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CÂMBIO E PROGRESSO

Capitalistas – um grupo de homens que entendiam que deveriam buscar a riqueza, em oposição àqueles que pregavam a pobreza como o caminho para o céu e faziam de Jesus Cristo, o portador da Luz da Verdade, uma pessoa comum que vivia na pobreza, o que é falso, pois José era um empresário bem sucedido do ramo de carpintaria que jamais teve problemas com a subsistência.

Em ambas as posições há o traço comum de irem se distanciando dos ensinamentos de Jesus, criando na Terra um vale de lágrimas e sofrimentos. No afã de dominar as riquezas e manipular a população, foi surgindo um sistema que despersonalizava os seres humanos, os quais, na sua indolência, iam perdendo a individualidade, se tornando apáticos, achincalhando o significado da vida. A economia se distanciou da meta de promover a continuada melhora nas condições gerais de vida, passando a priorizar o objetivo de acumular capital financeiro. O resultado é a gritante instabilidade geral e o aumento da miséria e precarização.

Isso acabou dando origem à gestação da ideia do Estado dos Capitalistas, a versão ocidental do Capitalismo de Estado, que tudo controla e tudo impõe, mas sem a diversidade que a iniciativa privada assegura; é o manda quem pode e a quem todos devem obedecer. Cobiças, ganância e corrupção aniquilaram os ideais enobrecedores. Imperceptivelmente, foi surgindo a grande decadência da espécie humana que deveria, em prosseguimento ao trabalho da natureza, beneficiar a vida buscando a contínua melhora geral e o aprimoramento da espécie. Cada povo tem de se voltar para si mesmo, para a melhoria interna, criando oportunidades de emprego para trabalho com garra e adequada compensação, com bom aproveitamento das horas de lazer de forma construtiva.

Muitas crises e guerras foram surgindo no cenário; a de 1929 causou estragos por mais de duas décadas. Explicando a crise financeira que começou em 2007, no livro “A grande degeneração”, o historiador Niall Ferguson apresenta cinco fatores que levaram ao fracasso da bolha imobiliária americana: a ganância dos grandes bancos; a alteração das regras de Basileia sobre requisitos do capital; a política dos bancos centrais; a aprovação pelo Congresso de leis que distorceram o mercado hipotecário; e a política monetária do governo chinês que gastou trilhões de dólares em sua própria moeda para evitar que ela valorizasse com relação ao dólar para manter as exportações da manufatura chinesa ultracompetitiva nos mercados ocidentais. A política monetária do Brasil seguiu na direção oposta, valorizando o real à custa de juros abusivos. Enquanto a China crescia na produção e exportação, o Brasil exportava empregos e se tornava crescentemente dependente da importação de manufaturados.

A geopolítica do máximo ganho e poder se tornou prioritária, mas destruiu a indispensável cooperação entre os povos para superar as épocas de crise. O ser humano é a criatura mais importante do planeta, mas também é a única que por ignorância e mania de grandeza desequilibra e provoca destruição nos mecanismos naturais de sustentabilidade. Já estamos percebendo a consequências. Na hora em que houver uma virada nisso, nem dá para imaginar como a Terra vai ficar hospitaleira. A grande questão é a falta de bom preparo das novas gerações, com base nas leis da natureza, para uma vida produtiva e beneficiadora. As escolas devem formar seres humanos dotados de bom senso e capacitação para refletir intuitivamente.

A falência da educação básica evidencia que algo está muito errado na civilização. As escolas devem formar pessoas que saibam refletir. Enquanto não orientarmos os jovens para o reconhecimento do desenvolvimento de toda a Criação e para o conhecimento das leis da natureza, não estaremos formando seres humanos aptos a realizar os feitos grandiosos que fazem parte de sua tarefa na vida. O mundo não vai acabar, mas está enfrentando a grande colheita de todos os erros dos seres humanos.

Um grupo despreparado criou a república num golpe, submetendo o Brasil a interesses externos desde 1889; não é que não houvesse aproveitadores no Império, mas na república os interesses do país ficaram em segundo plano. Presidentes e congresso mais serviram a interesses próprios e externos do que ao Brasil e à sua população. Se tivesse havido seriedade e honestidade quando o poder foi devolvido aos civis, outra seria a situação do país. Governaram de forma ridícula quando deveriam ter se esforçado para mostrar que poderiam implantar uma gestão eficiente, com bom aproveitamento dos recursos, promovendo progresso e bom preparo da população.

É uma lástima a situação em que nos encontramos, com tantos recursos naturais cobiçados, mas sem gerência séria e com população que não recebeu o adequado preparo. Os inimigos fazem de tudo para impedir o progresso do país. Em Belmonte, Portugal, onde nasceu Pedro Álvares Cabral, há um marco em homenagem a ele com as seguintes palavras: “Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra!… Terra de Vera Cruz” – Pero Vaz de Caminha.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

VAI FALTAR COMIDA?

Em sete de setembro de 1822, nascia a pátria Brasil. Temos de buscar a autonomia e voltar a viver do lado da felicidade da vida! Em dois de setembro de 1822, no palácio imperial estava sendo assinada a Independência. Idealistas liderados pela imperatriz Leopoldina e José Bonifácio não mediram esforços para dar ao Brasil a liberdade política, algo que muitos países conquistaram só no século 20. No mesmo dia, do ano de 2018, houve um incêndio no palácio imperial que fora transformado em Museu Nacional. Simples coincidência ou um sinal do Céu para os brasileiros.

O projeto era estabelecer uma nação livre, espiritual e materialmente. Esperemos que o sacrifício não tenha sido em vão. Desde aquela época grupos hostis procuram impedir que o Brasil se torne livre e independente de fato. É triste e lamentável observar quantos se deixam envolver pelos inimigos do país, cujas armas usadas são a mentira, o medo e a falsidade, opondo-se a que surja uma pátria de Luz. O tecido social está sendo corroído. A precarização geral está aumentando. É preciso energia para que o país não afunde no abismo da imoralidade. A Pátria tem sido descuidada e deixada por conta dos esfoladores, aqueles que para atender a seus interesses semeiam misérias.

O uso de máscara sanitária é imperativo legal, mas as máscaras da falsidade, utilizadas espontaneamente por pessoas que mostram o que não são, escondem a face real de suas cobiças. Cada um desses enganadores terá de colher o fruto das suas sementes malignas. A falsa consideração cairá por terra. Esperemos que surja a verdadeira consideração humana da parte de todos, no pensar, falar e agir, pois sem isso o mundo tende a piorar.

O país está desfigurado, faltam estadistas sérios em todos os níveis e as cidades vão perdendo o seu encanto, sua paz e sua beleza, pois os prefeitos e vereadores, no geral, mais atrapalham do que promovem o progresso. Nos Estados e no Congresso é a mesma coisa. O Brasil precisa de uma nova geração de políticos. O mundo também. Vamos aproveitar as eleições municipais para excluir os que não prestam. É preciso usar a intuição e avaliar quais são as intenções dos candidatos nesta era em que os homens materialistas, dominados pelo intelecto, estão decepcionados com as religiões e não creem mais em Deus.

É importante examinar se existem candidatos empenhados para que haja melhora geral das condições de vida e do aprimoramento da espécie humana. Vamos votar certo. No governo e finança pública é onde se cometeram grandes crimes contra a natureza e o social; muitos países estão arruinados por causa disso, inclusive o Brasil. O social, não o socialismo, tem a ver com a verdadeira consideração humana; não fazer ao outro o que não faríamos a nós mesmos.

Um pouco de cautela com as operações na Bolsa de Valores não faz mal a ninguém. É sempre útil relembrar o passado, evitando o comportamento de manada levada pela ânsia de obter ganhos, pois o funcionamento tem sido na base de os ganhos de uns acarretarem perdas a outros. Hoje as ações estão em alta, independentemente do resto da economia meio despedaçada pela globalização e maus governos. Mas quando vier uma ressaca, as consequências serão imprevisíveis.

Abusos de preços sempre ocorrem, haja vista o que aconteceu com a subida dos preços de remédios. A taxa de câmbio é influenciada pela taxa de juros. Dólar barato aumenta a procura, mas para que não haja escassez, aumentam-se os juros, e com isso a dívida também sobe. Como disciplinar a exportação de alimentos para que o mercado interno não fique desabastecido e inflacionado? Com as mudanças climáticas, os problemas da alimentação aumentarão pelo mundo. Enfrentamos tempos difíceis, mas a classe política cobiça o poder e promove o caos.

A economia globalizada se tornou artificial e unilateral, e afastou-se do todo. O Capitalismo de Estado, com seu protecionismo forte, está interferindo em tudo. O agronegócio avança para saciar a fome de quem tem recursos. A produção de manufaturas para consumo foi transferida para a Ásia, levando os empregos. Os grupos financeiros querem ganhos com controle do dinheiro. A massa fica alienada e não há projetos que conduzam ao aprimoramento da espécie humana.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A GLOBALIZAÇÃO E A CHINA

A abertura atabalhoada das fronteiras comercial e financeira foi como um salto no escuro. As consequências hoje estão nitidamente visíveis. As novas gerações foram conduzidas para uma forma de pensar indiferente quanto ao futuro; não sentem a necessidade de pensar no amanhã, vivem o hoje de forma descomprometida, temerosas do que está por vir no mundo do trabalho. Percebem que a construção feia e áspera feita pelo homem de raciocínio preso ao tempo e espaço está em processo de desmanche.

Em 1949, há setenta anos, Mao Tse-tung fundou a República Popular Chinesa, um fracasso econômico e social sob o comando do Partido Comunista. O livro vermelho, com os postulados ideológicos de Mao Tse-tung, foi a fonte onde muitos descontentes foram beber nos anos 1960, mas a China não alcançou êxito. Nixon, então presidente norte-americano, buscou naquele país um contrapeso frente à Rússia. Deng Xiaoping, que liderou a China entre 1978 e 1992, entendeu que o mundo era comandado pelo dólar e então promoveu reformas econômicas para produzir muito e se integrar no mundo capitalista com governo forte, como se fosse uma grande empresa disposta a produzir de tudo com seu estoque de mão de obra ociosa, e foi bem-sucedido.

O comunismo já era, os homens que cobiçavam o poder perceberam que tudo gira em torno do dinheiro, então procuraram a forma de alcançar acumulação do capital financeiro e, para isso, teriam de se adaptar ao sistema capitalista. Assim, aos poucos foi surgindo o capitalismo de estado, empenhado em produzir manufaturas de baixo preço para exportar. A globalização, abrindo as fronteiras do comércio, foi fundamental para que tivesse início uma nova fase do capitalismo, o que gerou consequências de longo alcance. Enquanto isso, o neoliberalismo ia se concentrando nas finanças globais, sempre buscando o ganho financeiro como prioridade, deixando de lado a produção. No Brasil e no ocidente, a produção industrial caiu muito. Agora o mundo enfrenta a falta de empregos, precarização e queda no consumo, gerando maré alta de insatisfações. O avanço da precarização geral poderá levar ao recrudescimento do rancor e a atos agressivos.

Os homens são dotados de livre resolução. Quando escolhem produzir na Ásia com mão de obra menos custosa, não se preocupam com o que vai acontecer com os outros trabalhadores. O direito à propriedade faz parte das leis da vida. Já o açambarcamento das riquezas da natureza é fruto da cobiça egoística, o que se torna bem evidente no capitalismo. No socialismo, por sua vez, as intenções dos mandantes ficam acobertadas por uma cortina de “bondades” às custas do estado com dinheiro público para sustentar a máquina cara. O certo seriam os programas de participação nos lucros das empresas como forma geral de redistribuir os frutos do trabalho, coibindo-se ações especulativas e espoliativas. Com as inovações surgidas na estrutura de produção global, ocorreu baixa na competitividade. O desafio é ter preço compatível com o poder aquisitivo nesta época de vacas magras, pois a concorrência global é feroz e nem sempre leal.

Os juros altos e câmbio valorizado são do passado, mas fincaram suas garras e deixaram marcas profundas, afetando todas as atividades. Soma-se à incompetência dos gestores, a visão desanimada de muitos empreendedores locais, a desesperança geral, resultando num país estagnado e entorpecido. Como despertar e reanimar o Brasil pujante? Não adianta estimular a demanda artificialmente. Por que o Brasil e o mundo ficaram nessa complicada situação econômica e social? A construção dos homens desmorona pela falta de sinceridade e de comprometimento com o bem geral, o que levou a esse caos, ameaçando o futuro.

É necessário o apoio da imprensa na educação das novas gerações. A programação das TVs é uma lástima. Precisamos de gerações fortes bem preparadas que reconheçam a importância de estar vivendo no Brasil e se preocupem com o país. Os aglomerados de moradias precárias permanecem crescendo, a decadência também. Homens e mulheres estão gerando filhos sem estarem preparados. Os empresários e toda a sociedade precisam zelar pelo país. A coesão social perdeu espaço no mundo apressado que perdeu a consciência ancestral, isto é, o saber da origem e significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A QUESTÃO DAS TAXAS DE JUROS E DO CÂMBIO

No Brasil da pré-globalização, produzia-se e consumia-se mais, pois a renda não estava tão travada, mas havia a elevada dívida externa a juros pesados. A inflação foi surgindo com as emissões destinadas a pagar dólares das exportações que eram utilizados nos resgates da dívida externa. O dólar caro promovia exportações, mas para comprar os dólares para pagar a dívida o governo emitia e inflacionava.

Algo precisava ser feito, então surgiu a dolarização que no Brasil se deu com o Plano Real. Com o dólar artificialmente barato, os eleitores ficaram iludidos. A ilusão durou até 2015. Em 2019, a realidade se mostra brutal. Fábricas fecharam, cortando os empregos. É um fenômeno mundial; tudo vem pronto de fora. Se os empregos desaparecem, algo têm de ser feito. Com a queda na renda, o consumo estagnou, mas a dívida chegou ao topo. O mercado teme que haja insolvência com os juros praticados, já está quase impagável.

No livro A Construção Política do Brasil, o economista Bresser Pereira afirma que Lula errou ao manter os juros altos e o câmbio apreciado, e com esse simples erro, também mantido por Dilma, estamos com a economia estagnada, dívida enorme e atraso geral. No câmbio, a taxa de juros influencia a lei da oferta e procura. Se os juros caem, cai a procura e a moeda se desvaloriza; no inverso, elevando-se os juros, cresce o movimento de procura pela moeda, valorizando-a. No Brasil, o real foi mantido valente à custa de juros elevados. Não fosse isso, há tempos o dólar teria ultrapassado a casa dos quatro reais. É o que poderia ter acontecido se o BC tivesse baixado a taxa Selic dos atuais 6,5%.

No passado, o padrão ouro mantinha estabilidade no câmbio, mas a criação de moeda se tornava grande obstáculo para a estabilidade dos valores cambiais. Atualmente, as taxas de juros exercem forte influência no mercado de moedas que revoam pelo mundo em busca de melhores ganhos, mas isso impacta no comércio externo dos países, favorecendo ou dificultando as exportações.

Agora estão surgindo as criptomoedas, que circulam separadas da rede bancária. A libra, a nova criptomoeda que está sendo criada para ser ancorada nas contas do Facebook, vai surgir da troca por dólar ou euro. Essa criptomoeda seria para facilitar a vida ou representa mais uma grande jogada?

Muitos economistas reconhecem que o Brasil está com a dívida descontrolada, devido à dose cavalar de juros com seus efeitos negativos sobre a atividade econômica. É preciso conter a sangria, eles dizem. Está certo. Mas e o resto da economia detonada desde a prática da valorização do real com juros elevados, como vai ficar?

No século 21, prenuncia-se o surgimento de nova guerra cambial, que no fundo é um processo de desvalorização para fomentar as exportações. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se pronuncia contra o “dólar tão forte” criticando a política monetária da Reserva Federal (Fed), depois de o banco central norte-americano ter aprovado elevações das taxas de juros ao longo do ano passado. A elevação dessas taxas incentiva investimentos em dólares, impulsionando o valor da moeda norte-americana, mas afetam as exportações. É compreensível que o BC do Brasil esteja cauteloso diante desse cenário de provável baixa nas taxas de juros.

A instabilidade cambial tem provocado graves distúrbios na economia. Falar em moeda única pressupõe a eliminação da moeda nacional por uma geral. Mas quem ficaria com o controle e emissão dessa moeda? Certamente teria um poder maior do que teve a libra e que tem o dólar acossado pelo euro e yuan. Algo precisa ser feito. O Brasil e sua população já enfrentaram perdas enormes, dificuldades e atraso em decorrência do sistema cambial adotado.

Está claro que sofremos drenagem nos juros e empregos. O efeito da destruição industrial e produtiva do Brasil é visível a olhos nus, basta ver a região do ABC em paralelo à cidade de Detroit. Temos de sair do estágio de economia das padarias, dos cabeleireiros e manicures, e das lojas de importados nas esquinas. Atrasamos a produtividade e o desenvolvimento tecnológico. Hora de limpar a casa, afastar os maus gestores, fazer ajustes, retirar o Brasil de sua rota declinante.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DO OURO AO PAPEL

Originalmente, havia a mercadoria que todos queriam e que era utilizada como a base das trocas, até chegar no uso do ouro e outros metais. Depois veio o papel, que representava o metal. Por fim, o papel desvinculado do metal. O aspecto fundamental é o controle e emissão do papel. O dólar se tornou a moeda mundial dominante, dando origem ao dinheiro que faz dinheiro, e nisso se foi fundamentando a economia real que em dado momento ficou subordinada às finanças. O câmbio se tornou a grande incerteza que trava tudo, pois flutua sem parâmetros, difícil de explicar e entender.

Com a ausência de planejamento em suas contas, os países se tornaram dependentes de dólares, a classe política sempre que pode vai negociando algum para si e fecha os olhos, permitindo que o país caia nas malhas dos financiamentos dos quais o governo acaba ficando refém. São dívidas enormes, com comissões e juros pesados que, na maioria das vezes, não trazem melhorias para a população, embora esta sempre sofra as consequências.

Vemos tanta miséria pelas cidades e percebemos que há algo errado na trajetória do ser humano. O que será? O carma? A desigualdade na apropriação dos recursos naturais? O querer egoístico? É tudo isso, cada fator em decorrência do outro; é a grande semeadura esquecida que apresenta os frutos.

O mundo vive um momento de inquietação e incerteza. Há muito falatório e informações desencontradas. A globalização complicou mais ainda, pois cada povo tem de conduzir o seu destino com as peculiaridades que lhe são próprias para formar raízes. A China está olhando para si e agindo; cobriu os custos internos com sua moeda, exportou em dólares e fez sua reserva. Os outros estão olhando para a China e esperando o quê para dar uma ajustada na economia?

Permanentemente os sanguessugas vão mamando à vontade, as grandes corporações também. Quem não mama nas vantagens e incentivos vai embora. No período Dilma o papagaio da dívida subiu próximo a 5 trilhões de reais. Na luta pelo poder, o país sofre e permanece no declínio. O que vai ser do Brasil? Os gurus econômicos e políticos, nacionais e internacionais, poderiam ajudar mais.

Estamos sendo enrolados desde os anos 1980. O jornalista Luis Nassif fez o diagnóstico: o plano real foi bom, mas o seu alongamento acabou com a energia taurina da indústria. Agora, com a situação econômica agravada pela incompetência, corrupção e endividamento, o atraso ficou enorme, sem que os reais problemas existentes sejam tratados com firmeza. O déficit da previdência precisa ser resolvido, mas e quanto ao resto: produção, empregos, equilíbrio nas contas internas e externas? Nos últimos 25 anos era para tudo isso ter sido equacionado, faltaram estadistas patriotas e bom preparo das novas gerações.

Na educação falimos, não se sabe o que querem os jovens do Brasil. A questão dos jovens é de suma gravidade, pois não aprenderam desde cedo a lei do equilíbrio e pensam que podem tudo, sem esforço nem responsabilidade. A energia da adolescência é dirigida para a licenciosidade sem ter reconhecido a grande responsabilidade do ato de geração. Habilidosos teóricos insuflam o ódio sem querer reconhecer a lei espiritual da reciprocidade. Os teóricos vêm de longa data. Marx começou e vieram outros que foram interpretando a vida ao seu bel-prazer esquecendo que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

O presente resulta de décadas de irresponsabilidade da classe política em conluio com os aproveitadores oportunistas e da indolência dos seres humanos. Por que muitas nações não conseguem alcançar progresso e qualidade de vida similar às nações desenvolvidas? O jornalista científico norte-americano Daniel Goleman diz que, de maneira geral, os pais não conseguiram transferir seus valores para os filhos.

A falência da escola é uma questão que requer aprofundamento. Houve um declínio geral a partir dos anos 1970. A burocracia sucumbiu diante de pressões com interesse em moldar o comportamento das novas gerações resultando em apagão mental, indisciplina e revolta instilada por ideologias socialistas que induzem a ideia de que está tudo errado, não dá para aproveitar nada e a solução é destruir. Quanto pior, melhor. Faltam propósitos nobres. É preciso ser forte e confiar nas leis da Criação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7