“Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, não haveis de entrar no reino dos céus.”
Os inúmeros apelos comerciais veiculados nos meios de comunicação, nesta época do ano, conduzem a uma meditação sobre o comportamento submisso do ser humano com referência a usos e costumes que são aceitos e assimilados sem nenhuma análise.
È o caso da palavra INFANTIL, vocábulo que as pessoas, além de o empregarem erroneamente, não conseguem sentir a sua amplitude no plano espiritual. É a preguiça espiritual que tira a possibilidade de uma percepção mais profunda do significado das palavras de Jesus, de compreender o que significa ”tornar-se infantil, ser uma criança da Criação”.
E assim, agindo erroneamente e talvez com fito de exibição, ou de fins lucrativos, procuram os seres humanos fazer alguma coisa em homenagem à criança. Dessa forma surgiu, por exemplo, a “semana da criança”, dentro da qual se comemora o “dia da criança” (como se à criança se devesse dedicar somente um dia – ou uma semana). E esse dia entra no rol dos outros “dias”: das mães, dos pais, dos namorados, etc, etc…
Salvo algumas exceções, que certamente existem embora em pequeno número, a maioria não pensa nas crianças, e sim, em se desobrigar de um conceito que lhes foi imposto, de que o melhor que se pode dar a uma criança é um presente nesse dia. Ora, presente se pode dar aos filhos sempre que se queira, independente de uma data estabelecida por outros e que acaba se tornando uma obrigação.
Isso ocorre devido à atitude do ser humano que, dando maior importância ao entendimento (raciocínio) se afastou da infantilidade, porque não soube compreender o que ela realmente é. Tornou-se assim um instrumento nocivo e pernicioso à Criação.
Tornar-se criança significa ter PUREZA em tudo o que se faz, seja nos pensamentos nas palavras ou nas ações. Significa fazer tudo com INFANTILIDADE, buscando a perfeição. Esse estado infantil nada tem de pueril, pois não fica adstrito à criança. O ser humano que proporciona dentro de si morada para a PUREZA adquire com isso a condição infantil, quer seja na idade infantil, quer quando adulto.
“O espírito tem de possuir infantilidade, pois é e permanece uma criança da Criação, mesmo quando adquire total amadurecimento.”
(Mensagem do Graal – Na Luz da Verdade)