O título acima que não terminamos, refere-se à máxima popular de que “quem semeia ventos, colhe tempestades”. Nada mais correto. Se dispensamos um carinho, uma palavra de afeto, um olhar de ternura ou um gesto de ajuda material, por menor que seja, não podemos nos queixar se tudo isso que deixamos de fazer, também a nós for negado.
Por outro lado, se maltratamos as pessoas, se as odiamos, se as invejamos, se fazemos com que elas nos inspirem rancor e repulsa, não podemos cobrar coisa diversa daquilo que semeamos, pois tendo saldo negativo na balança de nossas ações, o resgate é inevitável na medida talionária.
É a Lei da Reciprocidade, aquela que age em função da vontade Divina e não pergunta se a criatura ofensora é pobre, rica, tem alto cargo, qual a nacionalidade, se é branca ou de cor. Nem voando nas asas da aurora o ser humano escapa dessa inviolável e infalível lei, seja aqui ou no além.
A maioria dos seremos humanos gosta de levar vantagens acerca de quase tudo. No trabalho, no lazer ou nas relações pessoais, eles adoram que as coisas lhes sejam feitas, com o mínimo esforço e menor custo financeiro possível. São os eternos egoístas, aqueles que jamais fazem algo por abnegação, por solidariedade humana, pois sempre esperam algo em troca.
Quando as coisas não correm como eles esperam, tomam as atitudes que melhor lhes caibam, independente dos sentimentos alheios, pouco importando se laços familiares os ligam àqueles que lhes deram a vida. São pessoas extremamente egocêntricas. Acham que o mundo gira em torno deles. Sentem-se como se estivessem num pedestal. Cair dele é somente uma questão de tempo.
O nosso conto ilustrativo da semana é sobre fazer aquilo que gostaríamos não fizessem a nós: “Um lenhador não tinha estudo. Muito trabalhador, cortava lenha desde o raiar do dia até o sol se pôr e vendia-a para uma cidade próxima, aplicando todo o dinheiro no estudo de seu filho, que queria ser médico.
O tempo foi passando. O menino conseguiu entrar na faculdade de medicina e tornou-se um grande médico, ficando famoso e muito rico. Construiu uma linda casa, casou-se e teve um filho. Seu pai, o lenhador, já muito velho e doente, foi morar com seu filho médico. Porém este tinha uma vida social intensa, recebia muitos amigos importantes em sua casa.
Resolveu colocar seu pai no quarto do fundo, pois, como não tinha estudo e era muito simples, não deveria estar conversando com pessoas cultas. Com o passar do tempo, as mãos do lenhador, cansadas de tanto cortar lenha, já tremiam e acabavam por quebrar as louças finas do médico.
Então este fez uma gamelinha de barro para as refeições do pai e colocava-o para comer no quintal. O filho do médico gostava de fazer companhia ao avô nas horas das refeições. Um dia o médico foi ao encontro de seu filho, e este estava no quintal fazendo uma gamelinha de barro.
Então seu pai disse:
– Para que isso, filho?
Ao que ele respondeu:
– Para você comer quando ficar velho e sua mão começar a tremer como a do vovô.
Moral da história: nosso presente é fruto do nosso passado. Colheremos amanhã o fruto do que estamos plantando hoje. Vamos prestar atenção no tipo de semente que estamos plantando.”