A Abrangência das Parábolas do Mestre

O Amigo Necessitado

“Quem dentre vós, se tiver um amigo e for procurá-lo no meio da noite dizendo: ‘Meu amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e nada tenho para lhe oferecer’, e ele responder de dentro: ‘Não me importunes; a porta já está fechada, e meu filho e eu estamos na cama; não posso me levantar para dá-los a ti’; digo-vos, mesmo que não se levante para dá-los por ser amigo, levantar-se-á ao menos por causa da sua insistência, e lhe dará tudo aquilo de que precisa.”

(Lc11:5-8)

Nessa parábola, a insistência destacada equivale à perseverança. O ensinamento é de que o ser humano tem de perseverar na busca do que almeja, mesmo se as condições terrenas lhe forem momentaneamente desfavoráveis. Não deve desanimar se encontrar portas fechadas aqui e ali, quando se deparar com negativas sucessivas daqueles que hoje dispõem do poder terrenal. Se sua reivindicação for justa e sobretudo útil para o seu desenvolvimento, acabará obtendo o que deseja por efeito da Lei do Movimento.

A Criação oferece aos seres humanos sempre uma mesa fartamente posta, da qual eles podem se servir quando se movimentam de maneira certa dentro das leis que a sustém. Essa maneira certa não é o exigir egoístico, mas sim o tomar agradecido, como hóspedes benquistos, fazendo uso das faculdades do espírito. Quem persevera nessa maneira correta de agir sempre acabará obtendo tudo o que deseja, porque os seus próprios anseios serão legítimos, provenientes do íntimo, e as leis auto-atuantes cuidarão de atendê-los.

Essas dádivas assim conquistadas sempre trarão consigo possibilidades de gerar ainda novas e benfazejas dádivas, porque não foram adquiridas para deleite egoístico, como requer o raciocínio, mas sim para bênçãos de outros seres humanos, portanto com uma finalidade altruística, como é natural nos anelos de um espírito não atrofiado.