O que fazemos a outras pessoas fazemos na realidade a nós mesmos. A Lei da Reciprocidade faz retornar sempre ao gerador aquilo que ele próprio fez, desejou ou pensou em relação ao seu próximo.
Se alguém causa um dano físico a uma pessoa através de uma agressão, ferindo-a ou mesmo matando-a, praticou um ato de violência terrenamente visível. Esse ato de violência fica aderido a ela como uma culpa a ser expiada, até que pela ação de retorno ela seja automaticamente atingida por um ato de violência semelhante, também terrenamente visível. Não é necessário que esse ato se apresente exatamente na mesma forma da ação de outrora, mas terá de ser necessariamente violento, já que foi com essa característica que a pessoa agiu outrora.
Se considerarmos que a história conhecida da humanidade não passa de uma sucessão de guerras, revoluções e crimes de toda ordem, onde pessoas e também animais foram atingidos com violência, não nos causará surpresa o acúmulo constante de toda a sorte de acidentes agora, onde pessoas são feridas ou mortas com violência, como efeitos da aceleração dos acontecimentos no Juízo.
Incêndios, explosões, acidentes industriais, rodoviários, aéreos, etc. são conformações terrenamente visíveis que atingem de modo violento pessoas que têm o carma para isso. É impossível, na época de hoje, alguém sofrer qualquer dano sem ter uma responsabilidade pessoal nisso.
Naturalmente, se uma pessoa atravessa uma avenida movimentada sem olhar para os lados, ela pode muito facilmente morrer atropelada, sem que necessariamente tivesse um carma para isso. Mas então ela foi negligente, e sofreu as consequências disso; portanto, permanece a sua responsabilidade pessoal e integral pelo acontecido. É a mesma situação de uma dona de casa que displicentemente esquece o ferro ligado em cima da tábua de passar ou de um motorista que se recusa a usar o cinto de segurança. Com esses atos negligentes as pessoas abrem brechas em sua segurança, por conta própria, que podem trazer a elas prejuízos materiais ou físicos. Todavia, a culpa pelo que as atingiu é, também nesses casos, somente delas.
Mas as grandes tragédias humanas que se sucedem em nossa época são efeitos retroativos de carmas pessoais e coletivos, que agora chegam à efetivação em escala jamais vista, pela pressão aumentada do Juízo Final.
São tragédias de grandes proporções, cujo número aumenta continuamente, e que frequentemente são acompanhadas de qualificativos como: “o maior acidente ferroviário dos últimos 20 anos”, ou “o maior incêndio florestal da história do país”, ou “a mais violenta explosão registrada até hoje”, e assim por diante. Cada ser humano é atingido na medida exata de sua contribuição para o desencadeamento dessas tragédias, independentemente de sua posição social ou do conceito que ele mesmo ou outrem possam ter dele. O fogo que destruiu uma favela inteira no Estado de São Paulo há cerca de dez anos tinha o mesmo poder de destruição daquele que arrasou Malibu há algum tempo atrás. (1)
Em todo o século XIX foram registrados 12 grandes incêndios, que acarretaram 5.310 mortes. No século XX, de janeiro de 1900 a abril de 1996, já haviam sido registrados 118 grandes incêndios, com 11.802 mortes, das quais 2.070 ocorreram nos últimos dois anos. Nos primeiros 40 anos do nosso século (1900 a 1939) houve 17 grandes incêndios; nos 40 anos seguintes (1940 a 1979) houve 69 grandes incêndios.
Vamos acompanhar, em largos traços, alguns aspectos mais significativos em relação aos últimos grandes incêndios ocorridos no mundo:
Em fins de 1997, o coordenador do Programa de Florestas do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) Jean-Paul Jeanrenaud, afirmou que “1997 será lembrado como o ano em que o mundo pegou fogo.” Essa opinião também era partilhada pelo Centro de Pesquisas Woods Hole, nos Estados Unidos, que publicou um estudo afirmando que em 1997 as regiões florestais do mundo sofreram mais queimadas do que em qualquer outra época.
De acordo com um relatório publicado pelo WWF, as queimadas na Amazônia brasileira aumentaram em 1997 mais de 50% em relação a 1996. Em 1997 o fogo destruiu também vastas áreas de Papua-Nova Guiné, Colômbia (mais de 7 mil incêndios florestais), Peru, Tanzânia, Quênia, Ruanda, Congo e ainda outros países africanos, além de queimar parte do sul da Europa e das florestas temperadas da Austrália, Rússia e China.
Jean-Paul Jeanrenaud resumiu assim a situação: “Estamos criando um círculo vicioso, em que o crescimento do fogo é tanto um resultado das mudanças climáticas quanto um fator contribuinte para estas mesmas mudanças.”
Em março de 1998, um incêndio colossal, incontrolável, atingiu o Estado de Roraima, no norte do Brasil. Foi o maior incêndio da história na floresta amazônica. Fazendas, lavouras, aldeias indígenas e parte de uma reserva florestal foram atingidos, incontáveis animais silvestres morreram. “Parecia o fim do mundo, muita gente perdeu o que tinha, até gato e cachorro”, disse um morador.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora a Amazônia através de imagens de satélite, não sabia avaliar a extensão dos danos porque não dispunha de boletins naqueles meses, quando normalmente chove muito na Amazônia. Pelas estatísticas, seria altamente improvável haver incêndios na região entre os meses de dezembro e maio, o chamado inverno amazônico… Na mesma época irromperam vários incêndios nas florestas da Venezuela e da Guiana. Em abril, o fogo em Roraima já havia devastado uma área maior do que a Bélgica, e só foi extinto por uma chuva providencial.
Muitíssimos outros incêndios além dos mencionados acima, ocorridos nesse período em várias partes do mundo, sequer foram noticiados, ou apenas em seus países de origem, apesar de sua gravidade. No Brasil, por exemplo, na semana de 11 a 17 de agosto de 1995, os satélites Noa registraram um total de 43.723 pontos de fogo em todo o território nacional, um aumento de 150% em relação à semana anterior, que já havia sido considerado alto. Ainda em agosto, uma imagem do satélite Goes-8 mostrava uma nuvem de 7 milhões de quilômetros quadrados cobrindo toda a região amazônica, em decorrência dos incêndios na região. Em 3 de setembro daquele ano o INPE registrava precisos 60.988 focos de incêndio na área.
Da mesma forma que os incêndios, as explosões se caracterizam pela violência e, como aqueles, também têm aumentado ao longo do tempo, tanto em quantidade como em intensidade.
Entre 1910 e 1996 foram registradas 85 grandes explosões em todo o mundo, das mais variadas causas, as quais deixaram um saldo aproximado de 15.900 mortes. Nos primeiros 50 anos do século XX (1900 a 1949) ocorreram 21 grandes explosões. Nos 40 anos seguintes (1950 a 1989) foram registradas 51 grandes explosões.
A seguir, as principais explosões registradas ultimamente e as suas consequências:
Em abril de 1995 houve uma gigantesca explosão num gasoduto da Rússia, que acabou por incendiar uma floresta. A tripulação de um avião japonês que sobrevoava a região disse ter visto chamas subindo a até 6 mil metros de altura, e um funcionário do Departamento de Estado dos EUA (Ministério das Relações Exteriores) disse que uma bola de fogo fora detectada por um satélite.
Na Coréia do Sul, a explosão de um gasoduto na cidade de Taegu matou pelo menos 103 pessoas e deixou outras 200 feridas; vários veículos, entre eles alguns ônibus, foram lançados dentro de uma cratera aberta para as obras do metrô. (2) No Brasil, uma fábrica de pólvora que abastecia as Forças Armadas explodiu, matando 7 pessoas e ferindo 15.
Em julho de 1995, um paiol de armas da Marinha do Brasil foi pelos ares no Rio de Janeiro, “na maior explosão já registrada em território brasileiro.” O barulho e os tremores foram sentidos num raio de 50 km do local da explosão.
Segundo reportagens da época, um cogumelo de fumaça e fogo ergueu-se a 300 metros de altura e uma chuva de fuligem caiu sobre a Ilha do Governador. O pipocar de morteiros podia ser visto em Niterói, do outro lado da Baía de Guanabara. Estima-se que o deslocamento de ar causado pela explosão tenha atingido 600 km/h.
Grandes incêndios e explosões continuarão atingindo várias localidades em todo o planeta nos próximos anos, num ritmo sempre crescente. Trazem de volta aos seres humanos atingidos o retorno de suas ações violentas, ao mesmo tempo que agem como elementos purificadores na última fase do Juízo Final.