Queiram ou não, qualquer que seja o tipo de agrupamento, desde a mais simples agremiação até ao cargo máximo de governar uma nação, o líder sempre se transforma em modelo para a sua comunidade.
De Bill Clinton a Busch; de Blair a Bin Laden; de Chavez a Ahlmejadin; de Fernando Henrique a Lula, todos eles têm exercido forte influência nos contornos da história de nossos dias. No Império Romano, Nero foi um péssimo modelo entregando-se aos vícios e sujeitando-se aos caprichos de mulheres depravadas.
A responsabilidade dos líderes é contribuir para o aprimoramento da população do seu país e, consequentemente, da sociedade humana, exercitando o poder para o bem de todos.
Ao se afastar da essência espiritual, o ser humano criou uma vida artificial, e tudo foi seguindo direção errada. Hoje surgem as conseqüências disso. A maioria não vive como deveria, apenas sobrevive.
Desde a lei Áurea através da qual a Princesa Isabel promulgou o fim da escravidão, as elites brasileiras não tiveram um forte empenho em propiciar às classes baixas condições para um desenvolvimento adequado, aprisionando-as ao solo. De governo em governo pouco foi feito pela saúde, pela educação e aprendizado profissional. A ausência de uma política familiar promoveu a explosão demográfica, mormente nas camadas mais pobres da população.
Atualmente observa-se que uma parcela considerável da população está se afastando de padrões mais austeros de retidão do caráter, passando a aceitar como normais, desvios de conduta, entrando no jogo de interesses que lhes é dado perceber. Ganhar dinheiro é o que importa, sejam quais forem os meios empregados.
Os governos anteriores tinham o apoio da classe média, mas ela não foi bem cuidada, a classe baixa menos ainda. Com a redução dos empregos a classe média foi encolhendo. Cresceram as favelas, as grandes cidades estão rodeadas por elas. O povo luta pela sobrevivência, qualquer trocado é bem-vindo. Até quando poderemos dizer: Brasil, o país abençoado.
Como membros da sociedade humana, todos ansiamos em participar de algo maior que seja compartilhado e não fique restrito a uma minoria. De novo a humanidade se polariza: castas mais ricas de um lado e as mais pobres de outro. E disso se prevalecem os líderes, cujo papel seria o da integração e não a apartação com todos os seus perigosos efeitos preconceituosos. O senso de comunidade que já tivemos, acabou sendo perdido ao longo do tempo com a redução da estatura ética e moral de muitos líderes que puseram de lado o bem comum e a solidariedade, visando prioritariamente os objetivos pessoais. Não será de estranhar se esses líderes não conseguirem visualizar soluções duradouras para as questões humanas, permitindo a gestação de conflitos que poderão tender para um conflito global. A turbulência dos acontecimentos está derrubando muitos paradigmas tidos até então como intocáveis.
Muitos líderes estão adotando métodos inflexíveis e suas decisões são tomadas de forma mecânica sem que ouçam com sinceridade a intuição e os reais interesses da população. Não se preocupam com o surgimento de desconfiança e inimizades entre superiores e subordinados. Não se preocupam em promover o equilíbrio entre todas as camadas sociais da população, permitindo a insubordinação e o colapso em muitas áreas. Isso tudo conduz para o caos e a desorganização absoluta.
O poder se transformou num jogo no qual prevalecem astúcia e dissimulação, encobrimento dos atos com cortinas de fumaça e a busca do momento certo para atacar. Não se fazem embates claros e objetivos das idéias. Mostrar as mazelas dos oponentes é tido como mais apropriado. Mas isso tudo agora vai se tornar secundário porque as condições ambientais do planeta estão em desequilíbrio: a destruição das florestas e o aquecimento global estão provocando as alterações climáticas que ameaçam a sobrevivência das espécies, inclusive a humana. Quando vamos às compras nos mercados, percebemos que o problema de muitas pessoas ainda é o dinheiro. Isso está sendo resolvido com cartão de crédito e parcelamento para compras de comida, mas quando as prateleiras estiverem vazias sem os frutos da natureza, de que valerá o dinheiro?
Muitos líderes da atualidade estão tomando decisões impulsivas, causando sofrimentos e dores que poderiam ser evitados. Evidentemente, no exercício do jogo do poder não sobra muita energia e disposição para cuidar da melhora geral, os conflitos tendem a se agravar, e quando a população se aperceber, poderá ser tarde demais.
Esperemos que esse não seja o caso do Brasil e que o seu atual Presidente possa, com muito amor e sinceridade, conduzir o País e sua população ao promissor destino que sempre lhes esteve reservado.