A falta de planejamento e o descontrole são evidentes em quase tudo. Até parece que no Brasil as coisas essenciais foram entregues a predadores corruptos, que mantêm o país no atraso e ao mesmo tempo enriquecem, enquanto grande parte da população vai sendo sistematicamente deseducada, embotada. As novas gerações estão sendo conduzidas para uma forma de vida devassa, sem amor verdadeiro nem esperança. Será que isso ocorre para que não percebam as manobras que estão empurrando tudo para baixo no mundo?
E o que se passa com a indústria do cinema atualmente? Os filmes exibem insistentemente a mesquinhez da vida e dos seres humanos que compõem a sociedade doente de nossos dias. Embromação, violência e dinheiro, são ingredientes sempre presentes num cenário onde imperam o logro e a opressão. Os personagens dão ênfase à miséria da vida e à ausência da paz e da felicidade na nossa sociedade embrutecida, sem alvos nobres, distante da essência espiritual.
Os filmes são bem feitos, seguram a atenção do cérebro curioso, mas sempre com as imagens da degradação humana insinuando que tudo vai acabar nos fornos dos crematórios, e que não vale a pena se esforçar para compreender o significado da vida e buscar a melhora das condições gerais e da forma dos relacionamentos. Em Um santo vizinho, um filme sobre crianças, um dos personagens tinha mesmo que fazer sexo com a stripper grávida? O filme vale pelo menino Oliver. No cenário caótico, ele é um modelo de resiliência diante da aspereza da vida. Assim caminha a humanidade. O que fazem as futuras mães? Que espécie de filhos terão? Que tipo de preparo darão a eles? Que futuro poderá ter o planeta? Estamos enfrentando a tragédia do apagão mental. Os modernos meios de comunicação precisam dar a sua contribuição ao aprimoramento humano.
Estamos na era de robotização e padronização. Tudo tende a sufocar as individualidades para manter a passividade. Para os insatisfeitos com a falta de respostas e com as respostas dúbias, a Internet disponibiliza tudo: vídeos, jornais, artigos, livros. Mesmo sem frequentar escolas complementares, cada pessoa tem tudo à sua disposição, é só selecionar o que gosta e dedicar seu tempo na pesquisa e análise intuitiva para adquirir discernimento sobre a vida, ter objetivos, deixar de ser apenas produto de massa, preservando a sua individualidade.
Mas enfrentamos uma situação complicada: as crianças aprendiam muitas coisas em casa, com a família. Atualmente aprendem quase nada, e não estão adquirindo experiência fazendo e vendo fazer. Por outro lado vieram os videogames e a Internet e o seu mau uso. Tudo vai passando rápido e acelerando continuamente, enfraquecendo a memória. As crianças vão perdendo o foco e a concentração. Estamos vivendo o apagão mental que já se encontra presente em muitas atividades pela falta de clareza e pela rigidez no pensar, o que tende a se ampliar. O país do futuro está ficando sem futuro. Desde a proclamação da República faltaram estadistas empenhados em dar ao Brasil o futuro promissor de que tanto se falou.
As instituições seguem a sintonização da humanidade. Vivemos durante séculos sob a tutela da Igreja. Após a eclosão das guerras do século 20, houve uma guinada com o fortalecimento do poder do Estado, o qual acabou sendo transferido para o poder do dinheiro. O materialismo se tornou dominante. Tudo foi evoluindo em função do dinheiro e das cobiças. Assim produzimos um mundo áspero e sem coração. A sintonização da humanidade permanece distante do espiritual, da vida real, e tudo que surge já vem contaminado com o germe da decadência e destruição por faltar a participação do espiritual: a essência humana.