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O DESTINO DO BRASIL E DOS POVOS

Como se forma o destino dos povos? Atualmente observa-se que poucas pessoas conservaram a sensibilidade da alma. Se os seres humanos não querem ouvir a voz interior da consciência, como esperar que possam ser coerentes diante dos vendavais das cobiças e da desconfiança? Uma população despreparada dá ouvidos a promessas irrealizáveis e se nega a entender as causas do sofrimento e miséria que avançam pelo mundo. O cérebro foi afastado da leitura de livros para poder acolher promessas irrealizáveis. Foram condicionadas a crer que tudo se resolve com a produção de dinheiro e taxa de juros, mas sem trabalho e produção real, jamais surgirão progresso verdadeiro e melhora nas condições gerais de vida. Depois de décadas ruinosas, esperava-se que o Brasil passasse a seguir por um caminho sadio.

Outrora apregoou-se o “amai-vos e multiplicai-vos”, sem considerar a própria natureza biológica das mulheres e as questões ligadas à sobrevivência condigna. Os casais podem e devem ter filhos, mas de forma responsável, sem sobrecarregar a mãe. Na Terra, crescem a população e as dívidas, ao mesmo tempo que encolhem os recursos. Com bom preparo para a vida a humanidade estaria numa posição especial, promovendo continuada melhora nas condições gerais de vida, em vez da precarização crescente que já atinge bilhões de pessoas.

A divulgação sobre os acontecimentos do mundo está sob o crivo dos grupos globais. Garimpando as informações, a intuição capta uns grãos de verdade. Havia uma esperança, mas quem ainda a merece? Muitos povos agiram como predadores tirando proveito das populações mais frágeis, tais como Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos. Que futuro forjaram para si mesmos?

A mentira se tornou um acinte, pois as pessoas mentem deslavadamente. Pelo poder, inimigos de ontem, hoje se dão as mãos, mas podem ter escondido um punhal envenenado. No povo há os enganados que se iludem e os que se conscientizam da realidade, mas ambos perdem a esperança diante das falcatruas. As massas são seduzidas com palavrório vazio. Poucas pessoas querem ver que cada um está aqui reencarnado para colher o que semeou em várias vidas, então se agarram a qualquer baboseira irrealizável que os dispense de pensar e se esforçar. Quanto mais as pessoas se afastam do bem, mais as sombras encobrem o planeta.

Como disse um sábio, está na hora de cada um cuidar de fortalecer a sua alma através do saber e do pensar só no bem para atrair Luz, e não perder mais tempo com promessas irrealizáveis. É preciso aguardar os desfechos promovidos pelas leis da Criação. A humanidade que anseia a paz, deve se concentrar no bem geral e confiar na onipotência do Criador.

Não há mais o poder absoluto dos reis, mas há abusos no domínio das leis, um poder fugidio, escorregadiço que tem permitido tudo aos detentores do poder num camuflado “quem pode mais, chora menos”. Os homens astuciosos, geralmente se dirigem para o mal atraindo sofrimentos e miséria. Uma situação que se tornou insolúvel dada as cobiças pelo poder, e que está levando a humanidade dividida e sem opção a desrespeitar as normas disciplinares como meio de extravasar sua indignação. Enquanto grupos antagônicos se afastam da boa vontade e do bom entendimento, os poderosos ficam observando de longe o desenrolar dos fatos.

Após a incompreensível eleição de 2022, o que acontecerá em 2026? Quem serão os candidatos? Alckmin, Bolsonaro? Em pleito normal, qual deles seria eleito? A equipe de Guedes seguia um rumo saneador da economia, mas está surgindo uma tentativa de concentrar as decisões nas mãos dos homens do Estado. Não adianta novamente promover o consumo com mágicas para valorizar o câmbio artificialmente, porque isso vai reduzir a produção interna e beneficiar outras nações exportadoras e protecionistas, fragilizando a economia interna. Se voltarem a fazer isso, estarão semeando a ruína decorrente do aumento do consumo com a redução do investimento produtivo.

O Brasil tem sido descuidado com o futuro não se capacitando para produzir mais e melhor, a começar pelo preparo das novas gerações cujo espírito deve estar atuante para que não sejam robôs de repetição, e transformem a nação em pátria de seres humanos verdadeiros.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

 

 

 

 

EFEITOS DA MÁ GOVERNANÇA

Sri Lanka, sob influência da Inglaterra até 1948, pode se configurar em mais um caso em que os dirigentes deram prioridade à própria qualidade de vida, sem maior empenho na construção de um melhor futuro para a população. É a sina da humanidade. Tiranos sobem ao poder e não cumprem a sua tarefa de conduzir a população para níveis mais elevados, conseguindo enganar a todos, mas só por um tempo; um dia a verdade aparece.  A Índia, tornada independente em 1947, se posicionou um pouco melhor, apesar da elevada população, desenvolvendo tecnologia e diversificando a produção. Argentina e Venezuela mostram nitidamente o efeito de má governança e ausência de propósitos para promover melhores condições de vida à população.

Para Portugal, no passado, o Brasil era uma simples colônia. A partir da independência, a presença da Inglaterra se acentuou, mormente por ser o rei de Portugal uma criança sob tutela. Pedro II levou tempo para conseguir impor o seu ritmo. Após 1889, a situação piorou, pois o Brasil não tinha autonomia para decidir nada e sua dívida externa crescia sem produzir resultados internamente. O mau costume perdurou; faziam gato e sapato do Brasil. Anos depois, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, se opôs, foi mal assessorado, acabou emparedado no palácio do catete. Uma nação promissora, com população ativa, foi travada através de governantes fracos e inclusive os militares enfrentaram problemas.

E vamos continuar dizendo “sim senhor” aos interesses externos e precarizando a nação? É necessário muito cuidado, pois os inimigos do Brasil torcem para que surjam tumultos, e tenha início uma confrontação para desarranjar tudo, e empurrar a nação para a beira do abismo. Até o final de 2022, que rumo tomará o Brasil? A inflação está vinculada ao monte de dinheiro emitido, e ocorreram desajustes devido à pandemia e guerra na Ucrânia. Um fator permanente é a estrutura monetária e cambial, com tudo vinculado ao dólar e a dependência dos países com moeda fraca. O dólar vem, faz ganhos e vai embora e deixa um monte de reais rodando fora da atividade produtiva, o que acaba ampliando a inflação.

A questão mundial das moedas é complicada por ser um processo que vem sendo moldado há séculos e que no pós-guerra adotou o modelo do dólar-ouro, abandonado em 1971, sem que algo firme fosse colocado em seu lugar. Como estabelecer uma paridade entre moedas fiduciárias feitas no papel? O Brasil fez várias reformas monetárias, sendo o plano real a mais recente. Dólar, Iene, Euro, Yuan, Real e tantas outras moedas numa balburdia desafinada sem fio condutor. Será que uma moeda única resolveria? Mas quem emitiria e controlaria? Quem confiaria no grupo que assumisse o poder do dinheiro mundial?

No pós-guerra, os Estados Unidos apresentaram ao mundo um invejável modelo a ser seguido. No entanto, uma série de acontecimentos desagradáveis mostra que a situação está mudando por lá, a começar pela redução e insatisfação da classe média e aumento da precarização, se bem que no Brasil o declínio tem sido mais acentuado, visivelmente na qualidade dos empregos, da saúde e educação. Um país que há anos sofre com a dengue e a chicungunha, mas que até hoje não dispõe de remédios adequados. Enquanto isso, os estudantes continuam com dificuldades para ler e interpretar um texto e fazer as contas aritméticas mais elementares.

No passado remoto, os seres humanos sabiam das múltiplas existências terrenas como meio para o fortalecimento do espírito e sua volta consciente à sua origem. Perguntaram a João Batista se ele era a reencarnação de Elias.

Coisas estranhas estão acontecendo pelo mundo. As lutas pelo poder e interesses se acirram. As cobiças têm determinado a forma de como os sistemas funcionam. Os Estados se apresentam alquebrados com dívidas e insatisfações. Nenhum Estado está conseguindo transmitir imagens de melhor futuro para seu povo, sem agredir à natureza, criando espaço aberto para oportunistas, larápios e enganadores com falsas promessas, palradores que querem fazer fortuna de um dia para outro. A boa qualidade de vida vai ficando cada vez mais distante. Inegavelmente o mundo passa por um processo de grandes transformações, mas como compreender o sofrimento das massas através da crença numa vida só?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

JUROS E DESEQUILÍBRIOS

No Brasil e no mundo há uma série de ideias que se opõem. Como surgiu essa polarização? Seria por teimosia, ou por julgar que suas ideias são superiores às do outro grupo? Ao final, acabam se perdendo em teorias e se afastam da naturalidade, isto é, dos princípios básicos de liberdade, responsabilidade e dos objetivos beneficiadores das condições gerais de vida. Maquiavel tinha razão. Divididos irreconciliáveis, cobiçando o poder, do jeito que o diabo gosta, são mais facilmente dominados, e nada de bom realizam para a nação.

Por longo período o mundo experimentou juros baixos com dinheiro sobrando. De repente a coisa vira. O dinheiro abundante e barato vai secando e não vai dar para segurar o que estiver com base frágil. O descompasso nas cadeias de suprimentos faz repensar a globalização. Os preços baixos tendem a subir. A produção de alimentos sofre reveses. Os maus governos não terão como disfarçar sua ineficiência. O que vem para o mundo não será um simples resfriado.

Quando o FED eleva os juros para a moeda mundial, ocorre uma enxurrada que valoriza o dólar, mas aumenta a dívida. Japão e Europa caminham na direção oposta, desvalorizando euro e yen; o yuan chinês também acompanhou, e suas exportações ficaram mais baratas em dólar, aliviando a pressão inflacionária. No Brasil, se o dólar ficar mais caro, repercute nas importações, pressionando a inflação. O sistema todo fica engessado pela taxa de juros, ou seja, o instável arcabouço financeiro gera desequilíbrios na economia mundial.

Há economistas que dizem que não estão claros os efeitos que a elevação dos juros no Brasil possa trazer para deter a depreciação do dinheiro. A carestia está assustadora, pois o dinheiro está perdendo valor pelo mundo. Destaca-se a atividade agropecuária atraindo divisas, usando o solo e a água, produzindo alimentos que são exportados. Os grandes conglomerados mundiais dominam os mercados e focam no ganho. O problema dos impostos arrecadados está na gestão do dinheiro que desaparece na máquina governamental.

Pandemia, criação de muito dinheiro, guerra na Ucrânia, tudo isso afeta o PIB. Para sobreviver, a população precisa de alimentos, educação, saúde. O que impede que haja produção interna para atender a essas necessidades com bom preparo da população? O Brasil se tornou dependente do mercado externo para exportar seus produtos primários, descuidando de tudo o mais, aumentando a dependência das importações. Sem iniciativas visando a melhora geral, os mandantes que se aboletaram no poder buscaram tirar vantagens e acumular dólares, deixando a economia estagnada.

Quais seriam os efeitos de uma desaceleração econômica mundial? Desvalorização de papéis e ativos reais e commodities? E os alimentos como ficariam? Crise de solvência? O dinheiro seria atraído pelos juros em movimento de ascensão, encarecendo o crédito? Qual seria o efeito sobre as novas gerações que têm de ingressar no mercado de trabalho? O que os governantes deveriam estar fazendo para manter a ordem e a estabilidade social?

O século 21 nos apresenta muitos acontecimentos que seguem um padrão declinante. Um impacto negativo após outro, colocando a humanidade num patamar bem abaixo de onde deveria estar, se tivesse dado ao espírito a oportunidade de se manifestar para atuar em conjunto com o raciocínio intelectivo.

Na adolescência, os jovens se tornam sonhadores. A melancolia abre seus olhos para o mundo à sua volta, percebendo as asperezas e o sofrimento que envolve a humanidade. Querem encontrar a causa e a solução, mas logo são empurrados para a sexualidade descomprometida, o domínio do instinto exacerbado ao longo dos séculos, e nisso também encontram apoio nas ideologias materialistas, afastadas das leis do Criador. As mídias sociais atraem as atenções, exercendo forte influência nos despreparados.

O rapaz se deixa embrutecer e a garota, não reconhecendo a joia que a feminilidade encerra, se deixa levar pela onda de libertinagem sexual que vem de longa data, e agora está no auge com o apoio de uma arte que incentiva o declínio do ser humano. Como não receberam a noção da necessidade de equilíbrio e retribuição por tudo o que recebem, ficam sem base e sem compreensão da vida.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

 

 

A GRANDE FALHA

Para solucionar as questões humanas de forma correta, elas têm de ser orientadas por livre decisão dos indivíduos em conformidade com as leis naturais da Criação, que possibilitam o desenvolvimento e evolução do espírito com responsabilidade e individualidade, pois o oposto a isso provoca a decadência em vez de fortalecer o humano, desvalorizando-o e embrutecendo-o, fazendo com que os indivíduos ajam como feras individualistas destrutivas, produzindo caos e miséria na Terra.

O desenvolvimento e evolução do mundo material segue as leis da natureza em sua lógica e coerência, as quais foram criadas sem a participação dos seres humanos e seu cientificismo. A ciência é um excelente instrumento e deve se fundamentar na natureza, mas tem de ser guiada pelo espírito e respeitar as leis da Criação, como forma de solucionar as questões do mundo material que asseguram a sustentabilidade do planeta.

O ser humano não é um parente do macaco. Herdou o corpo evoluído e o aprimorou com o espírito encarnado em várias existências terrenas para o seu aprimoramento espiritual.

A grande falha da humanidade ocorreu há dois mil anos. Afastada da crença no Altíssimo, não reconheceu aquele que veio para trazer a Luz e esclarecimentos reais sobre a vida e a Criação, e iniciou a construção em bases falsas que convinham aos seus interesses materialistas distantes da essência espiritual.

A humanidade como um todo, já naquela época, tinha um ar de ser a espécie que não estava dando certo, indo contra a Vontade de Deus, explorando e infligindo sofrimentos ao próximo para satisfazer as próprias cobiças. Isso se dava com os romanos, gregos e demais povos. Os judeus tiveram o atendimento do seu anseio de liberdade para se dedicarem ao culto do Criador. A mensagem salvadora destinava-se a todas as criaturas humanas.

O corpo terreno é vivificado pelo espírito através da alma, até que ocorra o afastamento dela. Jesus, o Filho de Deus, teve seu corpo terreno vivificado pelo Criador, sujeito às leis naturais em tudo, desde a geração, e os sofrimentos infligidos tinham de provocar o desenlace, mas Ele deixou a promessa da vinda do Filho do Homem, o Espírito Santo, para dar continuidade e concluir a sua missão.

No entanto, apesar da força divina das palavras de Cristo, a humanidade prosseguia em seus desmandos, querendo impor a sua vontade egocêntrica sobre as leis da Criação. Eis que a grande falha da humanidade está sendo julgada por um poder maior; o prometido Filho do Homem implantará a justiça implacável com a grande colheita de todas as ações praticadas.

A humanidade criou o caos em sua continuada decadência. As novas gerações deveriam avançar mais que as anteriores, mas estão retrocedendo. A manipulação dos sentimentos vem de longa data; trabalha com a vaidade, o medo, a ameaça, a culpa e o ódio. Em sua indolência, sem examinar o significado da vida, o homem se deixa robotizar com pão e circo, entorpecendo o querer próprio e a força de vontade.

O mundo está cheio de perturbadores da paz, que nada fazem para merecê-la. Seja nas atrocidades da Segunda Guerra e tantas outras que perduram até nossos dias, os homens colhem o que semeiam. Paz na Terra e alegria de viver aos homens de boa vontade. Uma crise econômica sem precedentes está avançando pelas nações como consequência da displicência com o futuro e como resultado de séculos de cobiça para obter riqueza e poder a qualquer custo.

Até agora o planeta Terra esteve submetido ao homem e à sua vontade egocêntrica, o que gerou caos e miséria, obstruindo o caminho para a Luz. Aturdida, a humanidade começa a procurar alguma coisa especial. Com severidade e Amor, o Filho do Homem trará um bálsamo que proporciona verdadeira paz e saber, mostrando para a humanidade o caminho da libertação, despertando novamente a condição humana, permitindo um viver sereno e feliz, dando a cada indivíduo a oportunidade de se afastar do caminho errado e prosseguir no rumo da elevação espiritual.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO MUNDIAL

Diante da pesada inflação, o plano real não contornou os efeitos do desequilíbrio causado pela economia mundial, mas os agravou. Foi um choque monetário com base na âncora cambial e juros elevados. Era para ser uma fase curta de ajuste, mas se tornou um truque para iludir a população enquanto tudo o mais ia se desfazendo, indústria, infraestrutura, educação, saúde, pela ausência de investimentos e corrupção.

A partir dos anos 1990, a indústria foi definhando até chegar ao ponto de não produzir quase nada. O Brasil se tornou importador e dependente até de produtos simples; todavia é uma alegria contemplar nas feiras e mercados a fartura de alimentos produzidos no país. Há que se recuperar a fabricação. Agora, tudo está meio desmoronando, com aumentada dependência financeira e de manufaturados importados, e em consequência da pandemia, que trouxe escassez e inflação.

O uso das moedas nacionais teria sido um caminho de diversificação do dinheiro e de maior equilíbrio nas relações econômicas no comércio bilateral ou nos grupos de países como os do Mercosul, mas a pressão exercida pelo dólar, que superou a crise de credibilidade após o rearranjo de 1971, e a péssima gestão monetária de muitos países, tornaram suas moedas de pouca confiança e imprestáveis como meios de pagamentos internacionais.

Ao ter se tornado um simples papel impresso, o dinheiro precisa da credibilidade para permanecer aceito como reserva. O dólar tem um histórico de consolidação de mais de um século. O FED, formado em 1913 como gestor do dólar, se tornou o poderoso condutor da finança, mas o que acontecerá com os EUA com seus problemas internos e sua interferência nos conflitos beligerantes pelo mundo?

Não é novidade que o mundo adentrou numa nova disputa entre Estados Unidos e China, ora ofuscada pelos combates na Ucrânia. Economistas experientes como Larry Summers preveem recessão nos EUA e veem erros na economia. São muitas variáveis em movimento: economia, emprego, qualidade de vida, dívida pública, pressões sobre o dólar, o principal produto americano. São questões fundamentais sobre o funcionamento do dinheiro. Quais são os objetivos? Poderia o FED controlar a moeda mundial, independentemente dos Estados Unidos? Como um arranjo desse tipo poderia ser implantado?

Kishore Mabubani, autor de “A China Venceu?”, escreveu que “a disputa vai depender da vitalidade espiritual dos Estados Unidos, e de seu êxito em evitar demonstrações de indecisão, desunião e desintegração interna. Em vez de gastar recursos preciosos em uma ameaça chinesa ideológica inexistente, deveria voltá-los para a revitalização espiritual de sua sociedade.”

O relacionamento entre nações deveria seguir um procedimento ético e equilibrado, principalmente no comércio. A cobiça por riqueza e poder afastou os seres humanos da espiritualidade e acabou criando a tendência antinatural de superconcentração das atividades financeira e fabril, gerando desequilíbrio econômico mundial, dependência financeira das nações, queda de empregos e renda.

A concentração do poder vai despertando medo de perda de força econômica e financeira, provocando retaliações e atitudes belicosas inesperadas. A paz mundial fica em suspenso: estabilizará, retrocederá ou o pior ainda está por vir? Ao surgirem dificuldades imprevistas a partir da pandemia, os pontos críticos foram aparecendo, afetando o consumo e o comércio mundial, repercutindo em escassez e inflação. Qual o caminho a seguir?

Em vez de fortalecer o querer próprio, as pessoas vão abrindo suas mentes para influências externas. Quanto mais mergulham nisso, maiores são os riscos; a longo prazo acabarão sendo uma simples extensão das máquinas, incapazes de agir por si e sem condições de ouvir o eu interior que amplia a capacidade de discernir com clareza e expande o bom senso intuitivo.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O MUNDO HOJE

Há um permanente descaso com a construção de melhor futuro. O colapso da civilização avança. Qual é a causa real do falhar da humanidade? O mundo atual resultou das atitudes das pessoas que, apesar de sua capacitação espiritual, se afastaram do dever de promover o bem geral. Em meio à complicada situação em que estamos vivendo, as pessoas estão aborrecidas com o que acontece, mas o que poderiam fazer, o que poderiam pedir?

Os seres humanos, em geral, estão perdendo a compostura, mas a cobiça de poder os faz descer até às sombras da aliança com as trevas. Em sua cobiça e arrogância, estruturaram o modo de viver em oposição às leis naturais da Criação, dando espaço para atuação das trevas em todos os segmentos, de modo que ao final haverá o embate de trevas contra trevas.

Amor, consideração, trabalho, seriedade, dedicação e o olhar voltado para a continuada melhora do preparo da população e das condições gerais de vida, são os fatores indispensáveis para que a humanidade não decaia para a civilização de todos contra todos.

A teoria da conspiração tem sido o bode expiatório dos acontecimentos mundiais que se aceleram. Aí vem pandemia, aumento do custo da alimentação, mudanças climáticas, guerra na Ucrânia, o silencioso avanço econômico da China, tudo indo na direção de tornar a vida do cidadão comum mais difícil. Assim ficam esquecidas as profecias que alertavam sobre a grande colheita que cairia sobre a humanidade, que possivelmente poderiam trazer mais humildade e auxílio para aqueles que pedirem forças para se tornarem melhores.

Enquanto Estados Unidos, União Europeia, Rússia e China trocam farpas, qual é a realidade econômica? A população da China está habituada a uma vida difícil. Esse país concentra grande parte da produção de manufaturas e tem reservas para assegurar as importações do que precisa. Estranho esse lockdown em Xangai que afeta o grande porto, enquanto outros países dão prosseguimento à liberação das restrições. O que isso significa?

Quais são os motivos que deram impulso à criação do dinheiro e das finanças como instrumento de dominação? O dinheiro, transformado na mercadoria das mercadorias, abre um paralelo na economia real em que o mercado financeiro segue a lógica especulativa. O dinheiro em si é um importante meio para conduzir a produção, o comércio, o consumo, mas assumiu o comando e se tornou a causa de discórdia, guerras e miséria; ele se impõe como a força dominadora da política, dos negócios, da vida. Isso resultou do fato de os seres humanos terem parado de ouvir o coração, a alma, deixando-a inativa. A paz e o progresso da humanidade devem estar no topo, e o dinheiro ser apenas um meio.

O que as novas doenças e a guerra têm a ver com o dinheiro e poder no mundo? Ao final da Segunda Guerra o dólar e os mecanismos financeiros desenvolvidos se tornaram o sistema monetário mundial. Os embates não contribuem para a evolução da humanidade. Pouco se fala sobre o enorme poder financeiro concentrado, defendido com a diplomacia das armas. A China despontou como a grande fábrica; é evidente que o fortalecimento econômico e comercial despertaria suas atenções para as finanças e disputa com o dólar.

As ideologias e as civilizações estão se fundindo nos objetivos de cobiça por riqueza e poder econômico. O que as escolas estão ensinando sobre a lei Áurea de 1888 e sobre a republiqueta que derrubou a princesa Isabel, baniu sua família em 1889 e descuidou do Brasil e sua população, incluindo os liberados do regime de trabalho opressor? Qual o significado da tomada do poder pelos militares em 1964? As novas gerações tiveram seu descontentamento com Tio Sam direcionado para a revolta; haveria um banho de sangue, para quê?

Para favorecer a paz duradoura é imprescindível que a educação promova a busca do aprimoramento pessoal e espiritual continuadamente, para que os estudantes se tornem seres humanos de qualidade, e que tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a melhora nas condições gerais de vida. Muitas pessoas deixam que a alma envelheça junto com o corpo, em vez de mantê-la sempre jovem e forte com a Luz da Verdade do Criador.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O AUMENTO DA MISÉRIA

Vivemos numa época difícil que exige serenidade. Há muitos problemas e resolvemos o que é mais importante de acordo com as possibilidades. Problemas maiores têm de aguardar a hora certa para serem solucionados devido à nossa capacidade limitada. Enfrentamos um desequilíbrio que está provocando uma letargia geral na vida individual e na economia mundial, e nesse caminhar o futuro é imprevisível. Bom que haja pensadores analisando e explicando a realidade. Onde estão os poetas e as pessoas que refletem sobre a vida para entender o seu significado?

Este mundo está maluco, ninguém entende nada, esperar ajuda externa é o mesmo que abrir as portas do galinheiro aos lobos. Os povos não foram suficientemente capazes para se autogerirem; então veio a globalização e acabou com o pouco que havia de empenho para resolver os problemas das nações e seus povos. Agora a maioria está emburrecida, quem pode vai enfiando as mãos na botija do dinheiro público, e se impedidos, agem como neuróticos enraivecidos. Para onde vai o mundo com tantas toupeiras no poder?

Com a globalização econômico-financeira, os governos nacionais perderam o poder de regular a própria economia e de controlar as mercadorias que entram ou saem do país. Assim, o fluxo de empregos de regiões de mão de obra mais cara fluiu para as regiões de menor custo. Os países deixaram de produzir por achar que pagariam menos importando de tudo, mas esqueceram que isso iria destruir os empregos e agora não conseguem fechar a janela aberta.

Como tratar o problema mundial do aumento da pobreza? Por que a pobreza está aumentando? A natureza, a grande provedora, tem sido açambarcada. Não raro a exploração dos recursos naturais pertence a empresas multinacionais que carreiam os materiais e os ganhos para fora. O ocidente fechou fábricas e ampliou os negócios financeiros, mas trata-se de ganhos absorvidos por uma minoria. Distribuir dinheiro sem um plano de melhora das condições gerais e melhor preparo para a vida não seria um mero paliativo?

Trata-se de problema mundial cuja causa é praticamente a mesma. A solução deveria ir mais a fundo em vez de simplesmente distribuir dinheiro e aumentar a indolência, pois o papel do ser humano é examinar a vida de forma objetiva e real, e buscar soluções. Por aí seria um bom começo de análise. De onde procede a riqueza? Tudo que se transformou em riqueza veio da natureza e do trabalho. Mas a natureza tem sido maltratada. Depois da consolidação do dinheiro de papel, surgiu o dinheiro que faz dinheiro, favorecendo os controladores e detentores do dinheiro. A miséria tem sido constante e está aumentando.

Os jovens agem com pouco cuidado em relação àquelas pessoas que permitem sua aproximação, por isso deveriam ser orientados pelos pais e se convencerem de que atualmente há muitas pessoas fora do eixo, cujo espírito dorme e que vão esparramando confusão e sofrimento pela vida, sem se preocuparem com isso, sem sentirem remorsos, não aproveitando a vida para a finalidade prioritária do autoaprimoramento e elevação, pois seu espírito está sufocado, sem poder se manifestar.

O mundo atual está áspero, há muito carma ruim para ser solucionado. O que levava várias reencarnações para chegar ao resgate, agora acontece mais rápido, por isso na vida e nos filmes desponta essa realidade, e nem sempre no final há situações felizes. Nas cidades com alta densidade populacional, os seres humanos estão vivendo de forma insana, fora da naturalidade, tanto nos pensamentos como no modo de viver, ampliando o consumo de drogas.

Há muitas pessoas vivendo na pobreza em várias cidades, que também sofrem devido aos problemas de abastecimento de água e saneamento. Esses ambientes criados pelos seres humanos acabam se tornando inóspitos e propícios para o surgimento de epidemias e pandemias, seja por própria reação da natureza ou por ações terroristas. Acima de tudo há que se compreender e confiar no auxílio das leis divinas da Criação.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A PANDEMIA E A INFLAÇÃO

O que está causando uma inusitada inflação mundial? A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse no programa televisivo Face The Nation, da CBS: “A pandemia está dando as cartas na economia e na inflação”. Dois fatores gerados pela Covid-19: a injeção de dinheiro e as travas no suprimento de componentes que estrangulam a produção. É um acontecimento econômico diferente e os esforços para conter a pandemia devem ser coordenados, mas ela traz incertezas pela forma acelerada como se alastrou e pelo desconhecimento da ciência para tratar da nova patologia. Não menos importantes são as disputas políticas pelo poder e desinformações que têm impedido esforços unificados no combate à doença.

O sistema funciona na base da circulação do dinheiro, de forma precária, mas funciona. E de repente a circulação começou a ser travada em vários pontos, e tinha a bolsa e as dívidas. Se a circulação parar de vez surge um prolongado caos até que as coisas possam engrenar novamente, com dinheiro ou sem dinheiro. Mas com cerca de oito bilhões de bocas num planeta no limite, não é fácil pôr o trem nos trilhos. Percebendo isso, os Bancos Centrais passaram a injetar dinheiro no sistema para evitar o pior. Resta saber o que virá agora e como ficará o sistema econômico-financeiro mundial.

Em muitas situações e em muitos lugares têm faltado planejamento e responsabilidade com o futuro. A nossa espécie, em seu imediatismo e ganância, foi a única que deixou de cumprir a sua tarefa, achando que podia tudo. Em 15 de novembro de 1889 houve a Proclamação da República. Não deve ser menosprezado o fato de que com a lei Áurea, que eliminou o trabalho escravo, os produtores de café se incompatibilizaram com o Império. A República não se preocupou com a integração da população liberada, nem ofereceu escola, e teve início o movimento de favelização do Rio de Janeiro.

Completamos 199 anos de Brasil independente e 132 anos de República. O que fizeram governantes e congressistas nesse período? O descuido com a população e suas crianças deu ensejo ao ingresso de extremistas no poder, os quais acabaram enfiando as mãos e os pés na grana. Os governantes pouco se esforçaram para forjar um país independente com população bem-preparada para a vida. Permanecemos fornecedores de matéria-prima e importadores de industrializados. A falha, como sempre, está no ser humano que não reconhece a sua tarefa de promover o bem geral e levar o Brasil à posição que lhe cabe.

Como ajustar o Brasil? Pergunta difícil diante do quadro de incertezas e fragilidades da economia brasileira e mundial. O que faria o Sr. Manuel, dono da padaria, se encontrasse o seu estabelecimento quase falido? Provavelmente usaria o bom senso, austeridade e redução de custos para solucionar o problema. Mas o mundo está virado devido à especulação financeira, geoeconomia e apagão mental. Há insatisfação e revolta por todos os lados. Um cheiro de guerra no ar. É indispensável a prudência do padeiro e a serenidade da população.

As famílias querem passear sob o céu azul. A diferença é que estão mais cautelosas com
os gastos e isso é positivo, pois evitam as amarras do crédito, fácil de tomar, penoso para pagar. Mas é isso mesmo que as pessoas, as empresas e os governos devem fazer: planejar, controlar os gastos e progredir mesmo que seja de forma lenta. É tudo o que tem faltado na gestão pública, pois os deslumbrados com o poder iludem a população e tiram o máximo proveito, como se fossem os donos do Brasil.

A humanidade enfrenta a tragédia do aumento da miséria no Planeta Terra. O grande perigo é que são pouco investigadas as causas da decadência da humanidade que quis criar leis próprias sem observar as leis da Criação, pois mesmo sendo habitantes do planeta, os mais fortes impõem restrições aos mais fracos. Quando os seres humanos buscarem o conhecimento dessas leis que regem a vida e as respeitarem, o viver tenderá ao paradisíaco sem as ideologias de medo e ódio que encobrem cobiças.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

CONFLITOS MUNDIAIS

Existem livros que foram impressos há séculos e transmitem a sua mensagem até hoje. A Internet parece ser mais volátil; é uma nova forma à qual as novas gerações vão acompanhando desde cedo, enquanto pessoas de mais idade têm algumas dificuldades de adaptação. O fato é que o ser humano não é máquina e não deve abandonar a sua essência para se robotizar, pois seria algo inútil, afastado da real finalidade da vida e seu sentido maior, estaria jogando fora o tempo precioso.

A inquietação é mundial. Faltam propósitos nobres na humanidade, no país, na cidade, na família, no emprego. Tudo se torna áspero com a ausência do amor desinteressado que é proveniente do sentimento intuitivo espiritual. Quem semeia colhe, sejam indivíduos ou povos, empresas ou nações. O sofrimento, quando reconhecido como retorno, se torna menos traumático pela certeza que terá um fim. É preciso ir à origem dos conflitos existentes neste planeta maravilhoso que hospeda vários povos que estão sendo malgovernados de longa data.

O ciclo de redução de custos das manufaturas está sofrendo o impacto do aumento do custo da energia, queda na produção, gargalos e inflação, causando um choque no sistema, pois não é fácil implantar novas fábricas no ocidente. Os Bancos Centrais estão enfrentando um complicado dilema. Jogar mais dinheiro na economia não assegura aumento de produção e empregos. Elevar os juros pode deprimir a produção e eliminar empregos. Então, o que fazer?

A humanidade não conseguiu utilizar o hidrogênio como fonte de energia limpa e barata. No filme Reação em Cadeia, de 1996, a ficção destaca que um projeto foi boicotado por interesses econômicos. No ocidente, com a concentração financeira, os grandes fundos são os donos de quase tudo que dá lucro e exercem forte influência sobre o comportamento das massas para manter o controle social. No capitalismo de Estado, o poder central controla tudo. O que se percebe é que em ambos os sistemas a liberdade individual sofre restrições.

A libra inglesa era a moeda forte do mundo; o marco alemão também foi apreciado. No final da Guerra Mundial, em Breton Woods, o dólar firmou seu pé na Terra. Moedas foram criadas, mas sem base firme tudo foi desmoronando e uns poucos ganhando. Surgiu o yen japonês e o euro europeu. Agora a China quer dividir o bolo com os americanos. Enquanto isso, os latino-americano, geridos pessimamente há décadas, veem suas moedas flutuando aos ventos especulativos internos e externos.

Nenhum poder sobe tanto à cabeça como o financeiro, criando a mania de grandeza mais do que qualquer outro. Atualmente, há uma confrontação financeira entre investidores do ocidente e do oriente, que envolve câmbio, ativos, empresas e regulamentações, agravando as crises econômicas. Ao final tudo acaba sendo por dinheiro.

A grande energia do Brasil e sua população, baseada na ideia do “todos juntos pra frente”, acabou sendo desviada e o foco foi para o poder conquistado nas eleições, sem o passaporte da honestidade e competência, fragilizando o potencial, descuidando da educação das novas gerações. Combateram a inflação com importados em vez de ampliar a produção, empregos e renda. Muitas crises foram superadas, mas a atual é econômica e humana pela falta de séria disposição para fortalecer o país e sua população.

O presidente do Conselho de Administração do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi destaca: “Neste momento, essa energia está sendo mitigada, pois vivemos uma inversão de prioridades. Governo, partidos políticos e, inclusive, representantes da sociedade direcionam suas preocupações à perspectiva eleitoral, em detrimento das questões urgentes do País”.

No Brasil, implantar programas de progresso real está ficando cada vez mais difícil. Os planos enveredam pelo imediatismo e interesses particulares. O despreparo aumenta, não há uma visão de futuro comum voltada para a construção sadia de longo prazo. Eleição é coisa muito séria que exige amplo discernimento da parte dos eleitores. Esperemos que o eleitorado se inspire em suas escolhas para que sejam eleitos aqueles que tenham um real empenho na construção de um país, lar de seres humanos, para que possamos evoluir em paz e alegria.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

UMA NOVA ECONOMIA

Uma nova economia, com a centralização das decisões pelo Estado forte, planejando e controlando tudo, entrou em competição com o livre mercado sob a influência do poder econômico e político, onde a população tem sido submetida a um processo que a mantém acomodada; todavia havia empregos de mais qualidade com menos luta pela sobrevivência. O objetivo é produzir e vender grandes lotes com pequenas margens de lucro, mas que representam montante significativo devido às quantidades e preços imbatíveis. Esperemos que isso não venha a sufocar as capacitações e iniciativas dos indivíduos. Qual será o futuro desses dois sistemas que oferecem riscos e vantagens para uns e outros, mas que pegou o ocidente despreparado e que agora está sem rumo? A economia tem de se tornar simples e natural, com equilíbrio, ou a precarização poderá avançar.

No ocidente, movimenta-se muito dinheiro, mas não há muitas fábricas produzindo e requerendo financiamento de capital de giro, então o capital vai para as bolsas de valores, sem resultar na criação de novos empregos. Investimentos em infraestrutura são necessários, mas não geram exportações. No Brasil, a desestruturação da economia, que já vem cambaleando há décadas, será altamente danosa, trazendo ao país o risco de entrar em nova estagnação.

A individualidade e a diversidade dos povos são naturais, no entanto tais diferenças favorecem o progresso, observando as leis da natureza que são uniformes para todos os povos e, em sendo respeitadas, favorecem o entendimento e a paz. Com os recursos ofertados pela natureza, a vida no planeta não deveria apresentar tanta miséria, desde que os seres humanos seguissem as leis naturais da Criação. Porém, o viver foi se tornando cada vez mais áspero, surgindo a luta e a astúcia para a sobrevivência.

Pessoas que decaíram muito na estrada da vida, sejam ricas ou pobres, têm dificuldades para sair do nível em que se encontram por não quererem reconhecer que a causa do declínio está nelas mesmas. Os seres humanos, dominados pela cobiça, se tornaram desconfiados e estranhos uns aos outros. Raramente notamos entre os indivíduos e os povos um gesto de sincera cordialidade e consideração; faltam as palavras amistosas tão frequentes em épocas passadas.

A irregularidade nas chuvas começa a preocupar com a diminuição do nível dos reservatórios. O mundo esteve, durante séculos, olhando só para o dinheiro, esquecendo tudo o mais, deixando em segundo plano a riqueza que nos é dada pela natureza como o ar e a água, fora todas as outras benesses. Mas agora estamos no limiar em que a sociedade estará sujeita a crises de todas as espécies que ocorrerão com frequência daqui em diante. Ou seja, eventos que porão em evidência a estupidez dos homens em relação à própria vida e à sustentabilidade do planeta. Cada país terá de se dedicar intensamente na recuperação em seus limites, cuidando de seu povo e sua cultura; no entanto, tirar vantagens de outros povos e nações tem de ser banido para que haja paz e progresso.

Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, é preciso acabar com a luta por riqueza, poder e dominação, e a geopolítica travada pelos poderosos contra a grande massa. Não há equilíbrio. Prevalece produzir onde o custo seja o mais baixo, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos são disputados pelos graúdos, enquanto a miséria vai aumentando. Necessitamos de uma economia sem os atuais gritantes desequilíbrios. Não basta simples parceria; é preciso que haja progresso e ganhos mútuos.

A pandemia parou a economia em 2020. Nada de tão grave ocorria na economia desde 1929. Se tudo está parado, não há renda; sem renda fica difícil sustentar empreendimentos deficitários. Enfim, pouco podemos fazer e decidir enquanto a economia não entrar no ritmo. Até lá temos de prosseguir do melhor jeito que pudermos, sem ficar ruminando descontentamento e insatisfação com as atuais condições de vida para não criarmos desarmonias ao nosso redor.

Mostrar gratidão pelo dom da vida com espontânea alegria da alma gera harmonia em nosso entorno. Não podemos descuidar da vigilância, mas permanecer atentos, descortinando o momento com as suas imposições e oportunidades. O bom é alegrar-se com a vida em vez de ficar cismando sobre as ninharias.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br