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DIREITOS E DEVERES

Governos e população têm deveres e direitos. Há um desarranjo geral na economia, mas há poucos estudos sobre as causas reais. Já se percebeu que o aperto da situação econômica e o aumento da precarização tendem a elevar a pressão das populações atingidas. Há tantas coisas por fazer, mas não há trabalho.

A carga tributária é alta e em geral mal aproveitada. O dinheiro tem que ser canalizado para ações que promovam a melhora nas condições de saneamento e tratamento da água, resultando em melhores níveis de saúde, educação e alimentação nutritiva. O dinheiro está sumido, pois a atividade de produção é fraca.

O Brasil manteve crescimento superior a 6 % durante um bom período, caindo para 2% e para 1% em 2019. Atos de vandalismo geralmente agravam a situação. A riqueza vem dos recursos naturais, que por serem limitados e valiosos, mas por cobiça são disputados e açambarcados, deixam de favorecer a melhora nas condições de vida de grande parte da humanidade.

Depois de longa temporada de juros abusivos, a prioridade atual do setor público são as políticas para tornar sustentável a dívida inchada. O setor privado por si, sem a indústria, não tem potência para dinamizar a atividade econômica. Ao contrário, vai cortando tudo, precarizando para sobreviver. Para crescer, o país precisa manter equilíbrio nas contas internas e externas.

A China precisa de alimentos e commodities, vamos produzir e suprir as necessidades desse país. Mas as nossas cidades também precisam produzir, gerar trabalho, dinamizar as atividades, atender as necessidades internas, ter algo para exportar. O equilíbrio nas relações econômicas entre os povos sempre deve ser buscado visando uma existência condigna. As políticas de câmbio e juros fragilizaram a indústria que tem de ser revitalizada.

O Estado e a classe governante têm de se organizar e fazer o dinheiro arrecadado recircular para estimular a atividade econômica, fomentando a melhora geral, coibindo abusos do poder estatal e das corporações, isto é, das pessoas que só querem levar vantagem. O setor privado precisa se ajustar e buscar oportunidades para sair do marasmo, oferecendo oportunidades para conter o crescimento da desigualdade na distribuição da renda. Num regime de liberdade, a circulação do dinheiro tem de ser contínua, mantendo a produção, o trabalho e o consumo.

A economia mundial se apresenta com estagnação e juros negativos. Qual a causa? Está em andamento um processo de queda da renda que reduz o consumo. Os países da América do Sul, e inclusive o México, há séculos têm sido vítimas de maus governos. A democracia se apresenta instável no mundo todo. Há os que acham que a solução é impor governo forte com supressão da liberdade.

A falada conspiração pode ser um termo de disfarce para a rapinagem dos recursos naturais e prepotência. Com o desequilíbrio econômico global e o aumento da precarização, surgem instabilidades; a conspiração passa a trabalhar para implantar governos fortes para que a rapinagem possa prosseguir com tranquilidade. Há muitas coisas na liberdade e responsabilidade que precisam ser examinadas seriamente.

A questão dos direitos e deveres é simples: veja no trânsito, um motorista chega numa rotatória de um cruzamento e começa fazer o giro; vem um cara lá de longe, acelera e quer passar na frente. Ele não reconhece seu dever de motorista responsável; todos julgam que têm direitos e não se ocupam dos deveres. Em geral, tanto o 1% super rico como os 99% restantes não se preocupam com seus deveres. Na aspereza da atual luta renhida pela sobrevivência, tudo está sendo desrespeitado.

Os homens dizem: “Seja feita a Tua Vontade”, mas só fazem a própria. As Leis da Criação, ou leis naturais, universais, ou cósmicas, conduzem a Energia Criadora que a tudo sustenta; a sua atuação se dá com toda amplitude em todas as dimensões, visíveis aos nossos olhos ou não. Através delas, o livre arbítrio tece os destinos individuais e da humanidade como um todo. Cada pessoa e cada povo recebem de volta as consequências de seus atos, bons ou maus, incluindo os pensamentos, falas e ações. As novas gerações precisam de bom preparo para a vida, ouvir o eu interior e pensar com clareza, cientes de que a melhora geral depende do esforço de cada um.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

CAPITALISMO DE ESTADO MAFIOSO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Neste mundo tumultuado por interesses conflitantes, o poder financeiro no livre mercado confronta-se com o poder financeiro do capitalismo de Estado. Nesse meio muitas coisas estão mudando, mas se no livre mercado a liberdade é restrita, no capitalismo de Estado só há deveres, não há liberdade nem direitos com o Estado comandado pelos donos do poder que podem tudo. Pairam incertezas quanto ao futuro.

No Brasil, a tendência é para o capitalismo de Estado mafioso, dominado pela corrupção e acordos espúrios com o dinheiro público. Governo e atividade econômica não deveriam se imiscuir, pois só promovem a corrupção para benefício de poucos e miséria para o restante da população. Os estadistas brasileiros não se dedicaram seriamente ao bem do país. O Brasil estaria em outra situação, mais desenvolvido e com humanidade se tivesse sido administrado por governantes sérios e competentes empenhados na conquista do progresso real. Mas isso se deve, também e infelizmente, pelo despreparo dos cidadãos brasileiros.

Estamos atravessando uma lamentável situação. Qual a saída? Os Congressistas aprovarão eleição direta e irão perder a oportunidade de escolher o presidente ao seu feitio? Mas se for aprovada, quem seriam os candidatos? Os pais da Pátria no Congresso deveriam pensar no bem do Brasil carcomido pela corrupção e bloquear de vez a possibilidade de o país cair no Capitalismo de Estado Mafioso, sem liberdade nem direitos, em que só há negociatas para os membros da quadrilha enquanto a desigualdade social vai levando o país para a ingovernabilidade, acabando de vez com as aspirações das famílias que lutam por um Brasil melhor.

O partido dos cidadãos deve ser o do Brasil. Raramente os gestores públicos se preocuparam com o equilíbrio das contas internas e externas, boa educação das novas gerações e preservação da natureza. As transas corruptas vão de juros, swaps cambiais, benefícios especiais, obras superfaturadas, privatizações pouco idôneas que se de um lado devem ser feitas, de outro requerem um rígido controle da lisura na transferência dos patrimônios públicos.

O Brasil não pode continuar como uma nave sem rumo. Enquanto permanecer a bandalheira, continuará decaindo. Precisamos de reações coerentes e inspiradoras, que removam o lixo e interrompa a decadência, de nada adianta a destruição provocada por bandos de mascarados.

A jornalista Sarah Chayes faz em seu livro Ladrões do Estado um levantamento dos estragos causados pela corrupção, que segundo ela se agravaram muito com o fortalecimento do individualismo, que coloca o ganho como a prioridade da vida, e devido às oportunidades criadas com a abertura da globalização que acabou expatriando o dinheiro que antes ficava mais circunscrito aos limites dos territórios dos Estados. A displicência financeira foi tal que acabou contribuindo para as crises de 2007 e 2008. Lideranças corruptas assumem o poder e vão cavando um abismo nas finanças, abocanhando toda a riqueza.

A humanidade perdeu o rumo. São considerados bons os países que acumularam reservas em dólares e, errados, os endividados, com exceção dos EUA que produzem dólares. Trata-se de uma medida do progresso distante da verdadeira evolução, da paz, com o aprimoramento da qualidade humana. A degradação do Rio de Janeiro é outro reflexo da decadência geral da humanidade que tem agido com displicência a respeito do significado da própria vida, pois sua tarefa é buscar a compreensão da lógica que reside na Criação e suas leis e, amparada nelas, agir de forma construtiva.

Está faltando o olhar com profundidade para o desenvolvimento cerebral e moral dos jovens cada vez mais direcionados para a aceleração do pensamento, sem reflexão, sem metas, sem uma visão da dimensão humana nesta fase de acelerados avanços tecnológicos. O homem não é máquina e suas capacitações humanas precisam ser despertadas desde cedo, tem de aprender que é responsável pela qualidade do futuro. Que o Brasil possa se tornar de fato uma pátria iluminada de paz, progresso e felicidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7