UM HOMEM DE SORTE

Luck Per, filme dinamarquês, abordando o contexto do cristianismo e judaísmo no fim do século 19, conta a história de Per Sidenius (Esben Smed), um homem de família religiosa humilde, que não quer seguir a tradição dos irmãos de ter uma carreira no clero, preferindo o caminho da ciência e da engenharia e sonha em ir para longe. Com uma inteligência acima da média, Per, filho de um pastor luterano do campo, dotado de facilidade para cálculo matemático e engenharia, vivendo na zona rural da Dinamarca, península da Jutlândia, na década de 1880 ou 1890, foi aceito na faculdade de engenharia em Copenhague.

Incansavelmente, de forma obsessiva, Per desenvolve um projeto de canais aquáticos que deveriam atravessar a Dinamarca. Ele procura pessoas que poderiam acolher e impulsionar o projeto. Ele conhece Ivan Salomon (Benjamin Kitter), descendente de família judia bem-preparada, com elevado padrão de vida, frequentadora de sinagogas. Essas pessoas não tinham problemas com dinheiro, financiavam empreendimentos, inclusive os do governo. Per conhece Jacobe Salomon (Katrine Greis), uma mulher especial que enfrentou grande sofrimento por amor.

Descendente de família cristã, Per enfrentou dificuldades num cenário de pobreza, com moradias sem conforto e depreciação dos bens terrenos, na crença de que ricos não vão para o céu; essa porém não foi a intenção do conselho dado por Jesus Cristo ao jovem rico numa passagem bíblica. Não foi uma recomendação de caráter geral, mas para o jovem rico que estava totalmente dominado pela riqueza e com o coração enrijecido. Jesus não falava contra a riqueza em si; ele e seus familiares não eram pobres, e deram prosseguimento às atividades da oficina do carpinteiro José, recebendo várias encomendas, desfrutando de bom padrão de vida.

Na vida material os bens terrenos não devem ser desvalorizados, desde que o ser humano não se agarre a eles como a finalidade de sua vida. No filme, a maior pobreza era a espiritual de ambas as famílias, pois o Criador é um só. A despeito do que dizem as religiões criadas pelos homens, as leis divinas da Criação atuam independentemente das barreiras das teorias humanas de forma igual para todos os seres humanos, que podem tomar decisões livremente, mas terão de colher tudo o que semearem. Diante das restrições dos seres humanos, Jesus explicou o funcionamento das leis da Criação através de parábolas, pois dessa forma seria mais fácil serem rememoradas; mas o essencial foi esquecido e modificado.

O corpo dos seres humanos é formado pelos elementos provenientes do solo que a eles retornam, mas a alma segue seus caminhos, ressuscitando em outros corpos através da reencarnação para continuar o aprendizado e se libertar dos erros, isso até ao Final dos Tempos, a inescapável prestação de contas. Os seres humanos foram se distanciando dessa realidade espiritual que assegura o amor e a justiça do Criador, e sem compreender a vida, deixam crescer a revolta em seu íntimo, esperando que a sua atual condição de vida, construída em muitas vidas seguindo por caminhos errados, seja agora saneada por mágica, sem que necessitem se esforçar para reconhecer e dar início à reconstrução de si mesmos em conformidade com as leis da Criação que ensejam a evolução e a felicidade.

Em meio ao abismo entre o modo de vida das duas famílias, Per entrou em conflito íntimo entre sua intuição que o admoestava e seu intelecto frio e calculista, e perdeu o rumo. Atormentado pelas lembranças de sua infância e juventude, não sabia o que fazer, e julgando estar agindo de forma acertada, se tornou descrente de tudo, sendo corroído por seu orgulho e descontentamento com a vida, esse precioso tempo concedido aos seres humanos, enquanto Jacobe, com sua alma delicada, adquiriu maturidade em seu sofrimento, e voltando-se para o bem, superou as dificuldades.

Esse filme foi baseado no livro “Lykke-Per”, de Henrik Pontoppidan,  e intitulado “Um Homem de Sorte” dirigido por Bille August e distribuído pela Netflix.

BEIRUTE

Beirute (Netflix) é um bom filme em que John Hamm interpreta um líder de mente lúcida, raridade nos filmes atuais. Em 1946, diante do potencial destrutivo da bomba atômica, Einstein achava que o planeta merecia uma nova maneira de pensar, sem o que a humanidade não evoluiria nem sobreviveria. Em vez de pesquisar com sua intuição a origem de todos os males, Einstein considerou que o planeta deveria se pautar por um Estado mundial único, como forma de impedir o desastre certo de novas guerras mundiais, mas o planeta apresenta tanta diversidade que isso somente seria possível com a perda da individualidade dos povos.

Não tardou muito para surgirem novos confrontos. Árabes, cristãos e judeus se defrontaram no Líbano, zona de influência e poder. A cidade de Beirute foi transformada num esqueleto urbano que jogou por terra as esperanças de boa vontade e paz entre os homens que continuaram fabricando bombas e artefatos da morte. O filme Beirute mostra que em diplomacia a vida não vale muito. Skiles (John Hamm) negociador de primeira, sofre uma perda e se torna alcoólatra, sendo convocado para uma missão de negociação de resgate. Aos poucos Skiles vai recuperando a lucidez e inverte o jogo considerado perdido pelos chefões cuja intenção era detonar tudo.

O VETERANO

O filme O Veterano (2011) conta uma história interessante. Após lutar na Guerra do Afeganistão, o soldado Robert Miller (Toby Kebbell) retorna para sua casa, localizada numa região decadente e perigosa na Inglaterra, onde um grupo de menores violentos quer adentrar na vida de crimes, liderados por um marginal apoiado por gente graúda para traficar drogas. Ele acaba sendo convidado para trabalhar numa organização antiterrorismo e conhece a informante Alayna Wallace (Aiy Bielski). Ambos percebem que algo não está certo. Intrigado, Miller quer saber o que se passa. Gerry (Brian Cox), chefe da organização, lhe diz que o que está acontecendo é que uma população permanentemente aterrorizada não faz perguntas, e tem de continuar ignorando os problemas do mundo para não criar problemas, e Miller acaba ficando sem saber como seria o futuro.

Na vida real, a pandemia de 2020 mostrou que o nosso estilo de vida chegou ao limite do insustentável e se acha em declínio perigoso, o que pode acirrar a violência, como a demonstrada no filme. Há certa indignação no ar porque os preços de produtos e serviços sobem de forma acelerada, enquanto algumas camadas da sociedade continuam enriquecendo. Em paralelo, armas de elevado poder destrutivo continuam a ser produzidas, atemorizando a população, enquanto os fabricantes ensejam obter ganhos. A ânsia de possuir mais e mais não dá trégua. O lucrativo comércio de drogas se alastra pelo mundo fragilizando as novas gerações.

FILMES DO BEM

Com tantos filmes “deprê” nas TVs melhor pedida é ler. Escolha um livro do seu agrado, uma música que seu ouvido e coração não recusem. Aproveite. Fuja desses filmes mal-feitos com história medíocre e cenas grotescas. Precisamos de filmes do bem com imagens positivas de superação das dificuldades com esforço e boa vontade e consideração pelo próximo. Fuja do negativismo que entorpece e paralisa o movimento sadio.

Veja a seguir um texto de Zeinap Muhammad:

Embora muitos não se dêem conta, os filmes com excesso de violência, suspense e terror, ou com imoralidades e depreciação das condições humanas, afetam psicologicamente de uma ou outra forma a quem os assiste, sendo que para aqueles que sofrem com depressão, aumenta a ansiedade ocasionando o efeito desregulador da serotonina que age como equilibrador do sistema nervoso central. O melhor para essas pessoas com essas condições é evitar filmes dessa natureza.  Já uma pessoa em condições normais, mais sensível, pode perder por horas ou dias seu senso de humor natural, tendo perdas no regulador da serotonina, também, mas por não sofrer de depressão poderá, com algumas horas evitando notícias ou ambientes pesados, normalizar e equilibrar sua disposição positiva diante da vida.  Nem por isso, entretanto deixa de ser um risco à saúde anímica, pois a frequência em estar cercada por imagens e ambientes pesados pode afetar seu temperamento e condições relacionadas aos aspectos emocionais.

Ambientes e imagens bem-humoradas, filmes de aventura, ou que direcionam o pensamento para vitórias, focando em forças e determinações em alcançar objetivos de resolução de problemas, estes já propiciam efeitos positivos no plexo solar, auxiliam a memória, liberam substâncias curativas e aumentam as defesas do organismo impedindo ou combatendo doenças.  Manter o positivismo diante das dificuldades da vida é importante em todos os aspectos.  Não é difícil fazer as escolhas certas. Quem duvida pode fazer a experiência.

O IRLANDÊS

O filme O Irlandês (Netflix) conta a história de Frank “The Irishman” Sheeran (Robert de Niro) que relembra suas ações como assassino de aluguel da Máfia e sua ligação com a família Bufalino, chefiada por Russel Bufalino (Joe Pesci), tendo como pano de fundo o poder oculto da máfia e suas ramificações com altas esferas.

Frank é contratado por Russel, um manda chuva mafioso, para realizar uma série de trabalhos criminosos. Nas entrelinhas se percebe que o poder é forte, envolvendo as questões do dinheiro grosso e da política, citando o assassinato de John Fitzgerald Kennedy, presidente dos EUA que incomodou por ter enveredado por questões fundamentais do poder. Também mostra a revolta da máfia contra Castro devido às perdas com o fechamento dos cassinos e outros negócios em Cuba; o final trágico do influente sindicalista Jimmy Hoffa, interpretado no filme por Al Pacino; a manipulação nas eleições com visitas a cemitérios para colher nomes de eleitores falecidos.

Eram italianos, irlandeses e pessoas de outras nacionalidades que emigraram para os EUA e cujos destinos os conduziram para o chamado novo mundo para uma construção enobrecedora, mas que friamente dedicaram suas vidas ao dinheiro e poder, conquistados com lutas e sangue numa atividade voltada para a criminalidade para assegurar o poder em suas mãos. Mas como todos seres humanos, também ficaram sujeitos aos efeitos do tempo que envelhece o corpo, anunciando a hora da partida diante da vida vazia de sentido.

Apesar de ter sido um veterano de guerra que recebeu várias condecorações, Frank passou a conciliar a vida de caminhoneiro com a de assassino número um da máfia. Ele acabou confessando que assassinou Hoffa, de quem foi seu guarda-costas e teve uma relação muito próxima com sua família. Com direção de Martin Scorsese, embora um pouco longo, o filme foi premiado em 2019 pelo Critic’s Choice Award pelo melhor elenco, que contou também com a participação de grandes estrelas de Hollywood, como Harvey Keitel, Anna Paquin, Ray Romano, entre outros.

 

SEU FILHO

“Seu Filho” é um filme espanhol que focaliza a determinação do médico Jaime Jiménez, interpretado pelo ator Jose Coronado, para investigar e punir os responsáveis por terem espancado brutalmente seu filho a ponto de o deixarem inconsciente. Disposto a fazer justiça com as próprias mãos, o pai ignora qualquer limite legal para castigar os malfeitores. A princípio o filme parece grotesco, tendo como cenário a atual sociedade humana, conduzida exclusivamente pelo querer do cérebro, sem atentar aos alertas do eu interior e da própria consciência, que muda e não admoesta mais.

O filme também mostra o relacionamento frio e obsessivo dos pais que perdem a visão, sem querer enxergar como seu filho realmente é, abrindo-lhe um rumo perigoso de abusos e decadência, distante do autêntico ser humano. Laços de sangue não significam laços da amizade espiritual que depende das afinidades.

Todas as pessoas de bom senso sabem como é importante dar bom preparo às novas gerações, que estão desinteressadas da vida e se perdendo sem propósitos edificantes, entregando-se desvairadamente ao instinto sexual do corpo, sem fazer uma reflexão sobre o seu comportamento embrutecido.

A relação entre pais e filhos saiu do rumo certo e se tornou um enlaçamento antinatural devido à incompreensão da vida e seu significado. Não há, muitas vezes, o entendimento de que os filhos são entregues aos pais com a finalidade de serem bem-preparados para que se tornem adultos benéficos a si mesmos e ao mundo através de decisões independentes.

Muitas pessoas buscam, em suas horas de lazer, filmes que apresentem histórias envolventes, modelos enobrecedores e esperança de melhor postura da humanidade, mas no geral muitos deles mostram o oposto disso. Por que será?

ERA UMA VEZ O CINEMA COMO BOM ENTRETENIMENTO

O século 20 foi o século do cinema. No centro das cidades e nos bairros havia cinemas luxuosos e outros simples que atraíam os adultos, os jovens, as crianças e as famílias para assistirem os filmes com imagem, cores, sons, belas histórias românticas e de aventuras em que o bem vencia o mal, e os maus eram punidos. Entretenimento e aprendizado, mas também uma poderosa engrenagem influenciando e direcionando o pensar das pessoas.

Esse panorama ficou no passado. No entanto, existem exceções, mas os filmes, em geral, passaram a ser violentos, imorais e tóxicos, com histórias fracas. O cinema foi perdendo a força, embora ainda conserve a magia das telonas. Veio a TV exibindo telejornais, novelas, seriados e filmes. Os acontecimentos em destaque nas TVs, telenovelas e filmes, muitas vezes trazem imagens da frieza de seres humanos sem coração que adentram no cérebro das pessoas e aos poucos vão engessando as almas com maldades. A visão da eternidade ficou perdida diante da crença que a vida é uma só e tudo acaba com a morte terrena. Raramente se vê uma atitude decente de solidariedade e justiça, pois falta amor e sinceridade entre os personagens.

Surpreende o filme O caçador de recompensas, de 2019, (prime vídeo) em que um ex-soldado, que vive deprimido e atormentado pelos horrores da Guerra Civil, encontra nova razão para viver quando é procurado por duas crianças que pedem a sua ajuda para encontrar a mãe desaparecida. Sinal de que nem tudo está perdido.

ALICE E O PREFEITO

A antiga e bela cidade de Lyon é o cenário desse interessante filme de Nicholas Pariser, “Alice e o Prefeito”, sobre os seres humanos e a política. Alice, professora de filosofia, é convidada a ajudar o prefeito que depois de trinta anos na política está enfrentando dificuldades em organizar os pensamentos e formular ideias criativas.

A proposta é boa, mas Alice tem de se defrontar com o grupo de assessores que rodeia o prefeito e que teme perder a influência que exerce sobre ele, assim como aconteceu com Paulo, que convidado por Nero para dar explicações sobre os ensinamentos de Jesus, acabou enciumando o grupo manipulador próximo ao Imperador.

Na medida em que Alice vai rasgando o verbo, desnudando os acontecimentos e a caótica situação mundial, mostrando as vaidades e incoerências, mais vai impressionando o prefeito e mais vai desagradando o grupo de assessores. Com o passar dos anos, o prefeito acabou deixando enfraquecer a vontade própria, se submetendo aos interesses do grupo socialista do qual faz parte. Mas ao começar a fortalecer as ideias pessoais e ter visão própria, começam a surgir os transtornos para Alice.

Assim é a vida pública, situação semelhante também acontece no mundo empresarial, pois grande parte dos seres humanos se tornou incapaz de dialogar consigo mesma e analisar com o eu interior intuitivo, ficando sujeita aos ditames da vontade mental contaminada pelas influências externas, passando a agir como um ator interpretando um personagem, no caso o de prefeito. (disponível no Telecine)

A JUSTIÇA DE UM BRAVO (1999)

John Cusack é Myrl Redding, um criador de cavalos onde estava sendo gerado o estado de Wyoming, fundado em 1890, numa região sem lei, de fazendeiros gananciosos que se sentiam donos do pedaço e faziam conchavos com os representantes do poder público como juízes e delegados. Henry Ballard (L.Q. Jones) era o pior deles, pois tinha como meta dominar a região e não queria a formação do Estado para não perder seu domínio.

Myrl tinha de levar cavalos para vender na feira de Kentucky. Mas Ballard construiu cercas impedindo a livre passagem, impondo taxa de pedágio. Disso resultou um conflito entre os dois, e os capangas de Ballard agiam de forma desleal causando vários problemas acobertados pelo juiz do vilarejo.

Myrl perdeu dois garanhões e sua esposa foi vitimada em acidente provocado pelos capangas de Ballard. Ele contratou um advogado para buscar justiça, mas o juiz corrupto não permitiu a abertura de processo. Myrl passou a agir por conta própria buscando justiça, mas acabou sendo vítima da astucia de seus adversários.

Ele então procurou o secretário de justiça, mas este não cumpriu o seu papel. O Juiz Tolliver (John Goodman) observou o caso e aceitou abrir o processo requerido por Myrl contra Ballard, pois reconhecia a injustiça praticada. Já naquela época esse juiz intuía a predominância de sua classe nas relações do Estado e procurava manter as aparências sempre em conformidade com as leis criadas pelos homens. Mas a reparação da justiça acabou gerando injustiça ainda maior para Myrl, como acontece quando a lei dos homens é seguida ao pé da letra mediante provas habilmente forjadas.

 

 

THE UNDOING

The Undoing é uma série em seis capítulos, sem título em português. A julgar pelos atores e sua excelência poderíamos esperar um filme romântico, mas do jeito como as coisas se apresentam percebemos que a série poderia ter como título: A Desconstrução, isto é, da sociedade, da família, da nação. Compõem o elenco principal: Hugh Grant, o marido médico, Nicole Kidman, a esposa psicóloga, Donald Sutherland, o sogro rico, Noma Dumezweni a advogada famosa, Matilda Angelis, a amante.

O cenário, sempre carregado com nuvens escuras, mostra moradias especiais, escola de primeiro mundo, famílias em árdua luta pela sobrevivência como a de Ismael Cordova, o marido traído. O que realmente se vê é um desfile de seres humanos cerebrinos, cuja capacitações do espírito se perderam nos labirintos da indolência e da vaidade. Na tela aparecem os tipos mais estranhos, habitantes da Terra no século 21. Às vezes tudo fica desesperador pela forma medíocre como os personagens encaram os problemas da vida. Mas um crime foi cometido e o culpado tem de ser descoberto e punido.

Seria a desconstrução do sistema de vida implantado pela humanidade? Pais superprotetores que constroem uma bolha para os filhos e não os preparam de forma adequada para solucionar os problemas da vida; a escola também não. O sistema possibilita o enriquecimento de uma minoria, enquanto a maior parte da população vive submetida à sobrevivência na base do “pão e circo” e se acomoda a um viver distante da forma como deveria ser o viver da espécie humana. A advogada muito perspicaz é o retrato do cinismo da sociedade: não precisa ser, basta ter as aparências apropriadas.

A esposa, Nicole Kidman, como psicóloga enxerga a realidade do funcionamento do cérebro humano com muita clareza e se esforça para ajudar seus clientes a se adaptarem da melhor forma à sua vida confusa e sem propósitos mais elevados. Ela consegue se libertar do emaranhado das interpretações e dá o xeque mate no jogo.