“Tive um sonho, e na verdade não era um sonho: o Sol brilhante havia-se extinguido…” Assim se expressou o poeta britânico Lord Byron há cerca de 200 anos, como que prenunciando para as gerações vindouras o destino do astro-rei.
No livro A Terra em Balanço, fazendo menção às alterações observadas no meio ambiente, Al Gore diz:
“Todos nós já tomamos conhecimento de experiências surpreendentes, (…) seja a nova frequência de dias em que a temperatura ultrapassa os 38 graus centígrados, seja a nova rapidez com que o Sol queima a nossa pele.”
Se nos habituássemos a pensar de maneira mais simples, diríamos que a causa de o Sol estar “queimando nossa pele com maior rapidez” é de que algo diferente está ocorrendo com o Sol.
Em nossa época, porém, explicações simples não são consideradas dignas de crédito, e sim rebaixadas à categoria de “simplórias”. O aumento contínuo das explosões e manchas solares, verificadas nos últimos anos, também precisam ser estudadas sob um enfoque rigorosamente científico, caso contrário não se poderá deduzir nada desses fenômenos…
Hoje, após algumas décadas de pesquisa, os astrofísicos finalmente estão chegando à conclusão de que “algo muito, muito diferente está ocorrendo com o Sol.” Uma conclusão a que eles poderiam ter chegado há muito tempo, caso dessem ouvidos à sua intuição, pelo menos aqueles cuja voz interior ainda não foi completamente abafada pelas ponderações cismadoras do intelecto.
Grupos de cientistas construíram engenhos capazes de detectar um tipo de partícula subatômica emitida pelo Sol, chamada “neutrino”. Os neutrinos não possuem carga elétrica e aparentemente são destituídos de massa; (1) por essa razão eles interagem muito pouco com a matéria. Tão pouco, que os neutrinos produzidos no interior do Sol atingem a Terra e traspassam-na de um lado a outro, como se esta não existisse. Em um segundo 60 bilhões de neutrinos atravessam cada centímetro quadrado da Terra; um número tão grande que causa espanto e, no entanto, teoricamente, ele deveria ser três vezes maior.
Para tentar desvendar o que ocorre no interior do Sol foram então construídos esses engenhos especiais, capazes de detectar alguns poucos neutrinos. Trata-se basicamente de tanques cheios de algum líquido (cloro ou gálio) colocados a grandes profundidades, dentro de montanhas, as quais funcionam como barreiras para outros tipos de radiações, como os raios cósmicos. O primeiro detector, construído em 1968, possui 400 mil litros de cloro. Muito raramente algum neutrino interage com um átomo do líquido armazenado e produz um átomo de uma outra substância (argônio em tanques de cloro e germânio em tanques de silício). Passado algum tempo a quantidade dessa substância nova gerada é medida e comparada com os valores teóricos esperados.
Os cientistas esperavam capturar 25 neutrinos por mês, mas após 30 testes no primeiro desses detectores (1970) o resultado foi de apenas 9 capturas, aproximadamente um terço do total previsto. Os outros dois detectores até então em operação no mundo também constataram a mesma diferença. Além da redução do número de neutrinos, pesquisadores da Universidade de Stanford observaram que, surpreendentemente, a intensidade deles não é nem aproximadamente constante: a cada 21 dias as partículas chegam ao solo em jatos até 100% mais intensos. Essa informação foi obtida comparando-se o resultado de dois detectores, localizados nos Estados Unidos e na Itália, com o maior atualmente existente, que fica no Japão a um quilômetro abaixo da superfície.
O número reduzido de neutrinos significa que o Sol deveria ser diferente do que é: seu tamanho teria de ser menor, seu brilho reduzido e a sua cor mais avermelhada. Como não é isso o que se observa, então conclui-se que alguma coisa está de fato diferente com o Sol.
O Sol está diferente porque está morrendo. O número e intensidade das explosões solares atestam que o Sol chegou ao estágio final da sua existência. (2) Os cientistas, naturalmente, não compartilham dessa opinião. O máximo que eles consentem é reavaliar em alguns bilhões de anos o tempo em que o Sol ainda continuará brilhando normalmente. Até há pouco, estimava-se esse período em 6 bilhões de anos. Hoje, ele já foi “ajustado” para 1,1 bilhão de anos.
Como a maior parte da humanidade está voltada unicamente para o mero terrenal, não podendo mais dar valor àquilo que suplanta os conceitos terrenos de espaço e de tempo, ela chega até a ficar preocupada ante esse número de anos que, segundo a ciência, ainda poderá desfrutar aqui na Terra. Um bilhão de anos, de repente, parece um tempo muito curto para os seres humanos de raciocínio.
Surgem então as idéias mais estapafúrdias de como salvar a humanidade durante o tempo que lhe resta antes do colapso do Sol, uma mega-usina nuclear que a cada segundo transforma 700 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio e 4 toneladas de matéria em energia.
Já em 1960 despontaram algumas opiniões a esse respeito. Naquela época imaginava-se que a humanidade do futuro poderia construir abrigos subterrâneos salubres e climatizados, ou então que seria possível transportar toda a população do globo para um planeta onde o calor fosse menos intenso. O escolhido foi Netuno.
Trinta e cinco anos depois, essas idéias já foram consideravelmente aperfeiçoadas. Um cosmologista de fama internacional, por exemplo, manifestou a sua crença no poder da tecnologia para salvar a humanidade: ele acredita que os humanos vão conseguir se mudar para um outro universo, ou então libertar-se de seus corpos para sobreviver sob a forma de pensamentos… Um outro cientista é bem mais sensato: ele quer apenas construir fábricas em Marte, que utilizarão o gás carbônico existente para produzir metano e amônia para serem liberados na atmosfera marciana, gases esses que se supõem terem existido na Terra em seus primórdios. Conseguido isso, bastará introduzir no planeta bactérias e plantas que absorvam gás carbônico e produzam oxigênio. Pronto! Um novo lar para os seres humanos terrenos!
Em nossos dias existe gente também que quer descobrir um meio de levar a Terra a uma distância mais segura do Sol. Outros acham que devemos nos mudar para as luas de Júpiter e Saturno. Alguns, mais otimistas ainda quanto à capacidade de realização humana, prevêem que serão construídas cidades espaciais ao redor do Sol, as quais irão se juntando umas às outras até envolver todo o Sol numa grande esfera artificial. O material necessário para a construção dessa esfera seria comodamente obtido desmantelando-se o planeta Júpiter. Os que acham essa idéia demasiado irrealista contentam-se em vaticinar a construção não de uma esfera, mas de apenas um anel artificial em redor do Sol… Por fim, até mesmo a Terra teria de ser desmantelada, a fim de fornecer o material necessário para a construção de outros mundos. Também se prevê habitar asteróides ocos, enchidos de ar, e a construção de cidades em mini-planetas, protegidas por cúpulas. Já há, inclusive, alguns também pensando em como reacender o Sol quando ele começar a se apagar. De acordo com o astrofísico canadense Hubert Reeves, é só uma questão de “desenvolvimento tecnológico…”
Nas palavras de um cientista respeitado, essas são “as propostas sóbrias do espectro de especulações acerca do futuro do homem no espaço…”
Existem, de fato, até algumas proposições para se controlar o Sol. Os que estão no topo desse desvario psiquiátrico acham que, no futuro, a humanidade vai controlar até várias estrelas! O autor de um livro considerado científico sobre o futuro do ser humano afirma textualmente: “Se há alguma lei fundamental que diz que não poderemos, nos próximos milhões de anos, ocupar e explorar toda a nossa galáxia, com seus cem bilhões de sóis, então até agora essa lei nos é desconhecida.”
A arrogância e a presunção humanas desconhecem quaisquer limites. São a prova mais evidente do conceito de infinito.
Torna-se difícil encontrar qualificativos adequados para essas idéias, mas pode-se afirmar que são produtos de uma fantasia exacerbada, decorrente também do apego unilateral às coisas puramente materiais, fruto do domínio irrestrito do intelecto sobre o espírito durante os últimos milênios. Também esse submeter-se incondicionalmente ao raciocínio equivaleu a uma semeadura, que tem de produzir frutos deformados agora no Juízo.
Os seres humanos, em sua maioria, preferem acreditar nessas coisas a reconhecer que estão na verdade vivendo numa época gravíssima, a mais grave de toda a sua história, onde os pilares da falsa estruturação humana desmoronam por toda a parte, como decorrência inevitável dos efeitos do Juízo Final. Nada, absolutamente nada restará da arrogância e presunção humanas após o Juízo.
Nesta nossa época de transformações tão profundas para a humanidade, o Sol também se encontra num ponto de transição. Cito abaixo um trecho extraído de O Livro do Juízo Final, de Roselis von Sass:
“Também a duração de vida de cada estrela é limitada. Onde houve um início também terá de haver um fim, de acordo com a Lei. Dentro da matéria nada é eterno! (…) Cada um dos bilhões de sóis e cada um dos planetas chegam a um ponto para ele previsto, onde se inicia seu estado final. Nosso Sol, pois, chegou a esse ponto final! (…) É chegado, portanto, agora, o ponto de transição, não somente para os seres humanos, mas também para o Sol e a Terra…”
Como já dito anteriormente, o Sol vem dando sinais claros de que atingiu esse estado final. As pesquisas científicas, longe de tranquilizarem os seres humanos a respeito, só fazem comprovar essa situação. O gráfico a seguir mostra a variação do número médio mensal de manchas solares nos séculos XIX e XX:
O gráfico a seguir mostra a variação do número médio mensal de manchas solares por década no século XX:
Observa-se um aumento contínuo do número médio mensal de manchas solares durante a primeira metade do século XX. Na segunda metade do século o número de manchas mantêm-se em patamares elevados, mesmo com o decréscimo verificado na década de 60.
Muitos cientistas reconhecem hoje que a presença maior ou menor de manchas ao longo do ciclo é um resultado de mudanças no Sol, associadas a alterações de temperatura. Um maior número de manchas, afirmam eles, significa que o Sol está mais ativo, produzindo vários fenômenos relacionados ao magnetismo solar, tais como grandes erupções que arremessam matéria para o espaço, interferindo no fluxo contínuo de partículas emitidas pelo Sol (vento solar).
As explosões solares (também chamadas tempestades solares), que como as manchas do Sol afetam os sistemas de telecomunicações na Terra, desencadeiam mudanças climáticas, provocam crescimento da atividade sísmica do planeta e alterações no seu campo geomagnético, além de outros efeitos.
Diante desse quadro, o cientista americano John Gribbin, autor de um livro intitulado A Morte do Sol, afirma: “Para quem quer que ainda abrigue a ilusão de que o Sol seja perfeito, constante ou regular, o quadro que emerge é realmente estarrecedor.”
Análises mais detalhadas dos ciclos de atividade solar indicam também variações significativas nesses mesmos ciclos.
No começo da década de 70 os cientistas imaginavam poder prever com razoável precisão os ciclos das manchas solares mostradas nos gráficos anteriores. Enquanto aguardavam pacientemente a ocorrência de grandes explosões solares para somente no início da década de 80, foram surpreendidos, em 4 de agosto de 1972, com a maior erupção do Sol jamais vista.
Essa explosão solar provocou um decréscimo de mais de 10% na concentração de ozônio na estratosfera terrestre, em razão da quantidade de prótons arremessados, que inundaram a atmosfera e perturbaram o equilíbrio químico dessa região. A respeito desse fenômeno, diz John Gribbin em seu livro:
“Os efeitos de uma tempestade como essa não chegaram a por em risco a vida aqui na superfície, mas alguns astrônomos se perguntam se erupções mais intensas não poderiam causar danos a longo prazo às condições ambientais terrestres, principalmente se coincidirem com períodos em que a blindagem protetora oferecida pelo campo magnético terrestre estiver enfraquecida. Se uma gigantesca erupção sobrevier justamente num desses períodos, a camada de ozônio que nos protege da radiação ultravioleta poderá ser destruída, provocando quase que uma esterilização na superfície da Terra, com a consequente extinção de plantas e animais de grande porte, até que o equilíbrio químico possa ser restabelecido.”
A respeito da camada de ozônio John Gribbin diz ainda:
“Considerando-se, em particular, que aparentemente o Sol produz mais radiação ultravioleta quando está ativo, a concentração de ozônio nas camadas superiores da estratosfera se altera e, com isso, a eficácia dessas camadas como barreira à radiação solar.”
É importante ressaltar que a hipótese dessas interações entre a atividade solar e a redução da camada de ozônio da Terra foram feitas muito antes da descoberta do buraco na camada de ozônio na Antártida, que foi detectado pela primeira vez em 1984 (o livro de John Gribbin foi escrito em 1980).
Os pesquisadores vêm monitorando a quantidade e a energia dos prótons lançados pelo Sol nas explosões solares. No período de atividade solar compreendido entre 1955 e 1960 não se registrou nenhuma emissão de prótons com energia compreendida entre 10 Mev e 30 Mev. (3) No ciclo seguinte de atividade solar, porém, este tipo de próton foi lançado sobre a Terra. A tabela a seguir mostra o número de explosões solares que originaram esses lançamentos e a intensidade aproximada de partículas arremessadas: (4)
Ano |
Explosões Solares |
Número de prótons/cm² (em milhões) |
1965 | 1 | 20 |
1966 | 2 | 180 |
1967 | 3 | 1.320 |
1968 | 5 | 1.880 |
1969 | 4 | 2.090 |
1970 | 6 | 600 |
1971 | 3 | 1.870 |
1972 | 2 | 22.070 |
Dos 22 bilhões e 70 milhões de prótons por centímetro quadrado lançados sobre a Terra em 1972, 22 bilhões deveram-se à explosão de agosto de 1972 que, como já dito, deixou atônitos os cientistas, não só pela intensidade jamais observada como também por ter ocorrido numa época de decréscimo do ciclo de atividade solar.
Alguns cientistas sustentam também que a tempestade de 1972 abalou literalmente a Terra, a ponto de provocar um aumento da duração do dia após a erupção, isto é, uma frenagem na velocidade de rotação do planeta, seguida de um lento retorno ao estado anterior, conforme a velocidade de rotação voltava a se estabilizar.
Atualmente existe a suspeita de que as alterações consideradas “normais” na velocidade de rotação da Terra sejam também decorrência da atividade solar alterada. A Terra está tremendo continuamente, o que provoca uma alteração de alguns milissegundos na duração do dia. Parece pouco? Um espanto na opinião de muitos cientistas, quando se considera que a massa do planeta é de 6 sextilhões de toneladas…
Há também fortes evidências de que as chuvas de prótons que atingem a Terra durante as explosões solares contribuem significativamente para alterar o clima e o tempo em todo o planeta. A comunidade científica só não afirma isso taxativamente (embora alguns poucos cientistas mais abertos o façam) porque ela ainda não descobriu a relação direta de causa e efeito. Apenas por isso.
Em 1980, um satélite denominado Solar Max entrou em órbita da Terra, com a finalidade de medir a variação da radiação do Sol e os picos de explosões solares previstos para 1991. Não deu tempo. Ele caiu em dezembro de 1989 derrubado pelo próprio Sol. As explosões solares aumentadas “incharam” a atmosfera da Terra e o satélite começou a roçar em suas camadas superiores, perdendo sua velocidade orbital até cair. Uma dessas explosões, em março de 1989, provocou a maior tempestade geomagnética já registrada nos últimos 30 anos, causando problemas na rede elétrica dos Estados Unidos e do Canadá.
Em meados de junho de 1991 uma usina nuclear no Maine, Estados Unidos, sofreu uma explosão e em seguida um incêndio. A causa foi atribuída a uma tempestade solar. Um jornal da época noticiou assim o fato:
“A tempestade solar dos últimos dias pode ter sido a causa de uma explosão seguida de incêndio numa usina nuclear do Estado do Maine. Desde 1979 não são observadas tempestades solares com intensidade tão grande quanto a atual, segundo os cientistas. Até a aurora boreal, normalmente só vista nas regiões próximas do pólo Norte, tem sido vista em latitudes tão baixas como Nova York e o norte da Califórnia.”
É a ordem natural das coisas sofrendo alterações incisivas agora, nesses anos finais do Juízo. Na mesma época deste acidente na usina nuclear americana, os moradores da Cidade do México ficaram inquietos com a observação de um anel cinzento em torno do Sol, que apresentava um diâmetro cerca de cinco vezes maior que o da estrela. As estações de rádio receberam avalanches de chamadas de ouvintes apavorados com o anel, e o Serviço Nacional de Meteorologia opinou que a causa poderia ser a refração dos raios solares através de partículas de gelo. Uma explicação sem dúvida bem sucinta para um fenômeno jamais observado anteriormente. O Ministério da Ecologia tentou dissipar o medo da população, afirmando que o fenômeno nada tinha a ver com a poluição, mas não soube apontar sua causa ou dizer por que não era visível fora da Cidade do México…
No ano de 1995 estavam previstos nada menos que oito lançamentos de satélites para perscrutar o comportamento do Sol. Um esforço dessa envergadura não teria razão de ser, se não houvesse agora a certeza de que algo realmente estranho está acontecendo com a nossa estrela.
Em 1996 foi lançado um novo satélite para monitorar o Sol, denominado Soho, sigla de Observatório Solar e Heliosférico. Desta vez o engenho foi posicionado a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, num ponto considerado ideal, pois é onde os campos gravitacionais da Terra e do Sol se anulam, permitindo que o satélite permaneça imóvel e sempre voltado para o Sol. Por isso, as imagens obtidas pelo Soho têm uma precisão e nitidez que os telescópios terrestres não atingem. Os cientistas que analisaram as fotos ficaram surpresos com a inusitada intensidade da atividade solar, pois pelas medições feitas da Terra o período observado deveria ser de relativa calma.
No período compreendido de dezembro de 1996 a junho de 1997 houve nove gigantescas explosões solares com lançamento de prótons sobre a Terra. Em 1996, o Soho registrou uma bola de fogo do tamanho da Terra sendo expelida em direção ao espaço. Como consequência de uma outra explosão, ocorrida em janeiro de 1997, vários satélites russos e americanos entraram em pane, acarretando um prejuízo estimado de 200 milhões de dólares.
No dia sete de abril de 1997, o satélite Soho registrou uma imensa explosão de plasma no Sol, que enviou uma onda de choque por toda a superfície da estrela. Em novembro daquele ano, o Soho detectou pontos brilhantes na superfície. Estes pontos ficam confinados em áreas reduzidas, semelhantes às manchas solares, mas em escala muito menor, além de serem muito mais constantes. De acordo com um dos descobridores, a astrônoma Mandy Hogenaar, cada vez que um desses pontos explode, libera tanta energia quanto uma usina hidrelétrica produziria em um milhão de anos. E verificou-se que a todo o momento ocorrem no Sol milhares dessas explosões…
Em fevereiro de 1998, a NASA divulgou uma série de fotos sobre novas explosões que estavam ocorrendo no Sol. Uma reportagem da revista Veja descrevia desta forma o acontecimento:
“Fotos divulgadas na semana passada pela NASA, a agência espacial americana, estão entre as imagens mais próximas do inferno já produzidas pela ciência. Elas mostram uma série impressionante de explosões na superfície do Sol. São gigantescas bolhas incandescentes, com diâmetro maior que a Terra, que brotam no interior da estrela e, ao explodir, liberam energia equivalente à detonação simultânea de sete bombas atômicas.”
Os cientistas também constataram que a atividade solar aumentou no século XX. Sobre isso, diz John Gribbin em seu livro sobre o Sol: “A energia total irradiada pelo Sol aumentou em 0,25% na primeira metade do século XX, um período de recrudescimento da atividade solar, no qual cada um dos ciclos de manchas apresenta intensidade maior que o anterior.”
Num trabalho publicado em 1989, em que apresentavam um estudo sobre a variação da irradiação solar entre 1874 e 1988, os pesquisadores P. Foukal e J. Lean informaram que o mais importante resultado que haviam obtido era a comprovação do “gradual aumento da irradiação total [do Sol], que tivera início por volta de 1945, quando o nível geral de atividade solar começou a crescer e continuou assim até o presente.” O gráfico apresentado no trabalho mostrava vários picos nos níveis de irradiação solar que atingiram a Terra desde 1874, onde se podia observar claramente que esses picos cresciam a partir de 1945, com valores máximos cada vez maiores por volta dos anos de 1950, 1960 e 1980.
Em setembro de 1997, a revista Science publicou um artigo do pesquisador norte-americano Richard Wilson, do Centro de Pesquisas de Sistemas Climáticos da Califórnia, que demonstrava que a radiação solar estava efetivamente aumentando… Durante a 150ª reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em fevereiro de 1998, os pesquisadores chegaram à conclusão que a irradiação solar era a causa principal do aquecimento da Terra verificado nas últimas décadas, e não o efeito estufa.
Os cientistas dos nossos dias também já constataram, por exemplo, que o Sol está mudando continuamente de tamanho, tendo sido detectadas cerca de 10 milhões de oscilações absolutamente caóticas, desordenadas. Além dessas oscilações, verificou-se que o Sol cresce e encolhe 150 quilômetros a aproximadamente cada mil dias. Observou-se também que o astro vibra a cada cinco minutos, como um sino…
Outro parâmetro que demonstra a mudança do comportamento solar é o número de auroras boreais e austrais observadas. Conforme explica a ciência, quando o Sol está mais ativo, as rajadas de vento solar arremessam partículas carregadas eletricamente para o espaço, e as que ingressam no campo magnético terrestre convergem para os pólos, ocasionando os espetáculos de luzes chamados auroras. Um pesquisador americano do século XVIII, Elias Loomis, foi quem primeiro percebeu a relação existente entre as explosões solares e o surgimento de auroras. Ele verificou que 20 a 40 horas após a ocorrência de uma erupção solar tinha-se notícia de uma aurora formada na região norte do Canadá, dentro do círculo polar ártico.
A comparação do número de auroras observadas nos últimos séculos indica que a atividade solar vem crescendo sistematicamente, e num ritmo cada vez maior. Os números da tabela a seguir foram extraídos do Catálogo de Fritz, publicado em 1873 e reproduzidos no livro científico “The Solar Output and its Variation” (Energia Solar e sua Variação) editado por Oran R. White em 1977:
Século | Nº de Auroras |
XV | 7 |
XVI | 161 |
XVII | 177 |
XVIII | 6.126 |
Os dados aqui apresentados sobre o Sol, que ilustram de maneira objetiva, “preto no branco”, as mudanças do comportamento da nossa estrela nos últimos anos, via de regra não chegam ao conhecimento do cidadão comum. Em primeiro lugar porque a comunidade científica, salvo raras e honrosas exceções, se coloca perante os simples mortais como uma casta inacessível, inatingível, expressando-se em seus trabalhos através dos mais rebuscados termos, como se o valor de alguma coisa estivesse diretamente relacionado ao grau de dificuldade em se compreendê-la. Em segundo lugar, porque a própria mídia não dá o devido destaque a esses acontecimentos, seja por simples ignorância quanto à real importância deles, seja pela tendência indisfarçável de agir também como “apaziguadora”, evitando causar preocupações desnecessárias à população. Acontecimentos de suma importância relacionados ao Sol aparecem, quando muito, numa pequena nota de jornal ou num comentário de passagem na televisão, como mera curiosidade.
Mas isso também vai mudar, pois os sinais do Juízo Final, que se manifestam também na transformação pela qual passa o nosso Sol, estão se intensificando a tal ponto, que em breve não mais poderão ser encobertos tão facilmente. Aliás, essa mudança já está em andamento. A inusitada explosão solar de 7 de abril de 1997 apareceu num jornal brasileiro de grande circulação em foto de primeira página. A humanidade está sendo forçada a encarar com a seriedade devida a época mais grave de toda a sua história.