Espiritualidade é o caminho que o homem tem que seguir para alcançar a bem‑aventurança, o Paraíso, sua Pátria, de onde veio e para onde deve voltar. Este caminho não pode ser desvirtuado pelo homem e suas ações sem sofrer as consequências inerentes por força da Lei, ninguém foge ao seu destino. Fazemos parte da Espiritualidade porque de origem espiritual somos, é um caminho natural a percorrer em consciência, conhecimento e em Equilíbrio.
Na espiritualidade cumprem-se, rigorosamente, as Leis do Altíssimo, o Reino de Deus, esse reino que na oração pedimos “Venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu”.
Religião é um conjunto de ditames, dogmas e outras convenções cuja estrutura foi organizada pelo homem para regular a sua espiritualidade. Tem como pressuposto principal interpretar as Leis do Altíssimo e fazê-las cumprir. Aqui, ao invés da Espiritualidade, entram em campo os pensamentos e as interpretações próprias do ser humano para condução do seu semelhante conforme a sua vontade e proveito, seja individual ou no benefício da estrutura eclesiástica, por arrogância ou desconhecimento, dando origem a descontentamentos e dissensões cuja base está no desequilíbrio.
Política é um conjunto de ações que visam regular a convivência em sociedade e a sua organização a níveis estruturais e educacionais. A organização é necessária para o bom funcionamento das instituições. O homem por si, desenvolve as estruturas e cria as leis que irão regulamentar esta convivência, de ordem prática e material, fruto da sua vontade e dos interesses que, entretanto se instalam.
O homem está só nesta tarefa, por vontade própria, a espiritualidade é relegada para plano secundário e a religião, cujos interesses são semelhantes, é combatida como concorrente ao poder e, por consequência, separada do Estado pela via constitucional, política para um lado, religião para o outro. Assim, as leis do Homem, embora com base de equidade e valores humanitários é fria, cega e permeável na sua constituição a ser defraudada pelos seus executantes em favor das classes superiores, endinheiradas digamos, mas com base legal, as classes inferiores, indigentes digamos, olham para a lei, receosas, porque esta é pesada para si e os conhecedores da lei não se dão ao trabalho da defesa consistente que deveriam ter, apesar de a lei ser tendencialmente gratuita, porque aos poderosos tudo é permitido.
O mesmo se passa na saúde e na educação, imperam os valores da sociedade, dita democrática e como antes, os senhores e os plebeus ou, melhor dito, a mão-de-obra, essa mão-de-obra que cria a riqueza com as suas mãos calejadas para que os senhores possam ter brancura e finura de pele, rendas e outros predicados que os diferenciam.
Se a educação e o ensino fossem de início ministrados às gerações mais novas com base na evolução cultural e cívica, essas diferenças atenuar-se-iam e a sociedade seria mais equilibrada. Mas, como no passado, porque o passado faz História, a ambição domina a alma humana degradando a sua espiritualidade e as consequências far-se-ão sentir duramente, como dantes.
Substituímos a espiritualidade e o amor pelo materialismo e pela ganância. Por mais democráticas que sejam as sociedades, nunca irão terminar os desmandos dos homens, pela simples razão que todos aspiram ao mesmo: dinheiro.
A separação da religião da vida política trouxe maior equilíbrio a ambas as instituições, já a separação da espiritualidade da vida do homem não lhe trouxe equilíbrio nem paz.