Uma reflexão sobre o momento atual
A maioria das pessoas que vive no Brasil sente que a situação atual está insuportável, difícil de engolir. Não dá para ficar vendo as notícias, porque a imprensa impõe uma comunicação forte que gera medo e pânico. A internet, por sua vez, nos traz uma quantidade enorme de opiniões favoráveis e desfavoráveis sobre os assuntos atuais. Em toda essa enxurrada de informações não se sabe exatamente o que é verdade ou o que são mentiras misturadas com verdades, e muita desconfiança perturbadora é lançada. Assim, a maioria das pessoas se sente empurrada de um lado para o outro até perder o controle e ficar agressiva e raivosa, brigando, agindo impulsivamente de forma desastrosa. Então, vamos nos acalmar gerando pensamentos positivos, voltados para o bem, sem ódio.
Em vez de subir por meio da escada da evolução, os seres humanos estão descendo e a cada degrau que descem, mais baixarias e decisões inescrupulosas vão surgindo. Dessa forma, tudo vai regredindo, eliminando a compostura ética e moral, mas lá embaixo o abismo é grande e sem volta. Parece que não se trata só de pandemia. Algo mais grave está no ar e nada podemos fazer contra essa onda avassaladora que se precipita sobre a humanidade. É a grande colheita de tudo que a humanidade semeou. Temos de aguardar os acontecimentos com serenidade, semeando o bem.
Por milênios, sempre foi concedido aos seres humanos a visão correta da Criação através de pessoas inspiradas e guiadas para transmitir ensinamentos adequados ao povo e à época em que viveram como: Krishna, Zoraster, Buddha, Lao Tsé; mas suas palavras acabaram sendo esquecidas ou distorcidas com o tempo por aqueles que se colocaram como donos do saber para dominar.
A humanidade afundava de forma autodestrutiva. O Criador enviou uma parte de Si, Jesus o Amor de Deus. Se mantidas como foram originalmente pronunciadas, todas as mensagens convergiriam para a doutrina do Criador trazida para a humanidade nos ensinamentos proferidos por Jesus, dos quais pouco restou do sentido original proferido, ficando a mensagem da Luz incompreendida e posta de lado, surgindo um culto à pessoa. A obra Na Luz da Verdade Mensagem do Graal, de Abdruschin, dá esclarecimentos a todas essas questões.
E cada vez mais a humanidade indolente se foi afastando da espiritualidade e suas leis universais, apegando-se ao perecível mundo material, empregando a força e a astúcia, desprezando a espiritualidade, a ética e a moral. Com isso, desenvolveu a ideia de que “os fins justificam os meios”, enaltecendo doutrinas materialistas como as de Maquiavel e Confúcio, empregando-as para alcançar suas cobiças, o que acabou gerando esta época confusa e caótica. Mas a Luz da Verdade continua brilhando para todos que a procurarem com sinceridade no coração.
As pessoas têm vivido voltadas unilateralmente para os aspectos materiais. “Preocupam-se com a comida, com a bebida, tratam de acumular quantidade maior ou menor de valores terrenos, esforçam-se por obter prazeres corporais e consideram quaisquer reflexões sobre coisas que não podem ver, como desperdício de tempo que, na opinião deles, poderia ser empregado muito melhor em recreio” (trecho da Mensagem do Graal). Estamos atravessando a era da aceleração que parece encurtar o tempo, acelerando as consequências das decisões dos seres humanos, e nada mais permanecerá oculto.
Qual é o sentido da vida para o corpo e a para alma? Quem sou eu? Por que nasci na Terra? Como tomar decisões acertadas sem conhecer o significado da vida e as leis que a regem? Somos hóspedes do planeta, a única espécie com livre arbítrio e raciocínio que age de forma errada e destrutiva tanto na parte física da sustentabilidade, como na psique humana através dos pensamentos e ações que se espalham pelo mundo, atraídos e atraindo a igual espécie.
A pandemia está quebrando a forma escarrapachada de viver. Os seres humanos se tornaram prisioneiros da ignorância e da mentira. A quarentena impede a continuidade da velha rotina, da forma de viver que o corpo e a mente haviam se habituado sem dar espaço ao espírito, aumentando e evidenciando o vazio interior. Povos antigos tinham a clara percepção que sem o anseio por algo mais elevado a vida terrena perde o seu valor. Em vez de ir progredindo naturalmente, esse anseio acabou sendo posto de lado na medida em que a humanidade se ligava mais estreitamente ao perecível mundo material. É preciso ter a coragem de despertar o anseio adormecido para o que é puro e elevado e, assim, caminhar pela maravilhosa Criação progredindo de forma vibrante e jubilosa.
* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br