DESINDUSTRIALIZAÇÃO E ATRASO

Para dar impulso ao desenvolvimento, o governo militar tomou empréstimos externos. O petróleo subiu, nos anos 1980 os juros foram a mais de 20% aa. O dólar custava caro. O Brasil produzia e exportava, pois o dólar era favorável, e o governo comprava os dólares para pagar a dívida e emitia dinheiro para isso. A mercadoria ia embora; o dólar também, restando o dinheiro brasileiro que se multiplicava e, com isso, veio a superinflação. Houve o confisco bancário, a abertura e por fim o congelamento do preço do dólar sustentado com juros altos.

Os importados ficaram baratos, as importações fechavam fábricas e reduziam empregos. A dívida aumentou e caímos no atraso tecnológico e geral. É bom que o agronegócio tenha avançado, produzindo alimentos, mas não devemos nos conformar com possível retorno à condição de colônia exortadora de produtos in natura. Como sair dessa situação e não ficar para trás na tecnologia?

O câmbio tem exercido forte impacto na produção e exportação; em países como Japão, Índia e China, o câmbio desvalorizado em relação ao dólar lhes assegurou vantagem competitiva para exportação, pagando os custos internos com a própria moeda e recebendo as exportações em dólares. Dessa forma conseguiram acumular reservas e desenvolver a tecnologia, o oposto do que ocorreu no Brasil.

Nos últimos cinquenta anos o dinheiro se consolidou como a mola propulsora, mas a maturidade dos seres humanos ficou estagnada, e toda a economia entrou em desequilíbrio. Agora a circulação do dinheiro ficou travada gerando abalos. Um cenário de difícil solução. Os governantes eleitos periodicamente sofrem a interferência do legislativo, judiciário e da máquina permanente. Os Bancos Centrais não podem ficar reféns da politicagem, mas também deveriam ajudar na recuperação da economia, contribuindo para que se produza mais, gerando mais empregos, renda, consumo, bom preparo da população, sempre visando a melhora das condições gerais de vida, algo tão importante como cuidar da moeda.

Cada país com sua moeda, mas o dólar se tornou o padrão. A administração da produção e circulação do dinheiro requer um princípio de equilíbrio para assegurar boas condições de vida, mas as manobras econômico-financeiras para sugar o dinheiro se tornaram dominantes na produção, distribuição e finanças, acarretando superconcentração da riqueza.

Qual é o significado de a empresa Tesla ter aplicado 1,5 bilhão de dólares em bitcoin? Ampliam-se os negócios financeiros, mas a produção industrial cresce pouco. Até onde vai a criação de dinheiro e juros zero? A desinflação, promovida pela máquina de produção asiática, requer análise ampla das consequências. Os preços baixam, mas a produção se concentra, enquanto em outras regiões diminuem os empregos.

Com a globalização, as empresas passaram a buscar regiões mais convenientes do ponto de vista dos custos da mão de obra e outros. Recentemente, a Ford comunicou que deixaria de produzir veículos no Brasil. Essa é uma questão que deveria ser tratada com equilíbrio e bom senso entre empresas, empregados e governos, mas com as crises, o que estamos assistindo é uma forte tendência para a precarização geral.

A covid sanitária revelou a covid econômica, ambas refletem a covid espiritual anterior a elas, mas ainda não reconhecida plenamente pela humanidade. As novas gerações sabem que lhes falta preparo para a vida, porque foram induzidas ao comodismo, o que lhes aumenta o desencanto com a vida barrando a esperança e a força de vontade para alcançar melhoras gerais, pois de todos os lados só veem miséria e decadência, e raramente lhes é dado ver propósitos enobrecedores na espécie humana.

A displicência da classe política para melhorar o futuro, a falta de bom preparo das novas gerações e a cobiça por ganhos financeiros têm levado o mundo aos limites críticos. Em vez de ser aprimorada pelos seres humanos a democracia permaneceu estagnada e vem decaindo. Neste tempo de pandemia muitas pessoas estão percebendo a vacuidade existente em muitas coisas. Aumentam as notícias impactantes, as fakenews e falsas verdades criadas por mentes perturbadas. Está faltando um voluntariado geral para fortalecermos o humano na nossa civilização. É indispensável, para isso, a participação dos cientistas, artistas e jornalistas para examinar o mundo que estamos forjando para o futuro. Sem defendermos os valores que contribuem para o aprimoramento humano, a melhora será inviável.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A ÉPOCA NÃO ESTÁ PARA FESTANÇAS

Em muitos países está ocorrendo o esvaziamento industrial. As grandes empresas se voltam para o mercado mundial e escolhem o lugar menos problemático para produzir, distribuir, vender e administrar. Isso acaba sendo desfavorável para muitos países que perdem empregos, renda, atividades e arrecadação, estagnando o desenvolvimento tecnológico. Uma questão complicada que requer análises sinceras. Na renhida luta pela sobrevivência em que a vida se transformou, os caminhões, nas rodovias do Brasil, andam colados no carro da frente e acelerando, e em qualquer imprevisto podem matar.

Nas vacinas, como em tudo o mais, a competição e desequilíbrio estão presentes. É estranho que o ocidente não esteja sendo capaz de abastecer a si mesmo. A vacina tem um preço. Chega mais para uns do que para outros, mas há apenas uma humanidade e, face ao progressivo contágio, deveria estar sendo produzida de forma coordenada. Mas com informações contraditórias e falta de credibilidade, tudo está gerando sensação de desalento. A distribuição deveria ser equitativa e pacífica, mas há brigas dentro dos países e entre eles.

A precarização geral avança pelo mundo, vai nivelando por baixo, redistribuindo a miséria a quase oito bilhões de bocas. A pandemia desorganizou o sistema e algo deve ser feito para evitar o caos. Foram introduzidas medidas para preservar empregos, tais como a redução de jornadas e salários, e auxílio emergencial, sendo que este último se tornou inviável dado a falta de recursos e o tamanho da dívida pública. Cabe à sociedade buscar meios de adaptação para subsistir de forma digna, compatível com a situação, sem entrar em decadência.

A vulnerabilidade fiscal já existia antes da pandemia. O país foi deixando de produzir, as despesas subiram, o PIB não crescia, a arrecadação exigia aumento dos impostos. Através das ações e dividendos, a bolsa seria a democratização do capital, mas se tornou a essência da especulação com riscos elevados. O Brasil, como outros países, precisa de governantes competentes, sérios, empenhados em criar as condições para que a população progrida com preparo e trabalho e não com ilusões desorientadoras.

Recentemente a imprensa noticiou a realização de uma grande festa, realizada em Brasília, após a eleição de Arthur Lira como o novo presidente da Câmara dos Deputados. O Brasil tem andado para trás na saúde, educação, desenvolvimento. O momento é tão crítico, mas grande parte das pessoas continua vivendo com a usual displicência que arrastou o mundo para a beira do abismo. Esperemos que não seja apenas mudança de moscas; já que os antecessores pouco fizeram pelo país, os atuais têm agora a obrigação de fazer um mínimo pelo Brasil, antes que o manjar acabe.

O mundo vive uma época que não é apropriada para festas e aglomerações, pois há sofrimentos, desalento e miséria se esparramando em toda parte. Os maus hábitos se instalaram no poder impondo sua força corrompedora a seres humanos sem fibra e sem ideais enobrecedores. Deixando de lado a festa e seu custo e de onde vieram os recursos, o que o povo do Brasil deseja é que a Câmara e o Senado ajam com responsabilidade e empenho para a melhora das condições gerais de vida da população.

Outro grave problema é o desencanto das novas gerações com a vida que saiu da naturalidade. As ideias consumistas criaram uma visão artificial e ilusória sobre a vida, captando as atenções gerais, mas pouco se fez no sentido de mostrar aos jovens o real valor da existência. Desinteressados, eles se descuidam e não conseguem a necessária força de vontade para buscar o reconhecimento do real significado da vida e contribuir para a construção de um mundo melhor que impulsione a evolução e o aprimoramento da espécie humana.

A natureza e suas leis oferecem tudo que o ser humano necessita para seu progresso e evolução, e o aprendizado infantil deve iniciar por aí e prosseguir por toda a vida, pois essas leis abrangem tudo o que foi criado. O ano de 2020 foi de isolamento, recolhimento interior e percepção de quantas ilusões absorvem o tempo das pessoas. Como será 2021? Esperemos que a Câmara Federal e o Senado retomem a sua posição de estarem a serviço do Brasil, trabalhando para o bem geral da nação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

DECADÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA

A humanidade está atravessando uma fase difícil. Egos e cobiças impedem a união de esforços para o bem geral; então surgem guerras econômicas, das vacinas, das comunicações, e a verdade desaparece. O cérebro frontal tem sido programado para permanecer conectado ao negativismo, bloqueando a conexão intuitiva com a espontânea alegria de viver. Angustiadas, as pessoas deixam de ouvir a voz interior, a própria intuição, uma breve percepção de algo que devemos reter, antes que inúmeras interferências tentem apagá-la. O sono reparador concede o necessário descanso ao cérebro, mas tem sido dificultado pela agitação desta era de turbulências. Manter a serenidade é o requisito para uma vida longa e lúcida. A época exige seriedade no trato do que é essencial para a vida; não dá para desperdiçar tempo com ninharias.

A ansiedade, o nervosismo, a insatisfação e o descontrole emocional são altamente danosos para o ambiente, mas também vão causando danos nos neurônios, os quais vão se manifestar mais tarde através do mau funcionamento do cérebro. No entanto, como as crianças, temos de alcançar o sereno estado da espontânea alegria de viver, fazendo o que gostamos, gostando do que fazemos, sem perder de vista o nosso propósito de vida, nosso alvo elevado.

Os políticos se instalam no poder para conduzir a nação para o bem geral, mas a atração que o poder exerce é muito forte, o que os faz deixar de lado sua tarefa e passam a fazer tudo para manter o poder em suas mãos, mesmo que, para alcançar seus objetivos egoísticos, tenham de se submeter aos ditames da geoeconomia mundial. Como foi possível que o Brasil, dotado de tantos recursos, chegasse ao descalabro das moradias precárias que surgiram pelas grandes cidades sem esgoto, com mosquitos de todos os tipos? Falta educação e estadistas honrados.

Surgiram grandes dificuldades para os países que optaram por terceirizar a produção fabril. Os Estados Unidos enfrentam dificuldades jamais previstas. No Brasil, 50% da força de trabalho está sem emprego; faltam insumos essenciais e a tecnologia estagnou. Mais de 60% da população brasileira teve perda de renda nesta fase de parada geral. O dinheiro deixou de circular pelo mundo. Falta união de esforços visando o bem do país, pois a agenda da vaidade e da cobiça se volta para a conquista do poder.

Há muita coisa desequilibrada na economia. Faltou interesse e esforços para a compreensão do que estava se armando desde os anos 1970 e de buscar rumos mais adequados. Michael Hudson, economista e professor de Economia da Universidade de Missouri Kansas City disse: “A riqueza não é mais feita aqui (EUA) pela industrialização. É feita financeiramente, principalmente por meio de ganhos de capital.”

Não dá para competir com salário de 400 dólares por semana contra 600 por mês. No Brasil faltou uma coordenação para impedir que tantos países caíssem na depressão produtiva para que não se tornassem dependentes de tudo. O Brasil exporta as matérias primas para importar manufaturados. Os seres humanos do capitalismo selvagem criaram a agonia, mas o socialismo com mão de ferro, impondo-se sobre os mais fracos, também não será a solução. Antes terá de ocorrer a modificação do ser humano e sua sintonização.

O que se poderia dizer sobre tantos seres humanos materialistas cheios de cobiças que criaram sistemas para dominar e açambarcar as riquezas naturais? Aumenta a demanda mundial. Os preços dos itens essenciais continuam em alta. O desequilíbrio mundial na produção e na demografia, e outros fatores, estão afetando os preços, ampliando a ameaça de precarização geral. Trump tentou alguma mudança; Bolsonaro está sensível; agora entra Biden. Provavelmente nenhum deles terá condições para criar mudanças para melhor, pois foram séculos de decadência da espécie humana, o que se agravou nos últimos 50 anos, mormente o declínio espiritual, ético e moral.

A geoeconomia que visa dominar povos e riquezas naturais. Os diversos povos deveriam se desenvolver uns ao lado dos outros, em paz, se pautando em conformidade com as leis da vida e tendo a mãe natureza como a grande provedora e concessora de benesses e riquezas. A vida é a grande travessia para a Luz. É preciso força de vontade para seguir em frente e não se deixar arrastar para caminhos errados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO

São Paulo, esta grande cidade onde nasci, anda sonolenta; tem de despertar para o pioneirismo da melhora geral. Foi em São Paulo que D. Pedro I tomou o gesto simbólico da independência do Brasil. Cidade pujante que magneticamente atrai, de forma misteriosa, os seres humanos de todas as origens. A independência política era o primeiro passo para possibilitar as condições adequadas para o desenvolvimento dos seres humanos

Que fizeram da maravilhosa cidade, hoje com cerca de 12 milhões de habitantes? A população aumentou, mas a qualidade dos gestores públicos diminuiu e a cidade está cheia de problemas. Lixo, rios poluídos, habitações precárias, violência, cracolândias, falta de preparo para a vida. Como sinal dos tempos, as represas estão com pouca água, ressecando ao sol. É muito triste olhar para parte do leito seco de rios e represas; é como se a corrente sanguínea da natureza estivesse sendo interrompida e a vida indo embora.

Acorda São Paulo de teu sono paralisante para uma existência condigna. Com o afastamento do espiritual, o fluxo da energia beneficiadora da Luz ficou interrompido trazendo a decadência. Desperta! Seu aniversário, comemorado no dia 25 de janeiro, clama para a busca sincera da espiritualidade.

É nesta megalópole que se encontra a USP, a Universidade de São Paulo que surgiu como grande sonho de formar seres humanos de alta qualidade ética, cultural e moral, à altura dos grandes desafios de forjar um Brasil forte, uma pátria, um lar de paz, progresso e felicidade. A cidade de São Paulo, nascida para brilhar como um polo de união entre os seres humanos, acabou caindo nas mãos de zeladores mal intencionados que só queriam desfrutar, pondo de lado sua responsabilidade e obrigações. Como sairemos dessa situação com tantos oportunistas solapando tudo que restou? O nosso atraso tem de ser debitado aos políticos safados, até que o grande Brasil se tornasse essa coisinha flexível, sem vontade própria.

A responsabilidade dos governantes é cuidar das cidades em sua totalidade, infraestrutura, educação, economia, produzindo para o mercado interno consumir, e para exportar, gerando empregos, renda e arrecadação. Mas esqueceram disso; olhando para a eleição, gastaram o que havia nos cofres e aumentaram a dívida, mas pouco de útil deixaram. As cidades precisam das grandes empresas e das pequenas que geram empregos, mas com as políticas adotadas, as multinacionais foram se transferindo para regiões mais favoráveis ao lucro e ao agigantamento econômico e de poder. A desequilibrada abertura comercial está acarretando aumento da precarização geral.

Agora, nesta fase de pandemia, as autoridades determinaram restrições ao comércio e serviços, e as consequências têm sido o fechamento de muitas pequenas empresas e perda de empregos. A coisa está parando. Andando por avenidas e rodovias ao redor de São Paulo, o que mais vemos são placas de aluga-se onde antes havia estabelecimentos industriais, de comércio e serviços. O comércio, em particular, se ressente porque com o fechamento das indústrias cai a renda e tudo vai se nivelando por baixo. Com a displicência nas contas públicas, as dívidas cresceram.

O padre Anchieta foi escolhido para fundar a cidade, que deveria ser fonte de paz e harmonia entre os seres humanos, em 25 de janeiro de 1554, como um ponto no mapa do Brasil para reunir os anseios daqueles que queriam o bem. Para cá afluíram pessoas de todas as raças e todos os credos que deveriam dar sua contribuição para que o Brasil se tornasse verdadeira Pátria de Luz. Como bem afirmou o escritor alemão Abdruschin: “O ser humano devia saber tudo que a Criação encerra para reconhecer as leis fundamentais nela atuantes, portadoras da Vontade de Deus, porque é somente com esse saber que o ser humano pode adaptar-se à maneira que Deus exige para um viver favorecedor alegrando tudo que o cerca, recebendo em reciprocidade ascensão e maturidade”.

O Brasil tem andado para trás na saúde, educação, desenvolvimento. Sem condição de competir com os importados, as indústrias fecham e o comércio se retrai. Qual é o plano? Vamos deixar o país continuar nessa rota de regressão, ou vamos construir uma nação que aproveita os seus recursos naturais para propiciar uma existência condigna aos que aqui vivem?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A CIVILIZAÇÃO DO DINHEIRO

A situação atual da humanidade no planeta Terra é realmente desanimadora e preocupante. Tudo se tornou áspero e pesado, tanto no que se refere a informativos e telenovelas até os filmes. Parece que o objetivo que está sendo perseguido é acabar com o coração, aquela qualidade que faz do ser humano um verdadeiro ser humano.

Muitas pessoas querem mandar e decidir, mas as condições gerais da economia se estreitaram. Há muitos farofeiros, mas está faltando o elementar: produção, renda e consumo. O desequilíbrio geral vem sendo armado desde os anos 1970, mas faltaram advertências econômicas e providências; a crise chegou.

O ser humano ainda não se tornou inteiramente capacitado para atuar na civilização do dinheiro, pois no afã de obtê-lo, cada vez em maior quantidade, entrou em decadência sem limites, deixando-se aviltar por ele. Como não houve esforços para alcançar uma forma de viver com mais naturalidade, o frio raciocínio econômico diz: se todas as pessoas tivessem muito dinheiro o abastecimento seria inviável. A sentença decretada tem sido deixar a maioria com pouco dinheiro na mão. –

Há uma frase especial de Paul P. Harris, fundador do Rotary Internacional: “Se o objetivo do homem fosse alcançar as coisas do espírito, antes de buscar os resultados materiais, as tormentas das adversidades não seriam temidas e a prosperidade teria um novo e permanente significado.” A realidade é que falta naturalidade nas ações dos seres humanos impedindo a volta como o filho pródigo que à casa torna.

Tudo está em transformação. A economia mundial tomou um rumo do desequilíbrio geral. Com toda a burocracia estagnada, os países não conseguem reencontrar o rumo perdido, e de forma velada vão surgindo ideias de pôr fim às liberdades, colocando tudo sob rígido controle, do dinheiro à saúde, ao filtro das informações; ninguém se locomoverá sem que esteja sendo registrado pelos sistemas de controle facial.

O ano 2021 chegou, algo benéfico precisa ser feito com urgência. O dinheiro está curto. O isolamento fez as pessoas reverem seus itens de consumo. O comércio perdeu quase 300 bilhões de reais de faturamento. O desemprego tende a aumentar. O dinheiro foi direcionado principalmente para alimentação fazendo os preços subir.

Não basta a vacina para fortalecer a imunidade contra a covid-19; é preciso que haja um despertar da alma adormecida com as lantejoulas do materialismo, para adquirir o brilho vivo do saber do significado da vida. A humanidade caminha com cegueira crescente sobre a finalidade da vida. Estamos adentrando numa fase crítica. O intelectualismo calculista e o materialismo estão próximos do auge, mas também do desmoronamento da construção sem alma.

No Brasil e no mundo há uma crise de confiabilidade exacerbada pelas lutas por poder. Há descrédito no autoritarismo, nas leis e no poder público e privado. As pessoas acabaram descrentes dos governantes e de tudo o mais, inclusive da religião. Erodiu-se o conceito do bem comum. É cada um para si. A vida espiritual da sociedade humana tende a zero, nada mais é sagrado, as pessoas querem o prazer momentâneo, custe o que custar. Tudo está sendo permitido, mas não há como fugir das consequências, nas quais já adentramos com toda a virulência, acarretando dramas e tragédias de toda espécie.

As sementes do querer e das ações dos seres humanos se acham como se estivessem numa estufa que agora impulsiona a colheita. Uma coisa acontece após a outra sem intervalo, e sem que toda a tecnologia possa atenuar ou retardar, pois se trata da atuação das leis naturais da Criação que foram postas de lado, mas não há como interromper a sua ação automática e incorruptível.

Os alunos precisam visualizar adequados modelos de comportamento, até que, com seu próprio discernimento, assumam as atitudes que julgarem mais apropriadas. Eis aí a grande importância dos professores sábios: eles devem ser capazes de mostrar a sua humanidade através das atitudes, pois máquinas para ensinar e entreter as crianças já existem aos montes. Ao lado dos computadores, a presença do professor é indispensável, pois é sempre útil observar as pegadas de quem abriu os caminhos do saber. Os dedicados professores merecem todo respeito e justa retribuição; quando isso falta, as novas gerações são prejudicadas e a nação se enfraquece.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O MUNDO DE HOJE

A Inglaterra e a França criaram colônias pelo mundo e deixaram um rastro de imaturidade, indolência e corrupção que impediram a formação de uma consciência e força para construir uma nação forte, livre e independente, caso das nações da América Latina, incluindo o Brasil. A América do Norte atraiu muitos europeus que se refugiaram na esperança de criar um novo mundo de liberdade e solidariedade, mas também daqueles que cobiçam riqueza e poder, custe o que custar, contratando matadores para atingir os seus objetivos. A cobiça pelo ouro é a causa de muito sangue derramado.

Os Estados Unidos criaram o dólar. Alemanha e Japão se destacaram no desenvolvimento econômico. Índia e China se mantiveram estagnados por longo período com milhões de pessoas na pobreza. No século 20, houve um despertar na economia, tendo a China conquistado avanço inesperado ao produzir manufaturas para exportar dando trabalho a milhões de pessoas, mas o Brasil ficou para trás contando hoje com mais de 50% dos trabalhadores sem ocupação na economia.

Mais de 60% da população brasileira teve perda de renda nesta fase de parada geral. O dinheiro deixou de circular pelo mundo. As novas gerações estão desorientadas; elas não querem receber ordens e obedecê-las, mas estão inseguras; precisariam ser conscientizadas da necessidade de formarmos pessoas com o objetivo de melhorar as condições de vida no planeta. Muitos filmes nos atraem, utilizando a realidade como pano de fundo, mas derivam para uma forma de viver cruel, sem sentido, sem valor e que deprime. Isso não ajuda os jovens em sua formação. É um ataque à essência humana.

Os brasileiros de bom senso estão apreensivos diante da situação, pois enxergam a falta de boa vontade e a possibilidade de ruína de um país que permitiu o avanço da corrupção em prejuízo do progresso real; há disputas pelo poder sem preocupação com o futuro melhor; e todo o desmazelo com o país se espelha no aumento da precarização geral da vida. Vamos todos cuidar do Brasil com seriedade. Governantes, oposição, cidadãos e empresários devem unir esforços visando o bem do país, não a sua partilha.

Como preparar o ser humano para a vida? Como sair da alienação do significado da existência que se distanciou de propósitos enobrecedores? Einstein, Darwin, Newton e muitos outros reconheciam que havia poderosas leis reguladoras da natureza e da vida. Por isso a importância, até hoje não compreendida, de iniciar o aprendizado infantil através das belezas da natureza e seu encadeamento lógico de causas e efeitos, para inspirar novos cientistas como os acima citados que pesquisavam a natureza para adquirir saber real.

Uma reflexão importante foi feita pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay: “muito além da morte, este vírus inoculou nas pessoas a insegurança, o pânico, a dúvida e uma quase desesperança. Talvez pela inusitada junção de fatores: isolamento, crise econômica mundial, fechamento do comércio, home office, escolas fechadas, desemprego, proibição de viagens, número abissal de mortos, enfim, um caos sem precedente. Mas o abalo psicológico tende a crescer e preocupar ainda mais. E se manifesta das maneiras mais diversas”. Temos de acrescentar que também os meios de comunicação e os filmes estão açulando as mentes já inquietas. Seja lá qual for a procedência do vírus, o fato é que esses acontecimentos são um chamado para a humanidade que tem levado a vida com displicência, sem voltar seu olhar com seriedade sobre a razão de nascermos neste planeta.

A geopolítica do mundo de hoje tem muito a ver com a conhecida Parábola do Bode na Sala que conta a história de um homem que, cansado das insatisfações, reclamações e brigas em casa, por sugestão de um amigo sábio, amarrou no centro da sala um bode. Além da bagunça que causou, o bode tinha um mau cheiro de matar. Uma semana depois, todos odiavam o bode. O homem voltou ao amigo sábio, que o aconselhou a tirar o animal da sala e limpá-la. A ausência do bode e a limpeza do local devolveram a harmonia à família. E não é que parece que foram espalhados muitos bodes pelo planeta? Logo irão aparecer salvadores interessados em oferecer soluções mágicas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

EGOCENTRISMO

Qual é a origem do egoísmo? O egoísta tem uma superavaliação sobre si mesmo. Os egoístas se deixam dominar pelas fraquezas humanas e as baixezas que incitam a vaidade, a inveja, a cobiça, a desconfiança, a avareza. Pessoas egocêntricas jamais admitem que erraram; falta-lhes a humildade e sempre ressaltam as suas qualidades e seus grandes feitos. Nelas o egoísmo domina cada ação, incluindo o que pensam e o que falam.

O egoísmo surge na mente e se transforma em atitude dominante quando o ser humano deixa de ouvir a voz interior, a intuição, a fala do espírito, a sua essência, e se deixa conduzir pelos pensamentos e sentimentos que o induz a erros, enquanto a pura intuição não falha, e sem a participação dela, as ações têm sempre um toque claro ou oculto do egoísmo visando vantagens e benefício próprio.

O ser humano “egocêntrico” apresenta uma supervalorização do ego, de si mesmo. Ele geralmente olha apenas para seus objetivos e interesses como a única coisa que importa, e considera a própria opinião como superior à dos demais. Esse tipo de comportamento é profundamente prejudicial para ele mesmo, além de afetar a todos que fazem parte do seu círculo social. A palavra vem do latim e significa ego (eu) centrum (o centro de tudo), ou seja, com arrogância, o indivíduo se sente como o principal ser humano do universo.

Pensando apenas em si mesmo e no que lhe convém, não considerando ninguém como amigo de fato, apenas bajula as pessoas que acha que lhe podem ser úteis. O egocêntrico é uma pessoa que não ouve mais a voz interior, sempre exaltando a sua personalidade como única forma de agir, e está sempre se gabando para atrair a atenção dos demais. No íntimo, é um insatisfeito que raramente sente a grande alegria da vida e a gratidão por ela.

Através do egoísmo o cérebro e seu produto, o raciocínio, atraem os pensamentos de igual espécie, e o ser humano vai se tornando impiedoso e cada vez pior. Há os atos impulsivos, mas também os calculados friamente para atingir um objetivo egoístico. O egoísmo se tem tornado a base para as ações dos seres humanos, semeando discórdias, opondo-se ao amor desinteressado que observamos na generosa natureza, ou na mãe na defesa de seus filhos.

Em oposição, o ser humano é dotado de consciência, motivação, propósitos enobrecedores, tudo coordenado pelo seu querer e força de vontade. Se estiver voltado para o bem geral, livre do egocentrismo, suas ações produzirão ricos frutos, terá paz, serenidade e alegria espontânea de viver e trabalhar.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

DEMOCRACIA EM CRISE

O sistema vigente apresentou grandes promessas no pós-guerra, mas em vez de seguir num padrão natural de vida, os seres humanos foram direcionados para as atraentes ilusões do mundo material, despertando inveja e cobiças, esquecendo-se de sua essência e da finalidade da vida onde o material é o acessório que assegura a conservação do corpo. Os propósitos enobrecedores foram sendo derrubados na busca por vantagens imediatistas. Tudo foi seguindo nessa direção visando dinheiro, poder, dominação, destruindo a esperança, chegando agora ao ponto de ruptura que causa danos devido à ausência de sustentação real.

Nos anos 1950, o mundo despertava após a sangrenta guerra. As novas gerações respeitavam e ouviam seus pais e avós, e se esforçavam para aprender. Logo vieram os filmes, as danças, a nova safra de artistas modelando as novas gerações. Por todos os lados surgiam festinhas que atraíam os jovens para danças e refrigerante com rum (o Cuba-libre), cigarros e a maconha mais oculta. As novas gerações foram afrouxando a disciplina. Agora a moda é o pancadão, mesmo em tempos de covid, mais incisivo ainda na tarefa de enfraquecer o país e a juventude, levando-os à atividade sexual sem responsabilidade.

Os humanos receberam o planeta Terra para que pudessem evoluir. Os diversos povos deveriam se desenvolver uns ao lado dos outros, em paz, se pautando em conformidade com as leis da vida e tendo a natureza como a grande provedora e concessora de benesses e riquezas. É bom que se exporte mercadorias, mesmo que seja minério de ferro, mas esperemos que este não venha a nos faltar no futuro. O dramático é o avanço da precarização decorrente do desequilíbrio entre os povos na produção, comércio, empregos, renda, consumo. Onde há recursos naturais a economia vai se tornando mais extrativista, perdendo sua diversidade e produção com maior valor agregado.

É longo o processo de imprevidência e irresponsabilidade que arruína um país. Geralmente segue diretrizes externas geoeconômicas, agravadas com disputas internas pelo poder. A geoeconomia é a disputa por recursos naturais e mercados. O Brasil já viveu várias crises de dívida externa desde o século 19. Agora está com elevada dívida em sua própria moeda, a arrecadação está caindo, mas os gastos aumentam. O fluxo de caixa está num gargalo com muitos vencimentos de títulos no curto prazo.

Nos anos 1980, os juros externos foram acima de 20% quebrando muitos países. O plano do presidente Fernando Henrique Cardoso mantinha fixo o preço para o dólar que nem os juros altos sustentaram. Especuladores fizeram a festa, a população pagou a conta com a estagnação da economia. A grande quebra que ameaça o Brasil está acontecendo na descapitalização do capital humano. Inundada por achincalhe e modelos inúteis, as novas gerações estão perdendo o bom senso, a agilidade mental e a esperança de futuro melhor.

Onde estão os belos e nobres sonhos? Foram-se dissipando? Por quê? Cada ano que passa representa um ciclo que se encerra, um tempo que se foi. Importa saber como esse tempo foi empregado, se para a renovação ou conservação dos velhos costumes afastados da Luz da Verdade. No entanto, o Ano Novo recria a oportunidade de renovação. Que os homens responsáveis pelas decisões do país se conscientizem de seu dever para com a pátria. Chega de atraso e corrupção.

Muitas crianças precisam aprender várias coisas além de ler e escrever. A escola tem de assumir essa tarefa porque muitas famílias estão desestruturadas. Para muitas crianças, a escola é a única oportunidade para aprender higiene pessoal, mental e ambiental, sobre como se alimentar, e de desenvolver bom senso, respeito, consideração e propósitos enobrecedores.

O grave problema do país são os gestores públicos no Executivo, Legislativo, Judiciário e estatais, que se julgam donos de tudo e que não precisam prestar contas a ninguém. Os gestores públicos e privados se deixavam levar pela mania de grandeza com pouca atenção para ver o que de fato está acontecendo. A covid-19 levou muitos deles a olhar para o essencial: para a sobrevivência ameaçada. Muitas coisas poderiam ter sido melhores. Para muitas pessoas e empresas é tarde demais dada a crise que travou tudo. Os grandes projetos não se ajustam à nova realidade; o que fazer?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

COMO SERÁ 2021?

O que a globalização trouxe de bom para a humanidade? Como será organizada a vida e o abastecimento de oito bilhões de bocas? Os suprimentos estão sob pressão. Não é por acaso que alguns itens produzidos na natureza têm seus preços reajustados. Os acontecimentos estão mostrando aspectos perigosos do atual sistema econômico. Os países deixaram de produzir internamente e se tornaram reféns da produção externa e do transporte. Se nada for feito, muito em breve teremos crises não imaginadas no abastecimento e na segurança social.

A economia se distanciou da meta de promover a continuada melhora nas condições gerais de vida, passando a priorizar o objetivo de acumular capital financeiro e poder. O resultado é a gritante instabilidade geral e o aumento da miséria coletiva. Cada povo tem de se voltar para si mesmo, para a melhoria interna, criando oportunidades, trabalhando com esmero, recebendo a adequada compensação, aproveitando as horas de lazer de forma construtiva.

As condições de vida vêm piorando, pois não há tempo para viver, aprender e ser feliz. A Europa sempre tirou proveito do resto do mundo. A Inglaterra interferiu em tudo em benefício próprio. Os EUA inventaram o dólar e tomaram conta do mundo. A China quer recuperação de seu passado difícil e se tornar forte e poderosa, transformando-se na usina do faz tudo.

O Brasil está pendurado nas dívidas. A situação não comporta bravatas nem brincadeiras. Reativar a economia e manter a autonomia são imperativos. O acúmulo de dificuldades para a economia do país foi criado ao longo de várias décadas de políticas inadequadas, no câmbio, nos juros, na indústria, na educação, que foram castrando o touro que havia na economia brasileira.

A forte geração de empreendedores que puxavam a produção e o consumo no século 20 perdeu o pique, ou quebrou, ou se desfez das empresas. A renda evaporou para empregados em geral, pequenos empresários, serviços, locatários; assim fica difícil a recuperação do nível passado. Aquecidos estão a Bolsa e o bitcoin em função do dinheiro que saiu da renda fixa, mas são operações de risco e não se sabe até onde isso vai. O Brasil precisa de produção, empregos, renda, consumo, arrecadação, população desperta, governantes sérios e patriotas.

O Brasil e o mundo têm de voltar ao natural, ao respeito às leis da vida. Se isso tivesse ocorrido, não teríamos chegado ao descalabro da explosão demográfica e do despreparo geral, atraindo precarização crescente. Natural seria o alvo de conduzir a espécie humana ao aprimoramento para que ela não descaísse aos abismos da fome, das pandemias, da corrupção e tantas baixarias. Pela frente virão 365 dias; o que vai mudar para o bem da humanidade?

O Brasil está sem rumo há tempos. D. Pedro II tinha uma visão geral do mundo, trabalhou para eliminar o trabalho escravo, mas a dinastia extrativista se mantinha inflexível na produção agrícola de exportação sem técnica. Com a república corrupta ficou pior. A maioria dos presidentes e governadores foram uns inúteis e nada fizeram pelo país. Alguns generais não compreendiam a estrutura monetária criada em Breton Woods e endividaram o país sem criar uma base sólida de indústria e tecnologia; o resto tem sido só remendos e despreparo geral. As trevas encobrem o Brasil que precisa de estadistas patriotas e sábios, que semeiem contentamento e gratidão sob a Luz da Verdade.

O termo “estado-nação” implica uma situação em que os dois são coincidentes. O estado-nação afirma-se por meio de uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma soberania sobre um povo num dado território com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias também. Tudo deveria surgir de forma natural no livre mercado com propriedade privada, concorrência e produção decidida pelas empresas em atendimento às necessidades dos consumidores.

A ideia era boa, mas foi corroída, faltou o reconhecimento das leis naturais da Criação como base, e os homens criaram as próprias leis segundo suas cobiças e interesses próprios. Corrupção e decadência se espraiaram pelo mundo. A população atingiu níveis impensados. A ignorância subiu às cabeças. O que virá agora pelo mundo? Como será 2021? Se o ser humano se tornar um ser mais humano tudo será mais fácil de resolver e teremos um ano melhor.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

RUPTURA GLOBAL

O mundo se acha num ponto de ruptura, o efeito de um corte no modo de viver escarrapachado de até agora, descomprometido com o significado e finalidade da vida. Ruptura com o modo de viver displicente que não quer assumir qualquer responsabilidade por seus atos, pensando só em saborear a vida e seus prazeres sem um olhar sério para o futuro. Recebemos um corpo que tem prazo de validade para o seu funcionamento e que não pode fugir aos efeitos naturais do tempo. Para sair da vida rasteira, a humanidade precisa de nova sintonização: o fortalecimento da vontade de melhorar as condições gerais de vida e de aprimorar a espécie humana.

Todos estão aguardando a vacina. A cada dia há novas informações impactantes sobre como a mutação da covid-19 está ocorrendo na Inglaterra e em vários países da Europa; mas é preciso pensar em alternativas para que a vida e a produção prossigam de alguma forma, já que está difícil a volta ao velho normal. Ficar parado esperando quebra a cadeia da economia. Não podemos parar de produzir pão, de educar as crianças e de prosseguir com todos os cuidados necessários.

As monarquias acabaram e em seu lugar surgiu o Estado-nação, afastado da religião, e republicano, em que o chefe de Estado permanece no poder por tempo limitado e teoricamente é escolhido pelo povo. Haveria no presente algo em gestação como o fim do Estado, das nações, das fronteiras? Governo e moeda mundial? Fim do poder da classe política que aprendeu as artimanhas para manipular os eleitores e os votos, e de atuar por interesse próprio, ou seria algo mais intenso como o fim dos dias?

Muitos olham para a China e sua mão de obra barata. O problema não é frear a China; mas destravar os outros países, como o Brasil, cujo PIB foi caindo, gerando perda de empregos e tecnologia e agora está sem energia para prosseguir e aproveitar os recursos ofertados a esta terra de Vera Cruz, já que seus políticos deram prioridade aos próprios bolsos, induziram a população a perder a sabedoria, e abriram as portas a estrangeiros gananciosos que só queriam tirar proveito extraindo a riqueza que podiam, prejudicando a população indolente em sua ingenuidade. Brasil, baú de riquezas para os oportunistas ou lar de seres humanos que querem o bem? O Brasil precisa de algo concreto para produzir mais, criar empregos, renda, consumo, arrecadação.

Os brasileiros precisam ler mais. O pessoal foi perdendo a noção da importância de ler e escrever para o bom desenvolvimento do cérebro, deixando de ter clareza no pensar, discernimento e raciocínio lúcido. Isso também está provocando o declínio do Brasil, fazendo-o retroceder em vez de se aprimorar.

Como o dinheiro é obtido? Os seres humanos se esquecem de que na Terra todos nós temos um prazo de validade. A riqueza constituída de forma honesta não é um mal em si; o mal está na forma como é utilizada. A tarefa de todo ser humano é ser responsável e contribuir para a melhora geral das condições de vida no planeta e não ficar cobiçando mais e mais dinheiro e poder, que ficará tudo aí, gerando brigas entre aqueles que disputam o espólio da pessoa falecida.

É realmente desanimadora e preocupante a situação da humanidade no planeta Terra. Falta serenidade e momentos de reflexão. Tudo se tornou áspero e pesado, de informativos a filmes. Parece que o objetivo oculto das trevas seja acabar com o “coração”, aquela qualidade que faz do ser humano um verdadeiro ser humano.

O ser humano não pode parar. Tem de seguir em frente sempre de forma adequada à idade do corpo, sempre querendo o bem, atento para não causar danos a si mesmo nem a outras criaturas. A grande festa do Natal deveria ser fonte de Renovação e Transformação dos humanos em seres realmente humanos! Que 2021 seja o ano das realizações. Na vida enfrentamos muitos embates que sugam a nossa energia e ficamos com déficit, fragilizando o corpo. Com vigilância, reflexão intuitiva, repouso, boa alimentação e atuação voltada para o bem, a energia vai sendo reposta. Vamos para 2021 bem humorados, com saúde e energia para concluir realizações que sejam benéficas!

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7