Sabemos que não existe efeito sem causa, nem causa sem efeito. Tudo tem finalidade específica, e isso também vale para o ser humano e a vida. A Terra não é o centro de tudo. Acreditar nisso foi o grande erro que prejudicou o conhecimento da origem do ser humano e da vida. Cabe aos cientistas buscar o conhecimento das leis naturais da Criação, as quais transcendem ao restrito planeta na imensidão do Cosmos.
O real significado da vida ainda não foi compreendido, pois não houve interesse para isso. A começar pelas religiões, o maior interesse tem sido a satisfação própria no curto período que peregrinamos pela Terra. Sem conhecer o antes e o depois, sem o reconhecimento das leis naturais da Criação, os homens embrutecem e semeiam misérias, travando guerras de conquista, mas dando-lhes como desculpa de seus atos outras motivações menos decadentes.
Acontecimentos trágicos se avolumam pelo mundo. Lamentáveis ocorrências na aspereza da civilização moderna, revelam que falta em nosso modo de viver harmonia com as Leis da Criação. Quando a Espiritualidade está presente no coração, a Pureza, o Amor, e a Justiça atuam sem impedimentos iluminando tudo, e um ideal de progresso humano une as pessoas. Sem a Espiritualidade, predomina o raciocínio, com as suas restrições. O materialismo avança. A Luz se afasta. Cada um se julga melhor que o outro. Desaparece a boa vontade, as pessoas não se entendem. A consideração e a paz vão embora.
Tudo induz para a vida falsa e vazia, sem sentido, mera imitação daquilo que nos é dado a ver de forma continuada, só superficialidades prevalecem. As pessoas são permanentemente distraídas com futilidades sem valor. Não há motivações que promovam o enobrecimento da espécie humana. Basta lembrar do avanço das drogas e seu poder de destruição junto à população. Temos na capital de São Paulo a maior cracolândia do mundo.
Faltam incentivos para pensamentos mais profundos ou um questionamento mais sério. Estaria uma reação começando a se esboçar? Não deverá ser com violência, mas com o desvelar da vida real, tão nefastamente ocultado, que conseguiremos clarear as trevas dos erros humanos. Segundo Abdruschin, pseudônimo do escritor alemão Oskar Ernst Bernhardt (1875/1941), tudo acabou se submetendo apenas ao raciocínio, restringindo a faculdade de compreensão ao puramente terreno. Sem o espírito atuante, também chamado de coração, os humanos se tornam insensíveis à moral e à ética. Como exemplos, basta lembrar dos inúmeros horrores narrados pela história, como guerras, escravidão, prepotência, e inclusive os praticados no período da Inquisição.
Estamos atrasados há séculos. Agora há uma tendência mundial para a escassez de recursos. Novas confrontações são esperadas. Muitos problemas já são bem conhecidos. Precisamos de motivação e vontade para corrigir os erros. As pessoas em geral, e os jovens e universitários em particular, precisam deixar de lado as ruas e as greves, unindo-se para que, embora tardiamente, nos preparemos para os difíceis tempos vindouros, dando a nossa contribuição para o aprimoramento humano e o bem geral.