Publicado em O Gerente.
O mundo em que vivemos tem sido, em alguns aspectos, iníquo, nos deixando confusos, descrentes e frustrados. Não raro, somos conduzidos a agir como se os valores inexistissem ou não fossem importantes para o nosso convívio familiar e social.
A política parece desacreditada a ponto de, para muitos, ser sinônimo de desonestidade. Os escândalos são tantos, que não causam mais surpresa ao cidadão brasileiro. Situação análoga ocorre com o poder público, boa parte dos indivíduos ao ser abordado, por exemplo, em uma blitz policial, assusta-se e, não raro, associa ações do Estado à propina e corrupção.
Até a Igreja Católica, uma instituição milenar, parece não crer mais nas leis do homem, às quais ela mesma prega obediência. Que tipo de sentimento leva um religioso, já de cabelos grisalhos, a cometer atos ilegais, imorais e não éticos? Será mesmo que estamos vivendo em uma nação com telhado de vidro?
Com frequência, lemos nos jornais que jovens abandonam o serviço militar para servir ao tráfico de drogas. Crianças nas comunidades carentes, não raro, encaram o traficante como se ele fosse um herói. Se convidar um desses jovens para recitar o hino nacional, ele o faria com a mesma desenvoltura com que cantaria uma música funk? Eles acreditam que estudar é o melhor caminho para construir um futuro melhor ou querem resultados e ganhos rápidos, como se limites inexistissem?
Até quando vamos achar tudo isso normal? Já não seria tempo de pensarmos em um projeto de educação e desenvolvimento de longo prazo? Não deveríamos adotar uma postura pragmática? Assim disse Martin Luther King: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
Pense nisso e ótima semana.