Face às disputas econômicas e de poder que ocorreram no sangrento século 20, sofremos duas guerras mundiais. E hoje, qual é o cenário? As guerras consolidaram os Estados laicos dissociados da religião em sua gestão. As finanças atingiram o auge. Há limitação de recursos naturais. A população alcançou níveis nunca vistos e não dá para equalizar o padrão de vida. Há que se buscar soluções harmonizadoras e equilibradas. Fora disso, estaremos sujeitos aos mesmos riscos do século passado agravados por esses novos fatores.
Em julho de 2014 completamos um século do início da Primeira Guerra Mundial (1914/1918). A insensatez se sobrepôs ao bom senso. Dez milhões de vítimas. Quanto mais o homem avança no materialismo, mais se afasta de sua essência espiritual e comete as maiores barbaridades. Decorrido mais de meio século da Segunda Guerra (1939/1945), continuação da Primeira, permanecemos enfrentando condições adversas. Nas grandes cidades, o custo de vida subiu muito. Aumentou a carga de trabalho, mas há pouca chance de ampliar a poupança pessoal. Há uma forte luta por status e o dinheiro é a grande alavanca que promove a sensação de poder, mas reduz a solidariedade e a preocupação com o todo. O dinheiro se tornou o grande ídolo e fonte de poder. As religiões vão adotando o mesmo princípio. Jesus veio à Terra para explicar as leis da vida aos humanos que embruteciam, mas sua palavra continua desconhecida e interpretada conforme seja mais conveniente aos interesses.
No período em que o general Geisel presidiu o Brasil, contraímos elevada dívida externa que explodiu com o choque dos juros abusivos. Os governantes deveriam zelar pelo equilíbrio nas contas internas, externas e do comércio com outros países, mas sempre se descuidaram disso. Atualmente a indústria decai. A atenção dos empresários parece ter se voltado para as importações. Estamos importando até vasos sanitários.
Desde que as companhias assumiram o comando, não se conhece mais o proprietário. Os administradores querem saber apenas de lucros e bônus. Se não der certo, vão embora com os lucros e deixam os prejuízos para as cidades. É mais adequado que as empresas não fiquem nas mãos do Estado, mas sim com os empresários, porém eles precisam de um código de ética que respeite a população, a natureza, a cidade, o país.
No século 21, tem sido notória a tendência para a desigualdade nos ganhos e na concentração da riqueza. Diante de um cenário de dificuldades, de falta de tempo para tudo, as pessoas começam a sentir desânimo e depressão. Já não basta a liberação sexual como paliativo para acalmar a inquietação. As pessoas sentem mesmo uma depressão e fragilidade diante da minoria que ostenta o poder de sua riqueza, como no tempo dos barões da borracha em Manaus, que acendiam o charuto importado com notas de contos de réis.
A humanidade abandonou a naturalidade da vida e suas leis; perdeu o conhecimento do que é natural e vive em função de sua criação principal, o dinheiro, que relegou tudo o mais a plano secundário, inclusive os valores humanos. A missão do homem é o eterno aprendizado para evoluir. Perdido nas superficialidades que criou, vai destruindo tudo e provocando a ruína e o retrocesso.
Na renhida luta pela sobrevivência, prevalecem os egos individualistas. Falta o olhar para o Alto, visando construir um mundo pacífico com oportunidade de progresso para todos. Enquanto não houver um alvo elevado, pouca coisa vai melhorar. Estamos diante da grande bifurcação. O homem precisa decidir se prefere prosseguir no embrutecimento e ruína, ou tornar-se realmente humano e beneficiador da vida.