ÉTICA MORAL NAS ESCOLAS
(14/12/2013)

Beatriz Azevedo Castro

O Prof. Walter Vicioni Gonçalves, Diretor do SENAI nos falou sobre o tema do ponto de vista da Educação no SESI e no SENAI de São Paulo, ressaltando que muitas outras pessoas já falaram de Ética, como os sofistas na época grega que contavam a história de Hércules que foi visitado por duas deusas: a da Sabedoria e a da Riqueza e como tinha que optar por uma delas, escolheu a Deusa da Sabedoria em detrimento da Riqueza.

Este é um tema extremante importante para nós porque, diz o Prof. Walter, o entendimento que temos de Ética é que se refere a um conjunto de valores e de princípios que definem os limites de ação de uma pessoa e pode ser observada a partir das perguntas como: Eu posso? Eu devo? Muitas coisas podemos mas não devemos fazer, e é neste momento que entra a questão da Moral e da Ética.

Para o Prof. Walter, podemos falar em Éticas e não em Ética, pois existe a Ética Profissional, a Religiosa entre outras, que são ligadas a uma convicção, o que significa que uma convicção religiosa pode afetar tudo isso. É complexo falar de ética num país como o nosso. Quando vemos um deputado federal chegar algemado ao Congresso e ser absolvido por seus pares, como introduzir a Ética e a Moral pelo exemplo no currículo? Atuo na área de Educação há muito tempo, na formação de crianças, adolescentes e jovens neste país, onde o senso de dever e o apego à verdade parecem ter sido vencidos pela tentação do caminho fácil e pela possibilidade de levar vantagem em tudo.

No país há um sério problema com a questão da Ética nos Meios de Comunicação, que hoje mostra em horário nobre, um personagem que jogou a sobrinha recém-nascida numa caçamba de lixo, cometeu assédio moral à secretária a quem ele chama por expressões de baixo calão e tem como justificativa de que é um sujeito mau, amargo e invejoso por causa da repressão que sofreu do pai. Não queremos aqui, em hipótese alguma, censurar a televisão, ressalta o Prof. Walter, mas as escolas, os educadores e os processos educacionais têm que lidar com essa questão.

Na biografia do Steve Jobs, por exemplo, ele conta que seu pai estava construindo um armário para a garagem da casa e caprichava muito na parte de trás, que ficaria colada na parede e ele pergunta: “pai, mas porque esse capricho, esse exagero de fazer com essa perfeição o que ninguém vai ver?”, ao que o pai respondeu: “mas eu sei que vai estar lá”.

O filósofo Mário Sergio Cortella, conta o Prof. Walter, diz que uma pessoa que come uma banana e joga a casca no chão tem a Ética do Egoísmo. A outra pessoa que passa e não recolhe essa casca tem a Ética da Omissão e um terceiro que passa e recolhe a casca da banana e a joga no lixo, tem a Ética do Coletivo, do social, de quem faz o que deve ser feito. E essa ética da vida coletiva em sociedade é algo que devemos considerar nos nossos currículos escolares e na nossa convivência, como um processo de aprendizagem do coletivo, do respeito às pessoas.

No SENAI e no SESI nós buscamos usar muito a Pedagogia do Exemplo, tudo é baseado na questão do exemplo, pois através dele conseguimos convencer nossos alunos durante o processo de Educação.

Por isso, para instituições como o SESI e o SENAI, a questão da educação não se limita à formação do torneiro mecânico, do técnico eletricista, mas sim a da formação integral da pessoa, considerando todas as dimensões humanas que incluem formação moral e ética, o que é muito difícil num país onde os exemplos positivos são muito poucos.

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O palestrante Prof.
Walter Vicioni Gonçalves e
Antonio Gava Netto
presidente da reunião

O Prof. Walter conclui sua palestra dizendo que viver 100 anos é pouco, por isso precisamos ter dentro dessa temporalidade um projeto de vida que seja coerente com princípios e ações que levem em conta a questão não só do ambiente e do trabalho, mas de uma vida que valorize o trabalho, o culto à perfeição no trabalho e que tenha o trabalho como forma de riqueza, combatendo assim o ganho fácil que visa levar vantagem em tudo.