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O QUE QUEREM OS INVESTIDORES MUNDIAIS?

Tivemos mais de 300 anos de trabalho escravo no Brasil, prova da maldade e insensatez contra as leis naturais. Quando finalmente a família imperial proibiu a escravidão em 1888, D. Pedro II, que conseguia dar um bom rumo ao Brasil, foi destronado e expulso, e começou uma república na mão de despreparados que cederam o poder a um grupo de entreguistas corruptos, deixando ao desamparo e sem integração as famílias liberadas do trabalho nas fazendas.

O Brasil ficou submetido a Portugal até a Independência. A rainha de Portugal, Maria I, apelidada de “a Piedosa” e “a Louca”, bem revelou o tipo de relacionamento com a colônia. Em 1792, trucidou Tiradentes por causa do ouro. Reconhecida a independência, os ingleses se aproximaram para dar as coordenadas e colher vantagens. Terminada a segunda guerra, foi a vez dos EUA. Setores da Igreja e Rússia fomentaram a discórdia. Na China, Mao também seduzia a juventude. Os governantes, sempre acessíveis, fizeram todas as concessões para se manterem no poder. O gigante quase despertou, mas logo recaiu no atraso. Em 2018, houve a ruptura, mas o futuro da nação brasileira permaneceu incerto diante da astúcia e cobiça de poder.

Atualmente, o que querem os investidores mundiais? Pelo mundo o que se observa é a economia desequilibrada, sem sustentabilidade, caminhando às cegas; sobram supérfluos, faltam essenciais. Além da boa rentabilidade, os investidores também deveriam considerar o que é útil e capaz de promover a melhora nas condições gerais de vida.

O economista Willian Arthur Lewis mostrou, implicitamente em sua teoria sobre transferência de populações do campo para cidades industriais, o imediatismo com que a economia tem sido conduzida pelo mundo. Aproveitam a mão de obra barata, fabricam e exportam. Outros deixam de fabricar, importam; se não tiverem receitas para isso, se endividam e pagam juros, produzem pouco, geram poucos empregos. No entanto, esse esquema se tornou um dos maiores pagadores de juros para o mundo. Valeu a pena? Agora a Argentina entrou nos juros de cassino, com 48%. O que dirá a história?

O que fazer quando um gigante, na compra de bens de consumo e insumos para fabricar e exportar produtos industriais para o mundo, fecha toda a atividade produtiva para controlar uma pandemia? Cada nação tem suas dificuldades, e o custo da energia e a inflação já vinham preocupando. No Irã vai dobrar o preço de óleo, leite, ovos e trigo. Em algumas regiões faltará alimentos. E o Brasil, o que poderá fazer para não criar um ambiente de caos e desordem como já ocorre em algumas regiões? Hora de examinar a contribuição que as atividades humanas estão oferecendo para o bem geral e identificar qual o valor e utilidade benéfica ou desvalor de tudo que se produz.

O freio é da China, ou do consumo do resto do mundo que se concentrou nos bens essenciais, deixando muita coisa encalhada? O Brasil, mais uma vez, cai na burrice de suas elites; não quiseram aprender as lições do açúcar e do café, que sempre paralisavam o país com retração nas exportações de commodities e, além disso, secaram a produção fabril. A desglobalização está dando uma nova lição. Será que vamos aprender direito?

O sistema vai caminhando para o colapso por não ter sustentação própria, pois é antinatural. Justiça e reparação natural estão em curso e nem a humanidade inteira poderia impedir os acontecimentos atuais e que serão mais visíveis ainda com o passar do tempo. Como consequência automática do sistema, embora em poucas mãos, a massa de dinheiro sempre tende a crescer dando origem a crises de expurgo e oportunidade de ganhos para os endinheirados, e austeridade para a população.

A pandemia provocou muitas reações sobre o atual modo de vida em que a compra e a venda se tornaram dominantes em tudo, depreciando o próprio valor da vida, favorecendo a guerra. Em meio a acontecimentos tristes e desagradáveis, muitas pessoas chegaram a perguntar se ainda queremos continuar a viver dessa forma. Até agora ninguém tinha feito essa pergunta, pois a grande maioria foi induzida a acreditar que essa era a única forma de viver e encontrar a felicidade através de ganhos e do consumo, supondo que o dinheiro comanda tudo, mercantilizando a vida, incluindo partes do corpo humano e da mente, conseguindo, enfim, sufocar o espírito e afastar os seres humanos do real significado da vida.

Ocidente, Rússia, Otan, Ásia, China, são partes do mesmo planeta, sujeitos às mesmas leis universais da Criação. Lamentavelmente, a humanidade se deixou arrastar pela cobiça e desconfiança, o que impede a convivência pacífica entre os povos e uma forma de viver construtiva e beneficiadora; tal como os elos de união, todos dependemos do ar, da água e do solo para evoluir e produzir belezas e felicidade no Planeta Terra, tão explorado pelo imediatismo e ganância.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A COVID-19 E AS REFLEXÕES

Tudo está mudando rapidamente. Muitas oportunidades estão desaparecendo por causa da nova tecnologia digital. Os negócios em nível mundial se concentram, cada vez mais, nas mãos de poucos, enquanto grande parte da população vai sendo condicionada para uma forma de vida padronizada e distraída, sem se preocupar com o seu significado. As comunicações de massa pouco contribuem para estimular reflexões profundas e intuitivas, e com isso, o ser humano vai ficando enrijecido, com horizontes cada vez mais restritos.

No ocidente havia liberdade e oportunidades. Na região asiática, com seus bilhões de habitantes, a sobrevivência se fazia com precariedade, o que agora se esparrama pelo ocidente, alcançando até os países avançados, projetando o declínio da humanidade e a tentativa de retardar a distopia do embrutecimento geral.

A globalização e o Capitalismo de Estado trouxeram para o livre mercado o confronto na diversidade de legislação trabalhista e política salarial, inviabilizando muitas atividades. Como resolver se para a OMC é tudo a mesma coisa? A CLT é complexa. Na empresa que trabalha sob encomenda, o que fazer quando não houver encomendas? A participação nos resultados poderia ter aplicação mais ampla. Os encargos sobre o pagamento de salários precisam ser ajustados, pois emperram a contratação e reduzem a renda, e consequentemente o consumo. Ajustes devem ser feitos para que a economia se movimente mais e melhor.

Essa crise mundial deveria dar o que pensar aos especialistas e pessoas em geral, sobre a renhida luta pela sobrevivência que impõe precárias condições. A covid-19 é maléfica por provocar muitos contágios sem que se saiba exatamente como evitá-los e como tratar os doentes diante de tantas polêmicas, além da dúvida sobre qual seria a forma adequada para o convívio com o vírus para não cair na paralisação de todas as atividades.

Os países com mão de obra barata se voltaram para o mercado globalizado que agora se restringiu, e assim ficam sem saber o que fazer diante da crise, mas deveriam buscar alternativas econômicas internamente e rever o modo de vida para alcançar um viver mais natural, sem a precarização e miséria, mantendo a disponibilidade e diversificação alcançada nos produtos manufaturados.

Num momento de economia estagnada, de onde poderia surgir uma onda inflacionária? A nova cédula de R$200,00 nada tem a ver com isso. Pensando no essencial, se a comida se tornar escassa e tiver aumentos de preços, poderá surgir daí uma onda de inflação de difícil combate. A ausência de paridades fez das moedas um negócio altamente especulativo. As oscilações no câmbio são, em grande parte, manipuladas em função de interesses específicos.

Há no mundo muito dinheiro ocioso e as bolsas estão no limite. A capacidade de produção é alta, mas a renda segue em declínio. Não há onde investir, a não ser no financiamento dos Estados, máquinas de jogar dinheiro fora, mas que atingiram o pico da insustentabilidade da dívida pública. Os governantes pouco zelaram pelas contas internas e externas, lançando mão de experimentos econômicos para curtos períodos de ilusória fartura, produzindo muita dívida e aumento da miséria, permitindo exorbitantes lucros especulativos. A redução dos juros dá um alento à capacidade de endividamento, mas a economia fragilizada não reage. Os estadistas que querem controlar a dívida não recebem apoio e a dependência vai aumentando.

Na diplomacia não há amizades, só interesses. O Brasil poderia estar muito à frente, mas se ressentiu da falta de estadistas sérios, competentes que visam o bem geral do país. Se o dinamismo e os fundamentos naturais da economia não forem mantidos, a retrograda atividade extrativa será preponderante. Felizmente o agronegócio tomou impulso face ao déficit alimentar pelo mundo, mas é pouco para se dizer que o Brasil seja um país independente com produção, emprego, renda, consumo, bom preparo das novas gerações, progresso.

Em meio a tantas dificuldades os seres humanos deveriam parar para pensar sobre suas causas. As Leis da Criação contêm a Vontade Criadora de Deus que possibilitam a vida do ser humano para que este pudesse evoluir observando-as para o bem geral. Em vez disso, e em meio à confusão, as pessoas deveriam buscar a Luz da Verdade para encontrar o rumo certo e compreender o real significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O QUE SUSTENTA A ECONOMIA?

O consumo sustenta a economia. O que sustenta o consumo é a renda, e esta requer trabalho remunerado. Para o país, é fundamental que haja produção e renda, senão o capital gerado acaba indo para fora, para países que produzem e exportam. Se o país pode produzir, por que ficar importando e engordando o capital externo? É indispensável que haja equilíbrio nas contas internas e externas, assim como no trabalho e na respectiva remuneração. Mas a ânsia por ganhos desenfreados entortou tudo.

Por milênios, a humanidade tem seguido caminhos errados em vez de buscar o aprimoramento da espécie e o viver pacífico. É preciso fortalecer as capacitações individuais, a força da diversidade. Mas a cobiça de poder quer uniformizar a todos e dar um número aos indivíduos, tornando-os dependentes no jugo daqueles que encontram no Estado o meio ocultar a sua incompetência e impor sua tirania.

O conflito entre o empregador que quer pagar o mínimo e o empregado que quer melhores condições acabou levando grande parte das fábricas para a Ásia, onde a possibilidade de conflito é reduzida face a renhida luta pela sobrevivência. Tudo tendeu para o desequilíbrio na produção, empregos, renda, comércio e consumo, e nas contas públicas. A parada forçada da movimentação do dinheiro colocou tudo à mostra gerando falências em cascata. A economia tem de ser reativada de forma equilibrada, mas não sabemos o que vem por aí nem que interesses estão envolvidos. A economia é movida pela circulação de dinheiro, agora interrompida, o que amplia a perda de renda, e os consequentes empobrecimento e queda no consumo.

Pelo mundo todo os acontecimentos estão em aceleração. O momento exige flexibilidade e constante readaptação às novas situações que se sucedem velozmente. Necessitamos de pessoas que consigam ouvir a intuição e se ponham em movimento, ver o que está faltando, o que está emperrando e ir ajustando, senão as falhas aumentarão, o tempo passará, e as despesas vão superar as receitas. Sem que haja bom preparo das novas gerações, a precarização geral será crescente.

No pós-guerra consolidou-se uma ordenação mundial visando a paz, mas com o passar dos anos surgiram efeitos danosos. No entanto, o que se percebe é que a estabilidade mundial requer equilíbrio entre os países e povos, eliminando o mau costume de se beneficiarem prejudicando outros. A cooperação deveria ser atuante e quem não puder ajudar, não deve atrapalhar explorando o outro.

A ruína da finança pública decorre da falta de estadistas sérios e competentes, e daqueles que querem inchar o Estado e mamar em berço esplêndido, então caíram na armadilha da dívida. Agora se tornaram conhecidos os amargos efeitos dessa globalização oportunista que buscou mão de obra barata para produzir manufaturas para exportar, mas com a perda de empregos e renda, tudo se tornou precário.

É muito difícil para uma pessoa de bem se entrosar num ambiente de mentiras, falsidades, dissimulações. Quem são os que ficam? Imagine uma pessoa intuitiva trabalhando em Brasília. Há uma deplorável guerra de palavras. Tergiversam, isto é, usam palavras para mentir, escamotear, difamar, visando destruição gratuita e inconsequente para desorganizar e atemorizar.

A ideologia é o escudo encobridor, mas o que interessa mesmo, acima de tudo, é poder e dinheiro, o controle, a submissão. A história é bem clara, a grande ambição de acumular riqueza e poder não tem fim, agora agravada com a limitação dos recursos naturais. Pouca atenção foi dada ao desenvolvimento de condições que possibilitem a melhoria continuada da qualidade humana.

No mundo áspero, dominado pelos homens subjugados pelo raciocínio limitado à matéria e ao tempo-espaço, os seres humanos intuitivos que ainda pressentem a existência do espírito, não têm vez, são postos de lado por aqueles que se tornaram mestres na arte de auferir vantagens para satisfazer seus desejos e cobiças, indiferentes ao sofrimento que causam, e pouco se importam se descaírem.

Em 2020, o mundo está perdendo a esperança. A natureza é explorada de forma imediatista. Há despreparo da população. Cresce a corrupção. O desequilíbrio na economia é mundial. O ser humano não pode agir como ladrão. O Brasil precisa produzir mais e gerar empregos para reduzir o grande contingente de pessoas despreparadas e necessitadas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A HUMANIDADE E O PODER

Para enfrentar a limitação de recursos da natureza, os humanos têm que superar o egoísmo e encarar a vida com seriedade e solidariedade, estabelecendo metas de continuada melhora das condições gerais de vida, visando o progresso e a paz. Quem realmente está empenhado na melhora da qualidade da humanidade? Tudo está decaindo sob a ilusão do falso progresso que na verdade rebaixa tudo. Os dirigentes dizem agora que o orçamento público está apertado, mas a destruição da natureza e dos rios e mares ocorre há décadas. Rios maravilhosos, que alimentavam a população, tinham água potável, a grande riqueza que sustenta a vida, e eram vias de transporte. Atualmente, esses rios estão poluídos, sujos fétidos, e representam a grande estupidez da humanidade que depende da natureza para ter boa qualidade de vida.

Cada ser humano sentia-se responsável pelo futuro do mundo examinando as causas e consequências. Hoje poucos ainda olham para isso. Como massa entorpecida, o povo vê o mal e a decadência se alastrarem, mas não reage mais. A cada ano que passa aumenta o risco de soçobro da humanidade. A cobiça de poder sobe à cabeça. O ódio contido ameaça extravasar. A inquietação e a depressão se tornam doenças epidêmicas que se espalham pelo mundo. Temos que aprender a enfrentar turbulências até achar a serenidade do céu azul, saber traçar uma rota que escape da tormenta que se avizinha, protegendo a liberdade, a individualidade, o bom preparo de pais e mães para que surjam gerações fortes aptas e dispostas a construir um mundo melhor.

No Brasil, estamos entre os poderosos Banco do Mundo (EUA) e Fábrica do Mundo (China). Ambos visam vantagens para eles próprios. Ambos requerem governantes sábios que saibam obter bons resultados sem comprometer sua autonomia e futuro, sem entregar suas riquezas para benefício de outros como têm feito até agora. Há no mundo uma grande complicação. No ocidente, os trustes e monopólios exercem forte influência em tudo. Na China, o Partido Comunista controla tudo.

O Banco do Mundo nos fez dependentes do dólar para tudo, mas com o surgimento da Fábrica do Mundo, cujos custos são imbatíveis, ocorreu um desequilíbrio geral nos empregos, renda e precarização. No Brasil, com pouca indústria, o dinheiro sumiu. O país exporta commodities, importa tudo pronto e remete dólares. Com isso, a circulação se reduz à importação e comercialização. Quem sabe a projetada inclusão da população da China no consumo possa dar um ajuste, mas o que o Brasil poderia produzir para os chineses e gerar empregos internos? Sem solucionar essa questão, a estagnação econômica não vai encontrar seu limite.

Produzir, gerar empregos, pagar impostos, ter lucro e distribuir dividendo estão se tornando cada vez mais difíceis neste mundo competitivo e desleal. A produção mundial ficou concentrada em grupos que dispõem de mão de obra de baixo custo, automação e monopólio. A economia se tornou luta desenfreada devido à ganância dos homens que a desequilibraram e extinguiram a consideração e a solidariedade. O dinheiro se tornou a prioridade obsessiva em escala mundial. No Brasil, é importante que os trabalhadores não se deixem contaminar pelo ódio e se esforcem para executar suas tarefas com atenção e responsabilidade.

O país precisa resolver seus problemas, acabar com essa miséria desumana. Tem de manter a livre iniciativa, embora a economia mundial esteja desarrumada com o confronto entre livre mercado e capitalismo de Estado. Os empregos foram desaparecendo, a renda caindo, mas não o custo de vida, acarretando estagnação e a continuada precarização geral. Com a elevação da dívida, o governo não conseguiu recircular o dinheiro, e quando o fez, ampliou o consumo de importados. Resolver esse desequilíbrio é o grande desafio.

Lao-Tse, assim como Buda e Zoroastro, foi um dos mestres abnegados que no seu tempo ofereceu aos seres humanos, emaranhados em seus erros, degraus do saber sobre a origem e o significado da vida. Confúcio também apresentou explicações sobre a vida, mas sua filosofia pragmática punha de lado a amplitude espiritual, o que acabou criando confusão sobre a real finalidade da vida. Assim, a indicação da escada da elevação acabou sendo perdida pelas teorias ligadas aos interesses materialistas, estagnando a evolução da humanidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

COMO SAIR DA ESTAGNAÇÃO

De tanto verem cenas de pessoas fumando, homens e mulheres passaram a achar que fumar seria algo natural, esquecendo de que se trata de uma ação nociva para a saúde. Esse processo de condicionamento acabou tendo grande aplicação, pois ficou demonstrado que o cérebro vai assimilando tudo o que lhe é mostrado de forma repetida. Atualmente, as comunicações estão empregando com frequência o uso de falsidades e violência com uma frieza jamais imaginada. O que se poderá esperar dessa forma de comunicação?

Se as pessoas não examinarem atentamente tudo que receberem, teremos o caos muito em breve, inclusive na economia onde se fala muito, mas não se apontam as causas reais da estagnação e as soluções adequadas. Cada ser humano deveria dar sua contribuição de acordo com as suas características individuais. Mas os seres humanos foram se acomodando, não examinando a vida por si mesmos, nem buscando conclusões próprias refletindo intuitivamente, o que fortaleceria o eu interior.

Com o aumento da indolência, ampliou-se a aceitação sem examinar tudo o que era oferecido de fora. Surgiu o produto de massa com hábitos facilmente identificáveis que se revelam através de algoritmos estatísticos. O ser humano tem de reconhecer a importância da reflexão e seguir a lei do movimento certo para não estagnar e enterrar os talentos espirituais, passando a agir como máquina repetidora.

O homem tem de entender a natureza e suas leis, mas em seu afã de dominá-la se torna um ignorante. Quando não observadas, as leis naturais são implacáveis, como a da gravidade. O que ocorre no plano físico da natureza também ocorre em outras áreas, como no descontrole das dívidas, das contas, do comércio, no dinheiro público, nos descuidos com a população.

A mentira, a falsidade, a ocultação da verdade sempre existiram. O que se espalhava boca a boca e pelo jornal impresso, hoje inunda o ar. Agora vivemos o auge da mentira em tudo na vida, mas com as novas máquinas e programas será mais fácil criar narrativas falsas. Ainda veremos maior frieza e astúcia na preparação e divulgação das falsas narrativas motivadas pela cobiça dos homens e da geopolítica.

Com o incremento das importações, a produção ficou travada desde os anos 1990. Urge ativar a produção e criar empregos, mas através de atividades úteis e benéficas, melhorando a renda e o consumo. Sem produção, a circulação do dinheiro definha acarretando estagnação. Com o declínio da produção os custos ficaram insuportáveis e muitas empresas fecharam as portas.

Alguma ação paliativa é necessária, mas não será suficiente, como simplesmente disponibilizar o dinheiro para as pessoas consumirem. Necessitamos algo duradouro que dê estabilidade à economia e à vida, senão continuaremos caminhando aos sobressaltos sem sustentabilidade. Os imediatismos geraram a desorganização e decaímos às dificuldades semelhantes aos anos 1930, mas ficamos sem força para produzir.

Baixar os juros SELIC representaria segurar o crescimento da dívida e, enquanto o mundo baixa os juros, não fazer o mesmo serviria para atrair capitais especulativos que promoveriam a valorização do real, mas o caixa do governo com déficits nas contas continuaria no aperto.

As nações surgiram decomunidades estáveis formadas por vontade própria de um grupo de indivíduos, com base num território, numa língua, e com aspirações materiais e espirituais. Com a massificação, isso mudou. As aspirações de progresso material com equilíbrio foram substituídas pela cobiça e guerras, e as espirituais de amplitude universal, por religiões que deram espaço aos sectarismos e fundamentalismos, em vez de se tornarem o solo adequado para o progresso espiritual da humanidade. O espiritualismo inato perdeu força diante do fortalecimento do materialismo egoístico encobridor das causas da decadência.

Tornado politicamente independente em 1822, o Brasil não avançou o tanto quanto poderia se tivesse sido bem administrado. Ainda falta muito para ser uma República digna e humanista. O pessimismo se instalou entre os empresários. As novas gerações desanimam com empregos elementares de baixos salários. Há cerca de 14 milhões de desempregados. A população, que há décadas sofre com a falta de bons rumos para o país, está saindo do torpor e ordeiramente vai pedindo a recuperação e a libertação da desfaçatez e da estagnação moral e econômica. Precisamos das condições que assegurem mais produção, empregos, renda, educação e progresso real.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

CHARLATÕES E O ATRASO

Ao entrarmos no ano de 2019 ressurge a pergunta: o que quererem os seres humanos que receberam a Criação para se desenvolverem? As aspirações estão rasteiras. Tudo está muito abaixo do nível que se poderia esperar de nosso potencial. As pessoas se deixaram rebaixar, as novas gerações foram mantidas nesse patamar baixo. E agora? Deveriam estar sendo despertadas para construir um futuro melhor, em equilíbrio entre dar e receber.

Charlatões é o que não falta no mundo, mais ainda no Brasil. A charla é a fala que agrada aos ouvidos dos incautos. O charlatanismo é a exploração da credulidade pública. Se as atividades em geral não estivessem contaminadas pelo charlatanismo, o mundo seria outro; as grandes crises dos anos 1930 e 2008 não teriam ocorrido, nem as guerras mundiais. Há vários estudos sobre as terapias econômicas empregadas para debelar a crise dos anos 1930; no entanto, pouco se ouve falar sobre a busca das causas que provocaram o declínio que rompeu tradições seculares, incluindo o comportamento ético e moral que passou a ser avaliado pela utilização do tempo e resultado financeiro.

No Brasil, as commodities são importantes, mas ficar eternamente pendurado a elas não deu bom resultado para o todo. Precisamos de solução para a estagnação econômica que avançou pelas demais atividades fora as commodities sempre sujeitas à instabilidade, apesar de que a produção de alimentos poderá sofrer comprometimentos climáticos e se tornar estratégica. Fala-se que para debelar a crise econômica a solução é produzir bens para exportar.

A China criou a via do Estado Capitalista, com governo forte, que suprime a liberdade e a individualidade, onde o ser humano é tratado como robô; substituiu a ideologia pelo acúmulo de reserva em dólares, subverteu a teoria econômica estabelecendo preços abaixo do possível nas estruturas de produção do capitalismo de livre mercado; isso está promovendo precarização geral com alguma melhora para a população espremida pelo regime comunista. No que isso vai dar não se sabe, mas já há guerra comercial. Além disso, há um conjunto de fatores que incluem a displicência de muitos governos cujo objetivo prioritário era vencer a próxima eleição.

A reserva cambial do Brasil cresceu em reais, mas a dívida pública também. O aumento do passivo pela capitalização de juros superou o ganho contábil com a depreciação do real. O lamentável foi ter permitido que a dívida tivesse crescido tanto a ponto de travar tudo ao lado do processo de desindustrialização que se instalou com a valorização do real desde o final dos anos 1990, inviabilizando as exportações de bens manufaturados.

Com o declínio nas oportunidades de trabalho e na renda o consumo cai. O açambarcamento dos recursos da natureza e o aumento da capacidade produtiva instalada têm acarretado problemas pelo mundo, desequilibrando a economia. O capitalismo de livre mercado vem sendo absorvido pelo capitalismo de estado. Há muita capacidade ociosa e desemprego pelo mundo. Cada povo tem de se voltar para a melhoria interna, criando oportunidades de trabalho, recebendo a adequada compensação e aproveitando as horas de lazer de forma construtiva.

No Brasil, o regime escravocrata permaneceu por longo tempo. Após a abolição em 1888 não houve uma pronta mudança de mentalidade. Getúlio Vargas, sensibilizado, introduziu a legislação paternalista da CLT que ao longo do tempo provocou várias distorções. Com a globalização, a produção de bens migrou para outras regiões mais flexíveis, desarranjando tudo, gerando conflitos comerciais, desindustrialização e perda de empregos. Mas o necessário ajuste da CLT não será suficiente para a reativação da economia. O capitalismo de livre mercado não está conseguindo diversificar a produção além das commodities.

O que vai ser possível arrumar na economia desarranjada? Os gastos estúpidos e a roubalheira? Em cinco anos foram capitalizados dois trilhões de reais na dívida, e nada melhorou no país: educação, estradas, saúde. Certamente, com seriedade, vamos parar de piorar e com o tempo teremos melhoras, mas é preciso equilibrar as contas internas e externas e dar trabalho para a população obter renda e consumir. Para alcançar o futuro promissor, o Brasil tem de banir as mazelas da falta de caráter e patriotismo, dar bom preparo aos jovens motivando-os para a sadia construção do país.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO GLOBAL

O surgimento de nova guerra comercial se apresenta como um daqueles impasses de difícil solução. Como tem sido praxe nas últimas décadas, as decisões são tomadas em ambientes opacos, sem transparência, sem a sincera boa vontade para alcançar resultados equilibrados para todos, querendo cada um levar vantagens sobre o outro.

Em geral, os homens escondem seus reais objetivos e tomam decisões da forma como conseguem impulsionar seus alvos. Muitas coisas têm sido empurradas de qualquer jeito, sem considerações com o futuro; porém, agora o mundo enfrenta uma nova situação com o acúmulo de população e das consequências das decisões anteriores. Para resolver de forma menos traumática é preciso sinceridade e transparência de todas as partes envolvidas, estabelecendo-se um alvo comum de melhora geral de forma equilibrada.

Não se fala em legislação trabalhista, tributária e ambiental. Não se fala em política cambial. O Brasil combateu a inflação com câmbio valorizado e travou a indústria e o desenvolvimento da mão de obra. Cedemos mercado, empregos e divisas. Teremos eleições, mas não se ouve falar em soluções viáveis para a elevação da qualidade de vida e humana. As relações entre os povos se ressente da falta de equilíbrio.

As teorias econômicas estão fora da realidade atual que apresenta grande volume de liquidez e operações financeiras bem acima do PIB mundial. O comunismo cedeu lugar ao capitalismo de Estado, que não pode ser comparado ao livre mercado, a base das teorias, mas estão ai competindo pelos mesmos consumidores. Há também a questão das paridades cambiais. O grande ponto crítico, a falta de equilíbrio nas relações comerciais entre os Estados, entre produção e empregos e a falta de equilíbrio nas contas internas e externas dos Estados, tudo afetando o funcionamento das economias. Os economistas teorizam, mas as decisões estão imbricadas com o poder.

Com o dólar em elevação, evidencia-se o descaso geral de governos no trato das finanças. O dólar surgiu no pós-guerra como a moeda, enquanto a maioria dos Estados tinha a não-moeda, instável, permanentemente inflada por indisciplina fiscal, sem que se dispusessem a planejar o equilíbrio nas contas internas e externas, tomando empréstimos externos de forma pouco responsável, o que gerou incontidas oscilações cambiais, desorganizando todo o sistema com súbitas desvalorizações da moeda própria – as maxidesvalorizações. Um mecanismo perverso até hoje não equacionado com clareza, impedindo a busca de soluções duradouras para o progresso geral.

Quais as causas reais da estagnação, no Brasil e em outros países, sem bode expiatório como tem sido feito até agora? Não precisa muita teoria ou estatísticas para ver com simplicidade que o que falta é: produção, empregos, salários, consumo, crédito. Sem isso, nada feito. Com dólar caro, será que vai dar para reagir ou vai piorar, porque o país se estruturou para exportar commodities, que é um item importante, mas passou a importar de tudo?

É tarefa do governo, seus ministérios e do Banco Central criar oportunidades de trabalho e também do FMI, pois sem renda não há consumo, a economia para. Mas há um problema: se cria trabalho e renda, mas o consumo se alimenta basicamente de importados. Como sustentar o equilíbrio da balança das contas externas?

Enquanto a China planejava a sua inserção no mercado global, o Brasil afundava em dívidas. O resgate da dívida gerou desvalorização cambial e inflação galopante com o excesso de emissão monetária. Depois, vieram os planos de âncora cambial para combate da inflação via importações baratas que fizeram grande estrago na indústria insípida, enquanto a China, com enorme contingente de mão de obra barata, favorecia a importação de matérias-primas para exportar produtos acabados, pagando os custos internos em moeda local, exportando em dólares. O resultado é a situação de desequilíbrio que vemos por aí e que por certo está assustando o presidente norte-americano Trump, enquanto a maioria dos governantes de outros países não sabe o que fazer para pôr ordem nas contas internas e externas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7