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SEMEAR O FUTURO

A humanidade se encontra diante da grande colheita de todas as suas ações. Não há equilíbrio. Os esquemas ficam meio escondidos, não favorecendo muito a nação e seu povo. Prevalece o açambarcamento dos recursos naturais de forma que se produza onde o custo seja baixo para vender aos que ainda podem pagar. Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, tem de acabar a luta por riqueza, poder e dominação, travada pelos poderosos contra a população em geral, e colocar em prática a estreita cooperação, visando o bem geral e a sustentabilidade.

O poder e os ganhos ficam com os graúdos enquanto a miséria vai se espalhando. Estão levando parte do Brasil para fora. Um exemplo é o da superfície do estado de Minas Gerais que está se tornando um grande buraco de difícil recuperação após a extração do minério de ferro, assim como ocorre com o buraco da dívida que não para de crescer. Das dívidas soberanas a mais complicada é a americana por envolver a moeda mãe das outras, o dólar. As complexidades são pouco debatidas. Havia um plano? Qual era? De tempos em tempos o teto da dívida é elevado. Como essa situação avançará pelo mundo?

As desmoralizações dos sistemas estão gerando mal-estar, comprometendo a democracia com o aumento do desinteresse e indiferença. Há insatisfação da população mal disfarçada, aproveitada por quantos cobiçam o poder mesmo que para isso tenham de favorecer a decadência geral. Com oito bilhões de almas encarnadas, o que deveria ser o Estado-nação? As ações da humanidade estão convergindo unilateralmente para o dinheiro, que vai suprimindo tudo o mais através das ações dos homens que não querem que o espírito atue naturalmente. As pessoas foram perdendo a percepção de que não passam de simples criaturas com a permissão de viver para evoluir.

O desenvolvimento em bases imediatistas é instável por natureza, portanto sujeito a mutações e destruição. Os seres humanos teriam de ter criado condições de vida em continuada melhora, pois o que importa é o aprimoramento de todos; se isso é posto de lado, a instabilidade da vida se manifesta, pois faltou responsabilidade. Era esperado que todos os avanços tecnológicos trariam melhorias gerais, promovendo qualidade de vida. Em vez disso muitas invenções trouxeram aumento da precarização. O natural seria que todos que se esforçassem e se dedicassem não deveriam viver precariamente na Terra. O que a inovação criada pela Inteligência Artificial trará para a humanidade?

Cada indivíduo tem o dever de fortalecer o querer próprio que, partindo do íntimo, desabrocha em seu cérebro para agir ou não. Os manipuladores querem adentrar no cérebro através da visão, audição e estímulos contidos nas mensagens. Se o indivíduo não tiver fortalecido o seu querer e força de vontade estará sujeito a que outros decidam por ele.

Qual é a causa do mal e da miséria existente no maravilhoso planeta Terra? Os revoltados contra o sistema, dominados pelo medo e cheios de ódio, querem detonar tudo, querem o fim do sistema áspero, custe o que custar. Acontece que o tempo está chegando ao final e a humanidade se acha diante da grande colheita, e tudo que não estiver vibrando de acordo com as leis do Criador terá de ser renovado ou perecerá. Quem procurar vai encontrar o caminho para a Luz.

Estamos nos finalmente do futuro, tudo patina e derrapa. Aumenta a inquietação. O presente é consequência do passado e causa do futuro, e todo semear traz a colheita! O melhor futuro surgirá quando a grande colheita estiver concluída anunciando uma nova era de paz, progresso e felicidade! Moderação é a palavra. Vamos com calma. Ontem passou. Cada novo dia traz a oportunidade para um novo movimento espiritual na direção do progresso.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

AS NAÇÕES E AS MOEDAS

O sistema monetário mundial está pendurado na moeda mais aceita, o dólar. As nações atrasadas dispõem de poucos recursos para trocas internacionais e como produzem poucos itens, precisam importar quase tudo com pagamento em dólares. Com isso, ocorrem déficits nas contas internas, na balança comercial e nas contas externas. Para cobrir os déficits, elas têm de tomar empréstimos que não vão para a produção e investimentos. A pandemia gerou a redução e paralização de atividades e do fluxo financeiro, o que foi contornado com a criação de dinheiro que se espalhou pelo mundo, gerando inflação, alterando a cotação de tudo. Mas, para muitas pessoas os salários caíram.

Foi permitida a criação de bolhas especulativas que, crescendo, se tornaram um risco para o sistema. Injetaram liquidez comprando papéis para assegurar a solvência. Com o desinteresse pela produção industrial, com o tempo foi se formando no ocidente a economia dos papéis e agora há desconhecimento sobre o futuro dessa economia que tende mais para virtual do que para real.

Os EUA tinham tudo: produção, tecnologia, população bem-preparada e finanças fortes para abarcar o mundo. Depois da Inglaterra, se tornaram os mandantes na América Latina. Agora têm poucas fábricas, dívida alta, bolsa de ações meio gorda com expectativa de entrar em regime para perder volume. E as nações sul-americanas estão afogadas em dívidas e desemprego. Espaço aberto, no qual a China vai avançando, e o desequilíbrio econômico aumentando pelo mundo. Em muitas questões, a história tem sido omissa, como, por exemplo, na questão do continuado aumento da dívida pública sem correspondente melhora nas condições gerais de vida. Não é fácil enxergar toda a extensão do drama.

Com a descoberta da abundância de mão de obra de baixo custo na Ásia, o ocidente foi reduzindo a produção fabril. O engasgue de 2008 deu início à flexibilização monetária, mas o dinheiro foi para a compra de papéis, o que se avolumou na pandemia. Enfrentamos desemprego, inflação e PIBs estagnados, gerando muitas incertezas quanto ao futuro da economia mundial.

Grande parte das indústrias está na China, que praticamente não necessita importar produtos manufaturados e pode exportar, pois seus custos são menores, e encontra nos países dependentes a oportunidade de importações do que necessita com preços vantajosos. Há um desequilíbrio na economia mundial. Como isso foi gerado? Como solucionar de forma que as nações possam prosseguir melhorando as condições gerais de vida em paz?

O desequilíbrio econômico mundial gerou estagnação geral. O consumo se retraiu como consequência da parada gerada pela pandemia, depreciando o poder aquisitivo das moedas dos países dependentes, acarretando perdas. O que fazer? Não adianta ficar lamentando a desaceleração da China; há que se fazer como ela e fortalecer a produção para o mercado interno, porque se atualmente exportar não está fácil para a China, imagine para os demais países.

No Brasil, a desatenção dos governos com as questões fundamentais criou dificuldades e pobreza em várias regiões, como a escassez de água no Nordeste. O rio São Francisco tornou-se estrategicamente muito importante, mas deve ser bem cuidado para que mereçamos a ajuda dos entes da natureza que cuidam das águas e das matas, outrora tão respeitados pelos índios do Brasil.

As teorias explicam muitas coisas, mas por que no Brasil não se consegue produzir manufaturados em maior quantidade? Por que a produtividade é baixa? Por que os importados chegam com preços inferiores aos produzidos no país? Por que a ZFM não ampliou a participação tecnológica nos produtos?

Educar para a vida requer a participação da alma como faziam muitos professores do século passado, auxiliados pelas famílias dos alunos. O risco do avanço tecnológico sem alma é o de transformar os seres humanos em meros robôs incapazes de uma reflexão própria sobre o significado da vida e seu papel no planeta com seus mecanismos de sustentação da vida, cada vez mais desconhecidos dos jovens e que a humanidade pouco respeita, mas em seu imediatismo, contribui para sua destruição.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

SEJA POSITIVO E REALIZADOR

Um pessimista frequentemente pergunta: “Você acha que isso vai dar certo? Será que vamos conseguir?” Muitas pessoas tendem a colocar empecilhos e ver dificuldades em tudo, demonstrando, assim, incapacidade para perceber a força das Leis da Criação e de confiar na Justiça inquebrantável. Pessoas negativas sempre trazem um pessimismo desanimador. Muitas vezes nos deixamos levar pelo negativismo que paira no ar e não olhamos para as coisas boas e as grandes possibilidades, e ficamos travados em ninharias negativas. É muito importante pensarmos e falarmos visando bloquear a corrente negativa que a tudo invade.

Poucas pessoas são gratas pelas coisas que receberam, mas, mesmo assim, não vacilam em se queixarem, atraindo sofrimentos causados por elas mesmas, por seu modo errado de viver. A vida não é uma fatalidade. Sempre temos a possibilidade da escolha, mas temos de fortalecer o bom querer. Protestar e se manifestar parece correto neste mundo onde pouca atenção foi dada ao desenvolvimento de condições que possibilitem a melhoria continuada da qualidade humana.

Quem explica a causa da violência e agressividade? Pouco se sabe sobre o significado da vida e sua finalidade, tampouco se nota esforço para compreender isso; vai daí que aumentam os conflitos. Com sua indolência e ignorância sobre o significado da vida, as pessoas perdem o vigor e a força de vontade do querer íntimo. O que está acontecendo com a espécie humana que está modificando o seu padrão natural?

As máfias, com suas mãos de ferro, já causaram muitos danos visando lucros com tráfico de drogas e de pessoas escravizadas de ambos os sexos. A história oferece muitos exemplos de atividades predatórias. Na China, mandavam os mandarins que dominavam o imperador e o povo que vivia em precárias condições e com pouco arroz. Lao-Tse, mestre espiritualista, se tornou um colaborador do imperador How-Tchou com o propósito de elevar as condições gerais e prestar esclarecimentos espirituais sobre a vida. Iniciou a construção da muralha e a produção de porcelana. Os poderosos não gostaram dessa intervenção. Confúcio (Com-fu-tse) também se opunha e se associava aos poderosos que visavam a destruição de Lao-Tse e do imperador.

Enquanto Lao-Tse transmitia ensinamentos voltados para o bem, Confúcio, qual Machiavel, trabalhava para conservar o poder nas mãos dos mandarins. Assim como tantos povos, a China também não deu guarida ao mestre, da mesma forma como aconteceu com outros profetas em outras regiões. Segundo Mao-Tse-Tung, o poder nasce da ponta do cano de um fuzil.

Há no ocidente muitos debates em torno do tamanho do Estado, mas quanto mais aumentou, mais improdutivo e deficitário se tornou, pois ali se reúnem indivíduos que querem o poder e as benesses, mas poucos estão dispostos a dar contribuições para o bem geral. Como não conseguem espaço na iniciativa privada, correm para se abrigar no cobertor do Estado. Faltam estadistas, faltam seres humanos de bem, conscientes de sua responsabilidade de promover a continuada melhora das condições gerais de vida para que o viver na Terra seja profícuo e proveitoso, em paz e felicidade; nessas condições não há necessidade do agigantamento do Estado.

Os homens inventaram o dinheiro, mas ainda não foi encontrada a maneira certa de lidar com ele, com a sua multiplicação e com o controle das contas públicas e pessoais. É tudo festa até chegarem as cobranças. O dinheiro deveria ser um meio auxiliar do progresso, mas foi transformado em meio de dominação, fonte de poder, arrogância e especulação para bem de uns e miséria de muitos. O comunismo não havia percebido isso com nitidez ao querer que o Estado fosse o detentor da capacidade produtiva, mas os sucessores de Mao encontraram uma fórmula especial de fazer dinheiro através do Capitalismo de Estado que conduziu a China à posição de segunda potência.

As novas gerações precisam de ensino proveitoso e motivador para que sintam a importância do aprendizado e sejam responsáveis. A evasão escolar espelha o duplo problema: ensino inadequado no conteúdo e forma, e despreparo das crianças com deficiências que procedem da vida familiar. Muitas pessoas perguntam: “por que a minha vida não vai para frente?” Mas é a pessoa que tem de se movimentar e caminhar para frente com firmeza e responsabilidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

COMO SERÁ 2021?

O que a globalização trouxe de bom para a humanidade? Como será organizada a vida e o abastecimento de oito bilhões de bocas? Os suprimentos estão sob pressão. Não é por acaso que alguns itens produzidos na natureza têm seus preços reajustados. Os acontecimentos estão mostrando aspectos perigosos do atual sistema econômico. Os países deixaram de produzir internamente e se tornaram reféns da produção externa e do transporte. Se nada for feito, muito em breve teremos crises não imaginadas no abastecimento e na segurança social.

A economia se distanciou da meta de promover a continuada melhora nas condições gerais de vida, passando a priorizar o objetivo de acumular capital financeiro e poder. O resultado é a gritante instabilidade geral e o aumento da miséria coletiva. Cada povo tem de se voltar para si mesmo, para a melhoria interna, criando oportunidades, trabalhando com esmero, recebendo a adequada compensação, aproveitando as horas de lazer de forma construtiva.

As condições de vida vêm piorando, pois não há tempo para viver, aprender e ser feliz. A Europa sempre tirou proveito do resto do mundo. A Inglaterra interferiu em tudo em benefício próprio. Os EUA inventaram o dólar e tomaram conta do mundo. A China quer recuperação de seu passado difícil e se tornar forte e poderosa, transformando-se na usina do faz tudo.

O Brasil está pendurado nas dívidas. A situação não comporta bravatas nem brincadeiras. Reativar a economia e manter a autonomia são imperativos. O acúmulo de dificuldades para a economia do país foi criado ao longo de várias décadas de políticas inadequadas, no câmbio, nos juros, na indústria, na educação, que foram castrando o touro que havia na economia brasileira.

A forte geração de empreendedores que puxavam a produção e o consumo no século 20 perdeu o pique, ou quebrou, ou se desfez das empresas. A renda evaporou para empregados em geral, pequenos empresários, serviços, locatários; assim fica difícil a recuperação do nível passado. Aquecidos estão a Bolsa e o bitcoin em função do dinheiro que saiu da renda fixa, mas são operações de risco e não se sabe até onde isso vai. O Brasil precisa de produção, empregos, renda, consumo, arrecadação, população desperta, governantes sérios e patriotas.

O Brasil e o mundo têm de voltar ao natural, ao respeito às leis da vida. Se isso tivesse ocorrido, não teríamos chegado ao descalabro da explosão demográfica e do despreparo geral, atraindo precarização crescente. Natural seria o alvo de conduzir a espécie humana ao aprimoramento para que ela não descaísse aos abismos da fome, das pandemias, da corrupção e tantas baixarias. Pela frente virão 365 dias; o que vai mudar para o bem da humanidade?

O Brasil está sem rumo há tempos. D. Pedro II tinha uma visão geral do mundo, trabalhou para eliminar o trabalho escravo, mas a dinastia extrativista se mantinha inflexível na produção agrícola de exportação sem técnica. Com a república corrupta ficou pior. A maioria dos presidentes e governadores foram uns inúteis e nada fizeram pelo país. Alguns generais não compreendiam a estrutura monetária criada em Breton Woods e endividaram o país sem criar uma base sólida de indústria e tecnologia; o resto tem sido só remendos e despreparo geral. As trevas encobrem o Brasil que precisa de estadistas patriotas e sábios, que semeiem contentamento e gratidão sob a Luz da Verdade.

O termo “estado-nação” implica uma situação em que os dois são coincidentes. O estado-nação afirma-se por meio de uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma soberania sobre um povo num dado território com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias também. Tudo deveria surgir de forma natural no livre mercado com propriedade privada, concorrência e produção decidida pelas empresas em atendimento às necessidades dos consumidores.

A ideia era boa, mas foi corroída, faltou o reconhecimento das leis naturais da Criação como base, e os homens criaram as próprias leis segundo suas cobiças e interesses próprios. Corrupção e decadência se espraiaram pelo mundo. A população atingiu níveis impensados. A ignorância subiu às cabeças. O que virá agora pelo mundo? Como será 2021? Se o ser humano se tornar um ser mais humano tudo será mais fácil de resolver e teremos um ano melhor.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A COVID-19 E AS REFLEXÕES

Tudo está mudando rapidamente. Muitas oportunidades estão desaparecendo por causa da nova tecnologia digital. Os negócios em nível mundial se concentram, cada vez mais, nas mãos de poucos, enquanto grande parte da população vai sendo condicionada para uma forma de vida padronizada e distraída, sem se preocupar com o seu significado. As comunicações de massa pouco contribuem para estimular reflexões profundas e intuitivas, e com isso, o ser humano vai ficando enrijecido, com horizontes cada vez mais restritos.

No ocidente havia liberdade e oportunidades. Na região asiática, com seus bilhões de habitantes, a sobrevivência se fazia com precariedade, o que agora se esparrama pelo ocidente, alcançando até os países avançados, projetando o declínio da humanidade e a tentativa de retardar a distopia do embrutecimento geral.

A globalização e o Capitalismo de Estado trouxeram para o livre mercado o confronto na diversidade de legislação trabalhista e política salarial, inviabilizando muitas atividades. Como resolver se para a OMC é tudo a mesma coisa? A CLT é complexa. Na empresa que trabalha sob encomenda, o que fazer quando não houver encomendas? A participação nos resultados poderia ter aplicação mais ampla. Os encargos sobre o pagamento de salários precisam ser ajustados, pois emperram a contratação e reduzem a renda, e consequentemente o consumo. Ajustes devem ser feitos para que a economia se movimente mais e melhor.

Essa crise mundial deveria dar o que pensar aos especialistas e pessoas em geral, sobre a renhida luta pela sobrevivência que impõe precárias condições. A covid-19 é maléfica por provocar muitos contágios sem que se saiba exatamente como evitá-los e como tratar os doentes diante de tantas polêmicas, além da dúvida sobre qual seria a forma adequada para o convívio com o vírus para não cair na paralisação de todas as atividades.

Os países com mão de obra barata se voltaram para o mercado globalizado que agora se restringiu, e assim ficam sem saber o que fazer diante da crise, mas deveriam buscar alternativas econômicas internamente e rever o modo de vida para alcançar um viver mais natural, sem a precarização e miséria, mantendo a disponibilidade e diversificação alcançada nos produtos manufaturados.

Num momento de economia estagnada, de onde poderia surgir uma onda inflacionária? A nova cédula de R$200,00 nada tem a ver com isso. Pensando no essencial, se a comida se tornar escassa e tiver aumentos de preços, poderá surgir daí uma onda de inflação de difícil combate. A ausência de paridades fez das moedas um negócio altamente especulativo. As oscilações no câmbio são, em grande parte, manipuladas em função de interesses específicos.

Há no mundo muito dinheiro ocioso e as bolsas estão no limite. A capacidade de produção é alta, mas a renda segue em declínio. Não há onde investir, a não ser no financiamento dos Estados, máquinas de jogar dinheiro fora, mas que atingiram o pico da insustentabilidade da dívida pública. Os governantes pouco zelaram pelas contas internas e externas, lançando mão de experimentos econômicos para curtos períodos de ilusória fartura, produzindo muita dívida e aumento da miséria, permitindo exorbitantes lucros especulativos. A redução dos juros dá um alento à capacidade de endividamento, mas a economia fragilizada não reage. Os estadistas que querem controlar a dívida não recebem apoio e a dependência vai aumentando.

Na diplomacia não há amizades, só interesses. O Brasil poderia estar muito à frente, mas se ressentiu da falta de estadistas sérios, competentes que visam o bem geral do país. Se o dinamismo e os fundamentos naturais da economia não forem mantidos, a retrograda atividade extrativa será preponderante. Felizmente o agronegócio tomou impulso face ao déficit alimentar pelo mundo, mas é pouco para se dizer que o Brasil seja um país independente com produção, emprego, renda, consumo, bom preparo das novas gerações, progresso.

Em meio a tantas dificuldades os seres humanos deveriam parar para pensar sobre suas causas. As Leis da Criação contêm a Vontade Criadora de Deus que possibilitam a vida do ser humano para que este pudesse evoluir observando-as para o bem geral. Em vez disso, e em meio à confusão, as pessoas deveriam buscar a Luz da Verdade para encontrar o rumo certo e compreender o real significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O QUE SUSTENTA A ECONOMIA?

O consumo sustenta a economia. O que sustenta o consumo é a renda, e esta requer trabalho remunerado. Para o país, é fundamental que haja produção e renda, senão o capital gerado acaba indo para fora, para países que produzem e exportam. Se o país pode produzir, por que ficar importando e engordando o capital externo? É indispensável que haja equilíbrio nas contas internas e externas, assim como no trabalho e na respectiva remuneração. Mas a ânsia por ganhos desenfreados entortou tudo.

Por milênios, a humanidade tem seguido caminhos errados em vez de buscar o aprimoramento da espécie e o viver pacífico. É preciso fortalecer as capacitações individuais, a força da diversidade. Mas a cobiça de poder quer uniformizar a todos e dar um número aos indivíduos, tornando-os dependentes no jugo daqueles que encontram no Estado o meio ocultar a sua incompetência e impor sua tirania.

O conflito entre o empregador que quer pagar o mínimo e o empregado que quer melhores condições acabou levando grande parte das fábricas para a Ásia, onde a possibilidade de conflito é reduzida face a renhida luta pela sobrevivência. Tudo tendeu para o desequilíbrio na produção, empregos, renda, comércio e consumo, e nas contas públicas. A parada forçada da movimentação do dinheiro colocou tudo à mostra gerando falências em cascata. A economia tem de ser reativada de forma equilibrada, mas não sabemos o que vem por aí nem que interesses estão envolvidos. A economia é movida pela circulação de dinheiro, agora interrompida, o que amplia a perda de renda, e os consequentes empobrecimento e queda no consumo.

Pelo mundo todo os acontecimentos estão em aceleração. O momento exige flexibilidade e constante readaptação às novas situações que se sucedem velozmente. Necessitamos de pessoas que consigam ouvir a intuição e se ponham em movimento, ver o que está faltando, o que está emperrando e ir ajustando, senão as falhas aumentarão, o tempo passará, e as despesas vão superar as receitas. Sem que haja bom preparo das novas gerações, a precarização geral será crescente.

No pós-guerra consolidou-se uma ordenação mundial visando a paz, mas com o passar dos anos surgiram efeitos danosos. No entanto, o que se percebe é que a estabilidade mundial requer equilíbrio entre os países e povos, eliminando o mau costume de se beneficiarem prejudicando outros. A cooperação deveria ser atuante e quem não puder ajudar, não deve atrapalhar explorando o outro.

A ruína da finança pública decorre da falta de estadistas sérios e competentes, e daqueles que querem inchar o Estado e mamar em berço esplêndido, então caíram na armadilha da dívida. Agora se tornaram conhecidos os amargos efeitos dessa globalização oportunista que buscou mão de obra barata para produzir manufaturas para exportar, mas com a perda de empregos e renda, tudo se tornou precário.

É muito difícil para uma pessoa de bem se entrosar num ambiente de mentiras, falsidades, dissimulações. Quem são os que ficam? Imagine uma pessoa intuitiva trabalhando em Brasília. Há uma deplorável guerra de palavras. Tergiversam, isto é, usam palavras para mentir, escamotear, difamar, visando destruição gratuita e inconsequente para desorganizar e atemorizar.

A ideologia é o escudo encobridor, mas o que interessa mesmo, acima de tudo, é poder e dinheiro, o controle, a submissão. A história é bem clara, a grande ambição de acumular riqueza e poder não tem fim, agora agravada com a limitação dos recursos naturais. Pouca atenção foi dada ao desenvolvimento de condições que possibilitem a melhoria continuada da qualidade humana.

No mundo áspero, dominado pelos homens subjugados pelo raciocínio limitado à matéria e ao tempo-espaço, os seres humanos intuitivos que ainda pressentem a existência do espírito, não têm vez, são postos de lado por aqueles que se tornaram mestres na arte de auferir vantagens para satisfazer seus desejos e cobiças, indiferentes ao sofrimento que causam, e pouco se importam se descaírem.

Em 2020, o mundo está perdendo a esperança. A natureza é explorada de forma imediatista. Há despreparo da população. Cresce a corrupção. O desequilíbrio na economia é mundial. O ser humano não pode agir como ladrão. O Brasil precisa produzir mais e gerar empregos para reduzir o grande contingente de pessoas despreparadas e necessitadas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A GLOBALIZAÇÃO E A CHINA

A abertura atabalhoada das fronteiras comercial e financeira foi como um salto no escuro. As consequências hoje estão nitidamente visíveis. As novas gerações foram conduzidas para uma forma de pensar indiferente quanto ao futuro; não sentem a necessidade de pensar no amanhã, vivem o hoje de forma descomprometida, temerosas do que está por vir no mundo do trabalho. Percebem que a construção feia e áspera feita pelo homem de raciocínio preso ao tempo e espaço está em processo de desmanche.

Em 1949, há setenta anos, Mao Tse-tung fundou a República Popular Chinesa, um fracasso econômico e social sob o comando do Partido Comunista. O livro vermelho, com os postulados ideológicos de Mao Tse-tung, foi a fonte onde muitos descontentes foram beber nos anos 1960, mas a China não alcançou êxito. Nixon, então presidente norte-americano, buscou naquele país um contrapeso frente à Rússia. Deng Xiaoping, que liderou a China entre 1978 e 1992, entendeu que o mundo era comandado pelo dólar e então promoveu reformas econômicas para produzir muito e se integrar no mundo capitalista com governo forte, como se fosse uma grande empresa disposta a produzir de tudo com seu estoque de mão de obra ociosa, e foi bem-sucedido.

O comunismo já era, os homens que cobiçavam o poder perceberam que tudo gira em torno do dinheiro, então procuraram a forma de alcançar acumulação do capital financeiro e, para isso, teriam de se adaptar ao sistema capitalista. Assim, aos poucos foi surgindo o capitalismo de estado, empenhado em produzir manufaturas de baixo preço para exportar. A globalização, abrindo as fronteiras do comércio, foi fundamental para que tivesse início uma nova fase do capitalismo, o que gerou consequências de longo alcance. Enquanto isso, o neoliberalismo ia se concentrando nas finanças globais, sempre buscando o ganho financeiro como prioridade, deixando de lado a produção. No Brasil e no ocidente, a produção industrial caiu muito. Agora o mundo enfrenta a falta de empregos, precarização e queda no consumo, gerando maré alta de insatisfações. O avanço da precarização geral poderá levar ao recrudescimento do rancor e a atos agressivos.

Os homens são dotados de livre resolução. Quando escolhem produzir na Ásia com mão de obra menos custosa, não se preocupam com o que vai acontecer com os outros trabalhadores. O direito à propriedade faz parte das leis da vida. Já o açambarcamento das riquezas da natureza é fruto da cobiça egoística, o que se torna bem evidente no capitalismo. No socialismo, por sua vez, as intenções dos mandantes ficam acobertadas por uma cortina de “bondades” às custas do estado com dinheiro público para sustentar a máquina cara. O certo seriam os programas de participação nos lucros das empresas como forma geral de redistribuir os frutos do trabalho, coibindo-se ações especulativas e espoliativas. Com as inovações surgidas na estrutura de produção global, ocorreu baixa na competitividade. O desafio é ter preço compatível com o poder aquisitivo nesta época de vacas magras, pois a concorrência global é feroz e nem sempre leal.

Os juros altos e câmbio valorizado são do passado, mas fincaram suas garras e deixaram marcas profundas, afetando todas as atividades. Soma-se à incompetência dos gestores, a visão desanimada de muitos empreendedores locais, a desesperança geral, resultando num país estagnado e entorpecido. Como despertar e reanimar o Brasil pujante? Não adianta estimular a demanda artificialmente. Por que o Brasil e o mundo ficaram nessa complicada situação econômica e social? A construção dos homens desmorona pela falta de sinceridade e de comprometimento com o bem geral, o que levou a esse caos, ameaçando o futuro.

É necessário o apoio da imprensa na educação das novas gerações. A programação das TVs é uma lástima. Precisamos de gerações fortes bem preparadas que reconheçam a importância de estar vivendo no Brasil e se preocupem com o país. Os aglomerados de moradias precárias permanecem crescendo, a decadência também. Homens e mulheres estão gerando filhos sem estarem preparados. Os empresários e toda a sociedade precisam zelar pelo país. A coesão social perdeu espaço no mundo apressado que perdeu a consciência ancestral, isto é, o saber da origem e significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

COMANDO UNIFICADO OU DESGLOBALIZAÇÃO?

Seja na atividade empresarial ou na vida pessoal, o momento exige de cada indivíduo prudência com os gastos para não se endividar, preparando-se para um momento melhor que deve chegar. Mais do que nunca a situação atual exige que as pessoas estejam cada vez mais preparadas para enfrentar os desafios e se ajustar às novas tecnologias e tudo mais. Nesse ambiente, pensar com clareza é o básico. Sem leitura, sem ampliar o vocabulário, como esperar que as novas gerações tenham clareza no pensar, raciocínio lúcido e intuição se não forem orientadas para isso?

A ignorância começou há muito tempo, com o abandono dos livros. A TV não contribuiu como era esperado para o adequado preparo das crianças que se tornaram pais, e assim ficamos. Os bons professores promovem bons resultados para o indivíduo, para o país e para o planeta. Eles são indispensáveis desde a educação na primeira infância, já que os pais não raro também necessitam completar sua educação para a vida. No passado, os professores ensinavam com dedicação e sem viés ideológico. Hoje, se fala muito em inteligência emocional que se reveste na inteligência dos seres humanos com visão ampla do significado da vida, pois através dela os indivíduos possuem automotivação para um viver de progresso construtivo e beneficiador. Professores bons, bem preparados, valorizados, são garantia de melhor futuro.

Desde que o homem passou a criar dinheiro do nada, criou-se também um dos maiores enigmas da humanidade: a dificuldade de entender como o dinheiro surge, como ele se relaciona com o governo e com as outras moedas e entre as pessoas. Vários fatores encobrem a simplicidade do equilíbrio das contas. A imprevidência financeira, o gasto exagerado e o endividamento atraem a funesta ingovernabilidade e miséria.

O crescimento do comércio global não trouxe benefícios ao conjunto da população. No Brasil ocorreu declínio no bem-estar social e ampla destruição nas indústrias de médio porte que perderam espaço, aniquilando empresários e empregos. No ocidente, ocorreram perdas visíveis nos empregos e renda da classe média, gerando ambiente depressivo. O camponês da França que produz vários itens de consumo interno também se sente ameaçado. Terá de se tornar motorista do Uber ou entregador de pizza como tantos profissionais sem emprego?

A triste história econômica do Brasil a partir dos anos 1990 aponta que poderíamos ser o celeiro do mundo e ao mesmo tempo ter uma indústria forte, bons pesquisadores, mão de obra técnica de qualidade e serviços em nível satisfatório. Duas tacadas fatais para as indústrias – abertura comercial e dólar barato. Será que os adeptos dessa teoria previram as consequências? Sem produção, e só com serviços, não surge riqueza nem oportunidades. Endividado, com políticos interesseiros e provocadores de agitação que não buscam a melhora geral, fica difícil encontrar a saída, enquanto as novas gerações vão se perdendo na estagnação.

Com a substituição do ouro pelo dólar, o novo mercantilismo se preparou para entrar em forte concorrência com a indústria ocidental visando o acúmulo de dólares. Como as cadeias de produção e distribuição interligadas em diversas regiões poderiam dar certo com as instáveis variações cambiais? A substituição de homens por máquinas automáticas reduz o custo, mas as máquinas não consomem bens. E tudo põe reduz o rendimento do trabalho. A ânsia de ganho financeiro inundou o mundo de papéis que os BCs tiveram de absorver criando dinheiro do nada. Os governos estão engessados por dívidas. Haverá unificação global de comando ou reversão da globalização.

Estamos com três correntes de filosofia econômica: ordem econômica liberal globalista; economia nacionalista e protecionista de livre mercado; e capitalismo de Estado forte interferindo na atividade econômica. Não está fácil entender as decisões que estão sendo tomadas diante dos atuais eventos econômicos. Dinheiro sobrando. Compra de ativos e baixas taxas de juros. Governos fortemente endividados. Estagnação econômica crônica.

Queiramos ou não, a globalização acabou desequilibrando a economia, interferindo na produção, empregos e consumo, enquanto a globalização financeira ia cavando abismos gerando a crise descomunal. Nas tentativas de adaptação e sobrevivência acabou-se não percebendo para onde tudo estava indo. As decisões financeiras e monetárias são importantes para evitar o pior, mas serão suficientes para ativar as engrenagens da economia de forma equilibrada entre os povos?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PARALISAÇÃO OU ESTAGNAÇÃO?

Na economia global, atropelada pela guerra comercial, as consequências estão se revelando nos países com as contas internas e externas detonadas, que buscam receitas tributárias sobre os preços de itens essenciais esquecendo o todo, dando espaço aos perturbadores que querem o caos. O Brasil precisa de serenidade para não perder o rumo. Se as diversas mercadorias tiverem seus preços reajustados no ritmo dos derivados de petróleo influenciados pelo câmbio, o que vai ser da estabilidade monetária e da inflação?

Alterar o preço dos derivados de petróleo todos os dias, com metodologia calcada no preço do petróleo no mercado internacional e na taxa e câmbio em um regime flutuante, foi uma grande barbeiragem, pois se o preço do petróleo é regulado pela produção e consumo, o câmbio sofre influências manipuladas pelos Bancos Centrais e especuladores. A situação é complexa, há insatisfação popular e lutas pelo poder, nesse meio qual será o futuro do país? Há muitos cargos eletivos, vereadores, deputados, senadores, todos disputando vagas nos ministérios e nas estatais; faltam estadistas patriotas.

Bloquear estradas, impedir o abastecimento das cidades não é atitude civilizada. Se não for traçada a linha entre liberdade e licenciosidade, chutar o balde vai se tornar usual, mas o que poderá trazer soluções é que o Brasil e sua população renasçam para uma fase responsável de busca do progresso e combate ao apagão geral, do espírito e da mente. Basta de tanto descaso com o país e sua consolidação como sociedade que prima pelos valores humanos, não pela baderna e chulices que levam ao declínio moral e falência geral.

Não há segredo. Os políticos, em geral, e ditadores acabam sendo dominados pela tirania e pela ânsia por dinheiro, essa coisa que se tornou abstrata fisicamente, mas circula de forma oculta nos bits dos computadores dando poder aos seus detentores que tudo fazem para que não haja alterações no sistema que permite que se crie dinheiro do nada, o grande ídolo da humanidade que renegou o espiritual. Mas os abusos contra a população, acobertados pela estrutura estatal, tendem ao limite da saturação, inquietando e criando o mundo das incertezas.

A situação é muito complicada. Estamos próximos da eleição. Se ela for impedida, qual será o futuro do Brasil? Que bagunça haverá nesse período. No Brasil tem faltado governo e não é de hoje, mas faltou governo porque a população tem pouco preparo e é incentivada a permanecer na vida indolente sem propósitos nobres. Faltam estadistas sérios e capacitados. Mais de 60 mil cargos eletivos que pouco fazem para a melhora. Enxugar tudo seria o alvo, a começar nas prefeituras, seus secretários e vereadores, até Brasília. As estatais, do jeito que ficaram na mão da classe política, deixaram de servir a população. Organizou-se uma paralisação nos transportes em nível nacional,sem que houvesse uma pauta de melhora geral, a população tem de se unir para melhorar o país de forma sensata.

O Brasil, há décadas explorado por interesses escusos, precisa de um esforço de longo prazo. A paralisação despertou o anseio por um país melhor, uma grande causa que precisa da adesão de todos, de bom senso e uma atitude permanente de exigir que o Brasil se torne um país decente para se viver de forma condigna com saúde, educação e trabalho, caso contrário nos tornaremos meros fornecedores de matérias-primas e minerais para as potências que só pensam nelas, enquanto a população vai regredindo aos estágios de Brasil quando colônia da Europa. O desmando pode gerar desemprego, queda na produção e mais miséria, a sina nos venezuelanos. A cidade turística de Embu das Artes (na rodovia Regis Bittencourt SP) ficou bloqueada com a paralisação dos caminhoneiros, houve prejuízo para os artesãos, para os empresários e risco para os empregos.

É preciso que cada pessoa se esforce por manter pureza em suas ações. Ao se afastar do espiritual, o ser humano se acorrentou ao mundo material, ao tempo-espaço, perdendo a visão da amplitude da vida. Agora as leis da Criação impulsionam tudo mostrando a colheita indigna, e o raciocínio por si, sem o despertar espiritual, é incapaz de restabelecer o que ele arruinou com o egoísmo. É preciso vontade sincera e querer o bem acima de tudo.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O APRIMORAMENTO HUMANO COMO META

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. Quem entende o que está se passando? Falta uma parada para refletir sobre a situação com objetividade e sinceridade na busca de soluções viáveis. Com a teimosia geral, a vida de oito bilhões tende a se precarizar. O foco deveria ser a busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência para, dessa forma, embasar a atividade econômica.

A desequilibrada situação das finanças públicas tende a piorar. O mundo atravessa uma fase de mudanças profundas. Massas desorientadas e acomodadas espiritualmente vão sobrevivendo. Para onde a humanidade está caminhando? Houve um período de busca de melhora no padrão de vida, mas faltaram maiores cuidados com a educação e preparo para a vida. Com a integração do bloco asiático, as deficiências vieram à tona; não está dando para segurar. Está certo dizer que se trata de Capitalismo de Estado ao se organizar a produção e o comércio quando na verdade se trata de governo forte? Que nome poderia ser dado a esse novo sistema econômico de produção?

Há confusão, insegurança e incerteza sobre os objetivos da sociedade. As empresas são formadas para gerar lucros e, para isso, o capital é indispensável, mas requer a colaboração dos que trabalham produzindo e tocando o empreendimento. As mexidas nas leis que regulam o trabalho deveriam incluir algum dispositivo de participação nos resultados, pois se trata de manter o equilíbrio entre as partes.

Nas análises do economista Thomas Piketty sobre a tardia abolição do trabalho escravo no Brasil, faltou observar que isso faz parte do passado colonialista, que criou uma economia caudatária que se habituou a produzir commodities para exportar, assim como o dinheiro também. Assim como no Brasil, em outros países também os ganhos obtidos em sua maior parte não foram reaplicados na origem que permanece no atraso geral, criando a matriz básica da desigualdade global entre os povos.

Muitos abusos foram cometidos quando o acúmulo de dinheiro e poder se tornou um fim em si, gerando a estruturação da economia imediatista, sem bases sólidas com responsabilidade pelo futuro. O foco deveria estar na busca de melhores condições gerais de vida. O mundo está sob controle do ponto de vista dos interesses econômicos das grandes potências que ensaiam um acordo entre si, tendo os mais fracos que se sujeitarem. Isso quer dizer que não haverá uma grande guerra no curto prazo, mas também não haverá paz devido a conflitos localizados e a atos de terrorismo, a menos que algum dirigente perca o equilíbrio e tome atitudes agressivas isoladamente.

A economia poderá seguir com baixo crescimento e com avanço da precarização em algumas áreas tidas como abastecedoras de commodities: Estados Unidos, como centro de atração da liquidez mundial; Ásia, como polo manufatureiro. No restante do planeta, aumento da insatisfação e movimentos de massa, eliminando-se cada vez mais a possibilidade de caudilhos assumirem o poder, ficando os Bancos Centrais na coordenação e o dinheiro e o poder como fins.

Enfrentamos a crise da humanidade que perdeu o rumo por ter esquecido que o futuro surge como consequência do que é feito no presente. Não há esforço para entender a vida e seus marcos fundamentais: nascimento e morte. Falta a consciência da responsabilidade da geração, seguida da encarnação e nascimento. O aprimoramento da espécie humana e a melhora das condições de vida ficam mais uma vez para o futuro do futuro.

A ausência de objetivos nobres e as necessidades do dia a dia envolvem tenazmente os pensamentos que vão se direcionando para as coisas fúteis, conduzindo tudo para baixo. Todas as noções, imperceptivelmente, vão se modificando para pior. No passado, isso não ocorria tão frequentemente como hoje, com bilhões de pensamentos direcionados para baixezas de todos os tipos, tornando a cada dia o viver mais difícil e vazio. Ao conservar puro o foco dos pensamentos, direcionando-os para o bem, as pessoas estarão contribuindo para a própria felicidade e para a melhora geral.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7