que ao olharem para o futuro, consigam vislumbrar alguma esperança de melhora quanto as aflitivas dificuldades que enfrentamos.
A Revista “Isto É”, n.º 1714, apresenta uma contundente matéria sobre educação e cidadania sob o título “Mestres Sem Carinho”: Violência, baixos salários, pressões e várias jornadas colocam os professores entre os profissionais mais estressados do País. É assombroso o depoimento de uma jovem professora da periferia da Grande São Paulo: “O colégio onde dou aula fica em uma região muito pobre, esquecida. O povo dali não tem perspectiva. Muitos pegam a mão de via única chamada violência. No ano passado mataram uma pessoa em frente à escola. Algumas alunas denunciaram o assassino. Os traficantes ameaçaram invadir o colégio. Procuramos a polícia, organizamos passeatas. Em decorrência disso sofri ameaças. Meu carro foi apedrejado. Mas não posso e não vou desistir. A escola é o último fio de esperança para essa gente”.
O Brasil se tornou um País violento. Isso assusta os jovens. Todos os dias a televisão mostra que alguém foi morto ou seqüestrado e as prisões superlotadas. Efetivamente, essa não é uma imagem estimulante, ela deprime porque mostra a ruptura do tecido social humano. Diante desse quadro será que o secretário americano Paul O’Neill mencionou preocupações supérfluas quanto a utilização dos empréstimos concedidos à América Latina? Ou como escreveu o Wall Street Journal, ele não entende que em diplomacia nem sempre se pode falar a verdade, pois isso pode ser uma gafe. De fato, na diplomacia prevalecem os interesses e as oportunidades de ganho, o resto não interessa. Ademais sem os créditos fica difícil assegurar as remessas de lucros e juros para o exterior.
Contudo, seja dado aos jovens o conhecimento do real significado da vida e condições para que se desenvolvam fortes e sadios, de corpo e alma, e estarão aptos para a construção desse tão almejado melhor futuro. É dever de cada ser humano a busca pela beleza em tudo que fizer, pensar ou sentir, pois assim obterá um continuo aprimoramento de suas capacitações nobres. A família deve ser o lar para pais e filhos, até que estes, bem preparados para a vida, possam decidir sobre os seus próprios caminhos. A escola deve ser um prolongamento do lar.
A sociedade humana precisa se conscientizar de suas responsabilidades perante os jovens, e não toma-los apenas como uma grande massa de consumidores que precisam ser adestrados para o consumismo como a prioridade da vida, e se eles permanecem até 4 horas diárias diante da TV, há que se pensar seriamente sobre o conteúdo que diariamente eles estão absorvendo de forma consciente, ou inconsciente com o domínio da emoção sobre a razão.
Mas também é preciso examinar o intimo desses jovens e qual o tipo de mensagem que eles estão buscando. Se a mensagem ruim é bem aceita em detrimento da mensagem boa, então a contaminação é intensa, e somente uma profunda cirurgia poderá permitir a recomposição do tecido sadio, isto é, através de uma força purificadora direcionada pelas leis da Criação.
Então vamos ao auge da poesia: “E a vida, o que é o que é meu irmão?...É o sopro do Criador numa atitude repleta de amor!”. Inegavelmente uma grande inspiração. Mas o mistério da vida permanece oculto para a grande maioria dos seres humanos.
A Mensagem do Graal, de Abdruschin, trata amplamente desse mistério produzido pela incompreensão humana. Destacamos apenas algumas palavras do Vol. 2, pg. 433: “Somente quando Deus, em Sua Vontade, emitiu a grande expressão: Faça-se a Luz! As irradiações se lançaram, além do limite até então desejado, para o espaço sem Luz, trazendo movimento e calor. E assim iniciou a Criação que gerando o espírito humano, pôde tornar-se sua Pátria.”