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EVOLUCIONISMO

O desenvolvimento e evolução do mundo material seguem as leis da natureza em sua lógica e coerência, as quais foram criadas sem a participação dos seres humanos e seu cientificismo. A ciência é um excelente instrumento e deve se fundamentar na natureza, mas tem de ser guiada pelo espírito e respeitar as leis naturais da Criação, como forma de solucionar as questões do mundo material que asseguram a sustentabilidade do planeta.

O ser humano não é um parente do macaco. Herdou o corpo evoluído e o aprimorou com o espírito encarnado. Para que as questões humanas sejam solucionadas de forma correta, têm de ser orientadas, por livre decisão, pelas leis da Criação que possibilitam o desenvolvimento e evolução do espírito, com responsabilidade e individualidade, pois o oposto a isso provoca a decadência do ser humano, que em vez de fortalecer o humano em si, o tem menosprezado e embrutecido, atuando como fera individualista destrutiva, produzindo caos e miséria na Terra.

Veja mais sobre isso: Na Luz da Verdade Mensagem do Graalhttps://www.graal.org.br/products/na-luz-da-verdade-mensagem-do-graal

A SIMPLICIDADE DA MENSAGEM DO GRAAL

A fase atual é crítica como nenhuma outra para a psique humana, sempre habituada a ter uma visão mais definida do futuro, mas a partir da instabilidade criada no enfrentamento da pandemia e contágios, o futuro se tornou incerto, difícil de ser previsto, gerando inquietação e temores. É como se o solo estivesse acidentado, dificultando a movimentação, obrigando as pessoas a se manterem paradas aguardando o que vem pela frente.

A humanidade está cega quanto ao futuro imediato e distante. O que vai acontecer amanhã é a grande questão que tira o sossego de pobres e ricos, de empresários e empregados. No poder, a instabilidade é geral e os incumbidos da administração pública vão tateando inseguros. Estamos no século em que tudo se acelera e nada fica oculto. É preciso enfrentar a realidade, mas também incentivar a sincera vontade de renovar tudo que esteja em desacordo com as leis naturais da Criação.

As pessoas, em geral, foram induzidas a crer que estudar a origem da Criação e da vida é coisa muito difícil e que não vale a pena perder tempo com isso. Ao desconhecimento do passado, a origem, juntam-se as incertezas quanto ao futuro, as transformações universais em andamento. Mas será que estudar o significado e origem da vida é difícil mesmo ou é apenas uma questão de força de vontade?

O conhecimento humano tem sido envolvido com palavras difíceis e explicações complicadas que só os grupos específicos conseguem entender. Por isso já disse João (8.32) discípulo de Jesus: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. Jesus explicou, para os seres humanos daquela época, o significado da vida e da Criação com palavras simples, sempre comparando os acontecimentos gerais com a natureza.

O espírito humano é como semente que precisa da Terra para se desenvolver e, dotado de livre resolução, terá de colher tudo o que semear. Há um processo de desumanização, pois a nossa espécie não deu atenção ao aprimoramento como requerem as leis da natureza. Há uma nova linguagem para a Palavra de Jesus contida na obra Na Luz da Verdade Mensagem do Graal, de Abdruschin. São os mesmos esclarecimentos dados por Jesus, também com palavras simples, porém adequado ao linguajar atual e ao estágio do desenvolvimento cerebral dos seres humanos.

Trata-se de um livro especial, que desvenda a Criação com toda a naturalidade e obriga o leitor a analisar e refletir, mas é plenamente acessível a todo ser humano que se esforçar para compreender direito a Palavra do Senhor.
https://www.graal.org.br/blogs/o-vaga-lume/livrete-na-luz-da-verdade-mensagem-do-graal-de-abdruschin

Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

INTUIÇÃO, RACIOCÍNIO, INTELECTO

Nas escolas básicas falava-se em aplicar o raciocínio para resolver problemas. Nos cursos mais avançados falava-se no Intelecto e sua objetividade, evitava-se a palavra Intuição, mas as coisas difíceis ficavam mais fáceis de serem entendidas quando surgia a explicação intuitiva, sem que se soubesse exatamente o que era a intuição. Na verdade, a tal objetividade era ostentação dos homens de intelecto que tornavam as coisas mais difíceis do que são, com o objetivo de dominar e se impor.

Podemos compreender a palavra “raciocínio” como a ação do cérebro e a palavra “intelecto” como o cérebro do raciocínio super desenvolvido, que acabou travando a intuição, ficando os seres humanos dominados por ele, sem captar a intuição extra material através do cerebelo, que atua como uma antena receptora que permaneceu estagnada em seu desenvolvimento natural, enquanto o cérebro do raciocínio, ou intelecto, foi cultivado excessivamente de modo unilateral, representando o grande mal da humanidade, pois cerebelo e cérebro deveriam se desenvolver em paralelo, para fortalecer a percepção intuitiva e desenvolver o raciocínio lúcido, fazendo da criatura humana verdadeiro ser humano que reconhece e segue as leis naturais da Criação, a Vontade de Deus.

Dizer seres humanos dominados pelo intelecto, ou dominados pelo raciocínio, significa a mesma coisa. (Ver a obra Na Luz da Verdade, Mensagem do Graal, de Abdruschin)

Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

NA CRISE, MANDA QUEM PODE

Quem é responsável pela pandemia? A humanidade tem vivido de forma egoísta e desprezando as leis da natureza, fazendo tudo errado por ignorância e por cobiça, provocando o aparecimento e disseminação dos vírus. O rol das consequências dos erros é enorme; fiquemos com apenas um: tivemos mais de 300 anos de trabalho escravo no Brasil, pensem nessa maldade e insensatez. Quando finalmente a família imperial proibiu a escravidão em 1888, D. Pedro II foi destronado e expulso, e começou uma república na mão de despreparados que cederam o poder a um grupo de entreguistas corruptos.

A vacina é uma etapa importante, mas vai resolver tudo? Ela é uma parte da solução, mas os cuidados devem permanecer com distanciamento, uso da máscara nos contatos, fugir das aglomerações. Estamos numa fase de grandes rupturas, nada será mais como antes.

A questão da sobrevivência econômica não deve estar relacionada ao atendimento de interesses dos poderosos, mas com muito bom senso é preciso impedir a desestruturação da economia que vem cambaleando há décadas, pois isso poderá levar o Brasil a cair num abismo de miséria e desordem difícil de recuperar.

A economia se organiza ou desorganiza num processo. Nos anos 1970 havia, em São Paulo e outros estados, promissora indústria eletroeletrônica. Com o advento da Zona Franca (ZF), as fábricas fecharam e foram importar através de Manaus. Em 50 anos nada se fez pelo avanço tecnológico. Como fazer da ZF de Manaus algo efetivo no avanço do Brasil?

Nos anos 1980, o Brasil, pressionado pelo resgate da dívida externa, fomentou a inflação. Veio o plano real que tabelou o preço do dólar. Importar ficava mais barato que produzir. Os empregos foram embora. A indústria não resistiu. Como organizar a economia se a globalização converge para produzir na Ásia com custo da mão de obra menor em 80%? Há um amplo desequilíbrio mundial na economia e no avanço tecnológico que está arrastando o mundo para a precarização geral. Não bastam auxílios emergenciais, é preciso dar sustentabilidade ao trabalho e à renda, e promover continuidade do aprendizado prático do jovem aprendiz, além do ensino escolar.

A humanidade se encontra diante da grande colheita de todas as suas ações. Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, se faz necessário acabar essa luta por riqueza, poder e dominação travada pelos poderosos sobre a grande massa, e pôr em prática a estreita cooperação, visando o bem geral e a sustentabilidade. O mesmo se aplica ao relacionamento entre as nações e as pessoas em geral. Não há equilíbrio. O que prevalece é produzir onde o custo seja baixo, como na Ásia, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos ficam com os graúdos e a miséria vai aumentando.

Num mundo onde a regra é a mentira e a falsidade, falar a verdade é provocar os beneficiados. Intuição e raciocínio lúcido são indispensáveis. O presidente norte-americano Biden disse ter intuído o desejo do povo americano e desenvolve plano de trilhões de dólares para recuperação da economia e empregos. A grande questão não é intuir o que o povo quer, mas intuir o que é necessário fazer para eliminar as causas do declínio humano e econômico. O capitalismo de Estado chinês parece que funciona na base da prospecção de oportunidades geoeconômicas, tirando o melhor proveito delas e no “manda quem pode” sem ser contrariado.

Enfrentamos um período turbulento com ataques e golpes baixos contra o Brasil. Estamos diante de uma incógnita, qual será o futuro do país? Alcançaremos o progresso ou cairemos no abismo da ignorância e precarização geral?

Para não cair no entorpecimento manipulador e fugir da indolência, o tempo tem de ser aproveitado de forma enriquecedora e criativa, semeando o bem, o que atrai alegria e felicidade. A moda agora é mostrar as coisas feias da vida, desmoralizar o ser humano. Na mídia em geral e nos filmes observamos um padrão negativo. Antes ainda dava para se distrair, agora na grande maioria das apresentações, só há tóxicos que mantêm os seres humanos olhando para os baixios da vida onde não há esperança. Desvalidos e extenuados, eles têm de reunir as forças que lhes restam para procurar a prometida Luz da Verdade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

INTELECTO E RACIOCÍNIO

O intelecto é a habilidade de pensar de forma lógica para entender as coisas da Terra. O raciocínio é o processo de pensar e questionar sobre algo de forma lógica. No entanto, essa habilidade de pensar e raciocinar de modo lógico se restringe ao mundo material, ao tempo-espaço. O correto, segundo as leis do Criador, seria o espírito guiando através das intuições (cerebelo), e o ser humano, utilizando-se de sua habilidade intelectiva (cérebro) para desenvolver o raciocínio de forma lógica.

Hoje em dia isso não ocorre com frequência porque o ser humano se tornou orgulhoso e vaidoso de suas habilidades intelectivas para raciocinar de forma lógica, sem perceber que se tornou restrito, desconectado da amplitude da vida que vai além do mundo material até ao espiritual. O raciocínio do ser humano, indispensável para o viver no mundo material, é produto do cérebro restrito ao tempo e espaço. Falta ao raciocínio aquilo que é chamado coração, que na verdade é a condução do espírito.

“A parte do cérebro (o cerebelo) que deve constituir a ponte para o espírito, ou melhor, a ponte do espírito para tudo o que é terreno, ficou, portanto, paralisada com isso, uma ligação rompida, ou bastante afrouxada, com o que o ser humano se privou de toda a ação do espírito e com isso também da possibilidade de tornar seu raciocínio “animado”, espiritualizado e vivificado. Ambas as partes do cérebro deveriam ter sido desenvolvidas bem uniformemente, para uma atividade comum e harmônica, como tudo no corpo. O espírito guiando e o raciocínio executando aqui na Terra. Torna-se assim evidente que toda a atividade do corpo, e até mesmo este, nunca podem ser o que deveriam ser. Esse acontecimento se manifesta naturalmente através de tudo! Porque com isso falta o essencial para todas as coisas terrenas!” (o livro Na Luz da Verdade Mensagem do Graal contém amplos esclarecimentos sobre esse tema).

A ENCRUZILHADA

“O livre-arbítrio! É algo diante do que até mesmo seres humanos eminentes se detêm pensativamente, porque havendo responsabilidade, segundo as leis da justiça, também deve haver incondicionalmente uma possibilidade de livre resolução.” – Abdruschin, Na Luz da Verdade

Diante de uma encruzilhada, que oferece várias direções, ficamos parados. Parados e pensativos: Qual caminho percorrer? O próximo passo nos levará a certas paisagens, experiências e também às consequências decorrentes do percurso escolhido.

A imagem da encruzilhada é comumente usada como metáfora para um ponto crítico na vida, um cruzamento de caminhos em que é preciso tomar uma decisão. É um encontro com o desconhecido, e esse senhor nos intimida. Mas uma encruzilhada pode também simbolizar esperança, uma nova possibilidade de escolher um caminho bom. “Que suas escolhas reflitam suas esperanças, não seus medos”, dizia o estadista Nelson Mandela.

Diante dos diferentes caminhos, muitos se questionam: O que nos impulsiona a enveredar por uma rota específica? Existe o livre-arbítrio? Qual a sua relevância, se consideradas variáveis como a genética, o destino, o carma e, ainda, os experimentos da neurociência? Pressionado adicionalmente pelo materialismo, pelas artimanhas de todo tipo de marketing e pelas avançadas tecnologias que pretendem determinar impulsos de compra e opiniões, o livre-arbítrio parece bem tolhido no tempo presente.

Podemos tomar como premissa que uma parte das questões que nos afetam no presente já tenha sido determinada por nossa livre vontade em épocas passadas e agora consiste em destino ou carma. Podemos assumir também que somos influenciáveis em muitos aspectos.

Mas, por baixo das camadas materiais, há algo que pulsa no âmago de cada ser humano. Um anseio que, por vezes, brota antes da consciência e pode ir, inclusive, contra sua própria racionalidade. Em situações inusitadas ou exigentes, podemos reagir de formas diferentes daquelas que imaginávamos e chegamos a ficar surpresos com nossa própria maneira de ser. Somos indivíduos.

Talvez só seja possível admitir a existência do livre-arbítrio ao constatar que o ser humano é algo mais do que matéria: “O livre-arbítrio, que sozinho atua tão incisivamente na verdadeira vida, de modo que se estende para longe no mundo do Além, que imprime seu cunho à alma, sendo capaz de moldá-la, é de espécie totalmente diferente. Muito maior para ser tão terrenal. Por isso não está em nenhuma ligação com o corpo terreno de matéria grosseira, portanto, nem com o cérebro. Encontra-se exclusivamente no próprio espírito, na alma do ser humano”, escreve Abdruschin em Na Luz da Verdade.

Atualmente, escutar o livre-arbítrio não é processo instantâneo e nem fácil. Um tanto sufocado por conta de uma longa história de cultivos materiais em detrimento de aprofundado trabalho interior, o arbítrio talvez não esteja tão livre quanto seria desejado. Mas isso não significa que absolutamente tudo seja predeterminado e que somos apenas previsíveis fazedores de coisas.

Questionar-se sobre o alcance do próprio livre-arbítrio é o começo para instigar a forma individual e particular de se expressar e de fazer escolhas. O que nos limita? Correntes criadas por nós mesmos e outras que nos amarram aos outros? Carência e necessidade de aprovação? Imersão demasiada em grupos e na família, causando quase uma dissolução do “eu”? A soberania que ofertamos a um prazer cotidiano até que ele cresça senhor de nós?

Exercer a livre decisão é resgatar uma parcela de liberdade e de responsabilidade para si, cultivando a autonomia. Para tanto é preciso religar as conexões com a voz que vem de dentro. Escutar a voz da alma e libertar o que oprime, oferecendo voo às asas. Cada um como ser único, singular, capaz de frutificar em cada nova encruzilhada que a vida puder ofertar.

Publicado originalmente em O Vagalume, Literatura do Graal
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O PAI NOSSO

“O momento em que o sentimento de gratidão transborda em grande alegria, bem como a intuição da mais profunda dor no sofrimento, formam a melhor base para uma oração de que se possa esperar sucesso. Em tais momentos a criatura humana está traspassada por uma determinada intuição que sobrepuja nela tudo o mais. Eis por que é possível que o principal desejo da oração, seja de agradecimento ou pedido, receba força sem turvação. ”

“A oração que o Filho de Deus deu aos discípulos! O ser humano não deve esquecer-se de que numa oração ele tem de buscar, na realidade, somente a força, para poder ele próprio realizar o que pede! Assim deve orar! ” (Mensagem do Graal, Abdruschin)

São apenas poucas as pessoas que procuram conscientizar-se do que querem na realidade, quando proferem a oração “Pai Nosso”. Menos ainda as que sabem realmente qual o sentido das frases que aí estão recitando. Recitar decerto é a única expressão adequada para o procedimento que o ser humano, nesse caso, chama de orar. Quem se examinar rigorosamente a tal respeito terá de concordar, ou então testemunhará que passa toda a sua vida de idêntica maneira… superficialmente, não sendo, nem jamais tendo sido capaz dum pensamento profundo. Existem nesta Terra muitos desses que sem dúvida se levam a sério, mas, pelos outros, mesmo com a melhor boa vontade, não podem ser levados a sério. Exatamente o começo desta oração desde sempre é intuído erroneamente, conquanto de modos diversos.

As pessoas que procuram proferir com seriedade esta oração, isto é, que nela se empenham com uma certa boa vontade, sentirão, logo após ou durante as primeiras palavras, um certo sentimento de segurança surgir em si, de tranquilização anímica! E tal sentimento nelas permanece predominante até alguns segundos depois de orar. Isso explica duas coisas: primeiro, que quem reza só pode manter sua seriedade durante as primeiras palavras, através do que se desencadeia tal sentimento, e, segundo, que justamente o desencadeamento desse sentimento prova quão longe se acha de entender o que com isso profere! Mostra com isso, nitidamente, sua incapacidade de manter a profundidade do pensar, ou também sua superficialidade; porque, do contrário, com as palavras que se seguem, imediatamente devia surgir outro sentimento, correspondente ao conteúdo alterado das palavras, tão logo elas se tornem nele realmente vivas. Portanto, permanece nele apenas o que as primeiras palavras despertam. Entendesse ele, porém, o sentido correto e o significado verdadeiro das palavras, estas teriam de lhe despertar intuições muito diferentes do que um agradável sentimento de segurança. Pessoas mais presunçosas veem por sua vez na palavra “Pai” a confirmação de descenderem diretamente de Deus, e assim, num desenvolvimento acertado, tornarem-se, por fim, até mesmo divinas, já trazendo, porém, categoricamente, algo divino dentro de si. E ainda existem muitos outros erros entre os seres humanos quanto a esta frase. A maioria, contudo, considera-a simplesmente como a invocação na oração, o apelo! Aí necessitam pensar de modo mínimo. E correspondentemente é recitada sem reflexão, quando exatamente na invocação a Deus devia residir todo o fervor de que uma alma humana, aliás, possa ser capaz.

Mas tudo isso esta primeira frase não deve dizer nem ser; o Filho de Deus, contudo, inseriu na escolha das palavras simultaneamente a explicação ou a indicação da maneira pela qual a alma humana deve encaminhar-se para a oração, de que modo pode e deve apresentar-se perante seu Deus, se sua oração deva ser atendida. Diz exatamente qual a disposição que ela deve possuir em tal momento, como tem de ser seu estado de pura intuição, quando quiser depor seu pedido nos degraus do trono de Deus.

Assim, a oração toda se divide em três partes. A primeira parte é o entregar-se totalmente, a rendição da alma perante seu Deus. Falando figuradamente, ela se abre de todo diante Dele, antes de se aproximar com uma súplica, dando testemunho assim de sua própria capacidade de boa vontade pura. O Filho de Deus quer com isso deixar claro qual deve ser a intuição para formar a base de uma aproximação de Deus! Por isso apresenta-se como um grande e sacrossanto juramento, quando no início se encontram as palavras: “Pai nosso, que estás no céu!” Considerai que oração não tem a mesma significação que pedido! Do contrário, não haveria orações de agradecimento que não contivessem nenhum pedido. Orar não é pedir. Já aí o “Pai Nosso” tem sempre sido incompreendido até agora, por causa do mau hábito do ser humano de nunca se dirigir a Deus a não ser para esperar alguma vantagem ou mesmo exigir, pois no esperar já se encontra o exigir. E aí a criatura humana realmente sempre espera algo, isto ela não pode negar! Mesmo falando em traços gerais, que exista nela apenas o sentimento nebuloso de receber remotamente um lugar no céu. O ser humano desconhece a jubilosa gratidão de usufruir de modo alegre a existência consciente que lhe foi dada, coparticipando na grande Criação para o bem de seu ambiente, assim como é desejado por Deus ou por Deus com razão esperado! Tampouco pressente que é justamente isso, e somente isso, que contém seu próprio e verdadeiro bem, seu progresso e sua ascensão. Em tal base desejada por Deus, porém, encontra-se em verdade a oração “Pai Nosso”! De outra forma o Filho de Deus nem poderia tê-la dado, pois apenas desejava o bem dos seres humanos e isso só se fundamenta na observação e no cumprimento certo da vontade de Deus!

A oração dada por ele é, portanto, tudo, menos um pedido, mas sim um grande juramento do ser humano abrangendo tudo, o qual, nisso, se prostra aos pés de seu Deus! Deu-a Jesus aos seus discípulos, que estavam dispostos naquele tempo a viver em pura adoração a Deus, a servir a Deus com seu viver na Criação e com esse servir honrar Sua sacrossanta vontade! A criatura humana devia pensar bem e maduramente se pode atrever-se, apesar de tudo, a se servir dessa oração e a pronunciá-la; devia averiguar severamente se, enunciando-a, não procura de certa forma enganar a Deus! As frases introdutórias advertem com clareza suficiente que cada um deve se examinar, se também é realmente assim como nelas se apresenta! Se com isso ousa se aproximar sem falsidade diante do trono de Deus! Se, contudo, vivenciardes em vós as três primeiras frases da oração, então elas vos conduzirão aos degraus do trono de Deus. Elas são o caminho para isso, quando numa alma chegarem a um vivenciar. Nenhum outro leva até lá. Mas este, seguramente! Não vivenciando essas frases, nenhum dos vossos pedidos poderá chegar até lá. Deve ser uma invocação dedicada, e, contudo, jubilosa, quando ousais proferir: “Pai nosso que estás no céu!” Nessa exclamação repousa a vossa sincera afirmação: “A ti, ó Deus, dou todos os direitos de Pai sobre mim, aos quais quero submeter-me com obediência infantil! E reconheço com isso também Tua onisciência, Deus, em tudo o que Tua determinação trouxer, e peço que disponhas de mim como um pai tem de dispor dos seus filhos! Aqui estou, Senhor, para te ouvir e te obedecer infantilmente!”

A segunda frase: “Santificado seja o Teu nome!” Esta é a afirmação da alma em adoração, de quão sincera é em tudo quanto ousa dizer a Deus. Que acompanha com plena intuição cada palavra e pensamento, não abusando com superficialidade do nome de Deus! Pois o nome de Deus lhe é sobremaneira sagrado! Considerai bem, todos vós que orais, o que com isto prometeis! Se quiserdes ser inteiramente sinceros convosco, tendes de reconhecer que vós, seres humanos, até agora, justamente com isto, tendes mentido diante do semblante de Deus; porque nunca fostes tão sinceros na oração conforme o Filho de Deus, pressupondo, estipulou nessas palavras como condição! A terceira frase: “Venha a nós o Teu reino!” novamente não é nenhum pedido, mas apenas uma promessa a mais! É um prontificar-se de que através da alma humana tudo deve tornar-se aqui na Terra tal como é no reino de Deus! Por isso a expressão: “Venha a nós o Teu reino!” Isto quer dizer: queremos chegar também aqui na Terra a tal ponto que o Teu reino perfeito possa estender-se até aqui! O solo deve ser preparado por nós de modo que tudo viva apenas segundo a Tua santa vontade, isto é, cumprindo plenamente as Tuas leis da Criação, de maneira a tudo se realizar tal qual é em Teu reino, o reino espiritual onde se encontram os espíritos amadurecidos e livres de todas as culpas e cargas, que apenas vivem servindo à vontade de Deus, porque somente no cumprimento incondicional desta surge algo de bom, pela perfeição nela latente. É, portanto, a afirmação de querer tornar-se assim, para que também a Terra, mediante a alma humana, venha a ser um reino do cumprimento da vontade de Deus! Tal afirmativa fica ainda reforçada pela frase seguinte: “Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no céu!” Essa não é apenas uma declaração de se prontificar a enquadrar-se inteiramente à vontade divina, mas encontra-se também nela a promessa de interessar-se por essa vontade, de esforçar-se com toda a diligência para reconhecer essa vontade.

Tal esforço tem de preceder, sim, a uma adaptação a essa vontade, pois enquanto a criatura humana não a conhecer direito, não estará apta a orientar sua intuição, seu pensar, falar e agir de acordo com ela! Que tremenda e culposa leviandade não é, pois, a de cada ser humano que nunca cessa de fazer essas afirmativas ao seu Deus, sempre e sempre de novo, quando na realidade nem se interessa de como seja a vontade de Deus, que se acha firmemente ancorada na Criação. O ser humano mente, sim, em cada palavra da oração, quando ousa proferi-la! Com isso, encontra-se como um hipócrita diante de Deus! Junta sempre novas culpas por cima das antigas, sentindo-se por fim digno de lástima, quando ele em matéria fina tiver de sucumbir no Além sob este fardo. Somente quando essas frases tiverem sido cumpridas realmente por uma alma, como condição preliminar, é que ela poderá continuar a dizer: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje!” Isso equivale a dizer: “Se eu cumprir aquilo que afirmei ser, deixa então que a Tua bênção paire sobre a minha atuação terrena, a fim de que disponha sempre de tempo para conseguir meu necessário sustento de vida na matéria grosseira, para poder viver segundo a Tua vontade!” “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores!”

Nisso jaz o conhecimento dos efeitos retroativos incorruptos e justos das leis espirituais que transmitem a vontade de Deus. Simultaneamente também a expressão afirmativa de plena confiança nisso, pois o pedido de perdão, isto é, de remição das culpas, baseia-se estritamente no cumprimento anterior, pela alma humana, do próprio perdoar de todas as injustiças que os semelhantes lhe fizeram.

Quem tiver sido capaz disso, quem já houver perdoado tudo ao seu próximo, ficará de tal forma purificado, que nunca virá a cometer intencionalmente nenhuma injustiça! Com isso também estará livre de todas as culpas perante Deus, uma vez que só é considerado como injustiça o que tiver sido feito intencionalmente de má fé. Só assim é que vem a ser uma injustiça. Há nisso uma grande diferença com relação a todas as leis humanas e conceitos terrenos atualmente existentes. Assim, pois, nessa frase, também como base, encontra-se novamente uma promessa perante seu Deus de cada alma que almeja a Luz. Declaração de sua verdadeira vontade, para cuja realização, aprofundando-se e ficando esclarecida sobre si mesma, espera receber força na oração, que, numa sintonização certa, também receberá, segundo a lei da reciprocidade. “E não nos deixes cair em tentação!” É um conceito errado da criatura humana querer ler nessas palavras que seria tentado por Deus. Deus não tenta ninguém! Trata-se nesse caso apenas de uma tradição incerta que escolheu inabilmente o termo tentação. Seu sentido correto deve ser classificado no conceito de errar, perder-se, isto é, andar errado, procurar erradamente no caminho ao encontro da Luz. Equivale a dizer: “Não nos deixes tomar caminhos errados, procurar erradamente, não nos deixes perder o tempo! Desperdiçá-lo, malbaratá-lo! Mas retém-nos à força, se necessário for, inclusive se tal necessidade nos tenha de atingir como sofrimento e dor.” Esse sentido o ser humano também tem de entender por intermédio da sentença seguinte, e de acordo com o teor diretamente ligado a ela: “Mas livra-nos do mal!”

Esse “mas” mostra bem nitidamente a unidade da frase. O sentido equivale a: Faze-nos reconhecer o mal, seja qual for o preço que isso venha a nos custar, mesmo com o preço da dor. Capacita-nos para tanto por intermédio de Teus efeitos recíprocos em cada uma de nossas faltas. No reconhecer encontra-se também a remição para aqueles que tenham boa vontade para isso! Com isso termina a segunda parte, o colóquio com Deus. A terceira parte constitui o remate: “Pois que a ti pertencem o reino, a força e a magnificência por toda a eternidade! Amém!” É uma confissão jubilosa do sentimento de ser acolhido na onipotência de Deus através do cumprimento de tudo aquilo que a alma na oração lhe deposita aos pés como juramento! Esta oração dada pelo Filho de Deus possui, por conseguinte, duas partes. A introdução, ao aproximar-se, e o colóquio. Por último, adveio por Lutero a confissão jubilosa do conhecimento do auxílio para tudo aquilo que o colóquio encerra, do recebimento da força para o cumprimento daquilo que a alma prometeu ao seu Deus. E o cumprimento terá de levar a alma ao reino de Deus, ao país da alegria eterna e da Luz! Assim, pois, o Pai Nosso, quando realmente vivenciado, torna-se o apoio e o bastão para a escalada ao reino espiritual! O ser humano não deve esquecer-se de que numa oração ele tem de buscar, na realidade, somente a força, para poder ele próprio realizar o que pede! Assim deve orar! E assim também é constituída a oração que o Filho de Deus deu aos discípulos!

Cada amanhecer traz uma nova oportunidade de decidir. Os seres humanos com o eu interior desperto, estão percebendo que há algo mais a ser buscado na vida. Eis o que procurais… Mensagem do Graal https://www.youtube.com/watch?v=n8kThZj-bRo