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O PROVÁVEL PERÍODO DAS VACAS MAGRAS

Na gestão das nações, o imediatismo das decisões tem sido dominante. Chegamos ao grande número de jovens que se acham meio perdidos, sem saber o que fazer na vida, sem força de vontade para achar um caminho no qual encontrem atividades agradáveis e úteis que lhes possibilite uma existência digna, sem ficarem dependentes dos pais e de outros. Faltaram estadistas sábios com olhar para o futuro da humanidade. Estamos numa fase de desorientação geral. O futuro depende do bom preparo das novas gerações. A educação não tem sido voltada para o aprimoramento da espécie humana, mas para manipular o comportamento dos jovens.

Muitas pessoas não sabem o que fazer e devem ser cautelosas em suas decisões. Outros não querem saber de nada, procuram manter distância sem se envolver. Especialistas falam em 289 milhões de jovens com idade para iniciar no trabalho que nem estudam nem trabalham. Além disso, há uma quantidade enorme de jovens com menos de 15 anos que está seguindo na mesma rota. Desse total, 5,3 milhões de jovens estão no Brasil, onde quase um terço da população não consegue ler e interpretar textos simples.

No que se refere ao cenário mundial, China e Estados Unidos permanecem declaradamente numa confrontação econômica e tecnológica. Isso cria embaraços para a economia chinesa. Seu presidente, Xi Jinping, volta as atenções para a coordenação do desenvolvimento e da segurança, considerando os riscos e desafios internos e externos, planejando medidas políticas equilibradas e acessíveis para a subsistência da população. Nos Estados Unidos, aumentam as apreensões quanto à manutenção da renda e padrão de vida. O presidente Donald Trump fala num fortalecimento da nação, precedido por um período de dificuldades.

O que dizer das nações ditas emergentes que nunca evoluem, permanecendo sempre atrasadas e com dívidas elevadas? O dinheiro é drenado pelos juros, sendo que grande parte se acumula nas contas dos grandes controladores, ampliando o seu poder, pois o excesso de dinheiro criado, solto na liquidez, provocaria a hiperinflação como aconteceu no Brasil no esforço para pagar a dívida externa.

A China não produz dólares, mas exporta de tudo. O Brasil exporta minérios e agropecuários. Grande parte da população vive nas cidades. É bom receber produtos de qualidade, pois está chegando muita coisa meio marretada. Os “made in China” chegam baratos e são pagos em dólar. De onde virá a renda da população para sobreviver? O que farão os jovens ao adentrarem na idade de trabalho? Que especialização poderão adquirir?

O Brasil é um dos poucos países que dispõe de água de qualidade abundante. A grande tristeza em relação à água é o desmazelo com que são tratados rios, lagos e mananciais. Os oceanos também estão sendo utilizados como depósito de todo tipo de lixo. Se há proposta de que a distribuição da água seja transformada em eficiente negócio, a sua preservação deveria estar acima de tudo, pois sua composição no corpo humano é de até 75%, e a água é um presente da natureza, algo que o ser humano não consegue criar.

Água é vida. Aqui abro um parêntesis: o rodoanel de São Paulo, mal construído na alça para a BR, em Embu das Artes, se complica por não comportar o grande volume de veículos, com congestionamentos quilométricos retendo-os por longo período. Há projetos tardios que afetarão o remanescente de florestas e o manancial, mas isso teria de ser executado com a máxima responsabilidade para a mínima perda da área de mata e preservação do manancial.

As preocupações com as tarifas se tornam prioritárias, dando uma folga para o dólar, acossado como a moeda de reserva global. Mas para onde iria a economia global, antes das novas tarifas de importação dos EUA? Qual será o impacto sobre a economia e para as condições gerais de vida? Acontecimentos imprevistos poderão surgir, especialmente, o aumento da violência e criminalidade.

Com tantos desequilíbrios na economia global, pode ser que a Terra esteja adentrando num período de vacas magras no qual será difícil manter os preços inflados de ativos. Países capazes de produzir alimentos talvez venham a sofrer menos. Os mercados financeiros estão apreensivos com as incertezas e o aumento da volatilidade. Os investidores estão preocupados e os consumidores assustados. No pós-tarifaço, o que se quer saber é para onde a economia global está indo. Com quem vai ficar a pizza global?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

AS TARIFAS E A GRANDE RUPTURA

Tudo é simples, mas os seres humanos complicam. As universidades têm a missão de entender o mundo e as leis universais do Criador que o regem, e contribuir para a formação de seres humanos valorosos, com discernimento e bom senso, aptos a beneficiar e construir um mundo melhor. Isso não tem nada a ver com religião. Com o surgimento do capitalismo de Estado, voltado para a produção de manufaturas para exportação, criou-se um impasse no mundo capitalista até agora atrelado à propriedade e livre iniciativa, com a proeminência de grandes corporações.

Olhar para o futuro assusta. As nações estão se esvaziando, perdendo a base e se tornando dependentes pela má gestão. Faltam estadistas sábios. As novas gerações estão sem rumo. Falta bom preparo. O consumo de drogas se espalha entre a população e está se tornando um grande problema para as nações.

O dinheiro se tornou a motivação e o poder. A China não emite dólares, mas acumulou poderosa reserva financeira. A humanidade criou muitas ilusões, ficou meio perdida, e não consegue encontrar o caminho do progresso pacífico e da elevação que é necessária para não retrogradar ao nível instintivo sem alma, que já está visível. As engrenagens do dinheiro não têm sido bem compreendidas pelos governantes; se abrem a guarda, não tardam a se tornarem reféns do dinheiro e das dívidas, com a exigências de mais juros e outras iniciativas. Enquanto isso o dinheiro global vai se concentrando e ficando escasso. Não se sabe a quantas andam as reservas da China, mas estima-se que são de grande porte e estão bem controladas pelo Partido Comunista.

No Brasil, a displicência com a gestão do dinheiro público, que deveria estar voltada para construir um futuro sólido, levou ao grande sufoco financeiro que começa nas prefeituras, onde não está dando para fazer nem o essencial, e tudo está piorando. Mas ninguém quer reconhecer isso, enquanto quem pode vai tirando proveito.

O ocidente já não é mais o mesmo. Durante séculos não conseguiu eliminar a pobreza e estabelecer melhor participação na riqueza produzida. Muitas indústrias ao redor do mundo estão empregando cada vez menos, devido a diversos fatores, como e relocalização, a automação, a globalização, a busca por maior produtividade, e redução dos custos. A indústria de transformação, em particular, tem visto uma redução na sua participação no emprego total. As transformações vão acelerando, mas não são criadas alternativas.

No passado, havia o confronto do Capitalismo com o Comunismo. Agora o Capitalismo de Mercado está sendo confrontado pelo Capitalismo de Estado, dois modos de conduzir a produção e o comércio. Se a China conseguiu tirar milhões da pobreza, daria para aplicar o método chinês exportador de manufaturas em outras regiões? Na Terra falta um projeto que estabeleça o equilíbrio econômico global. A questão fundamental é que os seres humanos estão sendo conduzidos para o trabalho e o consumo, tanto no ocidente quanto no oriente, sem espaço para se ocuparem com a real finalidade da vida.

A introdução das novas tarifas americanas estão criando uma ruptura no sistema econômico global, em funcionamento desde o pós-guerra mundial. O que se depreende é que chegou a hora do reconhecimento que ninguém queria admitir, de que estavam tirando proveito dos preços baixos das mercadorias importadas, enquanto iam transferindo empregos e dinheiro, abandonando a expertise fabril. Com isso, as nações foram fragilizadas, desequilibrando a economia global.

Os dirigentes poderiam ter buscado integração econômica das nações, sem que o ganho de uns resultasse em perdas para outros. O desequilíbrio econômico global está evidente. Há um centro financeiro, um centro fabril e o resto, mas o sistema está oscilando. A crise que se aproxima reúne vários fatores adversos resultantes da displicência de como a humanidade movimentou o dinheiro. A grande colheita se aproxima e toda desfaçatez resultante das cobiças vai apresentar a conta. Como a humanidade agirá? Buscará uma solução pacífica e equilibrada ou vai medir forças como tem feito em outras crises?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

 

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DAS TARIFAS EXTRAS

Quando uma nação, por algum meio, consegue dar força à sua moeda, tudo aquilo que importa de outro país fica mais barato. Brasil e Argentina tentaram isso, mas quebraram a cara. Os EUA, administradores do dólar, se tornaram o grande importador, mas a dívida foi crescendo. Aí veio a exuberância irracional que ficou instigando o mercado dos ativos financeiros por vários anos, mas quando chegou a hora da verdade, trilhões de dólares foram criados do nada para segurar a casa.

Em 2025, o cenário é de dívida elevada, déficit orçamentário, dólar valendo menos, população inquieta. Tarifa é o imposto sobre importações. O presidente norte-americano Donald Trump tenta amenizar a situação com a introdução de tarifas sobre as importações, o que está causando um estremecimento da economia global. O Brasil já aplica tarifas elevadas há tempo, mas permanece atrasado e endividado.

Quais são os objetivos de Trump com essas medidas? Abrir espaço para a produção interna? Criar um obstáculo para o produto importado? Melhorar a capacidade de produzir internamente diante do Capitalismo de Estado? Arrecadação adicional de impostos? Mas quem vai pagar por isso? Haverá uma transferência de renda da população para o Estado. E qual é a novidade? Mesmo assim, ficará sendo uma tributação abaixo do que se paga no Brasil que vai a 40% no carro produzido internamente, e a 70% no importado. No Brasil, paga-se muitos impostos, mas a gestão pública não corresponde com eficiência.

Será que os seres humanos querem se compreender mutuamente, ou querem levar vantagens? Tudo depende do que está sendo objeto da fala, da conversa, da negociação. Quais são os propósitos dos indivíduos e dos grupos? Querem o bem geral ou a satisfação da própria cobiça por riqueza e poder? Querem o progresso da nação e da população, ou a destruição dos adversários políticos? Lamentavelmente, o baixo nível predomina em todas as camadas.

O viver ficou complicado. Os seres humanos perdem o rumo, falta-lhes a consciência do significado da vida e sua finalidade. Tudo vai se afastando da vida real, surge o humanoide, o ser que age de forma meio humana, meio máquina, sem intuição. O viver ficou complicado. Somos todos peregrinos que devem evoluir, mas não se pensa nisso. Surge o vazio e a ânsia de preencher o tempo com qualquer bugiganga sem precisar pensar.

O universo surgiu da sabedoria divina, da irradiação do Criador Todo Poderoso, que ofertou ao germe espiritual a oportunidade de se desenvolver ao máximo, adquirir autoconsciência e contribuir para conservar e embelezar a esfera material seguindo as leis universais da Criação.

O Estado-nação mostra brechas danosas criadas por oportunistas que se aproveitaram da política para iludir a população com promessas inadequadas, e tendo a isca sido fisgada, conseguiam se postar no poder. A descoberta da Inteligência Artificial vem mostrando as ineficiências do Estado e seus governantes. Se o ser humano falha, alguns dizem: “que venha a máquina”, mas será que ela conseguirá ajustar aquilo que o ser humano desvirtuou, ou seja, conduzirá a humanidade para atividades construtivas, surgidas de suas reflexões intuitivas? Isso vai depender da boa vontade e da livre resolução dos seres humanos visando o bem geral, como sempre deveria ter sido.

A humanidade olha amedrontada para a situação do planeta. Não se trata de buscar uma utopia, mas de construir um modo de vida mais decente, mais humano. O que tem impedido isso são as cobiças e a ganância de acumular dinheiro e poder. Os pais não precisam ter muitos filhos que lhes consumam toda a energia, descuidando de si mesmos. O tempo da maioria das pessoas é gasto na frenética corrida pelo dinheiro. As horas de lazer são desperdiçadas em atividades inúteis e até prejudiciais. Muitos vivem precariamente, com reduzida educação, e vão passando pela vida sem se aprimorarem como seres humanos, esquecendo que o futuro melhor depende da continuada atuação benéfica de cada indivíduo.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br