Muitas pessoas que já leram ou ouviram algo a respeito do Juízo Final, e que acreditam no seu desencadeamento, esperam que esse acontecimento se dê no espaço de um dia terreno. Frequentemente a imagem que têm disso é a do Juiz descendo no meio das nuvens, separando os seres humanos à sua direita e à sua esquerda. Os da direita, as ovelhas, voltarão com ele para o céu, os da esquerda, os cabritos, serão atirados no inferno. E tudo isso no espaço de vinte e quatro horas.
Precisamos antes de mais nada lembrar que as narrativas bíblicas e as profecias milenares a respeito do Julgamento Final sempre tiveram um sentido espiritual. Não podem e não devem ser tomadas ao pé da letra, comprimidas no estreito âmbito da percepção terrena. Um acontecimento tão incisivo e abalador não pode, em obediência às Leis da Criação, acontecer no espaço de um dia terreno. Se assim fosse, muitas almas que ainda têm anseio pela Luz, e que não obstante carregam um carma pesado de outras vidas, não poderiam salvar-se. Não haveria tempo para isso.
Mas as Leis da Criação são perfeitas. E tudo o que provém delas também será perfeito. Assim também é com o acontecimento denominado Juízo Final. Este apresenta um tempo determinado para efetivar-se. Tem início, meio e fim. Décadas já se passaram desde o início do Juízo Final. Agora estamos vivendo a última fase, os últimos anos!
Tudo agora caminha rapidamente para o remate final. O mundo vive nesses últimos anos um torvelinho de efeitos recíprocos como nunca até então. Tragédias humanas e catástrofes da natureza se superpõem continuamente. Contudo, elas podem ser de grande valia para os seres humanos ainda vivos espiritualmente, ao forçarem-nos a acordar ainda em tempo de se salvarem.
Para os que não acreditam em profecias ou que não querem ouvir falar sobre um Juízo, sugiro então que observem mais atentamente, e imparcialmente, o mundo ao seu redor. Não precisam ir muito longe. Basta comparar o mundo de sua infância e o de seus pais com o que têm de viver agora. Não poderão deixar de reconhecer que o mundo piora dia a dia. Aliás, piora não é bem o termo, pois na verdade o mundo está sendo curado, limpo. Toda a sujeira está sendo varrida dos cantos mais obscuros para a luz do dia. E à limpeza pertence o recrudescimento e consequente desmoronar de todo o mal, a destruição de tudo quanto se opõe às Leis da Criação, isto é, de tudo o que se opõe à Vontade de Deus. A isso pertence também os seres humanos maus, que mais uma vez não pretendem se modificar. A Terra está sendo limpa deles.
Cada ser humano ainda vivo espiritualmente tem a possibilidade de salvar-se caso mude sua sintonização interior, procurando viver daí por diante em conformidade com a Vontade do Criador. E, para isso, os efeitos retroativos de suas vidas terrenas anteriores, que agora se precipitam sobre ele, só o auxiliam, se ele reconhece suas falhas de outrora e redireciona seu modo de vida de até então. Seus pensamentos, palavras e atos assim modificados são a prova de que ele renasceu dentro de si. Tornou-se assim digno de ser chamado novamente “ser humano”.
É compreensível que o ponderar e a decisão de transformação que daí resulta não se efetivem instantaneamente. Também é absolutamente certo dizer que o tempo de que dispomos para a transformação é bastante curto. Porém, essa mudança se dará na medida exata da boa vontade de cada um. Se ela for legítima, forte, se for realmente um anseio ardente, a transformação é imediata. Mas se ela for fraca, entremeada de dúvidas intelectivas e cismas constantes, pode não haver tempo suficiente para a tão necessária transformação interior, e tal pessoa acabará por ser aniquilada terrenal e espiritualmente no Juízo. Ela mesma então terá forçado essa situação com sua indolência espiritual. Naturalmente, não é preciso mencionar a situação daqueles que não têm nenhuma vontade de se modificar…
Esta é, sem meias palavras, a situação em que estamos vivendo. Vivemos os últimos anos do Juízo Final. Os seres humanos que ainda podem ser salvos têm diante de si a última decisão de sua existência, da existência inteira, desde quando pisaram na Terra pela primeira vez: vida… ou morte! Aqueles que apesar de todos os avisos e advertências se recusarem desta vez a trilhar corajosamente o caminho da Verdade, terão também, mesmo que inconscientemente, tomado a sua decisão.
Observem, pois, os fenômenos do nosso tempo e tirem suas conclusões. Para os que mesmo rejeitando as profecias sobre o Juízo Final ainda têm a coragem de examinar os fatos com imparcialidade e objetividade, reitero a necessidade de se aprofundarem em tudo o que vem ocorrendo em nosso planeta nas últimas décadas. Se forem sinceros para consigo mesmos, terão de concordar que o mundo já há muito não é mais o mesmo. É sobre essas mudanças, tão marcantes e incisivas, falando contínua e insistentemente para os seres humanos da época atual, que iremos tratar nos próximos capítulos.