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MOISÉS, LUTERO, ABDRUSCHIN

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

No longo trajeto do Egito para a Terra Prometida, Moisés recebeu as recomendações de Deus para a elevação da humanidade. Ao longo dos séculos, o saber original foi sendo perdido pela desatenta humanidade às mais importantes recomendações que havia recebido e, com isso, o embrutecimento e a decadência não se fizeram tardar. Abdruschin explica no livro Os Dez Mandamentos o real significado dos ensinamentos, restabelecendo os caminhos que foram atulhados por conceitos ditados pelo comodismo espiritual.

A Terra e seus habitantes passarão em breve por provações fora de série. A água vem escasseando a olhos vistos. Níveis freáticos estão baixando, lagos, lagoas, açudes e represas estão evaporando, e a humanidade vai se acomodando até a consumação do caos. Realizada em Bohn, na Alemanha, a 23ª Conferência do Clima (COP – 23), mais uma vez travou intensos debates entre cerca de 200 países sobre o aquecimento global e suas consequências. Provavelmente já ultrapassamos do ponto de um possível retorno, só restando agora uma rígida adaptação às condições que se agravam de ano para ano. Evidentemente ampliar áreas florestadas e saneamento básico deverá trazer alguma atenuação, mormente na escassez da água.

Qual a missão da universidade, do reitor, do professor, do estudante? Tudo deveria convergir para a busca da melhora das condições gerais de vida, mas se transformou na corrida por verbas para equilibrar orçamentos divorciados da real missão. Acima de tudo não podemos esquecer que somos seres humanos que além das nossas habilidades para o trabalho, não podemos deixar de dedicar tempo na busca pela compreensão do significado e sentido da vida. Por que e para que nascemos neste planeta?

O que governo arrecada deveria naturalmente ser aplicado em benfeitorias, gerar emprego, fazer o dinheiro circular. Grande parte das obras e do que o governo compra são superfaturados, custam o triplo, além dos juros da dívida que correspondem a 8% do PIB. Os poderes legislativo e judiciário consomem muito, a população não se educa, o país definha, a miséria aumenta.

Na cegueira da vida moderna, os homens se tornam imediatistas descuidando da busca da melhora geral e aprimoramento da humanidade, vendo no acúmulo de dinheiro o seu principal alvo sem se preocupar com os meios. Assim, a humanidade que havia alcançado algum progresso tende a regredir e embrutecer pela ausência de alvos enobrecedores. Um povo sem propósitos dignos não tardará em cair em desgraça. O desmazelo com a administração do Brasil tem sido uma praga. Sem dar um norte nobre para as novas gerações, não haverá futuro. Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, a economista Zeina Latif, referindo-se à atual situação, disse o seguinte: “A crise ceifa oportunidades e gera falta de perspectivas, um veneno que arrasta os jovens para a criminalidade e gravidez precoce”. O artigo dela deveria ser lido no Congresso, com a presença de presidentes, candidatos, governadores e prefeitos para que percebam o quanto têm falhado na condução do Brasil.

As contas públicas, internas e externas, seguiram descontroladas por sucessivos governos. O Brasil tem vivido apagando incêndios nas finanças. Com as contas deficitárias, o governo não ataca o que está emperrando a economia. A projeção do déficit se auto alimenta e acresce os encargos com juros. Como a trajetória do déficit e aumento da dívida poderia ser interrompida? Como provocar investimentos que ativem a economia, a renda e o consumo, saindo do círculo vicioso em que tem vivido há séculos. Como aumentar a poupança?

Enquanto alguns países seguiram as pregações da Reforma Protestante de Martinho Lutero, outros seguiram a Contra Reforma que trouxe mais do mesmo, rebaixando o ser humano a uma condição passiva, sem fazer uso de suas capacitações para examinar, analisar e refletir intuitivamente por si, resultando na permanência da indolência e marasmo, na falta de iniciativa esperando tudo cair do Céu e, mais tarde, do Estado, em oposição ao que Cristo exigia: a análise de tudo, a movimentação própria e a não aceitação de postulados dogmáticos, a dispensabilidade de intermediários para entender a vida e as leis que a regem. A vida não é só trabalhar e se divertir. “É dever sagrado do espírito humano pesquisar por que se encontra na Terra, e por que motivo vive nesta Criação”.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A GRANDE TAREFA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Em sua transitória permanência na Terra, a tarefa prioritária do ser humano é aprimorar-se na convivência com seus semelhantes e contribuir para o contínuo beneficiamento e embelezamento geral e melhora das condições de vida. Diferentes raças e povos constituem o conjunto das criaturas humanas, mas estas foram enveredando cada vez mais por funestos caminhos, acarretando o oposto do que deveriam realizar, provocando a destruição da beleza, da ordem e da paz.

Jesus, o Enviado do Amor de Deus para redespertar a humanidade de seu torpor, trouxe com palavras simples e claras a explicação sobre a naturalidade da vida. Após a sua crucificação e o assassinato de Paulo e Pedro por ordem de Nero, a clareza dos seus ensinamentos foram sendo afastados da lógica natural. Por mais de 1500 anos prevaleceu o obscurantismo. O cristianismo foi se afastando da naturalidade dos ensinamentos de Jesus sobre a vida e a Criação. A falsidade foi tomando o lugar da autenticidade que se expressa com clareza, simplicidade e naturalidade, e com isso as discórdias não tardaram a surgir. A busca do sagrado foi perdendo força entre os humanos. Enquanto a religião e a crença cega iam perdendo terreno, aumentava a descrença e o ateísmo.

A luta dos homens pelo poder vem de longe. Foram séculos de obscurantismo e imposições. Com o advento do dinheiro e do crédito, teve início o processo de mudança na estrutura do poder dominante, o que desenvolveu um tríplice embate entre religião, capital e socialismo, todos disputando riqueza e poder terreno. Segundo o historiador Robert S. Wistrich, em discurso proferido em Munique em dezembro de 1926, Hitler aumentou ainda mais as incompreensões sobre a missão de Jesus classificando-o como revolucionário contra o capital. Tamanha inverdade caiu no agrado dos socialistas, mas Jesus, procedente do Divino, sempre renunciou ao poder terreno e dizia: ”Meu Reino não é deste mundo”, expressando assim que o seu poder não se situava no mundo material, o que desagradou Judas que queria expulsar os romanos fazendo de Jesus rei dos judeus.

Enquanto Hitler tecia falsidades, o escritor Oskar Ernest Bernhardet, ou Abdruschin, como preferia ser chamado, dava andamento à sua obra Na Luz da Verdade Mensagem do Graal. Abdruschin explicava a naturalidade da missão de Jesus desde o seu nascimento em Belém até a sua morte. Opunha-se frontalmente à forma como Hitler tratava os judeus, tendo sido preso por isso e acusado de ser judeu, e só não foi para um campo de concentração porque seus amigos comprovaram sua origem ariana de 400 anos. De 1939 a 1945 a Europa viveu a mais trágica e sangrenta guerra que o mundo já presenciou.

Mesmo no pós-guerra, o essencial, a preservação e o aprimoramento da espécie humana, com a adequada utilização dos recursos naturais e a sustentabilidade da vida continuou sendo soterrado. Estamos enfrentando o grande apagão espiritual, moral, mental, emocional que vai lançando suas garras sobre a humanidade, engrossando as fileiras das pessoas sem preparo para a vida, focadas prioritariamente nas ninharias e coisas negativas. Para onde quer que se olhe há muitas desgraças.

Em sua cobiça por poder e vingança o homem sempre pensa que sairá vitorioso, mas sem olhar para o significado da vida, vai adentrando por caminhos tortuosos podendo chegar a um ponto sem volta – a grande encruzilhada da humanidade -, na qual os pequenos reis despóticos não vacilam em arrastar tudo para a perdição para alcançar seus objetivos mesquinhos.

A realidade se sobrepõe a todas as teorias engendradas. O planeta está diante dos limites críticos na natureza, no clima, na população de pouco preparo para a vida, na economia e finanças, na moral e no social. Por interesses ou teimosia, muitas pessoas não querem ver que há no planeta um grande processo de transformação em andamento. Como fundamento da religiosidade, o homem tem que entender a Criação e as leis que regem a vida refletindo a perfeição do Criador.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7