A cada ano dezenas de milhares de pessoas morrem em acidentes automobilísticos em todo o mundo, e outras centenas de milhares ficam feridas.
Nos Estados Unidos, o número de mortos anualmente no trânsito urbano e nas estradas é equivalente ao total de soldados americanos mortos em toda a guerra do Vietnã. Uma estatística do ano de 1993 nesse país mostrava que do total de mortes ocasionadas por todos os tipos de acidentes, 46% eram devidas a acidentes automobilísticos. O número de mortos em acidentes de carro superava em 60% o total das vítimas de homicídio.
No Brasil, morrem anualmente cerca de 25 mil pessoas no trânsito. Em números absolutos, a quantidade de vítimas fatais em acidentes cresce continuamente: na década de 60 houve um total de 51.125 mortos, na década de 70 esse número subiu para 139.689 mortos e na década de 80 registrou-se 229.254 mortos. Entre 1992 e 1995, o número de acidentes nas rodovias federais do país aumentou 50,4% , o número de feridos cresceu 38,2% e o número de mortos registrou um crescimento de 21,4%.
Apesar desse aumento contínuo no número de acidentes e vítimas, as estatísticas demonstram também que, em termos relativos, o número de mortes em acidentes têm caído ao longo do tempo. Um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Trânsito do Brasil mostra que o número de vítimas fatais para cada grupo de 10 mil veículos apresenta uma inequívoca tendência de queda a cada ano. Além disso, enquanto o número de acidentes cresceu nove vezes entre as décadas de 60 e 80, o número de vítimas fatais aumentou, no mesmo período 4,5 vezes. Até mesmo o número de acidentes apresenta tendência de queda, quando comparado com o aumento da frota de veículos. Os gráficos a seguir ilustram o exposto:
Que podemos concluir desses dados e gráficos? Que o aumento do nível de segurança dos carros ao longo do tempo e as várias campanhas de trânsito foram efetivamente capazes de reduzir os acidentes evitáveis de trânsito.
O uso do cinto de segurança, aliado a vários outros dispositivos que equipam os carros modernos, como freios que não deixam as rodas travarem, barras para proteção contra choques laterais, bolsas que se inflam automaticamente no momento do impacto protegendo os ocupantes, apoios para a cabeça, luz traseira de advertência, etc., além das campanhas para se dirigir corretamente, tudo isso permitiu que muito mais pessoas sobrevivessem aos acidentes de trânsito e até que o número de acidentes caísse, em termos relativos, ao longo do tempo.
Essa constatação é válida no mundo todo. De acordo com a Administração Nacional de Segurança de Tráfico, órgão do Departamento de Transportes dos Estados Unidos, o uso do cinto de segurança salvou 5.226 vidas no país em 1992, numa média de mais de 14 por dia. Os riscos de ferimentos graves foram reduzidos em 45% a 55% com o cinto de segurança.
Contudo, isso não significa que pessoas que tenham em si o carma de se ferir ou mesmo morrer num acidente, tenham escapado disso através do crescente desenvolvimento tecnológico dos veículos ou de práticas mais conscientes de dirigir. Essas pessoas sofrerão um acidente de qualquer maneira (não necessariamente dirigindo um automóvel), o qual terá a gravidade prevista de acordo com aquilo que ela mesma gerou para si, em virtude de uma ação má anterior, e também de acordo com o seu atual estado anímico.
No entanto, se alguém entra num carro, não coloca o cinto de segurança e acaba batendo num poste, tal pessoa vai com certeza se ferir gravemente e pode até morrer. Ora, como ela deliberadamente deixou de usar um equipamento específico de segurança, cuja finalidade é justamente proteger o usuário em caso de acidentes, ela foi negligente com a sua atitude, e portanto é culpada das consequências do acidente que sofreu. Da mesma forma, ninguém pode avançar confiantemente um sinal vermelho ou dirigir a 160 km/h numa estrada apenas porque está convencido de não ter o carma para sofrer um acidente de carro. Com essa atitude inconsequente tal pessoa já se torna culpada, de antemão, por qualquer coisa que lhe aconteça.
Os dispositivos de segurança e as técnicas de direção defensiva podem, portanto, reduzir todos os acidentes que não precisariam mesmo acontecer, mas jamais impedirão a efetivação automática de um carma. É dessa forma que devemos ver a redução em termos relativos do número de vítimas nas estradas.
Em termos absolutos, porém, o número de acidentes e de mortes permanece muito alto. Isso significa que mais e mais pessoas acabam encontrando na forma de acidentes automobilísticos o retorno de suas ações de outrora. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sobre acidentes de carro procurou estabelecer quantos eram devidos à maneira imprópria de dirigir e quantos aconteciam sem que o condutor tivesse cometido nenhuma infração de trânsito. O resultado está na tabela abaixo:
Infrações de Trânsito |
Acidentes com Vítimas Fatais | Acidentes com Vítimas Não Fatais | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Área Urbana | Área Rural | Total | Área Urbana | Área Rural | Total | |
Com | 54,7% | 59,4% | 57,7% | 74,3% | 69,6% | 72,7% |
Sem | 45,3% | 40,6% | 42,3% | 25,7% | 30,4% | 27,3% |
Comparando-se, por exemplo, os acidentes ocorridos em área urbana, verifica-se que 25,7% dos acidentes com vítimas não fatais aconteceram sem que o motorista tivesse cometido uma infração de trânsito. Já nos casos com vítimas fatais, esse percentual sobe para 45,3%. Ou seja, muitas pessoas têm, necessariamente de sofrer um acidente ou mesmo uma morte violenta e não escapam disso, mesmo tomando todas as precauções terrenas para evitar um acidente.
Ninguém poderia, por exemplo, considerar como tendo sido mera obra do acaso, ou simples fatalidade, a fortíssima “tempestade de poeira” que atingiu uma região da Califórnia em novembro de 1991, e que foi apontada como a causa de um engavetamento de 104 veículos, em que morreram 17 pessoas. Ou então a repentina neblina que se formou numa estrada da Bélgica em fevereiro de 1996, responsável por uma colisão de cerca de cem veículos e 14 mortes. Nas palavras de um motorista, “a estrada estava limpa, e de repente desceu um denso nevoeiro, como um muro…”
Como exemplo contrário, de acidente ocasionado por negligência e imprudência, podemos mencionar principalmente “a 2ª parte” de um engavetamento gigantesco ocorrido na Itália, em fevereiro de 1996. Inicialmente cerca de 200 carros se envolveram numa batida na estrada que liga Verona a Vicenza. Os veículos que vinham em sentido contrário começaram a diminuir a velocidade para ver o acidente, e acabaram com isso causando um novo choque coletivo. Cem carros ficaram engavetados nesse sentido.
Como em tudo o mais, o grande número de acidentes e mortes nas estradas, em termos absolutos, decorre da intensificação das ações de retorno, decorrência da pressão cada vez maior do Juízo Final.
As outras estatísticas disponíveis referentes aos acidentes de trânsito não são menos significativas: (1)
As pessoas que sofrem acidentes dentro de coletivos têm carmas semelhantes, por isso a tragédia as atinge de forma igual. Nos últimos anos houve graves acidentes envolvendo ônibus em várias partes do mundo, como Inglaterra, Paquistão, Índia, Brasil, México, Peru e Espanha. Na Índia, não são raros os acidentes com ônibus que despencam de desfiladeiros: só em 1997 foram três acidentes deste tipo e em abril de 1998 havia ocorrido mais um.
Ocorreram também vários acidentes com ônibus que causaram a morte de pessoas de mesma nacionalidade, ou que pertenciam todas a uma mesma entidade. Alguns exemplos: no Brasil, em outubro de 1995, morreram 21 adeptos da doutrina Racionalismo Cristão, (3) que se dirigiam de São Paulo ao Rio de Janeiro para prestigiar o lançamento de um livro intitulado “Perspectivas da Inteligência Universal”. Na Espanha, em fevereiro de 1996, um carro se chocou contra um ônibus que transportava 58 passageiros de um grupo de Testemunhas de Jeová; o acidente causou a morte de 29 pessoas e ferimentos em 18, tendo sido considerado “um dos mais graves dos últimos tempos no país.”
Em outubro de 1997, um ônibus que transportava marroquinos na França caiu de uma ponte em Marselha e matou 13 ocupantes. No mesma época, 30 integrantes de um partido político da África do Sul morreram carbonizados quando o ônibus em que viajavam se chocou contra um caminhão-tanque. Em abril de 1998, na África do Sul, um engavetamento envolvendo cinco veículos matou 31 pessoas, 23 das quais eram estudantes que viajavam num ônibus escolar.
As características de um grande acidente ocorrido no Brasil em dezembro de 1995 foram tais, que cada um pode perceber que tragédias desse tipo jamais podem acontecer por acaso: o acidente teve início quando um caminhão bateu na lateral de uma carreta que estava parada no acostamento da estrada. Ao voltar à pista, desgovernado, o caminhão foi atingido por trás por um caminhão-tanque carregado de gasolina. Ambos os veículos atravessaram o canteiro central da rodovia e bateram de frente com um ônibus que vinha em sentido contrário. Com o choque, o caminhão-tanque explodiu e todos os veículos pegaram fogo. Vinte pessoas morreram carbonizadas.
Em maio de 1997, numa via expressa da cidade de São Paulo, uma defensa metálica para proteção contra batidas soltou-se dos parafusos ao ser atingida por um veículo e matou o motorista. Em julho, um caminhão-tanque transportando 5 mil litros de gasolina e 10 mil litros de óleo diesel passou ao lado de uma carreta carregada com 14 toneladas de nitrato de amônia, que estava parada porque um dos pneus se incendiara. Ambos os veículos explodiram e abriram uma cratera de 15 metros de diâmetro por 4 metros de profundidade, matando 17 pessoas que se achavam nas proximidades.
Mais um exemplo de conformação de circunstâncias para o desencadeamento de um acidente: no Paquistão, em janeiro de 1998, 60 pessoas morreram quando o ônibus em que viajavam bateu num caminhão carregado com 40 mil litros de combustível, que já estava em chamas depois de haver colidido com um outro caminhão de grande porte.
Só existe uma maneira de graves efeitos retroativos serem atenuados e não atingirem tão dolorosamente o ser humano, seja através de doenças, aflições de alma ou acidentes de todos os tipos. E essa maneira consiste na mudança de sua sintonização interior, passando a viver de modo certo, conforme é da Vontade do Criador. Outra possibilidade não há.
De acordo com Raimundo F. de Oliveira, autor do livro Seitas e Heresias:
“O Racionalismo Cristão diz esposar uma doutrina revolucionária, no sentido moral e espiritual, de caráter essencialmente racional e científico, condizente com a evolução dos tempos, capaz de pregar e conduzir, com segurança, uma nova humanidade pelos caminhos do futuro, da supercivilização do próximo milênio; civilização esteada no avanço da ciência e da tecnologia, mas esclarecida e humanizada pela filosofia espiritualista, baseada em Força e Matéria.”
Segundo consta numa publicação dessa entidade (Racionalismo Cristão, pág. 104), a suposição de um Julgamento Divino é “pura invencionice”. Voltar