JOHN WICK

O filme John Wick – De volta ao jogo agradou pela história emotiva, apesar da violência. É a história de um matador aposentado, vivido por Keanu Reeves, que no passado serviu a uma organização sombra da qual se afastou. Estava em luto pela perda de seu amor, tendo por companhia seu cão amigo que foi morto por um gangster que invadiu sua casa e roubou seu carro, forçando-o a voltar à ativa. John desenterra as armas e parte para a guerra contra os marginais.

No segundo filme, John Wick – Um dia para matar, há mais violência e menos história. John tem de cumprir a promessa feita a D’Antonio que o trai e põe sua cabeça a prêmio. O mundo áspero, onde prevalece o mal.

No terceiro filme, John Wick – Parabellum, a violência domina a tela, chegando a cansar. É um péssimo exemplo para malucos armados. Trata-se de uma história pequena sobre a high table, a alta cúpula, com homens de todas as nações que comandam o mundo na clandestinidade, mantendo regras rígidas de obediência e castigos severos aos que não seguem as ordens do comando. Algumas pessoas estão desapontadas com os intermináveis episódios de ódio e matança.

John Wick é um exterminador violento que mantém valores em seu coração, o que complica o seu relacionamento com homens como Winston ou mulheres como a Juíza, ambos sem coração, capazes de tudo, até de vender a própria alma para se perpetuarem no poder e cuja palavra dada nada vale, pois não vacilam em trair friamente a qualquer um, mesmo aqueles que salvarem a sua vida. O que vai ser o quarto filme da série que vai chegar em 2020? Esperemos surja algo menos cruel, que apresente justiça e vitória do bem.

GREEN BOOK

Green Book, filme caprichado, vencedor do Oscar 2019 de melhor filme. Mas deixando de lado a lamentável questão do racismo, vamos olhar para a história apresentada que principia no ano de 1962. Como simples consumidor, percebemos que o filme é uma tentativa de agradar ao público, mostrando a grandiosidade dos EUA, mas apresenta um desfile de modelos para influenciar os seres humanos que pouco pensam sobre o significado da vida além de comer, dormir, trabalhar e satisfazer as necessidades do corpo.

O filme acompanha a viagem do pianista Don Shirley (Mahershala Ali) e seu motorista Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) pelo sul dos EUA durante os anos de segregação. E o título refere-se ao guia de viagem que indicava para os afro-americanos os hotéis e restaurantes que poderiam frequentar. É o cenário da vida despreocupada e da busca de prazeres. No enredo, há os malandros, os que se julgam superiores, os trabalhadores que têm de sobreviver e dar sustento para a família.

Tony, o motorista que não larga o cigarro, bom de garfo e de briga, representa a grande maioria da população do planeta. Don, o pianista é o solitário, pensador que se distrai com whisky para amortecer sua indignação e sentimento de exclusão, mas não vai muito longe com suas reflexões. Ninguém pensa na vida e o porquê de ter nascido na Terra.

O ser humano, através de sua essência, pode e deve captar energia espiritual para irradia-la no mundo material; seria como captar um ar mais leve espalhando-o sobre a Terra. Se o espírito se acomoda e se torna indolente vai adormecendo, estagnando, deixa de captar e irradiar essa energia salutar que vivifica as engrenagens da vida. Sem essa energia, tudo vai enrijecendo em decorrência de sua ação puramente intelectiva, sem contar com a participação do espírito. É esse o fenômeno do estresse da vida atual, tudo vai se tornando aborrecido e cansativo pela falta da energia vivificadora que cabe ao espírito humano captar e irradiar, no movimento circular do receber e retribuir através do querer voltado para o bem.

Assim, muitas coisas vão perdendo o brilho, o que facilmente percebemos nas artes, pois poucos têm sido os filmes cujos produtores conseguem transportar para a tela essa energia superior que influencia fortemente a vida, podendo ser reproduzida em obras encantadoras que estão se tornando cada vez mais raras.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PAULO – APÓSTOLO DE CRISTO

Embora restrito aos calabouços da prisão e ao refúgio dos cristãos, o cenário do filme Paulo – Apóstolo de Cristo é bem realista dando a ideia do que era a Roma antiga. Mas o Paulo apresentado está com idade avançada, acusado e preso injustamente, se apega à imagem de um Criador indulgente que induz a ideias erradas sobre as leis da Criação claramente expostas por Jesus tomando a natureza como base.

Pelas conversas podemos concluir que Paulo reconhecia a existência de várias reencarnações do ser humano. Dizia que esta vida é como um punhado de água tirada do grande mar e que aos poucos vai escapando de volta. Isto é, cada existência terrena é um pequeno trecho da grande estrada da vida na direção da autoconscientização e do fortalecimento do espírito, até alcançar a vida eterna no paraíso, o reino espiritual, ou se perder nos abismos do mundo material.

O mundo ficou sobrecarregado com indolentes acomodados, que não procuram mais pelo significado da vida, e perturbadores da paz, que nada fazem para merecê-la, seja nas atrocidades da Segunda Guerra e tantas outras que perduram até nossos dias. O inferno é o lugar onde poderão derramar sangue de seus semelhantes à vontade. Os homens colhem o que semeiam. Muito tempo foi desperdiçado com mentiras, falsidade e coisas de pouco valor para a vida real. Só a força da Luz da Verdade pode insuflar a verdadeira vida.

Paulo disse: “não quero ser lembrado como pessoa igual a Jesus, pois é ele o Messias, o grande Mestre”. Isto é, Paulo não queria que surgisse um culto à sua pessoa, no entanto, o cristianismo deveria ter colocado no topo da doutrina a Verdade sobre o significado da vida trazida por Jesus, não a pessoa dele; o culto pessoal acarretou vários erros que se mantiveram ao longo do tempo, como por exemplo, a vinda do Filho do Homem, que Mateus, sem atentar para o significado das palavras, relatou como sendo a volta de Jesus, pois o Mestre Jesus sempre aludia a outra pessoa: “mas quando vier o Filho do Homem,também como eu enviado por Deus, trará a Justiça e a Luz da Verdade para impor paz na Terra e alegria de viver aos homens de boa vontade”.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

OPERAÇÃO RED SPARROW

No filme Operação Red Sparrow, a talentosa ex-bailarina do Bolshoi, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence), após sofrer um acidente, é convencida por seu tio a se tornar uma Red Sparrow, ou seja, uma espiã sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa, para servir ao Estado e poder pagar suas contas. Depois de árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa agente secreta do país e precisa lidar com o agente da CIA, Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam se apaixonando um pelo outro, o que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

Nesse mundo brutal, os personagens vão demonstrando a absoluta frieza em suas ações visando o que? Em geral, os líderes da atualidade não se preocupam muito com o aprimoramento da humanidade, pois para a preservação do poder fazem de tudo, o que consome todas as energias. Mas nos regimes totalitários é ainda pior, pois são mantidos pela força e violência sem a menor consideração humana.

As pessoas em geral, quando leem um livro ou assistem um filme, sempre esperam inconscientemente que haja justiça e que os maus sejam punidos, e que os bons ou não tão ruins tenham uma sorte melhor. Isso faz parte da lei da vida; em tudo deve haver o equilíbrio, cada pessoa colhe o que semeia, nesta ou em outra vida. Quando os enredos fogem disso, criam desarmonia ferindo a esperança.

Na vida real, acontece frequentemente em algum capítulo decorrente de ações do passado, a aparente vitória do mal, mas no prosseguimento da vida, sempre se cumprirá a ação de retorno trazendo de volta o bem ou o mal para os seus geradores. É o que se pode ver em Operação Red Sparrow. Apesar de o filme desnudar tudo, tanto as pessoas como os seus objetivos cruéis, deixa entrever que muitos acontecimentos desagradáveis terão de se desencadear, antes que surja a paz do verdadeiro amor pelo próximo, aquele que não causa danos para satisfazer a própria cobiça.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7