O período das festas natalinas abre nova temporada de confraternizações. Aproveitem, tenham ótimos encontros. Pena que ainda existem pessoas que apenas se preocupam com o dia de “com fraternização”, embora tenham passado o ano todo tratando seus semelhantes de forma rude, sem fraternização alguma. Verdade que não há muito para comemorar. São muitas as tragédias que deveriam ter merecido redobrados cuidados há muito tempo. A desordenada expansão das favelas junto às grandes cidades; a ausência de creches que supram as deficiências na educação infantil pela irresponsabilidade de homens e mulheres na geração de filhos; o avanço do consumo de drogas, fragilizando o potencial humano; a espantosa progressão de acidentes com motocicletas, entre tantos outros acontecimentos. Temos muito a fazer no Brasil.
O crescimento desordenado das cidades, a absoluta falta de preparo para a vida, estão criando um ambiente terrível. Preparo para a vida é muito mais do que simples alfabetização. Temos de auxiliar essas camadas da população que ainda estão despreparadas. Se isso não for resolvido, não tardará para que o número de cracolândias se multiplique. Que futuro se pode esperar disso? O que mais de ruim precisa acontecer para que surja um plano permanente de combate ao tráfico?
O empresário Jair Ribeiro, em artigo no jornal o Estado de São Paulo, escreveu que mais de 50% dos jovens de 14 a 18 anos estão fora do ensino médio. A evasão está aumentando e apenas 10% dos que se formam no ensino médio dominam o conteúdo esperado para as suas séries. E a estatística recente que mais me chocou: cerca de 25% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos não completaram o ensino médio, não estudam e não trabalham (segundo pesquisa da Fundação Seade, divulgada em agosto 2013). Ou seja, estamos jogando pelo ralo o tal bônus demográfico brasileiro; um verdadeiro absurdo!
Os seres humanos se deixaram envolver pelo materialismo e pelos anseios por prazeres terrenos. Então a Saudade da Luz e da Verdade foi desaparecendo da face da Terra. As novas gerações estão desorientadas; elas não querem obedecer ordens, mas estão inseguras, precisariam ser conscientizadas da necessidade de formarmos pessoas de qualidade com o objetivo de melhorar o ser humano e as condições de vida no Planeta. Muitos filmes nos atraem, utilizando a realidade como pano de fundo, mas derivam para uma forma de viver sem sentido, sem valor. Isso ajuda os jovens em sua formação?
Todas as pessoas deveriam ter direitos e oportunidades iguais, mas faltam líderes bem preparados para transformar o planeta num lugar de paz, progresso e felicidade. Tampouco há empenho para que se desenvolvam líderes desse quilate. No entanto, sem a participação destes, as coisas tendem para a ruína. Lamentável que ainda não chegamos a essa conscientização.
Para assegurar realizações duradouras temos de promover a integração dos talentos, e eliminar a competição individualista ou o desmerecimento. Todos os colaboradores dedicados são importantes. Somos todos responsáveis pela formação da Sólida Base Espiritual invisível da vida, que é construída pelos bons sentimentos intuitivos e bons pensamentos. Atualmente essa Base se acha corroída, abalada em sua sustentação por tantos pensamentos e sentimentos negativos de inveja, ódio, cobiça, desconfiança, e outros mais.
A democracia é o sistema de governo menos ruim. Porém, se o Congresso tivesse assumido a sua tarefa com afinco, com certeza no Brasil teríamos uma situação de vida mais digna. Em seu pedestal, muitos congressistas esqueceram o seu dever, dando ênfase à troca de favores, fato que agora tem sido estopim de descontentamentos. A grande dificuldade é fazer com que congressistas e governo se afinem visando objetivos mais nobres de elevação da qualidade humana e das condições de vida.
Apesar de estarmos adentrando na segunda década do século 21, as discussões promovidas pelos organismos internacionais permanecem centradas no dinheiro e no câmbio. No passado tudo era mais fácil de resolver, mas pouco foi feito. Agora, com a superpopulação, o desgaste ambiental e o endividamento soberano, as margens ficaram apertadas. O viver se tornou áspero. A violência aumenta. No entanto, deveríamos ir resolvendo o que é possível, com o apoio e participação de todos, por meio do desenvolvimento de um plano de longo prazo que fosse capaz de restabelecer os aspectos humanos da vida.