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O VETERANO

O filme O Veterano (2011) conta uma história interessante. Após lutar na Guerra do Afeganistão, o soldado Robert Miller (Toby Kebbell) retorna para sua casa, localizada numa região decadente e perigosa na Inglaterra, onde um grupo de menores violentos quer adentrar na vida de crimes, liderados por um marginal apoiado por gente graúda para traficar drogas. Ele acaba sendo convidado para trabalhar numa organização antiterrorismo e conhece a informante Alayna Wallace (Aiy Bielski). Ambos percebem que algo não está certo. Intrigado, Miller quer saber o que se passa. Gerry (Brian Cox), chefe da organização, lhe diz que o que está acontecendo é que uma população permanentemente aterrorizada não faz perguntas, e tem de continuar ignorando os problemas do mundo para não criar problemas, e Miller acaba ficando sem saber como seria o futuro.

Na vida real, a pandemia de 2020 mostrou que o nosso estilo de vida chegou ao limite do insustentável e se acha em declínio perigoso, o que pode acirrar a violência, como a demonstrada no filme. Há certa indignação no ar porque os preços de produtos e serviços sobem de forma acelerada, enquanto algumas camadas da sociedade continuam enriquecendo. Em paralelo, armas de elevado poder destrutivo continuam a ser produzidas, atemorizando a população, enquanto os fabricantes ensejam obter ganhos. A ânsia de possuir mais e mais não dá trégua. O lucrativo comércio de drogas se alastra pelo mundo fragilizando as novas gerações.

THE UNDOING

The Undoing é uma série em seis capítulos, sem título em português. A julgar pelos atores e sua excelência poderíamos esperar um filme romântico, mas do jeito como as coisas se apresentam percebemos que a série poderia ter como título: A Desconstrução, isto é, da sociedade, da família, da nação. Compõem o elenco principal: Hugh Grant, o marido médico, Nicole Kidman, a esposa psicóloga, Donald Sutherland, o sogro rico, Noma Dumezweni a advogada famosa, Matilda Angelis, a amante.

O cenário, sempre carregado com nuvens escuras, mostra moradias especiais, escola de primeiro mundo, famílias em árdua luta pela sobrevivência como a de Ismael Cordova, o marido traído. O que realmente se vê é um desfile de seres humanos cerebrinos, cuja capacitações do espírito se perderam nos labirintos da indolência e da vaidade. Na tela aparecem os tipos mais estranhos, habitantes da Terra no século 21. Às vezes tudo fica desesperador pela forma medíocre como os personagens encaram os problemas da vida. Mas um crime foi cometido e o culpado tem de ser descoberto e punido.

Seria a desconstrução do sistema de vida implantado pela humanidade? Pais superprotetores que constroem uma bolha para os filhos e não os preparam de forma adequada para solucionar os problemas da vida; a escola também não. O sistema possibilita o enriquecimento de uma minoria, enquanto a maior parte da população vive submetida à sobrevivência na base do “pão e circo” e se acomoda a um viver distante da forma como deveria ser o viver da espécie humana. A advogada muito perspicaz é o retrato do cinismo da sociedade: não precisa ser, basta ter as aparências apropriadas.

A esposa, Nicole Kidman, como psicóloga enxerga a realidade do funcionamento do cérebro humano com muita clareza e se esforça para ajudar seus clientes a se adaptarem da melhor forma à sua vida confusa e sem propósitos mais elevados. Ela consegue se libertar do emaranhado das interpretações e dá o xeque mate no jogo.

CRIME NA CASA BRANCA

O filme “Crime na Casa Branca”, de 1997, adentra nos meandros do poder mundial. A Coreia do Norte, acobertada pela China, está matando soldados americanos prisioneiros de guerra. Um general diz: “temos condições de atacar agora, daqui há dez anos não sei”.
Uma jovem é encontrada assassinada em um banheiro da residência presidencial. O detetive Harlan Regis (Wesley Snipes) é designado para investigar o crime em paralelo à investigação do serviço secreto e da segurança nacional.

A agente do serviço secreto Nina Chance (Diane Lane) fica do lado de Regis. Começa então uma perseguição à dupla Regis/Chance, desencadeada pelos criminosos que criam uma narrativa que aponta o filho do presidente como o culpado, mas a dupla não se deixa intimidar e vai fundo na investigação descobrindo uma trama suja que envolve os altos escalões e pessoas da confiança do presidente que estão empenhadas num golpe para derrubá-lo, fazendo-o renunciar.

Uma situação interessante, embora rara nos EUA, encontra similar em muitos países da América Latina, inclusive o Brasil sujeito a golpes e confrontos para a conquista do poder desde a derrubada do Imperador D. Pedro II.