De novo estamos diante do ameaçador cenário de um país descontrolado que não cuida direito do seu quintal e vai suprindo suas deficiências com empréstimos internos e externos para atender necessidades secundárias, em vez de aplicar em investimentos com retorno. Enquanto a corda da liquidez está frouxa, vai puxando, na hora do aperto os responsáveis poderão se enrolar e o país caír enforcado pelas dívidas. O mesmo se dá com o engodo cambial para segurar a inflação, pois não fomos capazes de suprir o mercado interno com eficiência, mas é fato que sempre estivemos com a corda no pescoço, tendo de manter os juros lá em cima para atrair dólares e financiamentos.
Entramos numa rota de dólar barato que fez a alegria de turistas e consumistas, gerando acomodação, mas a indústria perdeu terreno, a educação estagnou, os nossos importados geralmente são de qualidade inferior, permanecemos dependentes dos produtos primários e dos humores dos financiadores externos. Há um grande desequilíbrio. Não se pode descuidar das contas, internas e externas. Além de termos falta de tudo, pois muito da riqueza aqui gerada foi externalizada, há os desperdícios, os desvios e a corrupção deslavada. Para acabar com os déficits, precisamos de líderes estadistas no governo e nas empresas.
Em vez de focar no mercado externo para ter o que exportar além dos primários produzidos com mão de obra desqualificada, deixamos que o dólar ficasse barato, encarecendo o que se exporta e barateando o que vem de fora. O mercado interno foi cedido. A política de austeridade corta na carne, retarda o crescimento, temos agido como cigarras desperdiçando recursos. Falta seriedade em tudo, não demos preparo aos jovens, vamos perdendo o direito de definir nosso destino.
Representantes eleitos pelo povo - governantes, vereadores, deputados e senadores -, que precisam se levantar de suas poderosas e rentáveis cadeiras, e ir ver a realidade para buscar soluções para um Brasil humano! Vemos o lamentável quadro formado pelas novas gerações sem propósitos, facilmente presas do alcoolismo e outras drogas sem se disporem a definir objetivos de um futuro melhor.
Os rapazes são o futuro imediato. As garotas, o futuro do futuro, pela condição de serem as futuras mães. As crianças precisam dos bons exemplos dos contos mágicos, um livro aberto com lindas imagens para estimular a intuição e a criatividade infantil. As mulheres formam o grande esteio da humanidade. Os homens precisam do bom direcionamento que elas sabem indicar. Se elas não estiverem cônscias de sua responsabilidade ao gerar e preparar os futuros cidadãos, o que será da humanidade? Do jeito que as coisas vão, tendemos à decadência. A quem interessa esse enfraquecimento do país?
Em milênios de civilização não conseguimos estabelecer uma ética humana universal. O diálogo se torna muito difícil. Como lidar com a insegurança e violência que se espalham pelo mundo, inclusive no Brasil?
Outro problema prioritário é que precisamos de cinema responsável que contribua para o aprimoramento humano, mormente no Brasil que possui baixo nível de educação. A julgar pelos filmes exibidos ultimamente predomina o que de pior o ser humano é capaz como roubos, violência, assassinatos, mentiras e traição, sexualidade embrutecida, estrupos, suicídios, livremente exibidos para crianças e adolescentes. Há uma legislação de incentivo à produção de áudio visual, então, deveríamos esperar que a verba pública fosse bem aplicada, de forma a contribuir para o bom preparo das novas gerações no enfrentamento dos desafios da vida.
De tanto ver a falta de patriotismo e de planos visando a melhora do Brasil e sua população, há o desânimo e a perda da esperança. Apesar dos recursos disponíveis, tem faltado empenho para tirar o país do subdesenvolvimento. Vamos ver qual será o desfecho da indiferença, das ousadas tacadas dos marqueteiros e da mão do destino. A grande incógnita que será revelada após a apuração das eleições. Que futuro merece o povo do Brasil?