DA DISCUSSÃO NASCE A LUZ

Da discussão nascia a luz. Bons tempos quando havia empenho em solucionar as questões humanas e perseguir a melhora continuada nas condições gerais de vida e no aprimoramento da humanidade. Isso foi antes. As discussões se tornaram lutas para defender pontos de vista e conservar o poder. Por isso, com a redução da possibilidade de discutir e fazer nascer a solução, os problemas da humanidade só aumentam, sem que surjam discussões sérias sobre como resolve-los. Faltam simplicidade, clareza, naturalidade e raciocínio lúcido. (Benedicto Ismael Camargo Dutra)

Segue texto de Luiz Marins.

É antigo o provérbio “Da discussão nasce a luz”. E o que ele quer dizer? Luz vem do latim lucere que significa “brilhar”.

No sentido figurado quer dizer ideias novas, inovação, criação. Tanto isso é verdade que quando queremos representar graficamente uma ideia, o fazemos através de uma lâmpada, da luz.

Ao nos referirmos a uma ideia que aprovamos, dizemos ser uma “ideia brilhante” que saiu de uma “mente iluminada”. Discussão, também vem do latim tardio discussionem e significa investigação, exame de uma questão em que tomam parte várias pessoas.

Assim, quando dizemos que da discussão nasce a luz, queremos dizer que boas ideias nascem quando compartilhamos nosso ato de pensar, de investigar.

Mas, temos que tomar cuidado para não acreditar que a luz nasce de qualquer discussão. Há discussões que são “estéreis”, o que quer dizer que nada geram.

Quando discutimos um tema sobre o qual pouco sabemos, com pessoas que sabem menos do que nós, a única luz que poderá nascer é de que deveremos buscar pessoas que saibam mais do que nós, para com elas aprender ou, então, que decidamos  estudar a questão antes de discutir.

Assim, o provérbio se aplica a discussões férteis, fecundas que só podem ocorrer com a participação de pessoas “lúcidas”, cuja palavra também vem do latim lucidus que significa “iluminado, claro”. Discutir com pessoas “obscuras” (que quer dizer “sem luz, coberto, escuro”) só nos trará escuridão, dissabores e aborrecimentos.

Veja quantas lições podemos tirar de um provérbio.

Realmente da discussão nasce a luz e devemos sempre procurar dividir nossas ideias e opiniões com pessoas que possam nos “esclarecer” (clarear, tornar claro, pôr à luz).

E, como vimos, devemos evitar as discussões que nada geram, estéreis, pois elas, ao invés da luz, nos trarão mais escuridão.

Discutir não é brigar. Discutir é iluminar as ideias. É por isso que devemos sempre discutir com lucidez.

Pense nisso. Sucesso!

Luiz Almeida Marins Filho é antropólogo. Estudou Antropologia na Austrália (Macquarie University) e na Universidade de São Paulo (USP). É Formado em História, estudou Direito, Ciência Política, Negociação, Planejamento e Marketing em cursos em universidades no Brasil e no exterior. Técnico em Contabilidade.

AS CAUSAS ECONÔMICAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A crise econômica que se abate sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929 vai ser o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial seja pleiteado. A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas, visando a salvar os mercados internos das importações estrangeiras, criando uma verdadeira guerra tarifária. A produção mundial reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu 60%, a do aço, 58%, a do petróleo, 13%, e a do carvão, 29%.

O desemprego grassou nos principais países industrializados: 11 milhões nos Estados Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2,5 milhões na Inglaterra e um número um pouco superior na França. Se forem contados os dependentes, estima-se que o fato provocou aflição e desemprego a mais de 70 milhões de pessoas. Como a economia já estava suficientemente internacionalizada (com exceção da URSS, que se lançava nos Planos Quinquenais), todos os Continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego.

A América Latina, por exemplo, teve que reduzir em 40% as importações e sofreu uma queda de 17% nas exportações. É nesse contexto caótico que a Alemanha, no Ocidente, e o Japão, no Oriente, vão tentar explorar o debilitamento dos rivais. Uma nova luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial.

Causas Políticas

A conjuntura externa caótica e a situação interna de desespero conduzem Hitler ao poder na Alemanha em 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais), dando início à ” Revolução Nacional-Socialista ” que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência europeia.

Naturalmente que, para tal, era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do “espaço vital”, como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego e atendia-se a necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha. Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do anticomunismo a nível mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Comintern – cujo fim é ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, atacá-la.

O Japão, que igualmente passa por convulsões internas graves, dá início em 1931 a uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos Impérios Coloniais europeus que se mostram impotentes para superar a crise econômica. Em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, dando início a um longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra contra os Estados Unidos.

Os antecedentes imediatos

A Guerra Civil Espanhola
Em 1936, a Frente Popular vence as eleições na Espanha. Em 18 de julho, os generais Mola e Francisco Franco rebelam-se contra a República, representando a coligação de forças conservadoras (a direita monarquista, a Igreja católica e os grupos fascistas da Falange Espanhola), iniciando a guerra-civil que durou dois anos e nove meses. Enquanto a França e a Inglaterra optaram pela política de não intervenção, Hitler e Mussolini auxiliaram abertamente os nacionalistas de Franco ( Legião Condor e Grupo de Tropas Voluntárias ).

O Japão, que igualmente passa por convulsões internas graves, dá início em 1931 a uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos Impérios Coloniais europeus que se mostram impotentes para superar a crise econômica. Em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, dando início a um longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra contra os Estados Unidos.

Os republicanos, cada vez mais isolados, pediram apoio à URSS. Devido à distância, e ao bloqueio naval, o auxílio soviético não consegue equilibrar a situação a favor dos republicanos, que acabam derrotados em março de 1939. Esta guerra serviu para Hitler experimentar a estratégia dablitzkrieg (avanço de carros de combate conjugados com bombardeios aéreos maciços) e detectar a indecisão e fraqueza dos aliados ocidentais. Enquanto que, para Stalin, serviu de lição: não poderia se envolver em um enfrentamento direto com a Alemanha.

https://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia/as-causas-economicas-da-segunda-guerramundial,8c7842ba7d2da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

Voltaire Schilling é professor de História da UFRGS, responsável pelo Projeto Cultural do Curso Universitário. Tem lecionado há mais de 30 anos em vários estabelecimentos de ensino e realizado grande quantidade de palestras. É professor do Curso de Jornalismo Aplicado da RBS e conferencista da AJURIS, colaborador em vários jornais, responsável pela seção “História” do Portal Terra, foi diretor do Memorial do Rio Grande do Sul e é autor de vários livros e mais de 50 trabalhos menores. Representou o Brasil na Feira Internacional do Livro de Jerusalém, em 1991. Em 2005 foi distinguido com a Medalha Cidade de Porto Alegre por relevantes serviços prestados, em 2006 recebeu da Secretaria Municipal da Cultura o Prêmio Joaquim Felizardo, que destaca o Intelectual do Ano, e em 2008 foi eleito membro da Academia Rio-Grandense de Letras. Em 2013 recebeu do governo da França a Ordem Nacional do Mérito no grau de cavaleiro.

LIDERANÇA AUTOCRÁTICA

Ana Serafim*

A liderança autocrática é um estilo de liderança que se caracteriza, na generalidade, pelo controle individual sobre todas as decisões e pelas poucas opiniões dos membros do grupo. Habitualmente, os líderes autocráticos fazem escolhas com base nas suas próprias ideias e julgamentos, e raramente aceitam conselhos dos seguidores. A liderança autocrática envolve controle absoluto e autoritarismo sobre um grupo.

Este estilo de liderança tem associado alguma conotação negativa, mas, em algumas situações, este é o estilo de liderança mais apropriado. A liderança autocrática é algo intuitivo, que traz benefícios quase imediatos e que, para muitos líderes, acaba por ser uma coisa “natural”.

Características da liderança autocrática

• Pouca, ou nenhuma opinião dos membros do grupo
• Os líderes é que tomam as decisões
• Os líderes do grupo ditam todos os métodos e processos de trabalho
• Raramente são confiadas decisões ou tarefas importantes aos membros do grupo
• Os líderes mantêm o controle e responsabilidade dos projetos que lhes são atribuídos

Benefícios da liderança autocrática

Este tipo de liderança traz vários benefícios para o líder que a utiliza, nomeadamente:

• Redução do stress porque o líder tem o controle total
• As decisões podem ser tomadas mais rapidamente (não existe necessidade de grandes consultas antes de avançar)
• Os trabalhadores têm tendência a ser mais rápidos e mais produtivos (desde que o líder esteja presente).
• Permite que os membros do grupo se tornem altamente qualificados a executar certas tarefas
• Processos de trabalho mais simplificados (menos burocracia, menos pessoas envolvidas nas tomadas de decisão, identificação mais rápida das áreas pouco eficientes).

Desvantagens da liderança autocrática

Apesar de haver alturas em que este estilo de liderança é vantajoso, também existem muitos outros casos em que a liderança autocrática pode ser muito problemática e trazer desvantagens.

• Quando o líder abusa deste tipo de liderança pode começar a ser visto, pelos trabalhadores, como sendo “mandão”, controlador e ditador, conduzindo muitas vezes ao ressentimento entre os membros do grupo.
• Os membros do grupo não gostam de não poderem contribuir com as suas ideias, o que pode levar a uma diminuição da motivação e moral
• Pode haver falta de soluções criativas para os problemas que surgem (o que pode prejudicar o desempenho do grupo)
• No longo prazo aumenta o stress para o líder porque é ele que tem de aguentar todas as responsabilidades, durante o tempo todo.
• Caso o líder se ausente, a produtividade da equipe vai diminuir pois os membros não sentem confiança suficiente para tomarem as suas próprias decisões.

Quando deve ser utilizado?

As melhores alturas, ou situações, para utilizar este estilo de liderança são as seguintes:

• Quando é necessário controle
• Quando existe pouca margem para o erro e/ou prazos para cumprir
• Com subordinados pouco experientes ou pouco familiarizados com certo tipo de trabalho
• Locais de trabalho onde existem muitas pessoas (existe pouco tempo para dedicar a cada pessoa)
• Em projetos de curto prazo, complexos e técnicos ou projetos urgentes
• Com funções pouco qualificadas com tarefas monótonas (que podem conduzir a uma baixa motivação)
• Quando existe muito turnover por parte dos trabalhadores (é importante manter o conhecimento organizacional no líder)

Setores onde o estilo de liderança autocrática se ajusta bem

• Militar
• Construção
• Indústrias/Fábricas

Como ser eficaz com este estilo de liderança

• Respeite os subordinados
• Explique bem as regras (porque é que as pessoas têm de seguir certo procedimento)
• Seja consistente
• Eduque antes de impor (faça com que todas as pessoas compreendam as suas expectativas desde o início)
• Ouça, mesmo que você não mude.

* Ana Serafim é psicóloga do Trabalho e das Organizações