APA AMEAÇADA

O Governo do Estado do São Paulo projetou a ampliação das rodovias no entorno da região de Cotia e Embu das Artes como também a construção de rodovias que atingem consideravelmente a natureza da APA EMBU VERDE.

APAS são Áreas de Proteção Ambiental que por lei devem controlar a expansão urbanística, principalmente o uso e ocupação do solo, para que não sejam destruídas as reservas naturais, Fauna, Flora, Solo, Água, Ar. Pela lei, a construção de moradias tem de obedecer a severas restrições, e mais ainda severas são as restrições para construção de pequenas indústrias e serviços não poluidores e que não causem danos ao meio ambiente. Indústrias poluidoras não obtêm licença ambiental.

O clima da Terra está a esquentar ano a ano e em 2024, ano passado, como noticia a imprensa escrita, falada e televisionada, foi o ano mais quente dos últimos 50 anos, e está a esfriar muito mais na época do inverno. É por demais impactante para a natureza da APA que sejam destruídas milhares de árvores, animais, reservas hídricas, solos, bem como da poluição dos ares que a obra acarretará.

“Também as condições climáticas apresentarão oscilações extraordinárias. Calor abrasador e frio gélido revezar-se-ão. O frio será de uma espécie que fará os seres humanos pensarem ter-se iniciado uma nova era glacial…” (de acordo com o O Livro do Juízo Final, Roselis von Sass, pag. 364).

A natureza proporciona tudo o que o ser humano precisa para sua evolução material e espiritual.

A Leis da Criação são simples, muito fáceis de serem aprendidas e compreendidas, e estão gravadas na natureza indelevelmente. Desde que o espírito assim o queira, não permitindo que o raciocínio material roube as suas decisões. Como o espírito que dorme, o intelecto restrito só toma decisões puramente materiais que não permitem ao espírito receber as experiências, as vivências dos acontecimentos para que possa desenvolver-se e evoluir. Os espíritos dorminhocos precisam acordar e passar a dominar o cérebro temporário, tomando as decisões que só lhe competem.

Diz a voz popular: “O que aqui se faz, aqui se paga” e este é um dito que realmente é correto pois a Lei da Reciprocidade, estabelecida pela Vontade do Criador, que é Perfeita, retribui ao ser humano tudo que pensa, fala e age de forma multiplicada, resultando em desenvolvimento, evolução e ascensão caso a vontade humana tenha sido de acordo com a Lei incrementando alegria e felicidade, ou caso essa vontade tenha sido contrária à Lei, resultando em culpa, involução, também multiplicadamente, e aumentando cada vez mais até o reconhecimento e o reparo do errado, incrementando a dor e o sofrimento. Dessa forma, o ser humano traça seu destino.

O Governo do Estado de São Paulo publicou o mapa das alterações pretendidas (conforme foto – https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/04/WhatsApp-Image-2024-04-23-at-11.52.06.jpeg?quality=70&strip=info), apresentando as intervenções que quer construir na região de Cotia/Embu das Artes, e que impacta profundamente a APA EMBU VERDE.

As linhas azul clara e verde apresentam o traçado das rodovias que atravessam a região, mostrando claramente o profundo impacto ambiental que esse projeto, se realizado, provocará na APA.

Apela-se ao Sr. Governador que reveja esse projeto e salve a APA EMBU VERDE dessa ameaça à natureza.

Sobre a APA Embu-Verde: “Trata-se de uma Unidade de Conservação Municipal Ambiental de Uso Sustentável, cobrindo 16 dos 72 km² do território de Embu, numa extensa faixa territorial à noroeste do município localizada na região da bacia do Rio Cotia, na divisa entre as duas cidades. A APA Embu-Verde está contida na Reserva da Biosfera – reconhecida pela Unesco – como parte do Cinturão Verde da Região Metropolitana de São Paulo e que ainda possui remanescentes da MataAtlântica.”  https://cidadeembudasartes.sp.gov.br/sobre-a-apa-embu-verde/

José Guimarães Duque Filho,  Engenheiro Civil, Mestre em Edificações.

ENIGMAS DO DÓLAR

A política do governo é fundamental. Desde o pós-guerra, o dólar assumiu o papel de moeda global. Os governantes, de pires na mão, pediam socorro sem planejarem uma situação de estabilidade cambial para não caírem no abismo do déficit e da dívida. A geoeconomia global impõe represálias aos governantes descuidados, acarretando distorções econômicas e retrocesso. A China acumulava dólares vendendo abaixo do custo, e o Brasil tem adotado, como estratégia eleitoral, a valorização do dólar com juros altos, gastos desordenados e ineficientes, mas a produção interna decaiu e a dívida seguiu aumentando. E agora?

Com dólar a mais de 6 reais, o Banco Central colocou mais de 23 bilhões no mercado de câmbio. O que isso significa? Onde estão os reais recebidos na operação? É lamentável como a gestão pública que deveria ter forjado uma nação forte, apta a resolver os seus problemas, conseguiu criar uma nação frágil, endividada, com baixa qualidade de vida e analfabeta.

Falta responsabilidade, desde o déficit nas contas públicas da nação, até a forma de dirigir veículos. Dizem que o tempo é dinheiro, inquietando, eliminando o bom senso, e tudo vai sendo feito sem os devidos cuidados, gerando tragédias que se avolumam. Pontes e viadutos também são um problema muito sério para o Brasil que não tem ferrovias, mas sim muitos comboios de caminhões de alta tonelagem. Não há tempo nem dinheiro para fazer manutenção preventiva. As prioridades são outras. Tragicamente caiu a ponte entre Tocantins e Maranhão. Pesadíssimos caminhões sobrecarregam várias pontes, em especial no Rodoanel com a Rodovia Regis Bittencourt e em tantas outras pelas cidades.

A questão é que os jovens estão descontentes com a situação geral da vida e, em consequência, vão expondo os desequilíbrios econômicos e sociais até então meio ocultos. Diferentemente das gerações anteriores, as atuais apresentam como característica o desinteresse por tudo e insatisfação, pois em vez de agir de forma construtiva, se mantêm acomodadas, mas no íntimo conservam grande revolta contra aqueles que julgam responsáveis pela miséria no planeta. Definir um culpado é fácil, difícil e trabalhoso é buscar objetivamente as causas da aspereza reinante na Terra.

Aqueles que detêm o poder tentam de todas as formas abortar quaisquer reações que possam causar danos ao seu status de poder, ou seja, não há um direcionamento compatível com a melhora geral, e sim um esforço para manter a massa distraída e acomodada. Aqueles que estão bem não querem mudanças, pois há séculos se beneficiam do poder sem respeitar as leis universais da Criação. Revolta destrutiva de um lado e do outro, esforço para manter as novas gerações no comodismo e manipuladas, o que não vai levar a lugar nenhum enquanto a humanidade permanecer afastada da sua essência.

A educação é o ponto crítico devido às introduções tendenciosas nas instituições de ensino. Importa destacar que uma área econômica fraca não é bom, mas se a educação for fraca e faltar o bom preparo das novas gerações para a vida, a situação é ainda mais trágica. No Brasil, nos anos 1950/60 os jovens ainda receberam algum preparo. A situação se foi agravando a partir dos anos 1970. Como a nação poderá se fortalecer com tanta ignorância, falta de bom senso e de iniciativa? O ser humano está perdendo a naturalidade, se esvaziando da sua essência, perdendo o rumo de um viver sadio.

Numa rápida trajetória da humanidade observa-se que com a crucificação de Jesus o poder de Roma derivou para o campo da religião, assinalando as etapas da trajetória do poder. Igreja, Feudalismo, reis absolutos, Estado-nação. Ascenção do dinheiro. Guerra Mundial. Poder dominante do dólar. Capitalismo de Estado. As potências mantiveram uma tolerante coexistência de interesses antagônicos, mas no século 21 estamos nos aproximando de um confronto de poder pelo controle global.

Na civilização de pedra, a alma está sendo emparedada, eliminando a essência da humanidade. É muito difícil saber o que exatamente está se passando na cabeça dos poderosos que dominam a Terra, mas inconscientemente estão criando um ambiente propício para a realização das antigas profecias sobre a atuação da Justiça Divina.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

COMO SERÁ O ANO DE 2025?

O que acontecerá neste ano que começa agora? De acordo com a Lei da Criação, cada povo receberá o que fez por merecer. As sementes darão a respectiva colheita.

A humanidade deveria viver feliz e progredir material e espiritualmente, construindo e beneficiando a Terra, sua morada temporária, para alcançar fortalecimento e desenvolvimento espiritual, mas agarrou-se à riqueza material perecível. Um exemplo é o do Brasil, a Terra de Vera Cruz, vista no passado pelos europeus como a grande colônia, com muito ouro e demais riquezas para serem extraídas.

Atualmente, as notícias são pesadas. A subida do dólar mexe com tudo. Prevista há décadas, a guerra cambial ganhou novos ingredientes e avança provocando estragos. O Brasil, afetado pela desvalorização cambial de 27% em 2024, começa a sentir os efeitos na alta de preços que reduz o poder de compra da população em geral, que nunca teve um ambiente estável para alcançar a evolução.

A civilização se assentou sobre o dinheiro e o poder que ele confere, o que gerou a ganância e a desequilibrada situação da economia global. Quando o ser humano coloca como prioridade obter dinheiro a qualquer custo, surge a exploração egoística do homem e da natureza pelo próprio homem, e a civilização tende a se desestruturar. E não é isso que já está acontecendo nas nações?

Os seres humanos foram conduzidos para encarnação na Terra como meio para vivenciar e se fortalecerem espiritualmente, trazendo essa energia para a matéria para beneficiá-la e humanizá-la. Contudo, foram saindo dessa rota. Desde os anos 1800, o planeta vem sendo dominado pelos criadores da civilização voltada para o dinheiro e poder como prioridade absoluta, acima do atendimento das necessidades da humanidade e, cada vez mais, foram assumindo o controle das riquezas e tudo o mais, mas a miséria e a decadência se espalharam pela Terra gerando caos e desordem, e não há perspectiva de como retornar à naturalidade das leis da Criação. No entanto, estas, em sua atuação, trarão a renovação em meio aos estrondos e catástrofes antes de impor a paz aos homens de boa vontade.

A ciência econômica se dedicava à produção de bens para atender às necessidades humanas diante de um ambiente de escassez. A guinada para o dinheiro e o poder pôs essa meta em plano secundário; muito dinheiro foi direcionado para a produção de armamento destrutivo e agora o planeta enfrenta o desequilíbrio econômico sem que se saiba como restabelecer a naturalidade.

A estupidez dos homens está no auge. Houve milhares de mortos nas guerras do século 21 e prosseguem os testes com novas armas. A situação piora enquanto, em paralelo, se ampliam as divergências econômicas e monetárias sem solução à vista.

Muito se fala das guerras: Europa, OTAN, China, Rússia, Oriente Médio. As armas são poderosas. Mas quais são as reais motivações que movem as potências? O que os líderes querem? Interesses econômicos, militares, tudo pelo poder e dominação? Os americanos cansaram de guerras. Taiwan e Israel, dois destaques que estão a encobrir as cobiças maiores.

A doutrina que Jesus queria que os seres humanos compreendessem bem se constitui na atuação das leis universais da Criação, formadas pela perfeita Vontade de Deus, explicadas por Ele por meio de parábolas através de imagens da natureza. “Seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como no Céu”. Mas os humanos queriam viver de acordo com a sua egoística vontade materialista.

Apesar de tudo, Feliz Ano Novo ansiando a paz! Que o Brasil, a Terra de Vera Cruz, se torne o verdadeiro lar de seres humanos. Saúde, Sabedoria e Alegria para todos nós.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

NINGUÉM CONVERSA MAIS

O modernismo e a consequente aceleração de tudo estão lançando as pessoas no isolamento e solidão. O bom relacionamento requer amizade. Aqueles encontros agradáveis, com boa conversa e delicada consideração se tornaram difíceis e, atualmente, as pessoas quase não conversam, não dialogam, não permutam saberes. Dominam as falas pelo WhatsApp, que é de grande utilidade, mas isso não pode ser classificado como uma boa conversa.

O viver em cidades como São Paulo fica cada dia mais complicado: trânsito apertado nas ruas e avenidas, poluição, renda baixa, ônibus e metrô lotados. Com todo avanço tecnológico, o projeto de 4×3 dias no trabalho, eliminando o 6×1, já deveria ter sido alcançado há muito tempo, de forma confortável, para que a população tivesse um tempo para seu aprimoramento, mas o mundo está entrando num hostil processo de aumento da miséria e escassez de alimentos.

Como disse o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, estamos na rota da ruína. Por que a humanidade se acha nessa rota? É o acúmulo de problemas causados pela ganância e cobiça de poder. Com a falta de bom preparo para a vida, tudo vai ficando mais difícil; é uma situação insustentável. Estamos vivendo no presente o futuro ruim construído no passado, e permanecemos construindo mau futuro; como será o próximo futuro? Enquanto a humanidade não se pautar em concordância com as leis naturais da Criação, não poderá se livrar das catástrofes, nem com trilhões.

Com a inflação, muitas coisas dobraram de preço e apresentaram redução do tamanho. Um exemplo é o do papel higiênico, que teve uma diminuição de 20 metros e perdeu qualidade. Isso também ocorre com muitos itens essenciais, ou seja, traduzem o que está acontecendo com o dinheiro que está perdendo poder aquisitivo. Os problemas estruturais do dinheiro e a má gestão da finança pública ou privada estão apresentando as consequências pelo globo.

Vá a um restaurante ou a um supermercado e veja quantas pessoas que lá trabalham sabem um mínimo de aritmética. Ler e escrever de forma adequada também vai ser difícil. Agora há um novo problema atingindo as novas gerações que estão perdendo o bom senso e vivendo sem objetivos. Como dizem os pesquisadores: os jovens estão perdendo a vitalidade. A ansiedade é a resposta natural do corpo diante do estresse, que geralmente se manifesta como um sentimento de medo ou preocupação. Com isso, a humanidade está perdendo a sua força construtiva e a decadência poderá surgir de forma inevitável.

A humanidade vive de mentiras e não é de agora. A massa se deixou acomodar com mentiras que formaram a estrada larga da perdição, pois isso se coadunava com a sua moleza espiritual e com a preguiça de analisar os fatos. Muitas instituições se apresentam falidas por terem se amparado em bases falsas formadas por mentiras. O tempo está encurtando. Coragem, força de vontade e propósitos voltados para o bem são indispensáveis.

Na economia globalizada, a economia regional fica sem suporte porque as decisões macro que vão aglutinando finanças e produção, vêm de fora, e pouco resta fazer quando fábricas vão sendo fechadas para produzir em outro centro industrial. As pessoas nascem num determinado solo e lá deveriam prosperar, mas vários fatores criados pelo homem levam as pessoas a um movimento imigratório de abandono do solo onde nasceram em busca de melhores oportunidades para sobreviverem.

No crânio do ser humano dois cérebros trabalham em conjunto, o grande e o cerebelo. Segundo a obra Na Luz da Verdade, de Abdruschin, o cerebelo liga o cérebro com a alma através das intuições, mas ficou estagnado em seu desenvolvimento devido ao ser humano ter dado prioridade unilateral ao raciocínio cerebral, sem atentar para as intuições, a voz do espírito Os homens criaram o capitalismo e o comunismo, direita e esquerda, e estragaram muitas coisas, inclusive o futuro, devido à falta de bom preparo para a vida. Mas a verdade natural não tem ideologia. Não há mais conversas sobre a alma, o estudo da alma e suas sutilezas, tão comum no século passado. Tudo isso foi abandonado diante da parafernália da moderna tecnologia social que está considerando o ser humano como algo mecânico, sem alma, que esqueceu que o livre arbítrio é o querer da alma.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

O G20 E A EDUCAÇÃO

A Cúpula de Líderes do G20 trouxe para o Rio de Janeiro 55 delegações para debaterem sobre a situação atual das nações. Recepções e comemorações, parecia estarmos nos anos dourados. Mas a realidade na Terra, conturbada por guerras, violência e catástrofes naturais é de aspereza. Falta bom preparo para a vida. A educação, questão crítica da humanidade, deveria ser simples, natural e objetiva, sem ideologias, dogmas ou misticismo, em harmonia com a natureza, uma vez que sua finalidade é preparar adequadamente as pessoas para progredirem de forma pacífica. Mas os homens estão perdendo a boa vontade, e a paz está seriamente ameaçada. Como se estivesse de olhos vendados, a humanidade vai afundando o pé na lama; quanto mais afunda, mais difícil fica escapar do abismo.

“O mundo está entrando num novo período de turbulência e mudança”, disse Xi Jinping, presidente da China, a Keir Starmer, ministro inglês, em uma reunião bilateral no Rio de Janeiro, durante a Cúpula do G20. Os chineses deram grande mostra de patriotismo na chegada da sua delegação à capital fluminense. Na China, os jovens têm oportunidade de receber boa educação. É isso que falta no Brasil. Diariamente, uma forte dose de achincalhe desanima as novas gerações que permanecem indiferentes ao futuro próprio e ao da nação. A achincalhação de tudo, tão na moda, é uma arma utilizada para destruir as noções inatas no ser humano que, ao se deixar ser envolvido, perde a capacidade de analisar e refletir, e tudo vai caindo no modo relaxado e irresponsável de viver.

A população está descontente porque se deixou iludir com promessas de melhor futuro, mas do jeito como as coisas andaram isso vai se tornado cada vez mais difícil. Todavia, em meio a esse caos, é necessário que haja liberdade para que cada ser humano exerça seu livre querer e assuma as consequências.

Parece que as pessoas estão agindo por impulsos sem fazer análise das consequências de suas decisões. A humanidade materialista elegeu o dinheiro como o grande ídolo e a motivação prioritária da vida. A despeito da grande pobreza global, há enorme massa de liquidez independente buscando ganhos especulativos, mas a economia real de produção e comércio se apresenta nebulosa. Também as criptomoedas estão recebendo do nada forte impulso de valorização.

A questão do dinheiro é bem complicada. De um lado está a produção, o comércio de bens e serviços, o trabalho e o consumo. De outro, enorme massa de liquidez independente que se movimenta rapidamente na busca de ganhos. No meio há a gestão pública, sempre gerando déficits, e a política de juros e cambial tentando impedir que o dinheiro perca poder aquisitivo. Trata-se de um emaranhado confuso que desafia autoridades e economistas. A principal ferramenta utilizada tem sido a taxa de juros, mas a sua elevação acarreta o aumento da dívida pública já elevada. Para onde tenderá essa situação?

A educação é o ponto crítico da humanidade devido às introduções tendenciosas nas instituições de ensino. Importa destacar que dispor de uma área econômica fraca não é bom, mas se a educação for fraca e faltar bom preparo das novas gerações para a vida, a situação é ainda mais trágica. Como a nação poderá se fortalecer com tanta ignorância, falta de bom senso e de iniciativa? O ser humano está perdendo a naturalidade, se esvaziando da sua essência, perdendo o rumo de um viver sadio.

O celular está tomando o tempo dos jovens e se impondo como vício. O foco vai embora. A mente fica acomodada. O tempo se esvai sem que tenha havido bom proveito. As crianças não brincam, só ficam com os dedos e a atenção presa no conteúdo, geralmente medíocre. Parabéns para a Deputada Marina Helou, autora do projeto que proíbe o uso dos celulares pelos estudantes na escola.

No Brasil, especialmente em São Paulo, a educação já está seriamente comprometida há décadas. É preciso explicar e corrigir porque grande parte dos alunos, após oito anos de escola básica, não sabe ler nem escrever de forma adequada. A falta de bom preparo para a vida prejudica a saúde da população, apesar do grande volume de dinheiro consumido pelo MEC e secretarias da educação. Já foi dito que o problema não é a falta de dinheiro, mas de responsabilidade das autoridades, das famílias, dos professores e dos alunos mal-acostumados.

Há mútua interdependência entre a natureza e suas leis pouco estudadas, e os seres humanos que habitam o planeta. Sem essa harmonização, o que se espalham são os efeitos maléficos. Muito se fala sobre a interferência da IA nas profissões e na economia, mas pouco é dito sobre o que é essencial, ou seja, no que essa tecnologia poderia contribuir para o aprimoramento da humanidade que está destruindo sua própria sanidade psíquica e a natureza.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.library.com.br/home e www.vidaeaprendizado.com.br

MANIPULAÇÃO DESTRUTIVA

A destruição está presente em tudo, pois a humanidade suga o máximo sem preservar, sem pensar no amanhã. Todos estão recebendo uma dose de manipulação destrutiva, mas os jovens são mais atingidos num estilo avassalador. Há uma história sedutora sendo contada e as pessoas querem saber o que vai acontecer, mas no meio há um recheio meio estragado, manipulador, afastado do bem, desencaminhador: drogas, mentiras, traição, sexualidade degenerada nos filmes e nas TVs, nos jornais e revistas, na internet. Ódio. Medo. Descontentamento. Onde estão os seres humanos “gente boa”?

Está em curso um trabalho secular de destruição e rebaixamento da espécie humana, atacando as novas gerações já na pré-adolescência, e tudo aceito de forma complacente pela população e seus líderes. Os cidadãos de bem acreditavam que as nações seriam geridas com seriedade visando o bem geral. Votando, não esperavam que grupos de interesses particulares tomariam conta do Estado, e deu nisso: dominação e utilização do dinheiro arrecadado do povo para fins diversos, beneficiando uma minoria, promovendo o declínio do Estado-nação e da espécie humana. Há séculos a manipulação destrutiva prossegue manietando as massas indolentes. O ser humano está perdendo a sua essência, os que deixarem anular o seu querer pessoal, serão tratados como máquinas preguiçosas.

No pós-guerra, surgiram no Brasil vários líderes empresariais que deram impulso à indústria em geral. Esses homens construíram um significativo patrimônio, deixando, ao mesmo tempo, marcas positivas em benefício da população como escolas e hospitais. Despontava uma classe média, muitas famílias podiam educar os filhos, saborear pizza no fim de semana. Hoje está tudo difícil. Ainda há aqueles que conseguem consumir pizza transgênica congelada, barata, mas nem todos. Está havendo precarização dos produtos, a qualidade decai.

Há uma agravante no caso do Brasil: os governantes e as elites não se esforçaram para mudar a situação após a independência. Os colonizadores europeus desempenharam um papel nocivo nas terras além-mar da América Latina, África e Ásia. Queriam riquezas, matérias-primas e mercado para seu comércio. A China veio depois numa versão aparentemente diferente, mas na essência quer a mesma coisa. Em consequência, essas regiões permaneceram atrasadas, e sua população decaiu em vez de evoluir. Agora alguns economistas falam disso, mas o atraso continua. Sobre atividades extrativas, os laureados com o Nobel Economia 2024 dizem que elas não favorecem o desenvolvimento da nação e de sua população, beneficiando pequenos grupos de forma restrita.

Foram criadas teorias, mas a economia segue as leis naturais universais. A economia global está engasgada e desequilibrada porque os homens querem ampliar sua riqueza e dominar o planeta, sendo que a sua passagem pela Terra é um tempo concedido para evoluir espiritualmente. Em não reconhecendo isso, vão semeando desajustes, miséria e conflitos. Enquanto o aprimoramento da espécie humana não for colocado como prioridade, os problemas econômicos e desequilíbrios globais não serão solucionados e fatalmente conduzirão a confrontos trágicos. Há muitos bens supérfluos, mas falta renda adequada para consumir o que é essencial.

Os homens querem poder, riqueza, fama. A população e a nação caem no abandono. As novas gerações estão fragilizadas. A humanidade se afastou do coração, do espírito e semeou o caos e insiste em não reconhecer e estudar as leis universais da Criação. A lei da atração da igual espécie não deixa por menos, quem semeia ódio e medo, colherá ódio e medo. Quem pensa no bem com nobreza e semeia o bem, atrairá o bem. Simples assim, com o ódio e a cobiça, a humanidade caminha para a ruína.

A população está descontente porque se deixou iludir com promessas de melhor futuro, mas do jeito como as coisas andaram isso vai se tornado cada vez mais difícil. Todavia, em meio a esse caos, é necessário que haja liberdade para que cada ser humano exerça seu livre querer e assuma as consequências.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

COMO SEGURAR A INFLAÇÃO?

Faz tempo que surgem promessas para resgatar a população mais pobre, no entanto, a falta o bom preparo para a vida continua. Não houve melhorias significativas para as classes menos favorecidas que permanecem na mesma situação ou até pior. Inclusive a classe média perdeu muito com o achatamento do salário que foi sendo nivelado por baixo. A riqueza e o poder seguem se concentrando nas mãos de poucos. Enfim, dizem que a Terra tem gente demais e não há como obter melhora. E tudo no planeta vai perdendo a vitalidade.

O consumo foi incentivado no pós-guerra quando a população não estava habituada a consumir além das necessidades básicas. Assim, passado um tempo, as pessoas passaram a ansiar pelo consumo de tudo. Abusos dos governos e de especuladores criaram as crises. A população cresceu de forma acelerada. Entrou a produção do Capitalismo de Estado e tudo foi ficando tumultuado: empregos, salários, produção. De um lado há superconsumo, de outro subconsumo, perda de qualidade de vida, planeta abusado, alterações climáticas, e por fim guerras que requerem muito dinheiro. Estamos num ciclo de criação de muito dinheiro e dívidas soberanas elevadas. Com a perda do poder de compra, alguns empreendimentos se ressentem da queda nas vendas, mas, mesmo assim, está difícil segurar a inflação.

A partir de meados do século 20 as pessoas em geral começaram a se afastar dos saberes dos antepassados, e desse modo perderam a visão clara da vida real. Antes havia cooperação, boas conversas e a percepção de que somos todos responsáveis em contribuir para o bem geral. O bom preparo para a vida foi substituído por um viver vazio de sentido, e assim, o pão e circo oferecidos, tem sido suficiente para manter a massa entretida no marasmo, e com isso o declínio é geral. Muito em breve faltará uma geração apta para gerir o maravilhoso Brasil.

As dívidas interna e externa do Brasil estão elevadas superando a reserva da nação em dólares. Convertida em reais, a soma das duas já superam o PIB. Há ruínas por todos os lados. Parece que há uma turma agindo como o grupo da famosa Marquesa de Santos, que se opunha à independência da nação, trabalhando contra. De onde partem as ordens prejudiciais? O que diria a Inteligência Artificial sobre as causas que levaram o Brasil a decair a partir da década de 1980? Será que diria que faltou empenho dos governantes e das elites que só pensaram em si e as fábricas foram produzir na China, eliminando empregos, sem reação do governo?

O caos interior dos indivíduos é o resultado da sua omissão. A inflação também decorre disso. Está em jogo o futuro da humanidade devido à displicência no trato da paz e do aprimoramento da espécie humana que, em seu imediatismo, tem sugado avidamente e sem escrúpulos os recursos naturais do acolhedor planeta Terra. Há dias em que o sol emite super calor, e ao mesmo tempo sopra uma ventania gelada. As tempestades que se abateram sobre a Espanha indicam que é indispensável reconhecer que há algo novo atuando no planeta, acelerando as consequências das ações da humanidade.

Soma-se a isso o fato de muitos pais e mães da atualidade não saberem ler nem escrever com um mínimo de clareza. Como esperar que os filhos sejam diferentes? A partir dos anos 1960 algo podre se imiscuiu no preparo das novas gerações para a vida. Desanimados, os jovens não querem saber de nada. Não há mais aprendizes nas áreas de trabalho. Falta mão de obra capacitada em todos os setores. Muitos acabam trabalhando em bares e restaurantes que oferecem salário baixo. Outra questão é que a telenovela influenciou pais e mães que afrouxaram na educação. As crianças, meio fragilizadas, caíram nas armadilhas da internet. Só um punhado de gente está se movimentando, construindo alguma coisa de forma benéfica. Com a ausência de bom preparo para a vida, não há nação que possa ter um futuro de progresso e boa qualidade de vida e independência.

A Terra oferece tudo que necessitamos para nossa evolução. O significado da geração de filhos é dar a oportunidade de encarnação, mas, em vez de evoluir espiritualmente, a humanidade tem caminhado na direção do abismo. A lei universal do equilíbrio é clara e os excessos são antinaturais. Por que o século 21 apresenta esse acúmulo de seres humanos na Terra? Querendo contornar as leis da natureza, muitos desequilíbrios surgiram. A espécie humana é a única que cria desarmonias.

A humanidade se afastou de tudo que pudesse esclarecer a Criação e sua finalidade. As palavras de Jesus já não contém a essência daquilo que foi dito. Está surgindo a humanidade sem Deus como resultado do abandono da espiritualidade e da forte ligação com a materialidade, na qual o dinheiro se tornou o grande ídolo. Mas é a vilipendiada natureza que ainda sustenta a vida na Terra. Quem ainda pressente que o ser humano aqui nasceu para evoluir espiritualmente?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.library.com.br/home e www.vidaeaprendizado.com.br . E-mail: bicdutra@library.com.br

PROMESSAS IRREALIZÁVEIS

A cultura atual da humanidade contém muitas falhas e bases frágeis que estão sendo postas de lado gerando uma ruptura, e nada está sendo colocado no lugar. Quanto mais surgem avanços na tecnologia, mais o ser humano se afasta do seu “eu interior” que gera as individualidades, ficando todos muito parecidos, sem foco, levando uma vida vazia, sem propósitos enobrecedores.

Na vida moderna a fragmentação e a polarização é geral. Dividir e separar tudo e todos. A sensação de ser útil está sendo perdida, pois tudo vai acontecendo de forma acelerada, gerando aspereza, reduzindo a generosidade e empatia, e aumentando o individualismo, a inveja e a ânsia de se sobressair. Que futuro a humanidade poderá ter no atual ambiente decadente e sem motivação?

Foram décadas de descaso geral no ocidente com produção, empregos, consumo, bom preparo das novas gerações para a vida. A globalização permitiu a chegada de produtos com preços menores, e agora chegam os efeitos disso. Não vai ser fácil resolver, não há fórmulas mágicas. Só o trabalho constrói.

Como será o ajuste das relações econômicas entre EUA e China? A China tem capacidade econômica e financeira para produzir em larga escala com os custos mais baixos, mas sua produção é destinada a ser trocada por dólares. Deixando de produzir muitos itens, o ocidente vai perdendo a capacidade de obter ganhos de produtividade. Os déficits na balança comercial vão criando processo insustentável. Com a perda da capacidade de produzir e de preparar novas gerações, os países põem em risco o seu futuro. Há também a questão do gasto acima das receitas e dívidas elevadas.

O ser humano nasce na Terra para evoluir espiritualmente. Deve atentar para as questões materiais sem bloquear sua visão espiritual, pois se não fizer isso, fica retido no mundo material tendo de sempre retornar pela incapacidade de seguir para outras regiões mais elevadas. Esse fato tem a ver com o continuado acúmulo de pessoas no planeta, que ligadas aos pendores terrenos, não se esforçam para alcançar o autoaprimoramento, mas haverá um ponto de ruptura onde isso não será mais possível.

Os líderes ditam a forma da ação do Estado. Pelas leis primordiais da Criação deveriam conduzir a nação e o povo na direção do desenvolvimento e aprimoramento da espécie humana. Para assumir o poder é preciso ter pulso e sinceridade na execução da tarefa que lhe cabe. Mas terá de resistir ao contágio do poder.

Muitas pessoas se tornaram indolentes, não examinam, não analisam, vão aceitando tudo sem conversar com o eu interior, com a consciência. Há uma guerra na política. Uns relatam a corrupção no poder indignando a classe média. Em meio à pobreza material, mental e espiritual, outros usam a tática de jogar a pobreza, que vai aumentando, contra os que estão em melhores condições, culpando-os pela miséria alheia, enquanto prometem aos menos favorecidos melhoras irrealizáveis. Assim, para boa parcela dos eleitores, não há análise, se iludem, de forma apaixonada e cheia de ódio, votam nesses manipuladores como um tipo de vingança, mas a pobreza e a decadência prosseguem em seu avanço nivelando tudo por baixo.

Sempre aparecem candidatos fora do padrão do sistema no sentido de influenciar a massa indolente. O poder sobe à cabeça fortalecendo a arrogância e a vaidade. Mas o sistema é rígido, bloqueia alterações que possam afetar os interesses dos controladores intelectivos montados no poder. Falta a visão ampla que teme a justiça superior. Cobiças e inveja conduzem as ações que geram turbulência, e o caos mundial vai se ampliando.

As novas gerações não estão recebendo bom preparo para a vida; para isso seria necessário que os pais dessem o exemplo, mas a sobrevivência ficou atrelada à capacidade de obter dinheiro, o que não está fácil. Surgiu a civilização das aparências, o que se fala não é o que se faz. As alternativas vão se afunilando e os jovens, desanimando. E as atenções se voltam para o preparo de guerras.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

A TRISTE HISTÓRIA DO ESTADO-NAÇÃO

Por que tantas nações da América Latina e da África nuca saíram do fracasso? O nível da educação está abaixo do que era há 100 anos e o analfabetismo, bem acima. Os cidadãos de bem acreditavam que as nações seriam geridas com seriedade, visando o bem geral. Votando, não esperavam que grupos de interesses particulares tomariam conta do Estado e deu nisso: dominação e utilização do dinheiro arrecadado do povo para fins diversos, beneficiando uma minoria, promovendo o declínio do Estado-nação e da espécie humana.

Por que, após a libertação das colônias, o atraso econômico e cultural continuou sendo mantido na grande maioria? Um tardio reconhecimento de que os colonizadores mantiveram o cabresto acontece num momento de instabilidade econômica e geopolítica, com guerras no cenário. De um lado, gestão ineficiente, e de outro, população sem bom preparo para a vida; as consequências são nações atrasadas e endividadas. Na falta de produção taxa-se, de forma exorbitante, energia elétrica, telefonia, combustíveis.

A questão remonta à independência das colônias que não se esforçaram em construir uma nação forte e independente, com qualidade de vida para sua população, subordinando-se a grupos dominantes interesseiros. A triste história dos gestores do Estado-nação instalam-se no poder e fazem de tudo para permanecer dominando, impedindo qualquer ajuste tendente a tirar a nação do atraso e da baixa qualidade de vida da população.

Aumentam os gastos, ampliam as dívidas, o mercado aumenta a taxa de juros, o atraso vai acompanhando. Com a perda do poder aquisitivo é lógico que as pessoas não têm como fazer poupança, pois todo o salário vai para o consumo e ainda ficam restos a pagar. Algo estranho está se formando no Brasil. A saída de dólares está caminhando para a máxima histórica em 2024. O déficit em dólar é o grande fantasma que assombra a América Latina, mas nada foi feito para manter seu equilíbrio.

Outra questão são as dificuldades dos idosos com o apagão. É uma situação difícil, pois o viver se tornou dependente dos equipamentos. Geladeira e TV não funcionam. Não poderiam entremear o tempo diante da TV com leitura em conjunto de bons livros? Nos últimos anos, particularmente desde 2020, houve um aumento notável no número de adultos diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma condição antes associada principalmente a crianças. Muitos adultos estão descobrindo que suas dificuldades de longa data com foco, organização e controle de impulsos podem estar enraizadas no TDAH não diagnosticado. Por que se deixam desumanizar, agindo como robôs perdendo a condição de ser humano?

As pessoas vão passando pela vida sem saber o que é e para que nasceram na Terra. Falta-lhes a consciência de que são espíritos em peregrinação para poderem evoluir e retornar ao reino espiritual, mas se aprisionaram ao mundo material sem alcançar a verdadeira condição humana, num viver sem atentar para a real finalidade da vida. A causa principal das dificuldades é o desapontamento com a precarização das condições gerais de vida no planeta. A fórmula do enriquecimento, sem a produção de nada, acarretou a existência de muitos com pouco, e poucos com muito.

Os governantes latino-americanos até que poderiam ter boas intenções inicialmente, mas foram vencidos pelas cobiças de poder e riqueza; em defesa própria, entregam o ouro para os exploradores. As cidades em geral revelam grande atraso em todos os sentidos. A criminalidade, corrupção e violência progridem formando um destrutivo tumor no núcleo. Há tantos embates pelo mundo. Será que sabem o que estão fazendo? A impressão que dá é que estão tramando a grande tragédia.

A humanidade vem se afastando da rota natural da evolução espiritual há milênios. O que observamos no século 21 são as consequências dos desatinos das pessoas que não se tornaram o que deveriam ser, e vêm agindo de forma antinatural e incompreensível, que se opõem às leis universais da Criação. A única universalização possível para a humanidade, tem de ser aquela que reconhece e respeita as leis universais da Criação.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

CIVILIZAÇÃO DIGITAL E O EU INTERIOR

“Cada novo passo, cada tentativa de melhora trará sempre em si toda a aridez das obras do raciocínio, e assim o germe da decadência irreprimível.” (Mensagem do Graal, Vol. 1, Erros). Essa frase nos diz que muitos seres humanos põem o coração de lado, isto é, a intuição, a voz do espírito que traria leveza e consideração. Em vez de agir com o coração, agem com a frieza do raciocínio que promove a desagregação. A civilização mundial criou a civilização digital que, por sua vez, cria dependência da máquina e dos programas que determinam o que pode ser feito. Com isso, o ser humano está perdendo o contato com a voz interior e com o próprio querer.

A convivência harmoniosa entre as pessoas vem sendo desmantelada, pois, com desconfiança, estão se isolando umas das outras, eliminando o doar e receber, as salutares permutas de saberes. É cada um para si. A questão do raciocínio lúcido e intuição ativa é muito importante porque distingue a pessoa de iniciativa daquelas que estão dormitando pela vida.

Um fato pouco mencionado é o aumento dos gastos públicos, mas a remilitarização poderá trazer um impacto surpreendentemente forte na inflação e na qualidade de vida, afetando tudo o mais na economia global – “mais canhões e menos alimentos”. Qual é a consequência da questão dos governos que estão gastando sem controle e criando dinheiro do nada?

Os recursos naturais estão escasseando, a população aumentando e com falta de bom preparo para a vida. Muitas crianças nascem, o ambiente favorece a indolência e comodismo, e assim elas crescem num ambiente hostil, completamente alheias ao significado da vida, sendo conduzidas para um viver fútil, em vez de receber bom preparo para uma vida útil para si e para o planeta. Nesse meio surgem as drogas sugeridas como solução para a vida vazia. O tempo passa, aumenta a violência nas ruas, a saúde se fragiliza. Muitos acabam tendo vida curta, nasceram e cresceram sem saber para quê. Não podem continuar vivendo como estranhos na Terra. Nada como a necessidade do esforço pessoal para formar uma geração forte.

A Europa se beneficiou grandemente com a economia colonialista capturando riquezas da América Latina, África, Índia e Ásia. A força de seu capitalismo de mercado permitiu avanços sociais. O surgimento do Capitalismo de Estado, produzindo em grande escala, com financiamento e mão de obra adequada e uma estrutura de custos enxuta, assinalou um grande avanço no comércio exterior.

O livre comércio é importante, mas de que vale se faltam oportunidades de trabalho com renda compatível? A concentração de capitais organiza grandes estruturas produtivas e monopolistas, então precisam de mercados, e as nações atrasadas pouco evoluem, e sua população vai perdendo o ânimo, sem saber ler e escrever corretamente, e as pessoas ficam marasmando com vídeos que só emburrecem e roubam o tempo. Agora se fala na crise do capitalismo, mas esta é mais ampla: é a crise ainda não reconhecida, que se espalha pela Terra atingindo tudo em virtude do viver direcionado exclusivamente para o materialismo.

A situação tende a se agravar aumentando a dependência de manufaturas importadas, mas isso reduz a qualidade dos empregos e diminui a renda, ou seja, caminhamos para situação similar à de Cuba e Venezuela. A população, despreparada, sem trabalho decente, está a mercê do mercado de apostas, jogos, drogas e permissividade sexual, ressaltando a concentração da riqueza.

Faltando bom preparo para a vida e empregos de qualidade, o que se poderia esperar? O descontrole do gasto público tem arruinado muitas nações, basta olhar para a vizinha Argentina. O aumento da turbulência da finança global e as incertezas que atemorizam as nações também devem receber especial atenção para a formulação da política de juros e de câmbio.

Abriram as portas às raposas para uma população despreparada e manipulada com modelos de enriquecimento inidôneo. Os organizadores das apostas seduzem, os patos caem, e quando se dão conta já estão arruinados. A jogatina vai para o PIB e o dinheiro vai embora. O ser humano é animado pelo espírito, não é um robô. Uma boa educação também deve fortalecer o eu interior e a força de vontade para o bem.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br