ESTAGNAÇÃO MUNDIAL

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O planejamento de um país deveria considerar produção, exportação, consumo interno, importações como base das contas internas e externas e do orçamento público, buscando o equilíbrio. Com o advento do dinheiro-mercadoria, ou ativo especulativo, houve uma inversão e tudo ficou superficial, pois a variável cambial se tornou prioritária engessando tudo o mais. Banqueiros e governantes se envolveram numa simbiose de financiamentos, juros e resgates. Produção, consumo e qualidade de vida se tornaram secundários em relação à atração de capitais para cobrir os déficits continuados.

Pobre Brasil. O que fizeram seus governantes em todos os níveis permitindo a estagnação e declínio? Desalento e apreensões quanto ao futuro. Um país viciado em imposto para sustentar a máquina administrativa perdulária e ineficiente, e os juros sobre a dívida gerada para cobrir os déficits, isso tudo recai sobre a população que vai se acomodando ao circo, não se importando em ser ludibriada contanto que possa seguir sua vidinha acomodada nos prazeres e no pouco esforço para alcançar a melhora. Nos EUA os preços mantêm estabilidade e são inferiores aos praticados no Brasil, em grande parte devido à carga tributária melhor equilibrada.

O grande drama da economia e do que está acontecendo no país está na falta de preparo e de propósitos enobrecedores em todas as camadas sociais. O empresário teria uma política de preços não extorsivos. Pessoas que não se enquadrariam nos programas sociais não falseariam. Assim, muita gente agiria de forma adequada, contribuindo para coibir os abusos.

Qual será o destino deste país outrora tão esperançoso e risonho? O Brasil realmente precisa da união para o bem. Cai o emprego porque cai o consumo. Cai o consumo porque a renda cai. O que poderia impulsionar a atividade econômica sem os artificialismos criados pelos governos e pelas bolhas? No Brasil, a produção industrial está desestruturada; como poderia ser reativada? O que acarreta a paralisação da estrutura produtiva? As pessoas precisam consumir para sobreviver. Produzimos menos num país cujo consumo está abaixo das necessidades básicas.

Com a sintonização no “financeirismo” e a tolerância na corrupção, a economia perdeu o rumo. Com a deslocalização da estrutura produtiva países mais fechados ao livre cambismo deram impulso à produção para exportação. Estamos enrolados com o descontrole da dívida pública, câmbio, juros elevados, ingredientes que fazem farte da depressão que o mundo vive com seus desequilíbrios na produção, educação e finanças, embora a especulação corra solta e os gastos em armamentos continuem a todo vapor.

A partir dos anos 1990, como efeito da globalização, teve início a guinada da economia para a Ásia, para onde foram transferidos empregos e renda, e grande parte da produção destinada ao mercado externo. O grupo do G7 sente o baque; caem o PIB e o consumo. Em seu Twitter, o presidente Trump disse que o aquecimento global “foi criado por e para os chineses para tornar a indústria norte-americana menos competitiva”. Seria uma guerra comercial em andamento? Mas não foram as próprias corporações que promoveram a deslocalização por conveniências no custo da mão de obra, regulamentação ambiental flexível e câmbio favorável?

Há décadas a China vem buscando dar eficiência à máquina governamental, enquanto outros países como o Brasil detonaram-na, aumentando a dívida real, o despreparo da população e estagnando a infraestrutura. O sistema de pouca transparência do Banco Mundial e do FMI criou o capitalismo canibal. O bom preparo dos chineses e sua densa população teriam de levar seu país a subir de nível. Como outras potências, a China vai ao encontro do comando econômico-financeiro global como fizeram Inglaterra e Estados Unidos.

Há muitas coisas em flagrante oposição ao progresso da humanidade. Somos fruto de um majestoso desenvolvimento progressivo. No entanto, temos de respeitar limites naturais e não praticar ações nocivas a nós mesmos e à natureza, pois ficamos subordinados às consequências de nossos atos. O problema é que, ao longo da nossa evolução, levados pela cobiça, em vez de reconhecermos e observarmos os mecanismos das leis naturais da Criação, optamos pelo caminho destrutivo do imediatismo, pondo em risco as próprias condições necessárias para a vida. Quem sabe os chineses se voltem para o reconhecimento e pesquisa das leis do desenvolvimento da Criação para interromper o desequilíbrio na Terra.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A VIDA E O MUNDO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Como entender a vida e o mundo? O ser humano, dotado de livre arbítrio, deveria ter compreendido que a cada resolução decorre uma consequência subordinada às leis da vida. Assim, quem semeia arroz sabe que vai colher arroz. Tudo que semeamos será colhido, como a miséria atual, a degradação ambiental, o declínio da qualidade. Charles Darwin captou o processo da evolução cuja finalidade era desenvolver um corpo para que o ser espiritual tivesse a oportunidade de se desenvolver para o bem e tornar-se um ser humano de fato e não um ser descartável. No entanto, vivemos o auge das crises morais, econômicas e políticas. A corrupção se expandiu como nunca. A incompetência da classe governante e o despreparo da população estão desorganizando a vida civilizada.

No filme De canção em canção (Song to song), o controvertido diretor e roteirista Terrence Malick apresenta o estágio do caos atual em que a humanidade vive. A trama mais parece uma colcha de retalhos formada por pedaços da vida de personagens que vivem no século 21. São pessoas sem rumo que gostam de vida boa, mostrando como a humanidade está acomodada. Os seres humanos pressentem que devem procurar a Luz, mas não se importam em ser ludibriados com falsas explicações sobre o verdadeiro significado da vida, contanto que não tenham de pensar por si no futuro, nem se preocupar com a sua responsabilidade sobre o que pensam, falam e fazem.

O mundo está repleto de espíritos com vontade fraca para dar direção nobre à própria vida; são joguetes do domínio do raciocínio preso aos pendores e vícios que amarram o ser às baixarias da vida até ao fastio, desperdiçando o tempo da vida no atual corpo terreno. Quem sabe se numa próxima encarnação buscarão a Luz da Verdade para se tornarem seres humanos completos.

Fazemos parte do majestoso desenvolvimento progressivo da Criação. No entanto, temos de respeitar os limites naturais em tudo, e não praticar ações nocivas a nós mesmos e à natureza, pois ficamos subordinados às consequências de nossos atos. O problema é que, ao longo da nossa evolução, em vez de buscarmos a estrita colaboração com as leis naturais da Criação, optamos por um caminho perigoso que está contribuindo para destruir as condições necessárias para a vida, transformando a Terra num vale de lágrimas, sem paz e sem amor.

Quando as pessoas oram dizendo Pai Nosso Seja feita a vossa vontade, isso requer conhecer a Vontade de Deus que se inscreve nas leis da Criação. De nada adianta fazer tudo errado e dizer Seja feita a Vossa Vontade sem observar essas leis. O espírito deve ser ativo e vigilante; sua vontade deve ser o leme para dar direção à vida do ser humano encarnado, mas o grande inimigo é a indolência que põe o espírito para dormir enquanto o raciocínio vai assumindo o domínio.

Muito teve de lutar Jesus para combater esse mal que leva os seres humanos a desperdiçarem o precioso tempo recebido com a ressurreição, isto é, a oportunidade dada pelas reencarnações. A indolência os fez esquecer as leis da Criação, inclusive a lei da reciprocidade que traz para cada pessoa a colheita de tudo o que semeou na vida. A indolência levou muitos seres humanos a acreditar na antinatural ressurreição da carne após o corpo ser abandonado pela alma. Formaram-se antagonismos e conflitos, os preconceitos e as teorias comunistas; o comodismo e a preguiça de examinar e compreender a vida por esforço próprio, analisando tudo com o espírito através da reflexão intuitiva.

A incompreensão sobre a vida se expandiu pela Terra. O raciocínio procura por todos os meios impedir o despertar do espírito para a vida real, para a evolução através do saber e para atividades nobres e beneficiadoras. Aproxima-se a grande colheita de tudo que foi semeado e, com ela, a limpeza e o chamado para a nova vida, para aqueles que em seu coração desejarem ardentemente seguir a Vontade de Deus.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PAZ ENTRE OS POVOS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Quando grupos instalados no poder passam a agir em benefício próprio, destroem o equilíbrio da democracia, contaminando o governo que perde a eficiência e credibilidade. Consertar a atuação do governo é essencial para a sobrevivência da democracia. O Brasil perdeu a conexão com os seus ideais; falta uma linha de ação conjunta de longo prazo pelo bem e progresso; faltam líderes de qualidade que possibilitem o preparo e educação decente para humanizar a população que não pode continuar caminhando pela vida às cegas.

A ex-presidente Dilma, que puerilmente aumentou o fardo da dívida e tendia para o fortalecimento do autoritarismo governamental, acabou sendo deposta. Agora o presidente Temer, que vem atendendo aos reclamos do mercado, também está sendo desalojado; amanhã o mesmo poderá acontecer com seu substituto legal, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Tudo igual. Onde está o bom senso dessa gente que só quer tumultuar? A displicência e a cobiça pelo poder criaram esse cenário que vai piorando. O país precisa de um mínimo de serenidade, se é que deseja sair da situação vil em que se encontra.

O Estado foi se agigantando e se intrometendo na atividade econômica, passando a ser usual entre os governantes estabelecer orçamentos com gastos superiores às receitas, gerando déficits financiados no mercado financeiro. Mas com as alterações decorrentes da globalização econômica desequilibrada, as receitas tendem a decrescer, enquanto as despesas continuam crescendo, agravando a instabilidade. Enquanto políticos brigam pelo poder, 13, 8 milhões de pessoas precisam de emprego para aumentar o PIB e a arrecadação, antes que o país derreta.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou: “Estamos conduzindo um amplo projeto de investimento em infraestrutura em todos os setores. Mas para isso temos de priorizar. Há dificuldade por falta de recursos públicos, por isso é importante evitar que alguns grandes projetos, que capturam a imaginação, sejam monopolizadores de todo ou grande parte do investimento público. Por isso a priorização é fundamental”. Basta lembrar a montanha de dinheiro enterrada em estádios de futebol de insignificante utilização e tantos outros investimentos infrutíferos.

Que fatores poderiam contribuir para inibir a recessão brasileira? Aí estão apontadas a reforma trabalhista e a tendência crítica das contas da previdência. Mas o governo precisa sair da letargia nefasta de olhar para a próxima eleição como a prioridade máxima da classe política. O governo precisa pensar em eficiência e abandonar as práticas autoritárias que prejudicam o país. Há ainda a dívida crescente a juros fora do padrão mundial. E quanto à política cambial? Os erros cometidos na valorização do real repercutem até hoje, tendo criado uma situação embaraçosa que só tem travado a economia. E a educação? Como o Brasil estará daqui a dez anos?

Enquanto o Brasil permanece estagnado em suas crises políticas e financeiras, os demais componentes dos BRICS estão avançando. O que significará o previsto avanço da economia da China em 2027? Para o gestor financeiro global, Jim O’Neill, a economia chinesa poderá se tornar maior que a dos Estados Unidos. As outras economias vão regredir, ou o avanço chinês terá por base o próprio mercado interno? E se o dólar sofrer grande desvalorização? E o Brasil, como estará em 2027? As novas gerações estarão dominando o idioma e a aritmética? E a economia? O que estaremos produzindo? A balança comercial e as contas internas e externas estarão em equilíbrio? Como estará o nível dos empregos, a dívida, a taxa de juros? A China poderá estar no topo, mas não deveremos cair no abismo.

A busca pelo poder e por vantagens aniquilou a ideia de que o progresso real requer o cultivo da paz e a consideração entre os povos. Mais do que confronto de civilizações, estão se desenrolando amplos embates nos subterrâneos entre as religiões místicas ou dogmáticas, a economia de livre mercado em democracias corruptas, o governo autoritário no capitalismo de Estado. A natureza e suas leis do desenvolvimento, lógicas e coerentes, deveriam formar a base para a atuação dos povos pacíficos, cada um com sua cultura e sem a pretensão de dominar com o propósito de obter vantagens.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

AS CONSEQUÊNCIAS DA CULTURA DA COBIÇA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

A cultura da cobiça pelo poder tem estado presente ao longo da história da humanidade, mas foi após a invenção do dinheiro que ela adquiriu contornos desesperadores. Os países que são geridos desatentamente, com população indolente, mais cedo ou mais tarde acabam caindo nas garras dos oportunistas que vivem de tirar proveito das fraquezas alheias para ampliar seu poder e influência. O desequilibro é a nota dominante da economia global. Quem pode esperneia, outros se corrompem por dinheiro e se acomodam, permitindo que a decadência não tarde.

Com o agigantamento do Estado tornou-se costume entre os governantes estabelecer peças orçamentarias com gastos superiores a receitas, gerando déficits que vão sendo financiados no mercado financeiro, mas com as alterações decorrentes da globalização econômica desequilibrada, as receitas tendem a decrescer, enquanto as despesas continuam crescendo, gerando agravamento da instabilidade.

Em 2004, a dívida brasileira estava em torno R$1,1 trilhão. Em 2015, aumentou aproximadamente 21% só de juros e swap. Hoje deve estar em R$ 3,4 trilhões. Em dez anos aumentou cerca de 30% do PIB, passando de 50% para 80%, nível previsto para 2018. A hemorragia é inevitável, a velocidade vai depender da taxa de juros. Nos anos 1980-1990, o Brasil já teve amarga experiência com o trato da dívida. Foram duas décadas perdidas; teremos a terceira? Tem que oferecer trabalho para os 13, 8 milhões de desempregados, aumentar o PIB e a arrecadação.

Com dívida de quase R$ 4 trilhões a 6% teremos, só de juros, o montante de R$ 232 bilhões por ano mantendo o país travado. Essa é a grande furada dos homens do governo. O problema não está só na taxa de juros, mas na insensatez de como se deixa uma dívida crescer, tolhendo a autonomia e o crescimento, mantendo o país atrasado sem chances de sair das condições sub-humanas em que se encontra. Paralelamente ao crescimento da dívida, aumentaram a miséria, a violência e a decadência.

O cenário é desanimador. Quantos anos mais de atraso para pagar dívidas mal constituídas e mal geridas? Os orçamentos e previsões financeiras são peças importantes para o equilíbrio de qualquer empreendimento, para a vida pessoal e das contas públicas, mas os gestores do dinheiro público se julgam acima de tudo e vão desequilibrando e cavando déficits para encanto do mercado financeiro, com liquidez saindo pelo ralo, até que chegue a hora da verdade com mais contas que receitas, e o país acaba entrando nas crises políticas e de corrupção. Falta equilíbrio nas relações entre os povos e a riqueza segue na direção da concentração.

O mercado aproveita e a dependência ao dólar funciona como uma guilhotina. Apesar da enorme liquidez mundial, o dinheiro busca oportunidades especulativas. Para onde vai o dinheiro? Emprestar para Estados deficitários, mal geridos, que são a maioria; aplicar em moedas com possibilidade de valorização; impulsionar bolhas? O que vai acontecer quando os gestores das contas públicas se pautarem para o equilíbrio nas contas, deixando de ser os maiores tomadores de recursos no mercado? O Brasil precisa estabelecer seu rumo de equilíbrio nas contas internas e externas e traçar um plano de bom preparo da população, aproveitamento da mão de obra existente e fortalecimento do mercado interno com melhores níveis de remuneração do trabalho.

Através da análise das mídias sociais já se consegue detectar o que cada pessoa quer e até mesmo orientar o desejo dos indivíduos para um fim específico, seja aceitar um novo conceito ou escolher um candidato ou produto. A força do Facebook foi comprovada pelo estrategista de Internet do presidente Trump. Seria bom se pudesse ser usada em 2018 para eleger no Brasil um estadista capaz de nos livrar do peso da decadência. Que candidato poderá resolver isso e dar o impulso que o Brasil precisa para sair da lama?

Muito já se falou que a era da cultura da cobiça está próxima ao ponto de ruptura, do qual a precarização global e a destruição de empregos são amostras das consequências das ações imediatistas sem uma visão ampla. A economia precisa de um gênio que encontre resposta para isso de forma que mesmo com mudança no padrão de renda, a humanidade não se embruteça. Tudo foi sendo empurrado com a barriga e as incoerências se tornam visíveis; não dá para resolver sem que haja sinceridade. Os homens sempre agem impondo a própria vontade, esquecendo-se de que o mais importante para a vida sadia e pacífica é valorizar e aprimorar a qualidade da humanidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Inúmeras vezes nos deixamos levar pelo negativismo que paira no ar; olhamos pouco para as coisas boas e as grandes possibilidades, e permanecemos travados em situações menores. É muito importante utilizar os pensamentos e palavras para bloquear a corrente negativa que a tudo invade. Recobrar as capacitações do próprio espírito antes que se fragilize demais é a grande realização que cada um tem diante de si. Sem que haja mudança no foco voltado prioritariamente para interesses específicos e finalidades materialistas como objetivo da vida, poucas serão as possibilidades de alcançarmos continuada melhora geral. A falta de confiança e generosidade são ingredientes que contaminam o ambiente com pensamentos destrutivos gerando tristeza.

Com a falta de autenticidade nas palavras, o relacionamento entre as pessoas se tornou superficial. Um tagarelar vazio ditado pelos costumes sociais em que se fala qualquer coisa formada no cérebro sem que isso esteja de acordo com a vontade interior. São palavras de desconfiança e destinadas a bajular e enganar, que não constroem pontes nem vínculos entre as pessoas, surge apenas uma sensação desgastante nessas conversas mal desenvolvidas. Em contraste, palavras ditadas pela amizade e consideração são doadoras e fortalecedoras, indispensáveis ao bom entrosamento e realizações construtivas.

Um pessimista frequentemente pergunta: “Você acha que vai isso vai dar certo?” ou “Será que vamos conseguir?” Pessoas negativas sempre trazem um pessimismo desanimador. Muitas delas tendem a colocar empecilhos e ver dificuldades em tudo, demonstrando, assim, incapacidade para perceber a força das Leis da Criação nas causas e efeitos.

De repente as pessoas começam a se sentir com raiva umas das outras sem saber exatamente por que, pois absorveram o veneno invisível que vai aumentando e se espalhando através de uma infindável corrente de pensamentos maléficos. Há muitas sombras de tristeza no mundo geradas pelas maldades, decepções e sonhos não realizados. Não aninhe a tristeza em seu coração. Mande-a embora, não deixe que ela se aproxime, pois é inimiga do progresso pessoal e da espontânea alegria de viver.

Temos de ser fortes e entender que cada um colhe o que semeia, sem cairmos na aflição, impedindo que a tristeza adentre em nosso cérebro causando perturbação. Os seres humanos perderam a percepção da transcendentalidade da alma porque seu raciocínio se tornou dominante, voltando-se exclusivamente para a vida material na suposição de que com a morte tudo se acaba. A humanidade assentou sua crença sobre bases incompletas pondo de lado o real significado da vida e as reencarnações do espírito; em decorrência, foi se formando a descrença e o ateísmo, dando-se ênfase ao consumismo e ao prazer imediato, esvaziando a vida.

Poucas pessoas estão conscientes da necessidade da cooperação entre a intuição e a razão para, com isso, gerar leveza. Muitas estão colocando a frieza do raciocínio e a astúcia em primeiro lugar como arma na luta pela sobrevivência, gerando aspereza e desalento para satisfazer a própria cobiça. Urge uma profunda mudança que indique um novo modo de vida, menos desgastante, com mais alegria, que não destrua o meio ambiente e que propicie a evolução real. Para isso, o homem precisa de um novo foco na busca do saber de sua origem, para que se torne ser humano do bem, que reconhece as leis invisíveis da natureza.

Grande parte dos seres humanos ainda não encontrou respostas satisfatórias sobre a origem e a finalidade de suas vidas, por que e para que se encontram no planeta. As pessoas não podem continuar caminhando pela vida às cegas, pois existem muitas questões complexas que precisam ser tratadas com amplitude, pois envolvem o significado da vida tão pouco explorado pelos pesquisadores e pela sociedade. A crença tem de se tornar convicção através de análises irrestritas, derrubando o misticismo e o dogmatismo. Na era da lógica espiritual que se avizinha haverá o natural reconhecimento das leis que regem a vida e o desenvolvimento da Criação.

Enquanto as pessoas não buscarem uma clara noção do significado da vida, as novas gerações continuarão presas às correntes negativas, engrossando as fileiras dos alienados, vivendo como robôs sem saberem o que estão fazendo neste planeta, levando uma vida supérflua de pouco significado. Mais do que um problema dos pais, trata-se de uma responsabilidade da sociedade humana que tem de, atentamente, oferecer aos jovens o adequado preparo para a vida e sua integração com o mundo, pois elas representam o futuro da humanidade até agora pouco observado.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

SOMBRAS PAIRAM SOBRE A HUMANIDADE

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O problema atual da humanidade é que a fé no homem foi perdida, pois com sua cobiça e egoísmo tornou vazia e insipiente a presença da espécie que deveria elevar o nível e a qualidade de vida no planeta. Mas com o seu embrutecimento, teceu quadros de absoluta miséria e feiura, emoldurando com ilusões e teorias toscas e incoerentes a existência que deveria ser simples e natural para ser proveitosa. Urge resgatar os valores da essência humana, pois a vida tende a se tornar mecânica.

Há muita teoria econômica, mas o dinheiro vai numa direção só. Para que haja paz e progresso no mundo, tem de haver equilíbrio nas contas entre os povos, aspecto descuidado pela maioria dos governantes. O tabelamento de preços é condenado por grande parte dos economistas, mas não se alarmam quando a cotação do dólar – mercadoria rara nos países deficitários – fica com preço fixo, aumentando os déficits sem que surjam oportunidades de aumentar o PIB e a renda pessoal. A economia se rege por muitas variáveis, mas as análises têm sido restritas; deveriam ser mais abrangentes no contexto da democracia e da globalização e direcionar para soluções duradouras.

Num mundo desequilibrado, não se olha mais para a essência das coisas. O tamanho da dívida do Estado sempre deve ser levado em consideração e não apenas a capacidade de administrá-la, pois os encargos permanecem sugando continuamente. O Estado tem de dosar bem isso e não descuidar de sua tarefa de criar oportunidades para a melhora das condições de vida.

Para onde vai o Brasil? O país tem sido laboratório para os mais estapafúrdios experimentos: planos Cruzado, Bresser, Color, Real, sempre com juros acima da média mundial, sempre desatento com os déficits interno e externo. Manteve-se dólar barato sem ter disponibilidade de dólares, abriram-se as portas, mas a indústria foi golpeada, e caímos nas mãos da pior classe política, deseducadora das novas gerações. E agora? O problema está no presidente Temer e a descoberta de atos corruptos ou já estava tudo estragado desde o início do século, e no governo Dilma desandou de vez? Como vai ficar o Brasil? O que quer a população? Como modelar o seu querer para o bem diante do atual quadro sinistro e incertezas para as eleições de 2018?

Chegamos ao ponto crítico. Não basta um nome que possa angariar votos; o problema é o sistema viciado com a classe política buscando oportunidades para ganhar milhões em jogadas nocivas para o país, agindo como se fosse dona de tudo levando o Brasil para o abismo, enquanto o viver e a cultura vão decaindo brutalmente, gerando descrença geral nos homens.

Quem são os mandantes do mundo? A Venezuela foi insurgente, nunca esteve tão mal como agora. Há grupos interessados em adentrar numa aventura de fortalecer o poder do Estado, mas isso não trará nada de bom, pois tais grupos querem a tomada do poder para si e seus fins. Faltam líderes estadistas que visem o bem geral. A classe empresarial global precisa de maior flexibilidade, ser responsável com a humanidade e abandonar o “tudo para nós e nada para os outros” que inspirou o colonialismo e a exploração de uns pelos outros.

O futuro depende da boa formação das novas gerações. Falta conscientização e motivação para as crianças estudarem. São motivadas para tudo quanto é besteira menos para entender a vida e se prepararem para agirem como seres humanos de qualidade. Esta falha é primeiro dos pais e depois do governo federal, Estados e municípios que não olham para as novas gerações como o futuro, deixando-as incultas e sem fornecerem uma base sadia de aprendizado e bom relacionamento com as pessoas em geral, oferecendo-lhes conteúdo de valor por livros, internet, vídeos, em vez da baixaria disponível.

Após as mortes e mutilações provocadas pela Segunda Grande Guerra, muitos estudiosos passaram a refletir sobre os fundamentos da civilização humana. Atualmente, essa triste lembrança ficou apagada e as pessoas não mais pesquisam o significado da vida enquanto o viver vai se tornando áspero e vazio, em oposição à Vontade do Criador que ofertou a Terra para o progresso dos seres humanos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O SABER ESPIRITUAL COMO ESSÊNCIA PARA O BOM GOVERNO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

No passado, na Suméria, os sábios da Caldeia formavam líderes espirituais que conduziam o povo para o progresso humano. Hoje o drama mundial é a falta de pessoas de qualidade para gerir o Estado e governar. Há duas principais instituições voltadas para o preparo de líderes: uma delas é a Harvard, nos EUA, com foco no capitalismo de livre mercado, de onde saíram sete presidentes americanos, e a outra é CELAP, na China, que se baseia no capitalismo de Estado com fundo Marxista.

Com o fortalecimento do jogo diplomático e financeiro, que dá prioridade ao aumento de riqueza e poder, a grande arte de governar ficou no passado longínquo. Os seres humanos têm de mostrar que são capazes de se organizar de forma a alcançar progresso e qualidade de vida, pois movidos pela cobiça e tirania não conseguem conduzir a civilização para o bem geral.

O governo deve ter como prioridade conduzir a população ao aprimoramento sem o paternalismo que enfraquece o cidadão tornando-o dependente. É importante educar para a vida e formar indivíduos que busquem a boa administração dos recursos da natureza e o equilíbrio financeiro, tendo em vista o aprimoramento de todos.

Governantes displicentes com as contas gerando déficits continuados, criaram a ciranda do mercado financeiro, deixando de lado a melhora da eficiência na gestão do Estado que, além de ineficiente, tende a se tornar corrupta. Uma montanha de déficits e dívidas, com compromissos superiores às receitas que os Estados conseguem obter com os impostos já elevados, estão chegando ao extremo da necessidade de aportes financeiros sem que se saiba como resolver a questão.

Enfrentamos o desequilíbrio global. Se o país produz quase nada e importa tudo, o problema é como gerar disponibilidade em dólar. Se faltar, terá de cobrir os déficits com empréstimos. O sistema assim constituído tende ao fracasso pela falta de sustentabilidade, pois quando as deficiências aparecem, tudo cai na estagnação. Sem um vigoroso esforço para melhorar a qualidade dos gestores, do público e da sociedade como um todo, a precária democracia fica ameaçada, incorrendo no risco de regressão geral, medo e ódio.

Os sentimentos negativos surgiram por influências sombrias e destrutivas em oposição à Luz na época em que o ser humano deixou de atentar para a voz interior – a sua consciência espiritual -, que sabia o propósito de ter nascido neste planeta. Atualmente, pouco se sabe sobre o significado da vida, pouco é ensinado, pouco se motiva para a busca desse saber, e assim as pessoas desperdiçam o tempo precioso à cata de prazeres e vícios, temerosos, odientos, vingativos, afastados do Amor, em vez de se aprimorarem como seres humanos.

Tudo tem a ver com equilíbrio da vida. As coisas tendem a caminhar naturalmente, mas desandam quando os homens não agem com equilíbrio e bom senso, querendo impor interesses particulares, interferindo arbitrariamente e criando bolhas. Se os governantes tivessem dado mais atenção à necessidade de equilibrar as contas internas e externas, as importações e exportações, produção e comércio, emprego e consumo, tudo andaria de forma normal. Mas, desatentos, foram cavando buracos para tentar resolver com juros e câmbio, e deu no desequilíbrio global: conflitos entre poder econômico e político, dívidas soberanas, desemprego, atividade econômica deprimida, cultura e educação em baixa. A economia vai se adaptando, seguindo doente, enquanto a espécie humana vai perdendo o rumo, destruindo em vez de beneficiar.

Ao perder o saber espiritual sobre a vida, aceitando o conceito de vida única e acreditando que com a morte tudo acaba, os humanos decaíram numa forma de vida imediatista, que os amarra ao transitório, e sempre tentando explorar uns aos outros, econômica ou emocionalmente, envolvidos numa espécie de guerra não declarada de todos contra todos, sem conciliação e sem perdão. E deu no que deu: em vez de buscar o aprimoramento, o beneficiamento e a melhora geral das condições de vida, foi erigido um mundo áspero e despido de amor. Para reencontrar o perdido saber espiritual as pessoas deveriam se perguntar: por que nascemos neste planeta, o que temos de fazer aqui para um viver proveitoso e benéfico?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

CIDADÃOS GLOBAIS OU DO COSMOS?

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Vivemos na época do abuso do poder por homens que se julgam acima de tudo e de todos, impondo sua vontade de forma tirânica. O que eles pensam que seja a vida? Não querem assumir a responsabilidade, inerente a todos os seres humanos, de construir e beneficiar o mundo em que vivemos para viabilizar a paz, o progresso e a evolução. Configuram um arremedo de seres humanos e estadistas, pois com suas ações e paixão pelo poder, conduzem tudo para o abismo das cobiças e vaidades.

Em todo esse período pós-guerra, com a supremacia do dólar, o que se observou foi a falta de mecanismos para equilibrar a balança comercial e as contas externas, situação que permanece desafiando o equilíbrio do progresso. Globalização e abertura são processos que avançam, mas não deveriam destruir a autossuficiência, arrasando os países deficientes e com baixo preparo da população, e que fazem o papel de fornecedores de matérias-primas e mercado consumidor.

Os países como o Brasil precisam de dólares não apenas para as importações, como também para o turismo para cobrir serviços, juros, royalties, remessas de lucros e dividendos, e devido às exportações de primários serem insuficientes, são atraídos dólares especulativos com taxa abusiva de juros. São mecanismos que o FMI deveria ter examinado e provido uma forma equilibrada para impedir a continuada sangria enfraquecedora, mas principalmente os governantes deveriam evitar a criação continuada de passivos.

Durante décadas o dólar permaneceu totalmente nas mãos dos Estados Unidos. Atualmente vários países dispõem de reservas em dólares, sendo a da China estimada em US$ 3 trilhões, enquanto os Estados Unidos ostentam uma dívida de US$ 19 trilhões. Qual será o futuro monetário internacional?

O presidente Donald Trump quer a reciprocidade do “toma lá, da cá”. Para que haja paz e progresso no mundo tem de haver equilíbrio na balança comercial e nas contas correntes, aspecto descuidado pela maioria dos governantes. O tabelamento de preços é condenado por grande parte dos economistas que, no entanto, não se alarma quando o preço do dólar, mercadoria rara nos países deficitários, fica cotado com preço fixo.

A cobiça pelo poder e dominação gera desconfiança mútua. Para que a democracia possa ser firme é necessário que os povos se pautem pela mesma plataforma de fatos. Porém, para esta ter êxito, deve ser baseada nos fatos concretos das leis naturais da Criação, e não em teorias fugazes criadas pela mente dos homens. Sem alvos comuns de aprimoramento das condições de vida e da espécie humana tudo passa a se basear em opiniões individualistas e tirânicas.

A escola tem uma grave lacuna ao não estimular os estudantes a refletir sobre o mundo em que vivem – o planeta Terra, que foi especialmente dotado para permitir a vida e o desenvolvimento do ser humano. Ela deveria focar a natureza e suas leis, e a nossa responsabilidade em preservá-la, para evitar ou diminuir a destruição ambiental, econômica e social.

Claudia Costin, colunista do jornal Folha de São Paulo, focalizou num artigo os “cidadãos globais”, pois nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, recentemente aprovados pela ONU, inclui-se a ideia de formar jovens para a cidadania global, de forma que a próxima geração possa construir um mundo melhor. Eu particularmente prefiro “cidadãos do cosmos” como uma vez disse Tom Hanks em documentário sobre o Big Bang.

Afinal, de que é feito o corpo dos homens? Diariamente nos abastecemos e sobrevivemos com recursos da natureza. Não é um absurdo lembrarmos e comemorarmos o meio ambiente apenas numa data específica a cada ano? Isso será modificado quando os homens se tornarem seres humanos de qualidade. Os estudantes têm de saber que o planeta Terra foi estruturado para ter as necessárias condições para a vida num colossal processo da natureza, possibilitando o desabrochar do elemento espiritual. Ao longo dos séculos, o homem, com o seu livre arbítrio, passou a fazer escolhas e a tomar decisões que acabaram transformando o mundo num lugar perigoso para se viver, em vez de construir e beneficiar como era esperado. Urge eliminar a ignorância que tem levado os humanos a falhar como nenhuma outra espécie.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TEMPOS DIFÍCEIS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Precisamos cultivar a serenidade. Você vai ao Banco, cai o sistema. Procura a clínica para marcar hora e recebe a informação que saiu do Convênio. Vai à concessionária e é informado que perdeu a garantia porque a revisão anterior do automóvel foi feita com alguns dias de atraso.

No pós-lei Áurea, a mão de obra liberada ficou sem ocupação e sem escola, tendo que se alojar em favelas. Getúlio e Lula se aproveitaram do vazio deixado por seus antecessores. Deram continuidade ao sistema exportador de commodities e “doador de sangue”. As divisas e ganhos, que somavam bilhões de dólares, na maior parte eram remetidos para fora do país, com pouca contribuição para a economia interna. Isso, somado à corrupção, resultou em despreparo e grande atraso.

Vivemos numa época de abuso do poder por homens que se julgam acima de tudo e de todos, impondo sua vontade de forma tirânica, conduzindo tudo para o abismo das vaidades e paixão pelo poder, em vez de construir e beneficiar para a conquista da paz, progresso e evolução.

A situação geral do mundo está complicada, difícil e tende a piorar porque muitas pessoas estão acomodadas, satisfeitas com aquilo em que acreditam sobre a vida e pouco fazem visando renovar e ampliar sua visão para buscar o aprimoramento e a melhora geral.

A situação do Brasil tende a piorar devido à crise política, à roubalheira e ao aumento de déficits e dívidas, pois a geração de dólares pelas exportações de commodities não será suficiente para atender toda a demanda, agravando o desequilíbrio. Está difícil a reversão que leve ao estabelecimento de um projeto de vida sadia que permita preservar os valores duramente conquistados.

No conturbado mundo financeiro, o aumento das reservas da China chama a atenção para os resultados, mas lá o governo mescla economia de livre mercado com capitalismo de Estado, com rigidez na regulamentação geral. Ainda não foi descoberta a fórmula para se praticar isso no Ocidente; possivelmente, qualquer dia chegaremos lá, endurecendo mais a vida.

O Brasil vem sofrendo desgoverno há décadas com sua extravagante política de juros elevados e controle de preços feito com a desestabilização da taxa de câmbio, tornando o país refém do capital especulativo. Estamos voltando ao tempo de exportador de “bananas” e os governantes deixam a coisa rolar; vão gastando e endividando o país, ampliando a sua dependência. A economia brasileira já está bem fragilizada com tanta irresponsabilidade. O povo é de boa fé, acredita nas palavras dos políticos, mas os fatos sempre acabam por desmenti-los. A decepção é semelhante àquela sentida quando se soube da inadequada aquisição da refinaria em Pasadena pela Petrobrás. Para onde vai o Brasil? O que fez a sua população? O que fizeram seus governantes em todos os níveis?

Nossa história econômica é triste e começou em 1822, já com o endividamento para a Inglaterra. Só nos livramos do sistema escravocrata em 1888. Muitas foram as décadas perdidas. Algum avanço foi obtido nos governos de Juscelino Kubitschek e dos militares, como, por exemplo, a criação da Embraer. Mas depois desses períodos, o país ficou estagnado. A partir dos anos 1980 tivemos vários desajustes na taxa de juros, inflação e câmbio, o que levou ao declínio da indústria que, ao contrário, deveria ter se fortalecido com apoio do governo e empenho dos empresários. Apesar dos recursos ofertados pela natureza e da sua vocação pacífica, o Brasil passou a ser um país miserável e inculto. A situação é grave. Se Temer e Meirelles não derem agora uma arrumada no país, que futuro poderemos esperar?

O rumo certo tem de ser alcançado através da boa educação e bom preparo para a vida de todos os cidadãos. A adaptação às leis da natureza é o único meio, pois elas são as leis do desenvolvimento da Criação que expressam a vontade do Criador e têm de ser compreendidas em sua lógica sem lacunas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O PLANO REAL E AS BANANAS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Com base no livro 3000 Dias no Bunker: um Plano na Cabeça e um País na Mão, de Guilherme Fiúza, o filme Real, o plano por trás da história faz uma excursão pela montagem do Plano Real no ano de 1994. Se de um lado a inflação galopante mataria o país caso esta não fosse estancada, de outro, a persistência em manter o Real valorizado aleijou a indústria dando chance ao PT para ocupar o espaço do poder em Brasília. Como estaria o Brasil se não tivesse persistido na rigidez cambial e juros elevados? Talvez o país tivesse quebrado e adotado políticas econômicas adequadas àquelas condições. Talvez a indústria tivesse evoluído gerando bons empregos e Lula não teria tido a oportunidade que surgiu com a bagunça econômica que se criou após a impossibilidade de continuar mantendo o Real valorizado.

Todos os países que se apegaram à âncora cambial se deram mal justamente porque o fluxo de dólares depende principalmente de exportações e financiamentos. Como consequência dos desmandos, o Brasil, com 14 milhões sem emprego, está retornando a condição de exportador de bananas.

A roupa suja atirada no colo dos brasileiros pelos irmãos Batista, expondo manobras corruptas envolvendo o presidente Temer, já deu uma esfriada na queda dos juros, que no Brasil vem sangrando há décadas. Antes do Plano Real a taxa Selic era um assombro: mais de mil por cento; depois ficou próxima a 30%, com taxa de dólar fixa. Será que isso foi decorrente das engrenagens das finanças globais que impunham sua força no financiamento para que os países não quebrassem? A falta de reconhecimento da interdependência entre os povos para um relacionamento equilibrado, e o comportamento desenfreado das cobiças tem arrastado a civilização para o descalabro.

Raramente os gestores públicos se preocuparam com o equilíbrio das contas internas e externas, com a boa educação das novas gerações e com a preservação da natureza. Com displicência, permitiram a sangria da verba pública. As transaçõescorruptas vão de juros, swaps cambiais, controle das estatais, benefícios especiais, obras superfaturadas, privatizações pouco idôneas, que ao contrário, requerem um rígido controle da lisura na idoneidade na transferência dos patrimônios públicos. O Estado jamais deveria se envolver na atividade econômica, pois sua interferência tende para relações espúrias. Sua tarefa deveria ser zelar pela ordem e progresso dos povos, defendendo os interesses da qualidade de vida de sua população, mantendo o equilíbrio nas contas e a autonomia. Mas com o advento do capitalismo de Estado, as coisas estão mudando aceleradamente sem que saibamos onde isso vai dar.

A economia deveria prover os recursos necessários para a subsistência e progresso das populações, mas para isso é indispensável que haja liberdade e responsabilidade. O sistema se desequilibrou devido à busca da maximização dos resultados financeiros. O progresso material e cultural dos indivíduos foi estagnando. O voto é livre, mas a escolha é embaraçada pela falta de preparo dos eleitores e dos eleitos. O dinheiro acumulado gerou poder. O capitalismo de Estado, sem democracia, obteve significativo aumento na produtividade e se ajustou às leis da acumulação exportando, gerando protestos nas regiões onde o número de postos de trabalho sofreu redução. E agora, qual será o rumo que o capitalismo do livre mercado vai seguir?

O presidente Donald Trump confirmou que os Estados Unidos deixarão o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, o qual foiassinado em dezembro de 2015 por 197 países e blocos econômicos. Alguns cientistas não querem entender que na natureza tudo está interligado. A compreensão essencial da existência depende da adaptação às leis da natureza como o meio, pois elas são as leis do desenvolvimento da Criação que expressam a vontade do Criador. Segundo Abdruschin, a ciência da religião e a ciência da natureza têm de ser uma só coisa sob todos os aspectos, numa lógica sem lacunas para transmitir a Verdade.

O rumo certo tem de ser alcançado através da boa educação e bom preparo para a vida. É preciso educar as novas gerações para que se tornem fortes e independentes com a compreensão da natureza, e dessa forma possam causar impactos positivos. Os jovens são dotados de capacidades especiais, mas precisam ser motivados para que desenvolvam seu potencial de forma positiva e adequada, contribuindo para a construção de um mundo mais humano.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7