O livro Mente Intuitiva, de autoria de Eugene Sadler-Smith, professor de Desenvolvimento Gerencial e Comportamento Organizacional da University of Surrey (School of Management), no Reino Unido, apresenta a ideia de que todos nós possuímos um cérebro dotado de duas mentes: uma analítica e a outra intuitiva, que atua como sexto sentido no dia a dia e nos negócios. Segundo o livro, a sociedade ocidental privilegia a mente analítica em detrimento da mente intuitiva, que ainda é pouco estudada.
O mais valioso recurso dos humanos está na cabeça: a mente analítica e a intuitiva. No entanto, nossos processos de educação e capacitação buscam consolidar, condicionar e disciplinar a mente analítica, desde o início do jardim de infância até o fim de nossos estudos, e mesmo depois. Se nos igualamos às máquinas, perdemos a criatividade que depende da intuição espontânea.
Para decisões certas, temos de ser capazes de mobilizar nossa própria intuição. Anatureza dotou o ser humano de um sistema altamente sofisticado de percepção, processamento e tomada de decisão, o qual não exige esforço algum para ser acionado e funciona independentemente da nossa consciência.
Numa fase tão conturbada como a que estamos vivendo, as pessoas perderam o apoio da intuição e estão correndo o risco de perder também o raciocínio lúcido, permitindo a ocorrência de confusão mental e atitudes impulsivas tão nefastas para a harmonia e o equilíbrio emocional.
Percebe-se que a intuição, em conjunto com raciocínio, deveria se constituir na mais valiosa capacitação que dispomos, porém desconhecemos a sua origem e funcionamento. Para quem quiser conhecê-la mais a fundo, recomendo a obra Na Luz da Verdade, de Abdruschin, que não fala em duas mentes, mas sim em dois cérebros: o anterior ou frontal, do raciocínio ligado ao espaço e ao tempo, e o posterior, o cerebelo que recebe as impressões intuitivas, mas acabou ficando estagnado no desenvolvimento progressivo, devido à supremacia dada ao cérebro do raciocínio. Segundo Abdruschin, “cada intuição forma imediatamente uma imagem. Nessa formação de imagem participa o cerebelo, que deve ser a ponte da alma para o domínio do corpo. É aquela parte do cérebro que vos transmite o sonho. Essa parte se acha por sua vez em ligação com o cérebro anterior, de cuja atividade se originam os pensamentos, mais ligados ao espaço e ao tempo, e dos quais, por fim, é composto o raciocínio”.
Durante séculos temos confundido sentimento e intuição. Desfazendo a incompreensão, Abdruschin faz uma distinção entre o sentimento e a intuição, costumeiramente confundidos como sendo a mesma coisa, pois o sentimento, oriundo do cérebro e pensamentos, nada tem a ver com o lampejo intuitivo captado de outras esferas e encaminhado para o cérebro para ser transformado em palavras e ações.