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O FUTURO E AS INCERTEZAS

O futuro do Brasil e da humanidade está se complicando porque, em geral, poucas pessoas assumem responsabilidade sobre suas ações no presente que irão se refletir mais adiante. De longa data falta verdade e, habilmente, as reais intenções têm sido acobertadas. Mas estamos no século em que tudo se acelera e nada fica oculto. É preciso enfrentar a realidade, mas também incentivar a sincera vontade de renovar tudo que esteja em desacordo com as leis naturais da Criação, pois o que estiver em oposição a elas perderá a base de sustentação, devendo ruir naturalmente. O Brasil e a humanidade têm de abrir os olhos e deixar de ser como criança mimada e arrogante para entrar na fase adulta das realizações construtivas e benéficas.

Importa saber qual será o futuro do país cujo passado é vergonhoso. Como puderam deixar que a precarização dominasse na educação, saúde, moradias inadequadas em agrupamentos sem esgoto, e programas de TV de baixo nível? Passado de dívidas que deixou a indústria à míngua com política cambial desastrosa. Quando vemos o abandono das periferias das grandes cidades, dos rios e mananciais, vemos o que fizeram com o maravilhoso Brasil.

A Petrobras perdeu rios de dinheiro por má gestão. O prejuízo na refinaria em Pasadena foi clamoroso. Para recuperar, a população está sendo onerada com sucessivos aumentos de preços dos derivados de petróleo e até no álcool “made in Brasil”. Onde está o bom senso? A oposição tem que perceber que a sua forma de agir representa um ataque e contribui para denegrir a imagem do maravilhoso país que ainda oferece oportunidades de trabalho e sobrevivência, haja visto tantos venezuelanos e haitianos que vêm para cá porque o caos domina o país deles.

Os cientistas e as pessoas em geral não podem continuar afastadas da natureza e suas leis que é a grande doadora e orientadora da vida. Para encontrar as soluções, deve-se estudar de forma séria e profunda a natureza. Muitas vezes um simples camponês conhece a natureza muito melhor do que um cientista que por décadas tenta se sobrepor e dominá-la, mas só conhecendo-a profundamente poderemos obter dela os ricos frutos do progresso real e da paz. Estamos diante da crise provocada pelo desrespeito à natureza.

O conhecimento superficial se torna obsoleto com tanta rapidez por estar distante do saber das leis naturais. Em vez de fazer a diferenciação entre ensino técnico e teórico, o Brasil deveria estar pensando na qualidade do básico na educação que dará aos seus cidadãos a capacidade de pensar com clareza, escolher, comparar, raciocinar, divergir e, sobretudo, aprender.

A natureza sempre esteve à disposição dos humanos. Em vez de adaptar-se a ela e suas leis, para uma vida simples e natural de boa qualidade, o ser humano buscou dominar a natureza e tudo o mais, mas vem provocando um processo de continuada precarização, em vez de obter melhora nas condições gerais de vida. Ao nos aproximarmos dos limites críticos estão surgindo as alterações climáticas e as crises econômicas que poderão conduzir a humanidade para um insuspeitado nível de deterioração da qualidade de vida. A boa notícia é que o Brasil tem maior capacidade de adaptação aos efeitos da mudança climática, mas também é uma ameaça à segurança nacional devido à cobiça por riqueza e poder.

Estamos em processo de desumanização, pois a nossa espécie não deu atenção ao aprimoramento como requerem as leis da natureza, que não estão aí para serem manipuladas, mas para serem compreendidas e utilizadas de forma correta, levando assim para o progresso em paz e felicidade. A situação do mundo é complicada com a continuada decadência. Com uma população bem-preparada, a situação seria outra, mas com a indolência espiritual tudo ficou subordinado ao dinheiro, expressão máxima do materialismo. Com o aproximar-se das 12 horas no relógio do mundo, a Justiça do Alto exige prestação de contas. Por cima da humanidade, as leis da Criação tecem o futuro. Os seres humanos têm de viver em plenitude, aproveitando bem a oportunidade para evoluir de forma construtiva e beneficiadora, utilizando todas as capacitações com que foram dotados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

DEMOCRACIA E DISCIPLINA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O sistema democrático, que deve conduzir ao enobrecimento, está em cheque mostrando que precisa de aperfeiçoamentos para impedir a prepotência, a influência do dinheiro, da corrupção e das pessoas indolentes sem preparo para a vida. Os efeitos das decisões dos séculos anteriores parecem estar se manifestando simultaneamente, como um ponto de acumulação na história da humanidade. Estamos enfrentando as consequências das finanças sobre a economia concreta da produção de bens: a expansão monetária, a euforia, as bolhas, a inflação, os riscos da contenção e o rebaixamento dos ativos inflados sem a correspondente redução nas dívidas gerando o caos.

Como coordenar as questões decorrentes do artificialismo criado pela expansão monetária equilibrando produção, emprego e consumo? Seria com o padrão ouro ou com naturalidade na economia? Os desequilíbrios provocados pelo câmbio e pelos excedentes comerciais de poucos se evidenciam. Como seria se todos obtivessem excedentes comerciais? Impossível, mas o objetivo deveria ser o de equilíbrio nas contas, pois déficits continuados são cobertos com empréstimos a juros acarretando dependência e rupturas. Quando cai o consumo ou baixam custos, os preços se estabilizam.

Enquanto a democracia se contamina com conflitos de interesses que levam ao emperramento geral e ausência de alternativas reequilibradoras das relações entre os povos, prevalecem os daqueles que têm mais força, em vez de incentivar o aproveitamento dos talentos de todos. A China, com seu sistema autoritário vem ampliando aquisições e resultados na economia global. Se até agora os EUA tinham o controle geral através do dólar, como será essa nova ordem que vem despontando num mundo apático de poucas esperanças, aonde o inconformismo vai tomando forma sem que surjam estadistas sábios com visão abrangente e desejosos de alcançar o progresso em paz?

No Brasil, sempre dependente de dólares, enquanto a produção industrial estagnava e encolhia a partir dos anos 1980, a de outros países ganhava com a economia de escala e se aproveitava da política de combate à inflação com valorização cambial e juros elevados. Pesquisa e desenvolvimento foram postos de lado, bastava importar ou produzir no exterior. Com a globalização a situação se complicou e os gestores públicos cruzaram os braços diante da pressão externa para obter ganhos, mas abriram os bolsos para a corrupção. Assim, decaímos na economia e na política.

Amplia-se a corrupção, o mandonismo, o complexo de reizinho autoritário. Por outro lado, há o descuido com as contas, armadilha na qual também os gestores de 1964 acabaram caindo. Governantes, presidentes e prefeitos vão gastando, mormente em ano eleitoral, deixando um rastro de dívidas. Sem eficiência, os governantes se curvam e decretam austeridade e congelamento das despesas.

Vivemos num cenário de incertezas onde o ser humano perdeu a base natural e não sabe mais o que quer, apenas vai sendo levado por essa vidinha manipulada sem olhar para o futuro e para a sua responsabilidade. A questão do preparo das novas gerações requer o comprometimento não só do governo, mas de toda a sociedade. Os jovens não entendem a vida, pois ninguém explica, e acabam assimilando como normal a baixaria contida nas letras de Funk, sem nada que se contraponha e que mostre os direitos, deveres e responsabilidade dos seres humanos com a vida. Os jovens têm de ser incentivados a cultivar o senso de beleza que enobrece para não cair nas baixarias que promovem o retrocesso da humanidade.

Estamos arcando com as consequências da massificação com a perda dos talentos da individualidade pela restrição, sufocamento e adormecimento. A uniformidade de comportamento rebaixado, a começar pela incapacidade para ler, estimulado por uma pseudo arte que anula o senso para a beleza, nivela todos pelo baixo nível e embrutecimento que elimina o bom senso, favorecendo os apaniguados com o poder. Assim, o descontentamento vai crescendo até explodir ou cair nos engodos populistas.

O século 21 assinala os mais estapafúrdios comportamentos da história da humanidade em que observamos inquietude e desorientação de almas que não exercitam mais o seu querer e vão vagando pela vida perseguindo ilusões, desperdiçando o precioso tempo para evoluir. O que a humanidade está fazendo para conter o descalabro que se avizinha?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7