“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos Céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar os que estão entrando.”
(Mt. 23.13)
A época dos falsos profetas! Quantas vezes já não se ouviu esta frase, relacionada ao tempo presente. A esse respeito, as pessoas têm excepcionalmente razão!
Todas as lideranças das inúmeras formas de religião e tendências filosóficas, cujas doutrinas não tenham como base a Verdade, assim como todos os “mestres” dos movimentos místico-ocultistas, fazem parte do grupo de falsos profetas. Nunca houve tantos deles como agora.
A eles se junta o grupo dos apaziguadores, cuja missão é manter a humanidade dormindo espiritualmente, retirando cuidadosamente do seu caminho qualquer coisa que possa inquietá-la. Não são necessariamente representantes de alguma religião, mas, principalmente, diversos cientistas e “especialistas”, que costumam colocar “panos quentes” em todos os acontecimentos abaladores por que passa a Terra e a humanidade, sejam terremotos, maremotos, furacões, alterações climáticas, epidemias, miséria, violência, crises econômicas, inquietação e angústia íntimas, etc. Todos esses acontecimentos, que são avisos insistentes da nossa época, assim como a intuição bem clara de muitos sobre “algo” que está para vir, são por eles convenientemente explicados em termos tranquilizadores ou simplesmente ignorados, quando não menosprezados.
A revista Veja de 25 de março de 1992 trouxe uma matéria sobre o livro “Fim de Século”, do americano Hillel Schwartz. Transcrevo abaixo as considerações daquele autor sobre a condição humana:
“Uma raça de bobos. É nisso que a humanidade se transforma sempre que o calendário aponta para os últimos anos de cada século. Como marionetes de duas faces, ou como o deus romano Jano – o que olhava para dois lados ao mesmo tempo – os cidadãos se regozijam com os prenúncios de uma ‘nova era’ e, ao mesmo tempo, têm explosões de melancolia, dividem-se entre a doce tristeza do fim e as promessas incertas do recomeço. Ocorre que esse pequeno alvoroço que ocorre de 100 em 100 anos constitui para a própria humanidade uma ilusão teatral irresistível, uma espécie de conto-do-vigário em que todo mundo cai com prazer.”
Aqui um comentário da revista: “No longo capítulo que trata do século XX e da forma como a humanidade olha hoje para o ano 2000, Schwartz explica que, por civilizado, o homem de hoje não está a salvo de ser enredado por profecias catastróficas semelhantes às do passado, como a das possíveis tragédias causadas pelo buraco na camada de ozônio da atmosfera ou do rompimento da cadeia alimentar marinha causada pela pesca do kril na Antártida.”
Relatos desse tipo são como antolhos oferecidos à humanidade, para que ela possa continuar deslizando seguramente para baixo, com renovada tranquilidade, livre de sobressaltos incômodos.
Reproduzo a seguir meu comentário a respeito do citado livro, não publicado pela revista:
“Contrariamente ao que afirma o Sr. Hillel Schwartz em seu livro ‘Fim de Século’, a humanidade não se transforma numa raça de bobos a cada final de século. O que ocorre é que as pessoas trazem em si, inconscientemente, o saber de que não poderão fugir de um Juízo Universal, cuja notícia todos os povos receberam em épocas bem determinadas, tendo sido alertados através de profecias ou de relatos de videntes especialmente agraciados para isso. E esse acontecimento se dá agora, em nossa época. Nós já estamos no Juízo Final. Nunca, em tempo algum da história humana houve um acúmulo tão grande de catástrofes naturais, alterações climáticas, perturbações atmosféricas, doenças, etc. Só não percebe isso quem realmente não quer, como é o caso do Sr. Hillel Schwartz, que prefere escarnecer disso com a política do avestruz. Seu livro presta um grande desserviço às pessoas que, indolentes, se deixam levar por suas idéias. Pessoas que poderiam, observando mais atentamente os acontecimentos de nossa época, sentir ainda o indispensável impulso para a busca da Verdade, logrando obter assim a sua própria salvação.”
Não são apenas livros desse tipo que servem para manter as pessoas dormindo. Qualquer comentário no intuito de tranquilizar os seres humanos a respeito das graves advertências do Juízo, que se manifestam hoje principalmente através de tragédias humanas e catástrofes da natureza, longe de poder ajudá-los, contribuem para que percam a última possibilidade de salvação, o último lapso de tempo que lhes resta para acordarem do seu sono de chumbo.
Outro exemplo: Em setembro de 1997, quando o mundo se deu conta de estar frente ao maior “El Niño” já visto (ver detalhes no Capítulo 4 – tópico Clima), um cientista, doutor em meteorologia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, publicou num jornal brasileiro de grande circulação um artigo intitulado “A Demonização do El Niño”. São dele essas palavras:
“A excessiva demonização do El Niño pode fazer perder de vista o que ele realmente é na realidade, ainda que espetacular por seus efeitos: uma variação absolutamente natural do sistema climático do planeta, que existe há dezenas de milhares de anos e continuará a existir. Longe de considerá-lo um 'El Diablo', o melhor é aprender a conviver pacificamente com ele. Ainda mais quando a ciência permite uma razoável previsão do fenômeno e de seus efeitos. É o que se espera de uma sociedade que usa com inteligência o conhecimento científico disponível e que sabe observar a natureza e conviver com ela.”
Abaixo, a minha contestação, por coincidência também não publicada:
“Absolutamente inoportuno, para dizer o mínimo, o artigo intitulado 'A Demonização do El Niño'. São posições como essas, falsamente tranquilizadoras, que contribuem para manter a humanidade dormindo no aconchego de sua indolência espiritual. Seria interessante saber do Sr. Carlos se ele também considera 'absolutamente naturais' os efeitos catastróficos do El Niño de 82/83… Acontecimentos extraordinários como o El Niño são exortações gravíssimas da natureza, e as alterações climáticas decorrentes constituem revides à ação humana desagregadora do meio ambiente. Essas catástrofes deveriam ser suficientes para que pelo menos uma parte da humanidade acordasse ainda em tempo, e voltasse a viver de modo sadio e útil na Criação. Mas, infelizmente, a maioria dos seres humanos aceita placidamente qualquer lenitivo científico que os desobriguem de pensar por si mesmos. Preferem continuar dormindo, embalados por cantilenas intelectivas, enquanto o mundo rui à sua volta.”
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por sua vez, quer declaradamente evitar a visão apocalíptica do terceiro milênio. Segundo o presidente daquela entidade “a passagem do milênio não deve suscitar atitudes fatalistas.” Em Roma, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, presidente da “Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé” (denominação atual do antigo “Santo Ofício”, eufemismo que substituiu a Inquisição de 1908 a 1965), reafirma que a 3ª Mensagem de Fátima não será divulgada, apesar de, segundo ele, “tratar de fé”. O cardeal esclarece também que a 3ª Mensagem de Fátima não se refere ao futuro e nem ao clero. (1)
Tranquilizantes receitados por médicos podem causar dependência física; tranquilizantes para a alma, porém, acarretam a destruição do espírito!
O escritor russo Leon Tolstoi já havia percebido, no século passado, a indiscutível tendência das pessoas de não querer encarar a realidade. O trecho transcrito abaixo é de seu famoso romance “Guerra e Paz”, escrito entre os anos de 1865 e 1869, e que retrata a sociedade russa na época das guerras napoleônicas:
“Quando o inimigo [as forças napoleônicas] se aproximavam mais e mais de Moscou, a atitude dos habitantes da cidade, com relação à sua condição, não foi de maior seriedade e preocupação; pelo contrário, eles se tornaram mais frívolos, como sempre acontece com as pessoas, quando vêem aproximar-se delas um grande perigo. Sempre que um perigo se aproxima, o homem ouve duas vozes, igualmente fortes, em seu interior. Uma delas, sensata, lhe diz para levar em conta a natureza do perigo e procurar evitá-lo. A outra, ainda mais fundamentada, afirma que lhe será muito difícil e penoso pensar no perigo, já que não está nas mãos do homem resolver tudo e escapar da marcha geral dos acontecimentos; portanto, o melhor a fazer é ignorar esse problema penoso, enquanto ele não chega, e pensar apenas no que é agradável. Quando um homem está isolado, ele sempre dá ouvidos à primeira voz, mas, em sociedade, à segunda. E foi o que aconteceu com os habitantes de Moscou. Há muito tempo não se via em Moscou tanta alegria e divertimento como naquele ano.”
Também os falsos profetas não ficam atrás em sua obra devastadora. Aqui a arma principal é a mentira. E, novamente, são atingidos por essa arma todos os que são fracos no espírito, isto é, preguiçosos, que não se animam em analisar com objetividade tudo com que se deparam.
Com um mínimo de vivacidade espiritual poder-se-ia reconhecê-los facilmente. Nenhum deles fala sobre a necessidade de as pessoas esforçarem-se pessoalmente para o bem. Como esforço próprio eles entendem, no máximo, engajamento em rituais místicos, contribuições monetárias, orações e mantras recitados mecanicamente e, também, cumprimento de promessas…
Como é deprimente, por exemplo, ver um ser humano mortificar o seu corpo, na ilusão de com isso agradar o seu Criador. Como se Ele consentisse mercadejar Suas graças, e ainda através de jejum, andar de joelhos, carregar pesos e tantos outros disparates oriundos da vaidade fantasiosa, fomentada pelo raciocínio torcido. E o ser humano prefere realmente sujeitar-se a tais coisas ao invés de tomar uma única e firme resolução de se modificar para o bem, o que unicamente seria de proveito para ele.
“Farão prodígios, e seduzirão milhões!”
Essa advertência bíblica sobre os falsos profetas é claríssima. E não é isso mesmo o que se assiste diariamente? Mas os prodígios que eles fazem, ou que dizem fazer, vêm todos de encontro às fraquezas humanas: curas milagrosas de doenças, iniciação nos mistérios do “oculto”, melhoria das condições terrenas sem esforço próprio, açulamento da vaidade, garantia prévia de um lugar no céu, etc.
Há cultos religiosos em que as pessoas se dizem curadas de enfermidades físicas, durante seu desenrolar, por obra direta de Jesus ou do Espírito Santo. Assim pelo menos crêem e querem fazer crer os que dirigem esses cultos. Há inúmeros relatos disso, o que faz evidentemente crescer o número de adeptos e a influência da respectiva igreja ou seita. Um certo dirigente chegou inclusive a ameaçar quem não se manifestasse de viva voz após uma sessão de cura coletiva: “Milagre não confessado, o diabo anula!”, advertia.
Sem tomar em consideração a possível existência de fraudes em alguns casos, vamos focalizar aquelas situações em que as pessoas agraciadas dão realmente provas de terem sido auxiliadas em suas doenças ou problemas físicos, confessando isto com júbilo e convicção.
Se tais pessoas foram realmente ajudadas, então o mérito é somente delas. Sim, porque ao abrirem suas almas com fé e humildade, implorando sinceramente por alívio de seu sofrimento, elas alcançam com este pedido profundamente sentido uma região da Criação de onde pode advir auxílio. Se suas almas não estão demasiadamente pelo pecado, se a vontade intuitiva for realmente pura, então é possível ancorar-se nela ou em seu ambiente mais próximo algum auxílio verdadeiro, proveniente daquela região. A intercessão verdadeira atua de maneira análoga, mas nesse caso também é necessário que a pessoa a quem é solicitado auxílio esteja apta a recebê-lo; em outras palavras, que em sua alma possa ancorar algo luminoso. Não é difícil compreender que numa alma escura, coberta de pendores, nunca poderá ancorar-se algo de bom. A Justiça perfeita que tudo abrange não admite tal arbitrariedade.
Contudo, as pessoas dos mencionados cultos, que foram ajudadas, acreditam que Jesus operou pessoalmente a sua melhoria, e que isso não teria sido possível sem a intervenção do dirigente do culto. Elas deveriam, ao contrário, elevar seus agradecimentos tão somente ao seu Criador, a Quem unicamente cabe louvor pela perfeição e sabedoria que se manifestam nos efeitos das Leis da Criação.
Certa vez vi um cartaz conclamando para um grande encontro religioso num estádio de futebol. No cartaz aparecia, entre outras coisas, uma foto do dirigente principal do movimento religioso ao lado de uma frase sua. A frase dizia que “Deus teria de se mostrar no Estádio” O tal dirigente acreditava que poderia obrigar o Todo-Poderoso Criador a manifestar-se no estádio, para provar a legitimidade dele, do dirigente. Não sei o que ele se propunha a fazer, mas seja o que for que tenha acontecido de inusitado, de teatral, foi certamente considerado como uma prova da presença divina.
Algumas das atuações dos falsos profetas são tão flagrantemente falsas que as consequências de seus atos mostram-se já pouco tempo depois, deixando clara a verdadeira natureza deles. Alguns exemplos mais notórios:
Observando esses casos tão grotescos, fica difícil compreender como foi possível haver pessoas que se deixassem seduzir por falsos profetas dessa estirpe, que têm esse título estampado nas testas. E não foram uma ou duas pessoas, mas dezenas e até centenas, milhares no caso da seita japonesa.
Os movimentos ditos “apocalípticos” provocam na verdade um dano muito maior do que o revelado quando de seus desmantelamentos. Em primeiro lugar, ao fazerem a pregação do “fim do mundo”, “dos últimos tempos”, do “Armagedon” e assuntos análogos, de forma tão absurdamente errada e ridícula, provocam nas pessoas sensatas uma compreensível repulsa por qualquer menção ao fim de uma era, e consequentemente também de um Julgamento Final. (3)
Essas pessoas tapam então os olhos e ouvidos imediatamente diante de qualquer coisa que lhes pareça ter um ar escatológico. Pondo tudo numa panela só, elas não poderão, evidentemente, verificar com imparcialidade se no meio de toda essa tolice existe algo que se coadune com a Verdade. As trevas obtêm dessa maneira a vitória que realmente lhes interessa: a de afastar os seres humanos de qualquer pensamento a respeito do Juízo Final, fazendo com que eles, em virtude dessa negligência (que não deixa de ser também indolência), acabem se perdendo.
E este processo já vem de longa data. Segue abaixo um relato cronológico das maiores sandices já divulgadas a respeito do “fim do mundo” e assuntos análogos:
Apesar dos fracassos pregressos, os movimentos escatológicos atuais ainda desfrutam de uma certo interesse quando fazem acertadamente menção ao incremento contínuo de catástrofes e tragédias. Como esses eventos estão de fato aumentando, tanto em quantidade como em intensidade, eles dispõem assim de uma “prova” de que estão no caminho certo…
Mas o pior mesmo é quando, além da divulgação de conceitos errados a respeito do Julgamento da humanidade, apresenta-se conjuntamente um “salvador da calamidade” e/ou “transmissor de novas revelações”. E isso também vem de longe. No apocalíptico ano de 1666, um judeu chamado Shabetai Zevi declarou ser o messias, anunciou que a redenção estava próxima e escolheu doze discípulos para serem juízes das tribos de Israel… Foi entusiasticamente aceito por judeus em todo o mundo. Em 1759, um tal Jacob Frank sugeriu que era Deus encarnado e angariou grande quantidade de adeptos… No início de 1814, uma senhora inglesa de 64 anos, chamada Joanna Southcott, anunciou que estava grávida do Espírito Santo e daria à luz, no dia 19 de outubro de 1814, uma criança divina de nome Shiloh, que seria o segundo messias. Esta data marcaria também o fim do mundo e o Juízo Final. Para convencer os incrédulos, Joana pediu para ser examinada por 21 médicos, dos quais 17 declararam que ela estava realmente grávida. Maurice Chatelain conta o desenrolar do drama: “Então a exaltação religiosa não teve mais limites. Milhares de fanáticos instalaram-se diante da casa onda ela morava e começaram uma longa vigília de orações, na espera do nascimento da criança sagrada que os iria salvar das labaredas do inferno. Muitos deles caíram de cansaço e houve inclusive três que morreram no local. Finalmente veio o dia 19 de outubro, mas o messias não chegou. Chamaram então os médicos, que constataram que Joanna nunca estivera grávida, mas gravemente doente, tanto da cabeça como do corpo. Ela morreu, aliás, dez dias depois, e seus discípulos pensaram que a volta do messias, o fim do mundo e o Juízo Final haviam sido transferidos para mais tarde.”
No nosso século, vários messias já se auto-anunciaram em todo o mundo. No Brasil, há um que se paramenta com o tipo de indumentária que Jesus usava em sua época, afirmando simplesmente ser a reencarnação de Cristo, título que ele rivaliza com um seu colega coreano. Há um outro, morador da cidade de São José dos Campos, que se intitula “filho do homem” e fundou uma seita chamada 'litáurica“ (aura da pedra). Este senhor não teve nenhum pejo em copiar descaradamente vários trechos desse meu livro e incluí-los sem mais nem menos nas suas obras, apresentando tudo como parte integrante da sua ”Palavra". Plágio agora mudou de nome.
Esse tipo de gente, instigados por forças tenebrosas e de forma totalmente inconsciente, procura desviar a atenção de pesquisadores sérios em relação à passagem do Filho do Homem pela Terra (ver capítulo 7). Constituem eles a mais perigosa e dissimulada armadilha das trevas em seu embate final contra a Luz, na tentativa de arrastar com elas o maior número possível de almas na destruição completa que já vislumbram. Por isso é tão necessária a máxima vigilância de que um espírito humano é capaz. O desenrolar progressivo do Juízo está separando automaticamente o joio do trigo, o legítimo do ilegítimo. Quem estiver preso ao ilegítimo e não reconhecê-lo a tempo, será afastado conjuntamente.
Os casos mencionados acima a respeito dos falsos profetas são os mais escabrosos. A maioria deles, porém, não se mostra de forma assim tão clara. Atuam dissimuladamente, na maior parte das vezes sob a aura de benfeitores da humanidade. É o caso, por exemplo, dos grandes escritores de livros sobre ocultismo e coisas afins. Que eles conseguem cumprir a sua missão com admirável eficiência atestam as listas dos livros mais vendidos, invariavelmente repletas de títulos esotéricos.
Um desses escritores famosos ostentava, no início de 1998, a cifra de 20 milhões de livros vendidos em 74 países. Um outro autor vendeu, em quatro anos, 1,8 milhão de exemplares de um livro de auto-ajuda. Na esteira vieram vários outros gurus, como um que já publicou dez livros e fatura 1,4 milhão de dólares por ano. (4) Um dos autores mais festejados do momento especializou-se em “terapia de vidas passadas”. Seus livros são responsáveis por 25% do faturamento da Editora, e a lista de espera para conseguir uma consulta com ele tinha três mil nomes em fins de 1996.
Outro grupo de falsos profetas bastante em voga é o dos “videntes”. Só no Brasil há cerca de trezentos com a capacidade auto-declarada de ver Nossa Senhora. Pode-se imaginar o sucesso que fazem. Um deles, que tem seu campo de atuação próximo à cidade de Fortaleza, costuma pedir à multidão que o acompanha, quando está em comunicação com a Virgem Maria, para que olhem o Sol, onde se pode ver os sinais divinos. Cerca de dez mil pessoas fixam então os olhos no Sol, e dali a poucos segundos já tem gente vendo o trono de Nossa Senhora, fachos de luz coloridos, dois sóis, uma lua e até a própria imagem da santa. A comoção cresce até explodir em aplausos. Só alguns poucos mostram coragem bastante para confessar que não viram nada, além de manchas impressas na retina pela luz solar. Alguns ufólogos da região explicam que ET's haviam feito um cortejo em homenagem à Nossa Senhora…
Na cidade paulista de Araraquara, 80 pessoas seguiram as orientações de um vidente e também olharam para o Sol, na expectativa de ter uma visão de Nossa Senhora da Rosa Mística. Resultado: 16 incautos com lesões na retina com perda de até 40% da visão. Um outro vidente, que atua no Rio de Janeiro, informa para quem quiser saber que a voz da Virgem Maria é mais linda que a de Roberto Carlos. Um padre de Belo Horizonte, professor de Teologia, diz que Nossa Senhora criou uma ciência nova, chamada “mariologia política”; isso porque as mensagens da virgem têm “conotações políticas”. (5)
Poderiam ser descritos centenas, talvez milhares de casos semelhantes, sobre o atuar dos falsos profetas. Mas não é necessário. Cada qual poderá reconhecê-los, se apenas quiser realmente. Para isso cada um dispõe da sua intuição, que não falha porque é a voz do espírito. A intuição, porém, tem de estar livre das ponderações do intelecto, caso contrário o ser humano tomará decisões baseado no que imagina ser a sua intuição, quando na verdade o que ele percebeu foram as considerações do seu próprio raciocínio.
O ser humano tem de libertar-se de tudo quanto tenta desviá-lo do caminho certo. Agora, no Juízo Final, isso representa para ele vida ou morte! Significa poder permanecer nesta Criação, ou ter de sucumbir no Juízo!
Os falsos profetas e apaziguadores não são necessariamente servidores conscientes das trevas. Ao contrário. A quase totalidade deles se consideram imbuídos dos mais elevados propósitos, encarregados de uma missão divina, acreditando realmente estarem auxiliando a humanidade com suas atuações. Eles servem inconscientemente as trevas, e apresentam-se como lutadores em prol da Luz.
O que eles procuram aparentar não deve ser levado em consideração, mas sim o que transmitem. O que eles oferecem tem de ser analisado, e com toda a objetividade e firmeza que uma pessoa é capaz de reunir. Hoje, mais do que nunca, é preciso distinguir pedras de pão.
A maioria das pessoas já se desencantou completamente das promessas de políticos, pois suas mentiras são facilmente constatadas, já que não se efetivam em atos visíveis. Os políticos espirituais também mentem da mesma forma, porém suas mentiras dizem respeito ao âmago do ser humano, ao próprio espírito, e por isso só podem ser percebidas por aqueles que mantêm viva a voz de seus espíritos, a intuição.
O leitor deixe sempre a intuição falar quando se defrontar com algo que diga respeito à sua vida espiritual, pois a esse respeito não se pode ser negligente.
Um arremedo risível da Terceira Mensagem de Fátima foi “divulgado” tempos atrás pela cúria romana, suficiente para continuar mantendo dormindo qualquer fiel espiritualmente indolente.
A Terceira Mensagem de Fátima trata, sim, do futuro da humanidade e faz uma menção explícita à Igreja. Ao leitor que quiser conhecer o seu teor, indica-se a obra O Livro do Juízo Final, de autoria de Roselis von Sass. Voltar
Um desses movimentos apocalípticos oferece aos fiéis um “Kit-Apocalipse” com 15 itens indispensáveis, entre eles capa e guarda-chuva.
Outro, afirma que Jesus é um E.T., assessorado por um poderoso comandante alienígena, que induz uma apresentadora de programa infantil a se vestir com trajes espaciais. O objetivo é que os terráqueos se familiarizem com isso e não se assustem quando acontecer o desembarque dos ET’s. Voltar