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CONFLITOS MUNDIAIS

Existem livros que foram impressos há séculos e transmitem a sua mensagem até hoje. A Internet parece ser mais volátil; é uma nova forma à qual as novas gerações vão acompanhando desde cedo, enquanto pessoas de mais idade têm algumas dificuldades de adaptação. O fato é que o ser humano não é máquina e não deve abandonar a sua essência para se robotizar, pois seria algo inútil, afastado da real finalidade da vida e seu sentido maior, estaria jogando fora o tempo precioso.

A inquietação é mundial. Faltam propósitos nobres na humanidade, no país, na cidade, na família, no emprego. Tudo se torna áspero com a ausência do amor desinteressado que é proveniente do sentimento intuitivo espiritual. Quem semeia colhe, sejam indivíduos ou povos, empresas ou nações. O sofrimento, quando reconhecido como retorno, se torna menos traumático pela certeza que terá um fim. É preciso ir à origem dos conflitos existentes neste planeta maravilhoso que hospeda vários povos que estão sendo malgovernados de longa data.

O ciclo de redução de custos das manufaturas está sofrendo o impacto do aumento do custo da energia, queda na produção, gargalos e inflação, causando um choque no sistema, pois não é fácil implantar novas fábricas no ocidente. Os Bancos Centrais estão enfrentando um complicado dilema. Jogar mais dinheiro na economia não assegura aumento de produção e empregos. Elevar os juros pode deprimir a produção e eliminar empregos. Então, o que fazer?

A humanidade não conseguiu utilizar o hidrogênio como fonte de energia limpa e barata. No filme Reação em Cadeia, de 1996, a ficção destaca que um projeto foi boicotado por interesses econômicos. No ocidente, com a concentração financeira, os grandes fundos são os donos de quase tudo que dá lucro e exercem forte influência sobre o comportamento das massas para manter o controle social. No capitalismo de Estado, o poder central controla tudo. O que se percebe é que em ambos os sistemas a liberdade individual sofre restrições.

A libra inglesa era a moeda forte do mundo; o marco alemão também foi apreciado. No final da Guerra Mundial, em Breton Woods, o dólar firmou seu pé na Terra. Moedas foram criadas, mas sem base firme tudo foi desmoronando e uns poucos ganhando. Surgiu o yen japonês e o euro europeu. Agora a China quer dividir o bolo com os americanos. Enquanto isso, os latino-americano, geridos pessimamente há décadas, veem suas moedas flutuando aos ventos especulativos internos e externos.

Nenhum poder sobe tanto à cabeça como o financeiro, criando a mania de grandeza mais do que qualquer outro. Atualmente, há uma confrontação financeira entre investidores do ocidente e do oriente, que envolve câmbio, ativos, empresas e regulamentações, agravando as crises econômicas. Ao final tudo acaba sendo por dinheiro.

A grande energia do Brasil e sua população, baseada na ideia do “todos juntos pra frente”, acabou sendo desviada e o foco foi para o poder conquistado nas eleições, sem o passaporte da honestidade e competência, fragilizando o potencial, descuidando da educação das novas gerações. Combateram a inflação com importados em vez de ampliar a produção, empregos e renda. Muitas crises foram superadas, mas a atual é econômica e humana pela falta de séria disposição para fortalecer o país e sua população.

O presidente do Conselho de Administração do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi destaca: “Neste momento, essa energia está sendo mitigada, pois vivemos uma inversão de prioridades. Governo, partidos políticos e, inclusive, representantes da sociedade direcionam suas preocupações à perspectiva eleitoral, em detrimento das questões urgentes do País”.

No Brasil, implantar programas de progresso real está ficando cada vez mais difícil. Os planos enveredam pelo imediatismo e interesses particulares. O despreparo aumenta, não há uma visão de futuro comum voltada para a construção sadia de longo prazo. Eleição é coisa muito séria que exige amplo discernimento da parte dos eleitores. Esperemos que o eleitorado se inspire em suas escolhas para que sejam eleitos aqueles que tenham um real empenho na construção de um país, lar de seres humanos, para que possamos evoluir em paz e alegria.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

COMO PÔR ORDEM NA CASA

Desde épocas imemoriais o homem tenta seguir o caminho da vida com vistas ao espiritual e sobreviver de forma condigna no mundo material afastado da miséria. O reconhecimento dos entes da natureza foi um passo para chegar à Adoração ao Deus único, mas os objetivos materiais sobrepujaram tudo o mais. Surgiram as religiões, o dinheiro, o capitalismo e o Estado capitalista. Dominam agora objetivos ligados ao dinheiro, poder. As guerras comerciais-econômicas e a miséria são as consequências naturais. Cada povo colhe o que semeia. Esperemos não seguir a Venezuela.

As teorias das vantagens comparativas e do livre comércio são de outra era e, neste mundo, com quase oito bilhões de habitantes, precisam ser atualizadas para que não se ofereça vantagens a uns com perdas a outros. Os países precisam de empregos e de esforço para adaptação ao seu ambiente, o que exige bom preparo das novas gerações, equilíbrio nas contas internas e externas sem cair no endividamento. A globalização quer tudo no mesmo balaio sem olhar para questões específicas, deixando que surjam a miséria e a precarização.

Petróleo é fundamental, mas sua cotação sempre apresenta instabilidade. Guerra comercial, sansões econômicas, o que se passa de fato? Com certeza está havendo um embate entre forças com objetivos antagônicos. O que se percebe são efeitos negativos que aceleram a desordem nos países melhor administrados e o caos nos mal administrados, caso do Brasil e outros, cuja população despreparada e desorientada não sabe o que fazer. No geral se observam cidades e países ao abandono, enquanto seus recursos naturais vão mudando de mãos sem ensejar melhoras internas. Com isso há perdas com deterioração das regiões urbanas e aumento da insegurança.

Os países têm vivido em desequilíbrio geral nas contas internas e externas, na produção, empregos, comércio, e no preparo das novas gerações. Há décadas os mais fracos permanecem no prejuízo, financiando déficits com alto custo, entregando recursos naturais a preço de banana. Estranho que se passaram décadas até que os EUA buscassem restabelecer as contas deficitárias. A OMC, tão previdente, poderia ter minimizado o desequilíbrio. É para isso que essa organização deveria existir. O Brasil, mal gerido há décadas, precisa de um governo que seja pró Brasil, pois a guerra comercial tende a se agravar e quem tiver governo displicente vai ficar por baixo e sacrificar sua população.

Como encontrar a causa principal do que se convencionou chamar de nova estagnação secular? Os políticos só pensam em si e nos seus interesses, mas os países entraram em rota de desequilíbrio geral, e as novas gerações estão cada vez mais envolvidas pela parafernália tecnológica de informação voltada para o superficialismo, afastando-as do significado da vida.

Eleito presidente em 2002, Lula, do PT, fez o que seus antecessores descuidaram: deu renda à massa de pobres sem ensinar a pescar, sem educar, incentivando a renda fácil, comparando-a com os juros elevados pagos pelo Brasil. Pão e circo. Seu carisma e suas doações sem contrapartida encantaram o povo. Ao mesmo tempo com o dólar barato as indústrias iam fechando e a dívida amentando. Bastava olhar para perceber que seria um longo reinado.

As táticas empregadas não destruíram o ídolo. E agora o que vai ser? O Brasil está afundando. Sem emprego, sem bom preparo dos jovens, com renda declinando e precarização aumentando, com tv de baixo nível, cada vez há menos motivação para fazer as coisas bem feitas, a esperança baixando. Qual será o futuro do Brasil? É preciso pôr a casa em ordem, mas temos que olhar para que tipo de futuro está sendo gerado

O dramático apelo feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a necessidade de sensatez dos eleitores bem poderia ter ecoado no início do século. A população do Brasil chegou a um ponto de viragem democrática, enojada diante de tantas mazelas públicas e privadas, internas e externas, todos querendo abocanhar o seu quinhão. Os anseios de um “basta” e de busca de melhor futuro se adensaram com força insuspeitada de norte a sul. O país necessita de governantes pró-Brasil, chega de vendilhões. Nesse sentido, a esperança recai naqueles que se mostram sinceros patriotas e fora dos esquemas oligárquicos de governo. Errar é possível, mas é preciso inovar na União e nos Estados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7