Pela observação é possível muito aprender, mas somente o experimentar é que pode levar à convicção daquilo que pode ser vivenciado na experiência. A existência é para ser vivida mergulhando literalmente nas questões que se enfrentam no dia a dia, usando o coração (o espírito) como dirigente das ações terrenas e absorvendo (no espírito) o resultado das experiências enfrentadas. Com a vivência própria, amadurece e se desenvolve o ser humano espiritual.
Ao reconhecer o seu envolvimento com as Leis da Criação e ao procurar atuar sempre de acordo com elas, o espírito passa a ser conduzido por essas mesmas Leis à sua meta espiritual. Esse esforço é pessoal e intransferível.
O ser humano terreno dispõe do atributo de poder falar para que consiga comunicar-se com outras pessoas eficientemente, na matéria grosseira desta Terra. Poder falar é uma experiência magnífica e que se renova quando se fala com sinceridade, usando o coração.
O falar também se encontra subordinado à Lei da Reciprocidade, pois é uma ação humana e como tal também é uma semente que ao ser plantada (proferida), adubada e cuidada (pensamentos e falas semelhantes) torna-se um dia planta que fornecerá muitos frutos da mesma espécie original, obrigando quem proferiu aquela fala a saborear os ditos frutos.
O espírito humano em desenvolvimento na Terra origina-se da Criação, não diretamente da Vontade Criadora do Pai, sendo esta circunstância facilmente observável na imperfeição do espírito humano perante a Perfeita Vontade do Criador, que não pode criar algo imperfeito. A própria necessidade de desenvolvimento, do germe espiritual inconsciente ao espírito auto-consciente, inerente ao espírito humano terreno já mostra sua grande imperfeição. Os espíritos criados diretamente pela Perfeita Vontade do Criador não precisam de desenvolvimento, pois já foram criados à semelhança da Imagem do Criador, e não têm absoluta necessidade de encarnarem-se para amadurecer, já são conscientes desde sua criação.
Um pálido reflexo do Verbo do Criador, encontra-se também no espírito humano, pois o falar pode construir ou destruir. Quando se fala a verdade, constrói-se não só um caminho próprio rumo ao alto, como também se enobrece as pessoas e o ambiente ao redor. Quando não se fala a verdade, descobre-se um caminho em direção ao que é baixo e vil, destruindo esperanças, confianças, jogando pessoas, às vezes, ao desespero.
Para tudo o ser humano terá tempo, se quiser, inclusive para ponderar e refletir sobre aquilo que vai falar. Muitas vezes, com a rapidez dos pensamentos, é falado algo que, se houvesse refletido, a pessoa não teria dito. Isso acontece diariamente, é semelhante ao fato da pedra atirada que sai do controle de quem a atirou, podendo ferir profundamente.
O falar demais é, hoje em dia, uma verdadeira praga, que vem se alastrando há milênios, sem que a maioria dos seres humanos o perceba. O domínio na Terra pertence aos que falam sem limites, tudo prometendo, enganando descaradamente e mentindo acima de tudo. Basta ler um jornal, ouvir uma estação de rádio ou ver uma televisão, para sentir espantado, quantas palavras negativas, de mentira, de coisas inúteis que nada constroem em direção à Luz, diariamente, são lançadas no lixo bem como o quanto se fala de besteira.
A lentidão dos acontecimentos na matéria grosseira, proporciona ao espírito encarnado na Terra, a possibilidade de ter tempo para ponderar durante as vivências, e através desta ponderação, poder utilizar-se do conhecimento da atuação das Leis do Criador, conseguindo desta forma realizar uma boa plantação de atitudes, que lhe renderão abundantes frutos na colheita destes.
As pessoas nem mais pensam seriamente, o quanto plantam errado ao proferirem o Nome do Criador como se fosse um nome banal qualquer, abusando Dele a todo momento. Todo nome evoca no ser humano um conceito e o conceito do Criador tem de ser voluntariamente o mais alto, o mais perfeito, o mais respeitável, o mais sagrado, guardado no coração (espírito). Incrível é o abuso feito ao Nome do Criador, ao usá-lo de modo mesquinho, por qualquer que seja a razão. Crianças já ouvem este abuso dos pais e crescem aprendendo também, de forma errada, o conceito do Criador. Nisso há que haver uma correção de rumos, uma ponderação maior das pessoas no sentido de observar e de se corrigir deste péssimo hábito. O Segundo Mandamento, “NÃO EMPREGARÁS EM VÃO O NOME DO SENHOR TEU DEUS!”, é cristalino no seu significado.
Saber falar não é somente o expressar-se corretamente na língua, ou ter ótima dicção, falar devagar ou ligeiro, mas também e sobretudo, falar com o coração, enobrecendo o ambiente, construindo amparado pelas Leis da Criação, usando sinceridade, justiça, pureza de pensamentos, amor, em todas as oportunidades de falar. Muitas das vezes, o saber falar é o saber ficar calado, a melhor fala no lugar do tagarelar inútil e nocivo.
Também a palavra escrita deve ser a expressão intuitiva do espírito humano, pois, semelhantemente à fala, pode construir no rumo ao alto, atingindo, alcançando e auxiliando também a outros que almejam desenvolver-se, aqui na grosseira matéria terrena.
Deixando-se guiar conscientemente pelas perfeitas Leis da Criação, entretecidas com Justiça, Amor e Pureza pela Vontade Criadora, poderá o ser humano finalmente existir em paz, voltado à grande meta espiritual de completar seu desenvolvimento, usando sua expressão (fala e escrita) com sinceridade e agradecendo humildemente, de coração, ao Criador.
Este artigo escrito baseia-se no Livro "Na Luz da Verdade" e "Os Dez Mandamentos e o Pai Nosso", de Abdruschin, editado pela Ordem do Graal na Terra.