A telenovela Lado a Lado, em exibição pela Rede Globo, escrita por João Ximenes Braga e Claudia Lage, apresenta uma visão do Brasil no período entre os séculos XIX e XX focalizando o início da República, tumultuado pela desorganização social decorrente da desordenada saída do sistema escravocrata. Essa é uma parte forte da estória por mostrar as precárias bases e falta de maior atenção no preparo da população brasileira.
No final do século XVIII, tinham início os primeiros assentamentos chamados de "bairros africanos". Estes eram os lugares onde ex-escravossem terras e sem opções de trabalho iam morar. A falta de uma política pública habitacional e a eliminação dos cortiços propiciou o surgimento das moradias inadequadas nos morros (favelas), separando os letrados que podiam estudar e os analfabetos, precariedade que vem se arrastando por longo período, mas que precisa ser eliminada com eficiência para que o Brasil possa cumprir o papel que lhe cabe neste conturbado momento da civilização.
Desde sempre o Brasil se caracterizou pela forma amistosa e alegre de sua gente. Os índios, aqui existentes na época do descobrimento, não conheciam a inveja nem a desconfiança. Por isso caíam ingenuamente nos engodos do conquistador branco. Com alegria festejaram a chegada dos brancos, estes, porém, trouxeram consigo a cobiça, vícios e o germe da destruição. Sedentos do ouro violentaram as mulheres e escravizaram os homens. Depois trouxeram os africanos para o trabalho escravo. A região que era considerada a terra da felicidade, e que deveria evoluir com a chegada do homem branco, contraiu uma pesada dívida espiritual atraindo decadência, sofrimento e miséria.
Temos de reparar os males do passado criando aqui uma região de paz, progresso e harmonia. Temos de ser uma fonte inspiradora para aqueles que não se comprazem mais com uma intelectualidade fria e sem coração e procuram uma região onde possam construir um lar humano.
Como telenovela rima com favela, vejamos o que a Wikipédia apresenta sobre o surgimento das favelas no Rio de Janeiro: Favelas no Brasil
As favelas tiveram origem na cidade do Rio de Janeiro em meados do século XIX. Transformações sociais desencadeadas por fenômenos como a decadência da produção cafeeira no Vale do Paraíba, a abolição da escravidão e o início desenvolvimento do processo industrial no país, trouxeram muitos ex-escravos e europeus, especialmente portugueses, para a então capital do Brasil. O grande crescimento demográfico da cidade inchou sua área central, que tradicionalmente concentrava vários cortiços. O então prefeito da cidade, Cândido Barata Ribeiro, iniciou a perseguição a esse tipo de moradia, o que culminou, em 1893, na demolição do cortiço "Cabeça de Porco". Todo o processo de despejo desalojou cerca de 2 mil pessoas e um grupo de ex‑moradores do cortiço conseguiu permissão para construir suas casas no Morro da Providência. Outro grupo de soldados que lutaram contra a Revolta da Armada recebeu permissão para construir moradias sobre o Morro de Santo Antônio, dando início aos primeiros aglomerados que mais tarde seriam chamados de "favelas".
Em 1897, cerca de 20 mil soldados que haviam retornado ao Rio de Janeiro após a Guerra de Canudos, na província oriental da Bahia, começaram a morar no já habitado Morro da Providência. Durante o conflito, a tropa governista havia se alojado na região próxima a um morro chamado "Favela", o nome de uma planta resistente da família Euforbiácea, que causava irritação quando entrava em contato com a pele humana e que era comum na região. A planta era da espécie Cnidoscolus quercifolius, chamada de árvore "faveleira". Por ter abrigado pessoas que haviam lutado naquele conflito, o Morro da Providência recebeu o apelido de "Morro da Favela". O nome tornou-se popular e, a partir da década de 1920, os morros cobertos por barracos e casebres passaram a ser chamados de favelas.
As favelas se formaram antes da ocupação densa de cidades e da dominação de interesses imobiliários. A primeira favela atual foi registrada no início dos anos 1920, apesar de aglomerados semelhantes existirem desde o século XIX. A crise de habitação da década de 1940 obrigou os cidadãos mais pobres das cidades a erguer centenas de barracos nos subúrbios, quando as favelas substituíram os cortiços como o principal tipo de residência para os cariocas carentes.
A era de crescimento explosivo das favelas tem início nos anos 1940, quando o processo de industrialização do governo de Getúlio Vargas levou centenas de milhares de migrantes para o Distrito Federal, até 1970, quando as favelas expandiram-se para além da área urbana do Rio e para a periferia metropolitana. A maioria das favelas atuais começou na década de 1970, quando o forte crescimento econômico brasileiro durante a o Regime Militar iniciou um processo de êxodo rural de trabalhadores dos estados mais pobres do Brasil em direção a regiões mais ricas, o que formou comunidades enormes em termos populacionais. Desde que esses aglomerados foram criados, mesmo que em condições diferentes, mas com resultados finais similares, o termo favela tornou-se geralmente atribuído a qualquer área empobrecida de uma cidade.
As favelas geralmente são construídas nos subúrbios da cidade principal, de uma forma que elas passam a ser expansões da cidade. Ao longo do tempo, as comunidades em favelas frequentemente começam a formar e desenvolver um conjunto de organizações e associações sociais e religiosas com o objetivo de obter serviços como água encanada e eletricidade. Às vezes, os moradores (chamados pejorativamente de favelados) conseguem conquistar o título da terra e, em seguida, são capazes de melhorar suas moradias. Por causa da superlotação, de condições insalubres, da má nutrição e da poluição, doenças são comuns nas favelas mais pobres e as taxas de mortalidade infantil são altas.
Nota:
Atualmente estão em desenvolvimento projetos que visam urbanizar e humanizar as favelas, no entanto, ao lado de tudo que vem sendo feito, há a premente necessidade da instalação de creches e pré-escola.
As crianças que passam pela Pré-Escola antes de ingressar no Ensino Fundamental têm seu desenvolvimento emocional e escolar mais acentuado do que os excluídos dessa etapa de ensino. Com o ingresso na pré-escola a criança chega mais preparada para aprender a ler e escrever. Temos de fazer mobilizações para a inclusão das crianças em creches de qualidade para despertar nelas o desejo de aprender e melhorar as condições de vida. A inclusão deve ser num projeto maior que vise o aprimoramento humano, a melhora de condições de vida, o fortalecimento do País. Assim ao chegarem aos bancos universitários os jovens já devem ter estabelecido propósitos de vida, para que sejam disseminadores dos valores universais que distinguem a civilização humana.