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VIVEMOS O AUGE DAS CRISES

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Lamentavelmente, vivemos o auge das crises políticas, econômicas e ambientais. Muito em breve a humanidade se conscientizará da forma estúpida e sem sentido como tem vivido. A corrupção se expandiu como nunca em lutas de cobiça pelo poder. A incompetência da classe governante e o despreparo da população estão desorganizando a vida civilizada. Falta força da vontade para o bem.

No Brasil, falta dar boa formação à população, estabelecer objetivos viáveis atinentes aos interesses do país, motivar, ir atrás com seriedade. Faltou tudo: preparo para a vida, motivação, bons exemplos da classe governante. Japão, Coréia, China acabaram conquistando uma situação melhor com a ajuda dos Estados Unidos que tinha interesses ensejando condições favoráveis. A China, com sua grande população, deu bom preparo e motivação para agir, pois lá não se permite a destruição das novas gerações com drogas e orgias, e por isso está despontando numa posição de liderança e poderá introduzir mudanças na ordem mundial do dólar, enquanto os governantes do Brasil, por ignorância e cobiça, caíram nas armadilhas cambiais e financeiras. Como vamos sair do permanente estado de crise em que o país vive?

A China absorve 25% das exportações do Brasil. Com sua elevada população, não é de se estranhar essa participação. Bom para o nosso país, embora seja essencialmente exportação de alimentos e produtos primários. Para otimizar a parceria, deveria haver alguma forma de equilíbrio para que o Brasil não ficasse estagnado nesses itens geradores de poucos empregos, incluindo outros que favoreçam o desenvolvimento tecnológico e melhor distribuição de renda.

O que fizeram os governantes em todos os níveis arrastando tudo para o lodo? Tínhamos excelentes condições, mas com a irresponsabilidade da classe política não saímos da condição de galinha em seu vôo para o progresso. O Brasil ainda não se libertou de sua vocação colonial de exportar commodities e importar produtos com valor agregado, e para isso tem deixado o dólar barato. Agora, novamente endividado e sem desenvolvimento dos talentos da população, sofre os efeitos do apagão mental, correndo o risco de regredir ao colonialismo. Incertezas e apreensões quanto ao futuro.

Um país viciado em imposto para sustentar a máquina administrativa perdulária e ineficiente. O problema atual vai além da economia. Depois de um longo processo de descaso com o futuro, desde a nova república, o país apresenta uma dura realidade: está em processo de desmanche moral, econômico e social.

Miséria e violência vêm sendo cultivadas de longa data, praticamente desde a Lei Áurea da princesa Isabel, e desde aquela época não se viu, da parte dos governantes, um plano de integração e melhoria das populações de baixa renda, e o que já era ruim acabou ficando muito pior nas grandes capitais como Rio de Janeiro. Sem educação, vivendo de forma precária, essa população vai gerando filhos sem se conscientizar de sua responsabilidade com a paternidade e a maternidade. Os humanos precisam e devem ser transformados em seres humanos de fato, pois do contrário a decadência ficará irreversível.

As novas gerações estão ficando sem rumo, caindo nas múltiplas armadilhas como a vida devassa do sexo casual sem afinidades nem responsabilidades, contribuindo para a construção deste mundo hostil. Os seres humanos têm a capacitação para buscar o saber, mas falta-lhes o querer e a ação. Cabe aos pais mudar esse cenário porque é desde cedo que as novas gerações devem ser preparadas, fortalecidas e motivadas para compreender o mundo em que vivem, agir e assumir a responsabilidade com a vida e com o futuro para construir um mundo sadio, de alegre convivência e harmonia com a natureza.

Para assegurar melhor futuro temos de combater a baixa disposição das novas gerações para o aprendizado contínuo e barrar os modelos de moral decadente. O Brasil precisa sintonizar-se na busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência. Não basta ter um iPhone. Não basta saber onde achar o conhecimento; é preciso aprender vendo fazer e fazendo. Só se aprende com as vivências. Qual o significado da vida? Por que e para que nascemos na Terra?
* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PAZ ENTRE OS POVOS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Quando grupos instalados no poder passam a agir em benefício próprio, destroem o equilíbrio da democracia, contaminando o governo que perde a eficiência e credibilidade. Consertar a atuação do governo é essencial para a sobrevivência da democracia. O Brasil perdeu a conexão com os seus ideais; falta uma linha de ação conjunta de longo prazo pelo bem e progresso; faltam líderes de qualidade que possibilitem o preparo e educação decente para humanizar a população que não pode continuar caminhando pela vida às cegas.

A ex-presidente Dilma, que puerilmente aumentou o fardo da dívida e tendia para o fortalecimento do autoritarismo governamental, acabou sendo deposta. Agora o presidente Temer, que vem atendendo aos reclamos do mercado, também está sendo desalojado; amanhã o mesmo poderá acontecer com seu substituto legal, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Tudo igual. Onde está o bom senso dessa gente que só quer tumultuar? A displicência e a cobiça pelo poder criaram esse cenário que vai piorando. O país precisa de um mínimo de serenidade, se é que deseja sair da situação vil em que se encontra.

O Estado foi se agigantando e se intrometendo na atividade econômica, passando a ser usual entre os governantes estabelecer orçamentos com gastos superiores às receitas, gerando déficits financiados no mercado financeiro. Mas com as alterações decorrentes da globalização econômica desequilibrada, as receitas tendem a decrescer, enquanto as despesas continuam crescendo, agravando a instabilidade. Enquanto políticos brigam pelo poder, 13, 8 milhões de pessoas precisam de emprego para aumentar o PIB e a arrecadação, antes que o país derreta.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou: “Estamos conduzindo um amplo projeto de investimento em infraestrutura em todos os setores. Mas para isso temos de priorizar. Há dificuldade por falta de recursos públicos, por isso é importante evitar que alguns grandes projetos, que capturam a imaginação, sejam monopolizadores de todo ou grande parte do investimento público. Por isso a priorização é fundamental”. Basta lembrar a montanha de dinheiro enterrada em estádios de futebol de insignificante utilização e tantos outros investimentos infrutíferos.

Que fatores poderiam contribuir para inibir a recessão brasileira? Aí estão apontadas a reforma trabalhista e a tendência crítica das contas da previdência. Mas o governo precisa sair da letargia nefasta de olhar para a próxima eleição como a prioridade máxima da classe política. O governo precisa pensar em eficiência e abandonar as práticas autoritárias que prejudicam o país. Há ainda a dívida crescente a juros fora do padrão mundial. E quanto à política cambial? Os erros cometidos na valorização do real repercutem até hoje, tendo criado uma situação embaraçosa que só tem travado a economia. E a educação? Como o Brasil estará daqui a dez anos?

Enquanto o Brasil permanece estagnado em suas crises políticas e financeiras, os demais componentes dos BRICS estão avançando. O que significará o previsto avanço da economia da China em 2027? Para o gestor financeiro global, Jim O’Neill, a economia chinesa poderá se tornar maior que a dos Estados Unidos. As outras economias vão regredir, ou o avanço chinês terá por base o próprio mercado interno? E se o dólar sofrer grande desvalorização? E o Brasil, como estará em 2027? As novas gerações estarão dominando o idioma e a aritmética? E a economia? O que estaremos produzindo? A balança comercial e as contas internas e externas estarão em equilíbrio? Como estará o nível dos empregos, a dívida, a taxa de juros? A China poderá estar no topo, mas não deveremos cair no abismo.

A busca pelo poder e por vantagens aniquilou a ideia de que o progresso real requer o cultivo da paz e a consideração entre os povos. Mais do que confronto de civilizações, estão se desenrolando amplos embates nos subterrâneos entre as religiões místicas ou dogmáticas, a economia de livre mercado em democracias corruptas, o governo autoritário no capitalismo de Estado. A natureza e suas leis do desenvolvimento, lógicas e coerentes, deveriam formar a base para a atuação dos povos pacíficos, cada um com sua cultura e sem a pretensão de dominar com o propósito de obter vantagens.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TEMPOS DIFÍCEIS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Precisamos cultivar a serenidade. Você vai ao Banco, cai o sistema. Procura a clínica para marcar hora e recebe a informação que saiu do Convênio. Vai à concessionária e é informado que perdeu a garantia porque a revisão anterior do automóvel foi feita com alguns dias de atraso.

No pós-lei Áurea, a mão de obra liberada ficou sem ocupação e sem escola, tendo que se alojar em favelas. Getúlio e Lula se aproveitaram do vazio deixado por seus antecessores. Deram continuidade ao sistema exportador de commodities e “doador de sangue”. As divisas e ganhos, que somavam bilhões de dólares, na maior parte eram remetidos para fora do país, com pouca contribuição para a economia interna. Isso, somado à corrupção, resultou em despreparo e grande atraso.

Vivemos numa época de abuso do poder por homens que se julgam acima de tudo e de todos, impondo sua vontade de forma tirânica, conduzindo tudo para o abismo das vaidades e paixão pelo poder, em vez de construir e beneficiar para a conquista da paz, progresso e evolução.

A situação geral do mundo está complicada, difícil e tende a piorar porque muitas pessoas estão acomodadas, satisfeitas com aquilo em que acreditam sobre a vida e pouco fazem visando renovar e ampliar sua visão para buscar o aprimoramento e a melhora geral.

A situação do Brasil tende a piorar devido à crise política, à roubalheira e ao aumento de déficits e dívidas, pois a geração de dólares pelas exportações de commodities não será suficiente para atender toda a demanda, agravando o desequilíbrio. Está difícil a reversão que leve ao estabelecimento de um projeto de vida sadia que permita preservar os valores duramente conquistados.

No conturbado mundo financeiro, o aumento das reservas da China chama a atenção para os resultados, mas lá o governo mescla economia de livre mercado com capitalismo de Estado, com rigidez na regulamentação geral. Ainda não foi descoberta a fórmula para se praticar isso no Ocidente; possivelmente, qualquer dia chegaremos lá, endurecendo mais a vida.

O Brasil vem sofrendo desgoverno há décadas com sua extravagante política de juros elevados e controle de preços feito com a desestabilização da taxa de câmbio, tornando o país refém do capital especulativo. Estamos voltando ao tempo de exportador de “bananas” e os governantes deixam a coisa rolar; vão gastando e endividando o país, ampliando a sua dependência. A economia brasileira já está bem fragilizada com tanta irresponsabilidade. O povo é de boa fé, acredita nas palavras dos políticos, mas os fatos sempre acabam por desmenti-los. A decepção é semelhante àquela sentida quando se soube da inadequada aquisição da refinaria em Pasadena pela Petrobrás. Para onde vai o Brasil? O que fez a sua população? O que fizeram seus governantes em todos os níveis?

Nossa história econômica é triste e começou em 1822, já com o endividamento para a Inglaterra. Só nos livramos do sistema escravocrata em 1888. Muitas foram as décadas perdidas. Algum avanço foi obtido nos governos de Juscelino Kubitschek e dos militares, como, por exemplo, a criação da Embraer. Mas depois desses períodos, o país ficou estagnado. A partir dos anos 1980 tivemos vários desajustes na taxa de juros, inflação e câmbio, o que levou ao declínio da indústria que, ao contrário, deveria ter se fortalecido com apoio do governo e empenho dos empresários. Apesar dos recursos ofertados pela natureza e da sua vocação pacífica, o Brasil passou a ser um país miserável e inculto. A situação é grave. Se Temer e Meirelles não derem agora uma arrumada no país, que futuro poderemos esperar?

O rumo certo tem de ser alcançado através da boa educação e bom preparo para a vida de todos os cidadãos. A adaptação às leis da natureza é o único meio, pois elas são as leis do desenvolvimento da Criação que expressam a vontade do Criador e têm de ser compreendidas em sua lógica sem lacunas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A RECESSÃO TEM DE SER REVERTIDA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Lamentavelmente o desenvolvimento do Brasil vem sendo detonado e não é de hoje. Começou nas áreas de educação, saúde e dependência financeira. Avançou pelo consumo de drogas, alcoolismo, e outros vícios que enfraquecem as novas gerações no período áureo da adolescência, comprometendo o futuro. A indústria também tem sido prejudicada pelos efeitos negativos desde os empreendimentos pioneiros de Mauá. Há muitas coisas para serem modificadas para que o país possa ter um futuro melhor. Seriedade e responsabilidade são indispensáveis.

Atraso e corrupção estão presentes em quase tudo que é feito. A destruição ocorre por todas as regiões, ao lado do aumento da ignorância. Esta parte do continente americano vai consolidando a decadência como normal, mas isso está errado, pois o certo seria a evolução humana. Uma civilização evoluída não teria esse descaramento para obter lucros com o mínimo esforço e falta de respeito pelas demais espécies. O descaso se amplia e as pessoas também vão sendo coisificadas.

Vem de longa data a cultura de “Zé Carioca” personagem fictício criado pelos estúdios Walt Disney no começo da década de 1940 como o típico malandro, sempre escapando com o “jeitinho” astucioso. Basta observar os humoristas, sempre insinuando a malandragem como forma de sobreviver no país que tardou em promulgar a lei áurea, e quando o fez, não teve a competência de elaborar de um plano geral de integração. No Brasil os “gatos grandes” não se incomodam com os “ratos pequenos”, e quem pode mete a mão sem preconceitos nos cofres do Estado recheados com o dinheiro recolhido da população. Faltam seriedade e bons exemplos.

O grande problema não está na economia, mas nos homens. Para que nasce o ser humano? Através da existência terrena o espírito tem a oportunidade de se fortalecer e evoluir, e dar a sua contribuição para a elevação das condições existentes na Terra no sentido do embelezamento e enobrecimento.

A economia brasileira está recessiva há três anos. Isso precisa ser revertido, pois se continuar assim corremos o risco de regredir ao estágio de produtor de commodities. No entanto, entre 2016 e 2017 terá ocorrido uma sobrecarga de juros de aproximadamente R$ 1 trilhão sobre a dívida. Isso vai pesar como ocorreu nos anos 1980 em que o Estado ficou amarrado, sem condições de dar estímulos para investimentos em infraestrutura, pois o setor privado não tem conseguido dar impulso, enquanto os gastos governamentais sempre apresentam vícios sem atentar para o que seja essencial e prioritário.

A complexa estruturação dos Estados foge da naturalidade das leis da Criação. O Estado deveria se pautar pelo equilíbrio nas contas internas e externas. Governos desatentos deixaram a situação rolar com juros compostos. Estatísticas revelam que a dívida pública global alcançou o nível de 325% do PIB mundial, correspondendo a US$ 215 trilhões. Juros, câmbio e déficits formam o tripé que promove riqueza para uns e dívidas para muitos.

O mundo vive um delicado momento. A corrupção e o barbarismo estão se esparramando e se fazem notar em acontecimentos trágicos e tristes em várias partes do mundo, testemunhando o embrutecimento do ser humano afastado da espiritualidade. Além disso, ocorrem as catástrofes da natureza, querendo transmitir a mensagem de que a humanidade abusou do tempo e da responsabilidade, e não se esforçou para construir um mundo efetivamente humano, livre das misérias e sofrimentos.

Com relação às incertezas do futuro do mercado de trabalho, Martin Boehm, reitor da IE Business Schooll, falou sobre a predominância do ensino teórico em prejuízo do foco nos comportamentos mentais. “O melhor é ensinar os alunos a serem essencialmente humanos e a terem uma visão holística do mundo.” Atualmente, com o modo de vida vazia de sentido, muitos seres humanos parecem estar perdidos, sem foco, sem visão da vida real. No passado, as pessoas, apesar de pouca escolaridade, tinham contato com a vida real e sua sabedoria, pois com a faculdade de ouvir a própria intuição, tinham clareza e agiam com bom senso. Os seres humanos têm de se esforçar para recuperar a consciência própria para despertarem novamente para a vida e não serem apenas simples teleguiados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

AS NOVAS GERAÇÕES E O BRASIL

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O drama das novas gerações se alastra pelo mundo. No Brasil já perdemos algumas delas. Com o advento da quarta revolução industrial o trabalho está em transformação, podendo eliminar o vínculo empregatício duradouro, o que vai mexer com tudo, sem que se saiba qual será seu formato, afetando também o sistema previdenciário. É preciso impedir o avanço da miséria criando modos adequados de aproveitamento da mão de obra ociosa.

As crianças têm que ser educadas para o trabalho e para viver de forma independente. Devem aprender a cuidar de si próprias desde cedo. Têm de se empenhar para escapar do retrocesso e das consequências das decisões imediatistas, e buscar a melhora geral e o aprimoramento da espécie, impedindo o avanço da decadência e do caos generalizado. Com a formação de seres humanos fortes e independentes, os países também têm de se fortalecer para serem capazes de se sustentar com seus próprios meios, em vez de só ficar esperando ajuda externa.

O sistema preparou os indivíduos para aceitarem tudo que lhes é imposto sem fazer análises e reflexões, e para se distrair e se divertir sem levar a vida a sério. No geral, o sistema criou a dependência de dólares. A abertura do mercado financeiro reduziu a necessidade de empréstimo externo, ensejando possibilidades especulativas. Além da taxa de juros tem o câmbio, tudo gerando uma ciranda fabulosa. A dívida do Brasil de aproximadamente um trilhão de dólares consome por ano juros praticamente iguais à dívida americana de 18 trilhões; o que há de errado?

Com a ampliação da crise geral, a humanidade vai retrocedendo. Um grande rearranjo nas finanças e no comércio internacional está sendo desenhado. Com o agravamento da crise mundial se tornam visíveis as complicações criadas pela globalização. Exportar fica mais difícil, mas o país criou grande dependência de importações, como vai pagar? Financiando, aumentando a conta juros? Perdendo autodeterminação? Onde vai parar a essência humana? Resta buscar o equilíbrio, aumentar a produção para consumo interno, gerar empregos, controlar os custos, eliminar gastos supérfluos.

O Brasil permanece estagnado desde 1889 quando os congressistas deveriam ter equacionado a educação e integração da mão de obra liberada das fazendas. Veio a crise de 1929 e a guerra, e o mercado interno sempre com baixa renda. A revolução caiu no abismo da dívida externa em 1981. Collor deu tiro no mercado interno com o bloqueio da poupança em 1990. Endividados, em 1994 fomos para a dolarização. Lula quis ampliar o mercado por decreto, mas a corrupção nos arrastou de novo ao abismo.

Enquanto permanecemos no atraso em tudo, a dívida cresceu outra vez, o mercado interno encolheu mais uma vez e enfrentamos a grande recessão. O desequilíbrio nas contas internas e externas avança pelo mundo. O Brasil é o campeão. Todos querem dólares. Insensatamente a natureza vai sendo destruída e com ela a sustentabilidade da vida. Alguns acham que isso pode acontecer na América do Sul ou na África, esquecendo que o planeta é um só. O que dizer desses líderes que entregam tudo por um punhado de dinheiro?

Faltam alvos nobres seja nas corporações ou no capitalismo de Estado. Livre Mercado e Capitalismo de Estado têm que entender que sem a implantação de metas que criem oportunidades e desenvolvimento humano, continuaremos gerando mais insatisfeitos, perdas na renda e consumo, aumento do uso drogas, miséria e desordem.

A população precisa de trabalho e renda para consumir; de educação que promova o aumento da qualidade humana, do bom senso e discernimento. Sem bom preparo das novas gerações desejosas de um futuro melhor, decairemos na ladeira dos países sem rumo. Seremos meros mercados e depósitos de recursos para os mais organizados que tomaram a dianteira e querem permanecer ampliando a sua supremacia.

Com queda na produção e na renda média, o mercado consumidor fica estagnado, a humanidade não evolui. São as consequências das decisões imediatistas para satisfação da cobiça em vez da busca da melhora geral. Assim vamos regredindo e provocando caos na Terra de forma continuada. A instabilidade cambial e os ganhos especulativos precisam ser contidos para dar consistência ao desenvolvimento próprio.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7