Aquele que se considera um ser humano e deseja viver como tal deve procurar pautar a sua vida sempre através de atitudes dignas e coerentes, praticando o bem, a verdade e a beleza; deve buscar também o desenvolvimento espiritual como uma meta para o seu amadurecimento, incluindo-se aí estar consciente de que necessita conviver em harmonia com a natureza e ser co-responsável por sua preservação; assim sendo jamais pensará em matar um animal apenas pelo seu sangue ou por simples prazer. Cometer sacrifícios de animais ou de qualquer ser vivo com o subterfúgio de praticar atos convencionais ligados a religiosidade, nada mais é do que acobertar os baixos instintos ou insanidades que permanecem interiorizados na alma humana, tão agravados na presente época qual verdadeira epidemia.
Ao longo da história da humanidade tem-se registrado inúmeras barbáries contra a vida, dentre elas podemos citar: os sacrifícios de animais e pessoas em ritos religiosos , as mortes ocorridas na Inquisição, os suplícios tormentosos dos escravos, os genocídios de grupos étnicos, as guerras e revoluções com suas consequentes mortes e torturas, etc.
O passado ainda recente nos fala das horribilidades da segunda guerra mundial com seus milhões de mortos e feridos, dos seus campos de concentração e por fim o holocausto causado pelo extermínio de prisioneiros. Ainda neste triste episódio podemos constatar que a frieza do raciocínio levou o homem a destruir duas cidades populosas, Hiroxima e Nagasaki, no Japão, com bombas atômicas.
Ao observarmos os acontecimentos recentes, manchetes do jornalismo globalizado, verificamos que tem havido uma notória regressão dos padrões de moral , de ética e de espiritualidade da humanidade, demonstrando total descaso com as lições sofridas no passado; no entanto, se as pessoas levassem em consideração as Leis do Criador, que estão expressas na natureza, se atentassem para os mandamentos, que outrora foram dados como guia de conduta aos seres humanos, teriam que praticá-los inabalavelmente, considerando como o mais importante desses Dez Mandamentos, o primeiro, que diz: “EU SOU O SENHOR TEU DEUS; NÃO TERÁS OUTROS DEUSES A MEU LADO!”, as coisas com certeza estariam bem melhores hoje em dia e com isso toda religiosidade bem como toda a devoção deveria se dirigir somente a Ele.
Com este artigo desejamos nos juntar a todos àqueles que têm demonstrado o seu repúdio à sanção da lei 282/03, do Estado do Rio Grande do Sul, que permite que animais sejam sacrificados em cultos religiosos. Isso é um absurdo e nos causa extrema indignação, notadamente quando atualmente, grupos de pessoas, organizações não governamentais e outros segmentos, tanto da nossa sociedade como da comunidade internacional têm procurado difundir uma consciência ecológica de preservação ambiental, que inclui intrinsecamente o respeito pela vida.
As fúrias que procedem do querer malévolo do ser humano, estão cada vez mais agressivas, provocando destruição por toda parte, principalmente na natureza, o que prejudica a todos nós. Pois nem bem o governo gaúcho aprovava uma lei permitindo matar animais em cultos religiosos de matriz africana, outra lei federal previa o desmatamento de matas ciliares, ambas indo contra leis já existentes de proteção da flora e da fauna, agravando ainda mais o desequilíbrio ecológico, principalmente a falta de água, o elixir da vida.
Tudo isso é fruto do embrutecimento espiritual do ser humano, que assim cava a sua própria sepultura. Pois preservar a natureza é preservar a própria vida.
Ainda bem que o Presidente Lula vetou esse nefasto artigo sobre o desmatamento, graças ao apelo de entidades ecológicas e das recomendações da Ministra Marina Silva, pelo que estão de parabéns.
Agora falta o governo gaúcho reconsiderar seu ato e voltar atrás com essa lei criminosa contra os animais. (Mariano Cyganczuk)