CIDADÃOS GLOBAIS OU DO COSMOS?

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Vivemos na época do abuso do poder por homens que se julgam acima de tudo e de todos, impondo sua vontade de forma tirânica. O que eles pensam que seja a vida? Não querem assumir a responsabilidade, inerente a todos os seres humanos, de construir e beneficiar o mundo em que vivemos para viabilizar a paz, o progresso e a evolução. Configuram um arremedo de seres humanos e estadistas, pois com suas ações e paixão pelo poder, conduzem tudo para o abismo das cobiças e vaidades.

Em todo esse período pós-guerra, com a supremacia do dólar, o que se observou foi a falta de mecanismos para equilibrar a balança comercial e as contas externas, situação que permanece desafiando o equilíbrio do progresso. Globalização e abertura são processos que avançam, mas não deveriam destruir a autossuficiência, arrasando os países deficientes e com baixo preparo da população, e que fazem o papel de fornecedores de matérias-primas e mercado consumidor.

Os países como o Brasil precisam de dólares não apenas para as importações, como também para o turismo para cobrir serviços, juros, royalties, remessas de lucros e dividendos, e devido às exportações de primários serem insuficientes, são atraídos dólares especulativos com taxa abusiva de juros. São mecanismos que o FMI deveria ter examinado e provido uma forma equilibrada para impedir a continuada sangria enfraquecedora, mas principalmente os governantes deveriam evitar a criação continuada de passivos.

Durante décadas o dólar permaneceu totalmente nas mãos dos Estados Unidos. Atualmente vários países dispõem de reservas em dólares, sendo a da China estimada em US$ 3 trilhões, enquanto os Estados Unidos ostentam uma dívida de US$ 19 trilhões. Qual será o futuro monetário internacional?

O presidente Donald Trump quer a reciprocidade do “toma lá, da cá”. Para que haja paz e progresso no mundo tem de haver equilíbrio na balança comercial e nas contas correntes, aspecto descuidado pela maioria dos governantes. O tabelamento de preços é condenado por grande parte dos economistas que, no entanto, não se alarma quando o preço do dólar, mercadoria rara nos países deficitários, fica cotado com preço fixo.

A cobiça pelo poder e dominação gera desconfiança mútua. Para que a democracia possa ser firme é necessário que os povos se pautem pela mesma plataforma de fatos. Porém, para esta ter êxito, deve ser baseada nos fatos concretos das leis naturais da Criação, e não em teorias fugazes criadas pela mente dos homens. Sem alvos comuns de aprimoramento das condições de vida e da espécie humana tudo passa a se basear em opiniões individualistas e tirânicas.

A escola tem uma grave lacuna ao não estimular os estudantes a refletir sobre o mundo em que vivem – o planeta Terra, que foi especialmente dotado para permitir a vida e o desenvolvimento do ser humano. Ela deveria focar a natureza e suas leis, e a nossa responsabilidade em preservá-la, para evitar ou diminuir a destruição ambiental, econômica e social.

Claudia Costin, colunista do jornal Folha de São Paulo, focalizou num artigo os “cidadãos globais”, pois nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, recentemente aprovados pela ONU, inclui-se a ideia de formar jovens para a cidadania global, de forma que a próxima geração possa construir um mundo melhor. Eu particularmente prefiro “cidadãos do cosmos” como uma vez disse Tom Hanks em documentário sobre o Big Bang.

Afinal, de que é feito o corpo dos homens? Diariamente nos abastecemos e sobrevivemos com recursos da natureza. Não é um absurdo lembrarmos e comemorarmos o meio ambiente apenas numa data específica a cada ano? Isso será modificado quando os homens se tornarem seres humanos de qualidade. Os estudantes têm de saber que o planeta Terra foi estruturado para ter as necessárias condições para a vida num colossal processo da natureza, possibilitando o desabrochar do elemento espiritual. Ao longo dos séculos, o homem, com o seu livre arbítrio, passou a fazer escolhas e a tomar decisões que acabaram transformando o mundo num lugar perigoso para se viver, em vez de construir e beneficiar como era esperado. Urge eliminar a ignorância que tem levado os humanos a falhar como nenhuma outra espécie.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TEMPOS DIFÍCEIS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Precisamos cultivar a serenidade. Você vai ao Banco, cai o sistema. Procura a clínica para marcar hora e recebe a informação que saiu do Convênio. Vai à concessionária e é informado que perdeu a garantia porque a revisão anterior do automóvel foi feita com alguns dias de atraso.

No pós-lei Áurea, a mão de obra liberada ficou sem ocupação e sem escola, tendo que se alojar em favelas. Getúlio e Lula se aproveitaram do vazio deixado por seus antecessores. Deram continuidade ao sistema exportador de commodities e “doador de sangue”. As divisas e ganhos, que somavam bilhões de dólares, na maior parte eram remetidos para fora do país, com pouca contribuição para a economia interna. Isso, somado à corrupção, resultou em despreparo e grande atraso.

Vivemos numa época de abuso do poder por homens que se julgam acima de tudo e de todos, impondo sua vontade de forma tirânica, conduzindo tudo para o abismo das vaidades e paixão pelo poder, em vez de construir e beneficiar para a conquista da paz, progresso e evolução.

A situação geral do mundo está complicada, difícil e tende a piorar porque muitas pessoas estão acomodadas, satisfeitas com aquilo em que acreditam sobre a vida e pouco fazem visando renovar e ampliar sua visão para buscar o aprimoramento e a melhora geral.

A situação do Brasil tende a piorar devido à crise política, à roubalheira e ao aumento de déficits e dívidas, pois a geração de dólares pelas exportações de commodities não será suficiente para atender toda a demanda, agravando o desequilíbrio. Está difícil a reversão que leve ao estabelecimento de um projeto de vida sadia que permita preservar os valores duramente conquistados.

No conturbado mundo financeiro, o aumento das reservas da China chama a atenção para os resultados, mas lá o governo mescla economia de livre mercado com capitalismo de Estado, com rigidez na regulamentação geral. Ainda não foi descoberta a fórmula para se praticar isso no Ocidente; possivelmente, qualquer dia chegaremos lá, endurecendo mais a vida.

O Brasil vem sofrendo desgoverno há décadas com sua extravagante política de juros elevados e controle de preços feito com a desestabilização da taxa de câmbio, tornando o país refém do capital especulativo. Estamos voltando ao tempo de exportador de “bananas” e os governantes deixam a coisa rolar; vão gastando e endividando o país, ampliando a sua dependência. A economia brasileira já está bem fragilizada com tanta irresponsabilidade. O povo é de boa fé, acredita nas palavras dos políticos, mas os fatos sempre acabam por desmenti-los. A decepção é semelhante àquela sentida quando se soube da inadequada aquisição da refinaria em Pasadena pela Petrobrás. Para onde vai o Brasil? O que fez a sua população? O que fizeram seus governantes em todos os níveis?

Nossa história econômica é triste e começou em 1822, já com o endividamento para a Inglaterra. Só nos livramos do sistema escravocrata em 1888. Muitas foram as décadas perdidas. Algum avanço foi obtido nos governos de Juscelino Kubitschek e dos militares, como, por exemplo, a criação da Embraer. Mas depois desses períodos, o país ficou estagnado. A partir dos anos 1980 tivemos vários desajustes na taxa de juros, inflação e câmbio, o que levou ao declínio da indústria que, ao contrário, deveria ter se fortalecido com apoio do governo e empenho dos empresários. Apesar dos recursos ofertados pela natureza e da sua vocação pacífica, o Brasil passou a ser um país miserável e inculto. A situação é grave. Se Temer e Meirelles não derem agora uma arrumada no país, que futuro poderemos esperar?

O rumo certo tem de ser alcançado através da boa educação e bom preparo para a vida de todos os cidadãos. A adaptação às leis da natureza é o único meio, pois elas são as leis do desenvolvimento da Criação que expressam a vontade do Criador e têm de ser compreendidas em sua lógica sem lacunas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O PLANO REAL E AS BANANAS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Com base no livro 3000 Dias no Bunker: um Plano na Cabeça e um País na Mão, de Guilherme Fiúza, o filme Real, o plano por trás da história faz uma excursão pela montagem do Plano Real no ano de 1994. Se de um lado a inflação galopante mataria o país caso esta não fosse estancada, de outro, a persistência em manter o Real valorizado aleijou a indústria dando chance ao PT para ocupar o espaço do poder em Brasília. Como estaria o Brasil se não tivesse persistido na rigidez cambial e juros elevados? Talvez o país tivesse quebrado e adotado políticas econômicas adequadas àquelas condições. Talvez a indústria tivesse evoluído gerando bons empregos e Lula não teria tido a oportunidade que surgiu com a bagunça econômica que se criou após a impossibilidade de continuar mantendo o Real valorizado.

Todos os países que se apegaram à âncora cambial se deram mal justamente porque o fluxo de dólares depende principalmente de exportações e financiamentos. Como consequência dos desmandos, o Brasil, com 14 milhões sem emprego, está retornando a condição de exportador de bananas.

A roupa suja atirada no colo dos brasileiros pelos irmãos Batista, expondo manobras corruptas envolvendo o presidente Temer, já deu uma esfriada na queda dos juros, que no Brasil vem sangrando há décadas. Antes do Plano Real a taxa Selic era um assombro: mais de mil por cento; depois ficou próxima a 30%, com taxa de dólar fixa. Será que isso foi decorrente das engrenagens das finanças globais que impunham sua força no financiamento para que os países não quebrassem? A falta de reconhecimento da interdependência entre os povos para um relacionamento equilibrado, e o comportamento desenfreado das cobiças tem arrastado a civilização para o descalabro.

Raramente os gestores públicos se preocuparam com o equilíbrio das contas internas e externas, com a boa educação das novas gerações e com a preservação da natureza. Com displicência, permitiram a sangria da verba pública. As transaçõescorruptas vão de juros, swaps cambiais, controle das estatais, benefícios especiais, obras superfaturadas, privatizações pouco idôneas, que ao contrário, requerem um rígido controle da lisura na idoneidade na transferência dos patrimônios públicos. O Estado jamais deveria se envolver na atividade econômica, pois sua interferência tende para relações espúrias. Sua tarefa deveria ser zelar pela ordem e progresso dos povos, defendendo os interesses da qualidade de vida de sua população, mantendo o equilíbrio nas contas e a autonomia. Mas com o advento do capitalismo de Estado, as coisas estão mudando aceleradamente sem que saibamos onde isso vai dar.

A economia deveria prover os recursos necessários para a subsistência e progresso das populações, mas para isso é indispensável que haja liberdade e responsabilidade. O sistema se desequilibrou devido à busca da maximização dos resultados financeiros. O progresso material e cultural dos indivíduos foi estagnando. O voto é livre, mas a escolha é embaraçada pela falta de preparo dos eleitores e dos eleitos. O dinheiro acumulado gerou poder. O capitalismo de Estado, sem democracia, obteve significativo aumento na produtividade e se ajustou às leis da acumulação exportando, gerando protestos nas regiões onde o número de postos de trabalho sofreu redução. E agora, qual será o rumo que o capitalismo do livre mercado vai seguir?

O presidente Donald Trump confirmou que os Estados Unidos deixarão o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, o qual foiassinado em dezembro de 2015 por 197 países e blocos econômicos. Alguns cientistas não querem entender que na natureza tudo está interligado. A compreensão essencial da existência depende da adaptação às leis da natureza como o meio, pois elas são as leis do desenvolvimento da Criação que expressam a vontade do Criador. Segundo Abdruschin, a ciência da religião e a ciência da natureza têm de ser uma só coisa sob todos os aspectos, numa lógica sem lacunas para transmitir a Verdade.

O rumo certo tem de ser alcançado através da boa educação e bom preparo para a vida. É preciso educar as novas gerações para que se tornem fortes e independentes com a compreensão da natureza, e dessa forma possam causar impactos positivos. Os jovens são dotados de capacidades especiais, mas precisam ser motivados para que desenvolvam seu potencial de forma positiva e adequada, contribuindo para a construção de um mundo mais humano.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

IMPACTOS POSISTIVOS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O paternalismo, dos pais da pátria aos pais dos brasileiros, sempre traz impactos, na maioria das vezes, negativos. É preciso educar as novas gerações para que se tornem fortes, independentes, e para isso esses jovens precisam estar dispostos a aprender e a fazer, na vida e no trabalho. É fundamental valorizar o trabalho. No Brasil os trabalhadores recebem em média 25% do que ganham os trabalhadores dos Estados Unidos; no Chile chega a 50%. Faltam estímulos e equilíbrio entre o que se faz e o que se recebe, caso contrário o país não anda. Está difícil produzir, os concorrentes importados com preços menores avançam, mas reduzem empregos. Devemos examinar atentamente as condições do Brasil e buscar soluções que promovam o progresso. As condições que possibilitam o crescimento dos populistas demagogos têm de ser extirpadas.

O que acontecerá em 2018, o pleito continua incerto. O caixa 2 tem sido a ruína na definição dos vencedores das eleições, desde as municipais até a presidência, e representa uma grande oportunidade para os piores no legislativo ou executivo. O custo é a regressão do Brasil aos seus estágios de república das bananas com seus líderes oligárquicos, demagogos e caudilhistas pensando só em si, no poder e nos seus interesses. Quanto mais sabemos sobre a real situação do Brasil, mais estarrecidos ficamos. O país precisa ser conduzido para alcançar progresso real.

A globalização deveria ser aproveitada no que ela traz de bom, mas é necessário contornar as tendências ao desequilíbrio financeiro entre os povos. Desde Breton Woods a economia do mundo gira em função de dólares. Japão, Coreia do Sul, China e Índia buscaram adequada política cambial e monetária, resultando em produção, empregos e acúmulo de reservas na moeda líder. O Brasil tem feito o oposto no câmbio e juros, e seu passado é de pouco trato na educação e produtividade.

No passado, a moeda forte era a libra. O dólar assumiu o comando na conquista do mundo. O Euro nasceu travado. Árabes e chineses acumulam dólares. O restante vai caindo nos déficits e na falta de rumos que consolidem o país e a economia. O Brasil e outros países permanecem estagnados pela falta de lideranças que tracem rumos apropriados de forma a desmanchar a condição de economias subsidiárias, fonte de commodities e mercado consumidor das sobras do mundo. A população não evolui. Produção e consumo são de baixa qualidade.

A adolescência é a fase fundamental para a definição do rumo. Ela começa quando a criança passa a perceber o mundo e as dificuldades. Atualmente, muitos jovens ficam rodeando sem rumo certo, sem propósitos, incentivados a adquirir vícios. A alma vai entorpecendo como tudo o mais na busca da falsa felicidade, propiciada pelo que é transitório. Às vezes caem no choque da gravidez precoce numa relação sem afinidades. Mas bem orientadas sobre o significado da vida, as novas gerações representam a possibilidade de causar impactos positivos na busca de melhor futuro.

O Brasil é um país continental de grande potencial que está se arrastando sob o peso de suas decisões inadequadas e seus passivos econômicos, sociais e ambientais, perdendo tempo com ninharias e incompetências, enquanto aumenta o desemprego e o retrocesso. As autoridades precisam interromper o avanço das cracolândias, que são territórios livres das drogas e da decadência. O mal já está enraizando, não podemos seguir as pegadas do Rio de Janeiro; a droga está acabando com o futuro do país. Lamentavelmente os jovens estão perdendo a consciência da importância do aprendizado na escola e na vida num mundo em constante transformação.

Para assegurar futuro melhor temos de combater a baixa disposição dos alunos para o aprendizado contínuo. O Brasil precisa mudar de sintonia. O foco deveria ser a busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência para, dessa forma, embasar a atividade econômica. Deveríamos seguir o exemplo do ator Matt Damon, que disse em entrevista que foi criado para pensar que toda pessoa deve causar um impacto positivo no mundo, independentemente do tamanho do seu círculo de influência.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

CAPITALISMO DE ESTADO MAFIOSO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Neste mundo tumultuado por interesses conflitantes, o poder financeiro no livre mercado confronta-se com o poder financeiro do capitalismo de Estado. Nesse meio muitas coisas estão mudando, mas se no livre mercado a liberdade é restrita, no capitalismo de Estado só há deveres, não há liberdade nem direitos com o Estado comandado pelos donos do poder que podem tudo. Pairam incertezas quanto ao futuro.

No Brasil, a tendência é para o capitalismo de Estado mafioso, dominado pela corrupção e acordos espúrios com o dinheiro público. Governo e atividade econômica não deveriam se imiscuir, pois só promovem a corrupção para benefício de poucos e miséria para o restante da população. Os estadistas brasileiros não se dedicaram seriamente ao bem do país. O Brasil estaria em outra situação, mais desenvolvido e com humanidade se tivesse sido administrado por governantes sérios e competentes empenhados na conquista do progresso real. Mas isso se deve, também e infelizmente, pelo despreparo dos cidadãos brasileiros.

Estamos atravessando uma lamentável situação. Qual a saída? Os Congressistas aprovarão eleição direta e irão perder a oportunidade de escolher o presidente ao seu feitio? Mas se for aprovada, quem seriam os candidatos? Os pais da Pátria no Congresso deveriam pensar no bem do Brasil carcomido pela corrupção e bloquear de vez a possibilidade de o país cair no Capitalismo de Estado Mafioso, sem liberdade nem direitos, em que só há negociatas para os membros da quadrilha enquanto a desigualdade social vai levando o país para a ingovernabilidade, acabando de vez com as aspirações das famílias que lutam por um Brasil melhor.

O partido dos cidadãos deve ser o do Brasil. Raramente os gestores públicos se preocuparam com o equilíbrio das contas internas e externas, boa educação das novas gerações e preservação da natureza. As transas corruptas vão de juros, swaps cambiais, benefícios especiais, obras superfaturadas, privatizações pouco idôneas que se de um lado devem ser feitas, de outro requerem um rígido controle da lisura na transferência dos patrimônios públicos.

O Brasil não pode continuar como uma nave sem rumo. Enquanto permanecer a bandalheira, continuará decaindo. Precisamos de reações coerentes e inspiradoras, que removam o lixo e interrompa a decadência, de nada adianta a destruição provocada por bandos de mascarados.

A jornalista Sarah Chayes faz em seu livro Ladrões do Estado um levantamento dos estragos causados pela corrupção, que segundo ela se agravaram muito com o fortalecimento do individualismo, que coloca o ganho como a prioridade da vida, e devido às oportunidades criadas com a abertura da globalização que acabou expatriando o dinheiro que antes ficava mais circunscrito aos limites dos territórios dos Estados. A displicência financeira foi tal que acabou contribuindo para as crises de 2007 e 2008. Lideranças corruptas assumem o poder e vão cavando um abismo nas finanças, abocanhando toda a riqueza.

A humanidade perdeu o rumo. São considerados bons os países que acumularam reservas em dólares e, errados, os endividados, com exceção dos EUA que produzem dólares. Trata-se de uma medida do progresso distante da verdadeira evolução, da paz, com o aprimoramento da qualidade humana. A degradação do Rio de Janeiro é outro reflexo da decadência geral da humanidade que tem agido com displicência a respeito do significado da própria vida, pois sua tarefa é buscar a compreensão da lógica que reside na Criação e suas leis e, amparada nelas, agir de forma construtiva.

Está faltando o olhar com profundidade para o desenvolvimento cerebral e moral dos jovens cada vez mais direcionados para a aceleração do pensamento, sem reflexão, sem metas, sem uma visão da dimensão humana nesta fase de acelerados avanços tecnológicos. O homem não é máquina e suas capacitações humanas precisam ser despertadas desde cedo, tem de aprender que é responsável pela qualidade do futuro. Que o Brasil possa se tornar de fato uma pátria iluminada de paz, progresso e felicidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

É PRECISO BUSCAR AS CAUSAS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Precisamos saber por que a economia brasileira perdeu a capacidade de empregar a massa de mais de 14 milhões. O que mais vemos no entorno da cidade de São Paulo são galpões com a placa de aluga-se. Proliferaram depósitos logísticos de produtos importados. Os preços dos bens vão sendo reajustados, enquanto os salários ficam estagnados ou declinam. O dólar exerce grande influência através das contabilidades baseadas nessa moeda. Enfim, está faltando o grande estudo que aponte as causas da regressão econômica do país que permanece inconsistente desde os anos 1980, para que seja possível indicar soluções que promovam a melhora geral e da qualidade humana.

No pós-lei Áurea a mão de obra liberada ficou sem ocupação e sem escola, tendo que se alojar em favelas. Getúlio e Lula se aproveitaram do vazio deixado por seus antecessores que deram continuidade ao sistema exportador de commodities. As divisas e ganhos das exportações ficavam na maior parte fora do país, com pouca contribuição para a economia interna. Isso, somado à corrupção, resultou em despreparo e grande atraso. Menos mal que estejam entrando dólares de exportação, embora só de commodities. Mas a questão é o que fazer para reverter a estagnação econômica geral e o desemprego.

O Congresso trabalha para ajustar a previdência que tende à insolvabilidade e à CLT, que por ter sido mal utilizada, produziu uma indústria de demandas trabalhistas de custo imprevisível. As empresas são formadas para gerar lucros para os quais o capital é indispensável, mas requer a colaboração dos que trabalham produzindo e tocando o empreendimento. A reforma deveria incluir algum dispositivo de participação nos resultados, pois se trata de manter o equilíbrio entre as partes. Mas como produzir com a indústria desfenestrada, a mão de obra despreparada, a droga avançando, os juros lá em cima, o câmbio desalinhado?

Há muito tempo o país precisa de um projeto sério de desenvolvimento econômico sustentável que gere livre iniciativa, emprego, renda, consumo decente e esperança. Para o economista Luciano Coutinho a situação atual decorreu da persistência de juros altos e câmbio valorizado, e abundância de produtos de custos menores procedentes da Ásia. Mas não ficou claro por que essa política nefasta encontrou guarida por tão longo período, e mais precisamente, desde os anos 1990.

Não se pode implantar indústrias com financiamento barato sem que haja competência gerencial. Assusta o fato de estarmos perdendo terreno nos avanços dos processamentos em geral, na química, eletrônica, mecânica, e com a falta de preparo da mão de obra. No que isso vai dar se não houver um primoroso trabalho de recuperação?

O desmazelo praticado na gestão pública é como se o pavio estivesse queimando há tempo. Foram décadas de irresponsabilidade gerencial do país, corrupção de alto a baixo, e descrença, como se o Brasil fosse uma planta que não deveria se desenvolver. Agora os frutos amargos estão sobre a mesa. O pavio aceso se aproxima da dinamite; é preciso cortá-lo antes que exploda e ocorra em todo o país o que já está acontecendo no Rio de Janeiro, onde a corrupção e a decadência imperam. Poderia ser mesmo o fim do Brasil.

A crise econômica que se evidenciou no século 21 entre livre mercado e capitalismo de Estado vem causando a confusa situação na qual convivem os dois sistemas de produção cuja competição fica comprometida. Concluindo, globalização, câmbio, juros e disparidades ente capitalismo de Estado e livre mercado desequilibraram o sistema de produção, comércio, emprego e consumo entre os povos.

Especialistas apontam o baixo crescimento da economia como a causa principal, mas seria só isso? Na economia global há desequilíbrios que precisam ser encarados, há muitos interesses para manter a situação do jeito que está, porém em longo prazo teremos consequências desagradáveis. Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. A vida de 99 % dos habitantes do planeta tende a se precarizar. O foco da atividade econômica deveria ser a busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

COMBATE À DECADÊNCIA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Muito se fala em civilização e valores e nas conquistas realizadas, mas o que se vê é a continuada decadência da humanidade. As novas gerações foram conduzidas para uma nova forma de pensar com pouca esperança e pouca responsabilidade. Não há mais preocupação com a construção de melhor futuro nem com a compreensão do significado da vida. Precisamos saber por que estamos perdendo a capacidade de construir de forma beneficiadora.

Está faltando um grande estudo que aponte as causas reais e soluções para a regressão da humanidade em suas cidades decadentes e violentas. O grande recuo prossegue. Aprimoramento e a melhora das condições gerais vão sendo postergados devido a interesses imediatistas. Despreparo da população, ignorância, doenças e desnutrição formam o cenário em áreas comprometidas. Escassez de água potável, destruição de florestas e do solo, aquecimento global, desorganizaram a sustentabilidade antes que tivéssemos compreendido o significado da vida. Qual será o destino do planeta Terra?

Foram séculos de irresponsabilidade e descaso. A desesperança e a descrença no destino da humanidade crescem. Agora os frutos amargos estão sobre a mesa. O pavio está queimando faz tempo; é preciso cortá-lo antes que a bomba exploda e percamos o status de espécie especial na gestão do planeta e sua sustentabilidade.

A decadência moral e cultural se torna cada dia mais evidente. O espírito, a essência viva, não produziu os frutos que eram esperados. O aumento e a multiplicidade das tragédias já não espantam mais. Em vez de evoluir, permanecemos estagnados num nível muito abaixo de onde deveríamos estar, espalhando sofrimentos e miséria.

É desalentador o despreparo dos jovens. Educar é preparar para o trabalho e para a vida. Ler, escrever, perceber a magia dos números, constitui o básico. O ser humano precisa saber por que nasceu no planeta Terra, uma estrela que gravita num sistema, dotado de especiais condições com rios, mares, solo, ar, florestas; isso é fundamental para a formação de pessoas responsáveis que compreendam a vida, e cujos cérebros funcionem em conjunto com as almas, possibilitando trabalhar com mais eficiência. O que se poderia fazer para combater o ciclo de decadência na formação das novas gerações?

O rumo foi perdido porque não há esforço para entender a vida. Nascimento e morte, marcos fundamentais, são pouco compreendidos. Não há consciência da responsabilidade que envolve os pais e os filhos. As ásperas condições gerais no planeta decorrem do atraso espiritual da humanidade que deveria ter se esforçado na procura da Luz como prioridade. A globalização agravou o problema que já vinha desde a exploração colonialista e que colocou economias de diferentes estágios em confronto direto. Cada país deveria ter buscado internamente soluções equilibradas para que a sua população não tivesse que migrar para outros locais por falta de condições adequadas para a sobrevivência condigna. Michel Chassier, novo presidente da Frente Nacional na região Centre-Val de Loire (França) destacou: “Há concorrência desleal entre os países, o que desvaloriza os salários. Então é preciso encontrar o equilíbrio de aproveitar a integração comercial sem que ela represente um risco social”.

Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. Falta fazer uma pausa para refletir sobre a situação com objetividade e sinceridade na busca de soluções viáveis. Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) demonstram que há 201 milhões de desempregados no mundo, mas é bem maior a quantidade de pessoas em condição de pobreza extrema e sem ocupação.

Especialistas apontam o baixo crescimento da economia como a causa principal, mas não haveria outras formas de oferecer trabalho e renda? Há desequilíbrios que precisam ser encarados, para que possamos reconhecer que existem meios mais salutares para a utilização da mão de obra. No entanto, dada a estruturação da produção, há muitos interesses para que se mantenha a situação do jeito que está. No longo prazo, teremos consequências desagradáveis, embaraçando ainda mais a evolução dos seres humanos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O APRIMORAMENTO HUMANO COMO META

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. Quem entende o que está se passando? Falta uma parada para refletir sobre a situação com objetividade e sinceridade na busca de soluções viáveis. Com a teimosia geral, a vida de oito bilhões tende a se precarizar. O foco deveria ser a busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência para, dessa forma, embasar a atividade econômica.

A desequilibrada situação das finanças públicas tende a piorar. O mundo atravessa uma fase de mudanças profundas. Massas desorientadas e acomodadas espiritualmente vão sobrevivendo. Para onde a humanidade está caminhando? Houve um período de busca de melhora no padrão de vida, mas faltaram maiores cuidados com a educação e preparo para a vida. Com a integração do bloco asiático, as deficiências vieram à tona; não está dando para segurar. Está certo dizer que se trata de Capitalismo de Estado ao se organizar a produção e o comércio quando na verdade se trata de governo forte? Que nome poderia ser dado a esse novo sistema econômico de produção?

Há confusão, insegurança e incerteza sobre os objetivos da sociedade. As empresas são formadas para gerar lucros e, para isso, o capital é indispensável, mas requer a colaboração dos que trabalham produzindo e tocando o empreendimento. As mexidas nas leis que regulam o trabalho deveriam incluir algum dispositivo de participação nos resultados, pois se trata de manter o equilíbrio entre as partes.

Nas análises do economista Thomas Piketty sobre a tardia abolição do trabalho escravo no Brasil, faltou observar que isso faz parte do passado colonialista, que criou uma economia caudatária que se habituou a produzir commodities para exportar, assim como o dinheiro também. Assim como no Brasil, em outros países também os ganhos obtidos em sua maior parte não foram reaplicados na origem que permanece no atraso geral, criando a matriz básica da desigualdade global entre os povos.

Muitos abusos foram cometidos quando o acúmulo de dinheiro e poder se tornou um fim em si, gerando a estruturação da economia imediatista, sem bases sólidas com responsabilidade pelo futuro. O foco deveria estar na busca de melhores condições gerais de vida. O mundo está sob controle do ponto de vista dos interesses econômicos das grandes potências que ensaiam um acordo entre si, tendo os mais fracos que se sujeitarem. Isso quer dizer que não haverá uma grande guerra no curto prazo, mas também não haverá paz devido a conflitos localizados e a atos de terrorismo, a menos que algum dirigente perca o equilíbrio e tome atitudes agressivas isoladamente.

A economia poderá seguir com baixo crescimento e com avanço da precarização em algumas áreas tidas como abastecedoras de commodities: Estados Unidos, como centro de atração da liquidez mundial; Ásia, como polo manufatureiro. No restante do planeta, aumento da insatisfação e movimentos de massa, eliminando-se cada vez mais a possibilidade de caudilhos assumirem o poder, ficando os Bancos Centrais na coordenação e o dinheiro e o poder como fins.

Enfrentamos a crise da humanidade que perdeu o rumo por ter esquecido que o futuro surge como consequência do que é feito no presente. Não há esforço para entender a vida e seus marcos fundamentais: nascimento e morte. Falta a consciência da responsabilidade da geração, seguida da encarnação e nascimento. O aprimoramento da espécie humana e a melhora das condições de vida ficam mais uma vez para o futuro do futuro.

A ausência de objetivos nobres e as necessidades do dia a dia envolvem tenazmente os pensamentos que vão se direcionando para as coisas fúteis, conduzindo tudo para baixo. Todas as noções, imperceptivelmente, vão se modificando para pior. No passado, isso não ocorria tão frequentemente como hoje, com bilhões de pensamentos direcionados para baixezas de todos os tipos, tornando a cada dia o viver mais difícil e vazio. Ao conservar puro o foco dos pensamentos, direcionando-os para o bem, as pessoas estarão contribuindo para a própria felicidade e para a melhora geral.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E A ALMA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O ser humano perdeu a visão do significado e propósito da vida; enveredou pela vida material como se fosse única, esquecendo-se da alma que precisa e deve atuar beneficiadoramente com a colaboração do cérebro que quer dominar e impor a sua vontade. Para que a verdadeira inteligência emocional possa atuar, a alma e o cérebro têm de trabalhar em conjunto, com a alma guiando e o cérebro executando.

Os jovens têm muitas qualidades, mas no século 21 as novas gerações estão sendo direcionadas para agir como as máquinas de inteligência artificial sem alma, reduzindo a si mesmo e a sua dimensão humana. O cérebro não controlado pelo eu interior nega-se a ser o instrumento a serviço do querer da alma consciente, que hoje se encontra algemada e precisa ser despertada para atuação consciente.

O grande problema no relacionamento humano está no cérebro que não quer trabalhar em conjunto com a alma. Pessoas que se alegram espontaneamente ao se encontrarem, se beneficiam mutuamente, pois a sua alegria provêm da alma e por isso possuem energia real. O cérebro sem alma se torna dominante devido à sua restrição egoística presa ao tempo-espaço, agindo com astúcia para acobertar a sua cobiça e desconfiança. Em sua ansiedade crescente, nada o satisfaz plenamente, o que impede a serenidade.

A força dos pensamentos e das palavras tem de ser utilizada para o bem. A esperança deve se fundamentar sobre propósitos benéficos. A adolescência é a fase mais importante da vida, pois nela se define o preparo para o futuro do indivíduo e da coletividade. Mas não está sendo tratada adequadamente pela sociedade. Os indivíduos têm de ser fortes e independentes, e bem preparados para a vida para agir de forma construtiva pela melhora das condições. O escritor Abdruschin explica no livro A Mensagem do Graal, O ser humano e seu livre arbítrio: a importância dessa fase quando o espírito é ligado à força sexual para atuar na matéria. Nesses anos melancólicos e sonhadores nos quais a juventude pressente a dor do mundo e um poderoso impulso natural para cima, para o que é ideal, belo e puro. Mas na atual situação esses valores estão sendo empurrados para o que é baixo.

A lógica da natureza é perfeita, mas o homem não deve se sobrepor a ela. Para compreender isso, e obter melhores resultados, tem de dar espaço para a alma para entender as leis da natureza e adaptar-se a elas com humildade para construir e beneficiar. É preciso entender as leis da vida, adaptar-se a elas, perceber como tudo na natureza funciona com lógica impecável. Isso tudo deveria motivar as crianças a adquirir saber.

Falta compreensão do significado da vida. Faltam propósitos. Aumenta a sensação do vazio provocada de inúmeras formas. A espécie humana está perdendo a consciência de sua missão de compreender o funcionamento das leis da vida e fortalecer o espírito, beneficiando a Criação. Os mais atingidos são os jovens, que pouco aprendem com os pais, com a escola e com a mídia sobre a vida, vivendo de forma artificial. Não sabem por que nasceram nem que são seres humanos cuja tarefa é alcançar a evolução e autoaprimoramento.

A humanidade tem agido com displicência a respeito do significado da própria vida, pois sua tarefa seria buscar a compreensão da lógica que reside na Criação e suas leis, e se amparar nelas para agir de forma construtiva. O momento exige um esforço redobrado para manter vivos os propósitos e valores humanos, não permitindo que entrem em colapso e arrastem os seres humanos para o abismo da decadência e destruição. É preciso esforço para compreender exatamente as até hoje incompreendidas palavras que Jesus de Nazaré pronunciou quando pendia na cruz. “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!”

A humanidade necessita de livros escritos com alma, que clarifiquem o espírito com simplicidade e naturalidade, promovendo bom senso e iniciativa própria, impedindo o apagão espiritual e mental, pondo em relevo a essência da inteligência humana.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A RECESSÃO TEM DE SER REVERTIDA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Lamentavelmente o desenvolvimento do Brasil vem sendo detonado e não é de hoje. Começou nas áreas de educação, saúde e dependência financeira. Avançou pelo consumo de drogas, alcoolismo, e outros vícios que enfraquecem as novas gerações no período áureo da adolescência, comprometendo o futuro. A indústria também tem sido prejudicada pelos efeitos negativos desde os empreendimentos pioneiros de Mauá. Há muitas coisas para serem modificadas para que o país possa ter um futuro melhor. Seriedade e responsabilidade são indispensáveis.

Atraso e corrupção estão presentes em quase tudo que é feito. A destruição ocorre por todas as regiões, ao lado do aumento da ignorância. Esta parte do continente americano vai consolidando a decadência como normal, mas isso está errado, pois o certo seria a evolução humana. Uma civilização evoluída não teria esse descaramento para obter lucros com o mínimo esforço e falta de respeito pelas demais espécies. O descaso se amplia e as pessoas também vão sendo coisificadas.

Vem de longa data a cultura de “Zé Carioca” personagem fictício criado pelos estúdios Walt Disney no começo da década de 1940 como o típico malandro, sempre escapando com o “jeitinho” astucioso. Basta observar os humoristas, sempre insinuando a malandragem como forma de sobreviver no país que tardou em promulgar a lei áurea, e quando o fez, não teve a competência de elaborar de um plano geral de integração. No Brasil os “gatos grandes” não se incomodam com os “ratos pequenos”, e quem pode mete a mão sem preconceitos nos cofres do Estado recheados com o dinheiro recolhido da população. Faltam seriedade e bons exemplos.

O grande problema não está na economia, mas nos homens. Para que nasce o ser humano? Através da existência terrena o espírito tem a oportunidade de se fortalecer e evoluir, e dar a sua contribuição para a elevação das condições existentes na Terra no sentido do embelezamento e enobrecimento.

A economia brasileira está recessiva há três anos. Isso precisa ser revertido, pois se continuar assim corremos o risco de regredir ao estágio de produtor de commodities. No entanto, entre 2016 e 2017 terá ocorrido uma sobrecarga de juros de aproximadamente R$ 1 trilhão sobre a dívida. Isso vai pesar como ocorreu nos anos 1980 em que o Estado ficou amarrado, sem condições de dar estímulos para investimentos em infraestrutura, pois o setor privado não tem conseguido dar impulso, enquanto os gastos governamentais sempre apresentam vícios sem atentar para o que seja essencial e prioritário.

A complexa estruturação dos Estados foge da naturalidade das leis da Criação. O Estado deveria se pautar pelo equilíbrio nas contas internas e externas. Governos desatentos deixaram a situação rolar com juros compostos. Estatísticas revelam que a dívida pública global alcançou o nível de 325% do PIB mundial, correspondendo a US$ 215 trilhões. Juros, câmbio e déficits formam o tripé que promove riqueza para uns e dívidas para muitos.

O mundo vive um delicado momento. A corrupção e o barbarismo estão se esparramando e se fazem notar em acontecimentos trágicos e tristes em várias partes do mundo, testemunhando o embrutecimento do ser humano afastado da espiritualidade. Além disso, ocorrem as catástrofes da natureza, querendo transmitir a mensagem de que a humanidade abusou do tempo e da responsabilidade, e não se esforçou para construir um mundo efetivamente humano, livre das misérias e sofrimentos.

Com relação às incertezas do futuro do mercado de trabalho, Martin Boehm, reitor da IE Business Schooll, falou sobre a predominância do ensino teórico em prejuízo do foco nos comportamentos mentais. “O melhor é ensinar os alunos a serem essencialmente humanos e a terem uma visão holística do mundo.” Atualmente, com o modo de vida vazia de sentido, muitos seres humanos parecem estar perdidos, sem foco, sem visão da vida real. No passado, as pessoas, apesar de pouca escolaridade, tinham contato com a vida real e sua sabedoria, pois com a faculdade de ouvir a própria intuição, tinham clareza e agiam com bom senso. Os seres humanos têm de se esforçar para recuperar a consciência própria para despertarem novamente para a vida e não serem apenas simples teleguiados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7