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O MUNDO DE HOJE

A Inglaterra e a França criaram colônias pelo mundo e deixaram um rastro de imaturidade, indolência e corrupção que impediram a formação de uma consciência e força para construir uma nação forte, livre e independente, caso das nações da América Latina, incluindo o Brasil. A América do Norte atraiu muitos europeus que se refugiaram na esperança de criar um novo mundo de liberdade e solidariedade, mas também daqueles que cobiçam riqueza e poder, custe o que custar, contratando matadores para atingir os seus objetivos. A cobiça pelo ouro é a causa de muito sangue derramado.

Os Estados Unidos criaram o dólar. Alemanha e Japão se destacaram no desenvolvimento econômico. Índia e China se mantiveram estagnados por longo período com milhões de pessoas na pobreza. No século 20, houve um despertar na economia, tendo a China conquistado avanço inesperado ao produzir manufaturas para exportar dando trabalho a milhões de pessoas, mas o Brasil ficou para trás contando hoje com mais de 50% dos trabalhadores sem ocupação na economia.

Mais de 60% da população brasileira teve perda de renda nesta fase de parada geral. O dinheiro deixou de circular pelo mundo. As novas gerações estão desorientadas; elas não querem receber ordens e obedecê-las, mas estão inseguras; precisariam ser conscientizadas da necessidade de formarmos pessoas com o objetivo de melhorar as condições de vida no planeta. Muitos filmes nos atraem, utilizando a realidade como pano de fundo, mas derivam para uma forma de viver cruel, sem sentido, sem valor e que deprime. Isso não ajuda os jovens em sua formação. É um ataque à essência humana.

Os brasileiros de bom senso estão apreensivos diante da situação, pois enxergam a falta de boa vontade e a possibilidade de ruína de um país que permitiu o avanço da corrupção em prejuízo do progresso real; há disputas pelo poder sem preocupação com o futuro melhor; e todo o desmazelo com o país se espelha no aumento da precarização geral da vida. Vamos todos cuidar do Brasil com seriedade. Governantes, oposição, cidadãos e empresários devem unir esforços visando o bem do país, não a sua partilha.

Como preparar o ser humano para a vida? Como sair da alienação do significado da existência que se distanciou de propósitos enobrecedores? Einstein, Darwin, Newton e muitos outros reconheciam que havia poderosas leis reguladoras da natureza e da vida. Por isso a importância, até hoje não compreendida, de iniciar o aprendizado infantil através das belezas da natureza e seu encadeamento lógico de causas e efeitos, para inspirar novos cientistas como os acima citados que pesquisavam a natureza para adquirir saber real.

Uma reflexão importante foi feita pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay: “muito além da morte, este vírus inoculou nas pessoas a insegurança, o pânico, a dúvida e uma quase desesperança. Talvez pela inusitada junção de fatores: isolamento, crise econômica mundial, fechamento do comércio, home office, escolas fechadas, desemprego, proibição de viagens, número abissal de mortos, enfim, um caos sem precedente. Mas o abalo psicológico tende a crescer e preocupar ainda mais. E se manifesta das maneiras mais diversas”. Temos de acrescentar que também os meios de comunicação e os filmes estão açulando as mentes já inquietas. Seja lá qual for a procedência do vírus, o fato é que esses acontecimentos são um chamado para a humanidade que tem levado a vida com displicência, sem voltar seu olhar com seriedade sobre a razão de nascermos neste planeta.

A geopolítica do mundo de hoje tem muito a ver com a conhecida Parábola do Bode na Sala que conta a história de um homem que, cansado das insatisfações, reclamações e brigas em casa, por sugestão de um amigo sábio, amarrou no centro da sala um bode. Além da bagunça que causou, o bode tinha um mau cheiro de matar. Uma semana depois, todos odiavam o bode. O homem voltou ao amigo sábio, que o aconselhou a tirar o animal da sala e limpá-la. A ausência do bode e a limpeza do local devolveram a harmonia à família. E não é que parece que foram espalhados muitos bodes pelo planeta? Logo irão aparecer salvadores interessados em oferecer soluções mágicas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

UM MUNDO MELHOR DEPENDE DE NÓS

A nave Terra vem sendo maltratada. Falta consideração para com a natureza e com as pessoas. Estamos enfrentando as consequências no aumento das chamadas “catástrofes naturais”. As universidades devem ir além do que formar um bom profissional ou doutrinar ideologias; precisam formar um ser humano capacitado a melhorar as condições gerais de vida no planeta tendo em vista o progresso real e respeito à natureza.

Cada dia que passa, mais pessoas revelam sua falta de humanidade mostrando sua cobiça por riqueza e poder, e o desejo de dominar o planeta que lhes foi confiado por um curto período para que, vivenciando, se desenvolvessem para o bem. A instabilidade progride. A sinergia é a coesão, o esforço conjunto num bom objetivo. Infelizmente, em vez de objetivos enobrecedores, a sinergia tem sido usada mais quando se trata de derrubar um estranho no ninho. Falta o alvo comum de aprimoramento da espécie humana.

Nos anos 1960, a vida era mais tranquila, menos atribulada, mais leve. As pessoas se divertiam com pequenos prazeres na ilusão da falsa felicidade divulgada por todos os meios. Também havia outro lado, o da frieza e indiferença com a vida, mas não tão pronunciado como hoje. No bar, no restaurante, no aeroporto, as pessoas desfrutavam do tempo que parecia infinito. Uma bebida, uma pizza, um frango alho e óleo, tudo era festa para falar sobre qualquer coisa, contar piadas. Os humanos se deixavam distrair facilmente.

A realidade áspera e severa tem sido ocultada e as pessoas, desviadas do saber sobre o real significado da vida e suas leis. Em 1969, Roselis von Sass lançou “O livro do Juízo Final”, anunciando que os anos de graça estavam chegando ao seu fim. Aos poucos, cada pessoa vai percebendo que o tempo está se esgotando, que a realidade da espécie humana é brutal e que não dá mais para disfarçar, pois chegou a época da grande colheita do bem.

O futuro melhor requer a formação de uma geração forte, bem preparada para a vida, com bom senso e raciocínio lúcido. A fase fundamental é a de zero a seis anos quando se formam os fundamentos cerebrais. As crianças devem, desde cedo, entender que sem educação e bom preparo não conseguirão progredir na direção de seres humanos de valor, espiritualmente fortes e responsáveis, benéficos a si mesmos e ao planeta.

A geração que agora galga a adolescência e a anterior a ela, não se sentindo motivadas para estudar, avançar e progredir, se entregam ao prazer imediato e à revolta, pois não veem perspectivas. A falta de bom preparo é cada vez maior, o que favorece o desperdício de mais uma geração e isso já está acarretando a fragilização e estagnação do Brasil. Os jovens precisam conhecer a trajetória espiritual da humanidade para saber o estágio em que nos encontramos, pois a base para fortalecê-los e ao país está no bom preparo para a vida.

Na trajetória da humanidade, o Brasil e o mundo se defrontam com crises fundamentais. Não bastam paliativos no combate à miséria; faltam projetos de humanização da vida. O homem nasce pedra bruta com essência preciosa que precisa ser despertada e polida para brilhar, o que se alcança com o fortalecimento da espiritualidade. Mais do que nunca os estímulos se dirigem para sórdidas baixarias que obscurecem a essência humana. Não há gratidão pelo dom da vida, prolifera o descontentamento.

A época é de guerras – econômica, das comunicações, das religiões – e há os que chamam isso de era da pós-verdade, isto é, das fakes inventadas com segundas intenções e dos tumultos. Conhecereis a Luz da Verdade e ela vos libertará. Uma nova ética deverá ser alcançada: a ética espiritualista com o reconhecimento das responsabilidades individuais perante a vida e aos demais seres humanos. A vida é uma grande travessia para a Luz. É preciso força de vontade para seguir em frente.

A grande fraqueza das almas humanas, habilmente aproveitadas pelas trevas, está na comodidade e indolência de seu espírito que se deixa levar pelo caminho largo e cômodo, em vez de desenvolver o necessário esforço espiritual, pondo-se em movimento para a compreensão do significado da vida e suas leis, e progredir.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora).  E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

RUPTURAS E TRANSFORMAÇÕES MUNDIAIS

Para onde está indo o Brasil? Enquanto se perde muito com disque-disque estúpido, o mundo está afundando. A geopolítica já era brava; com a pandemia está virando pandemônio, assinalando um ponto de ruptura com a forma displicente de viver como até agora. Mas é também a oportunidade para cada um buscar o saber do real significado da vida e seguir o querer que nasce no coração, espontaneamente, sem cálculos nem artifícios. Temos de aproveitar os dias de isolamento para ler, escrever, estudar, entender para onde a humanidade se encaminha, e entender por que a situação chegou a esse extremo de aspereza. O livro do Apocalipse não esclarece a causa do falhar espiritual dos humanos.

Há tempos vem sendo anunciado que a humanidade se encontra numa fase de turbulências. As crises foram se sucedendo, tais como as financeiras, econômicas, sociais e inclusive ambientais devido à continuada destruição da natureza. A vida seguia com tendência de aumento da precarização geral, e para piorar, a pandemia do coronavírus acarretou uma parada econômica mundial da qual está sendo difícil se desvencilhar; isso tudo está levando a uma fase de transformações.

Seria possível estabelecer o reino de mil anos mencionado na Bíblia – um tempo de paz e harmonia na Terra? O ser humano se agarrou ao mundo material, mas é espírito dotado de livre arbítrio que foi deixado escanteado, seguindo só o intelecto, um grande erro não corrigido, apesar das múltiplas advertências, o que gerou um viver caótico, afastado das leis da Criação. Há os que se julgam acima de tudo e visam estabelecer o mundo que mais lhes apraz, e vão criando desarmonias à sua volta. O embate pelo poder se acirra, mas no final o que restar terá de colocar a espiritualidade acima da materialidade e seguir as leis da Criação para promover a paz e a evolução.

O mundo está doente. Michael Pettis, professor de finanças da Universidade de Pequim, em recente entrevista delineou a origem dos desequilíbrios econômicos gerados a partir da busca de menores custos da mão de obra, acarretando a estagnação do consumo em decorrência dos baixos salários e da transferência dos ganhos para o mercado financeiro. No Brasil, há décadas há uma grave doença que é o despreparo para a vida e a consequente falta de bom senso de grande parcela da população. No passado, os tataravós e avós se movimentavam e resolviam muitos problemas de saúde, da vida, da educação e criaram filhos sadios que se tornaram cidadãos de qualidade. O bom preparo para a vida foi deixado para plano secundário, estagnando o país.

A educação começa em casa com a responsabilidade dos pais, mas é também uma responsabilidade de todos: do governo, das empresas, da mídia, para formar seres humanos de qualidade, com bom senso, raciocínio lúcido e responsável pela melhora geral. Com 7,6 bilhões de almas encarnadas, o mundo faminto volta os seus olhares para as terras do Brasil e seu agronegócio em clima tropical, com solos bons e abundância de água; esse também é um fator da geopolítica que está interferindo drasticamente na política interna visando ter governantes dóceis aos interesses externos. O Brasil tem de prestar muita atenção a isso tudo para não se tornar refém e impedido de seguir em frente. No entanto, há que cuidar atentamente da natureza para que os mananciais sejam conservados firmes com volume e qualidade da preciosa água, já escassa em muitas regiões.

A situação mundial está confusa. O ateísmo vem crescendo. Os religiosos querem fazer a imagem do Grande Criador Único, sem reconhecer a Vontade Dele que se inscreve nas leis naturais da Criação. Então surgiram ódios, confrontos, destruição. Com estadistas responsáveis e bom preparo da população, a tendência nacionalista é o caminho natural. As comunicações sobre a pandemia deveriam orientar a população, não a amedrontar. As matérias-primas extrativas são finitas. Deve-se aproveitar a oportunidade do agronegócio para que possamos produzir alimentos de forma a distribuir renda. Se cada povo cuidar bem de seu território, com liberdade e responsabilidade, o planeta estará bem cuidado, mas é preciso o equilíbrio da economia na produção, comércio, trabalho, renda, consumo, e progresso com preservação da natureza.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL E NO MUNDO?

Há uma grande confusão. Muitos líderes querem aparecer, mas não se entendem. Ao se sentirem ameaçados em seus interesses, os tiranos manifestam sua maldade e sua forma desleal de agir. Como explica o estrategista Pedro Baños: “motiva-se a população através das emoções produzindo uma montagem teatral que derruba as defesas mentais, formando, através de uma história ambígua que mistura realidade e ficção, um cenário que promova a aglutinação e união da massa para que seja conduzida ao ódio mais exacerbado que mobilizarão contra os oponentes, visando prejudicá-los e obter vantagens significativas através desse tipo de ações apoiadas pela guerra psicológica e a manipulação midiática”.

Na renhida luta surgiu “o cada um por si” que não seria ruim se cada um agisse com a moral espiritualista ensinada por Jesus: “Ama ao próximo como a ti mesmo”, ou seja, trate-o como a si mesmo, não faça nada contra ele para satisfazer a própria cobiça. O Criador dispôs tudo para que o ser humano em sua peregrinação se tornasse de fato ser humano, mas há muita pressão contra isso para rebaixá-lo e arrastá-lo para a lama.

A invasão do coronavírus evidenciou as fragilidades do Brasil, para as quais pouco se tem olhado; entra governo e sai governo e não há um plano de trabalho sério e continuado, a não ser a busca de vantagens pessoais. Fala-se que a caixinha sobre as compras chegou a até 30%. Temos muitos problemas: de saúde, econômicos e de sobrevivência. Como assegurar o consumo do essencial para a vida, a produção e a renda necessária e o bom preparo das novas gerações?

Há muitas polêmicas inúteis, uma briga de pedradas com palavras e infâmias. O momento exige sabedoria e sinceridade, pois os problemas são enormes. Há que se entender a realidade, o que está se passando, e buscar os meios para minorar os sofrimentos, mas os seres humanos, amarrados ao poder, só olham para seus interesses. A crise está mexendo com a saúde, a economia e a esperança. Há dias difíceis com noites escuras, com muitos problemas para resolver e soluções que não surgem. É preciso serenidade, não se pode apressar a chegada do dia. Ele vem chegando devagar e firme, aos poucos o sol vai subindo, subindo, até o novo dia ficar claro e, onde ainda há pássaros, eles começam a cantar alegrando e encorajando para um novo dia de aprendizado e vivências. Começar e encerrar o dia com gratidão é a espontânea oração que brota no coração.

No pós-guerra o mundo foi sendo varrido por uma onda de uniformização e desmantelamento cultural tendente a eliminar a diversidade indispensável ao progresso da humanidade. O mundo capitalista vive em função do dinheiro e seu poder. Os comunistas perceberam isso. A China tinha que cuidar da sua população sofrida devido ao comunismo de Mao Tse Tung. Tendo os líderes chineses percebido o poder do dinheiro, optaram por produzir com custos baixos para exportar e, como consequência, o desequilíbrio da economia mundial se ampliou.

As desavenças entre os povos resultam dos desequilíbrios. A paz requer equilíbrio geral, mas os conflitos se ampliaram com a geopolítica posta em prática pelas potências com o seu desejo de aproveitar em seu benefício os recursos existentes em territórios pertencentes a outras nações. Um país, para ter fibra, precisa ter a motivação certa e natural, ou seja, o alvo do aprimoramento da espécie humana, que vem decaindo espiritual e moralmente, e manter o equilíbrio geral. Ou o comandante é forte e demonstra autoridade dando ordens claras aos seus disciplinados oficiais para engrandecer o país, ou age com absoluta tirania, impondo os resultados que quer alcançar, mas nesse caso os seres humanos acabarão agindo como máquinas sem vontade própria.

Cada povo tem de se adaptar ao solo e se aprimorar. Se cada nação cuidar bem de seu território com propósitos enobrecedores, com liberdade e responsabilidade, com solidariedade, respeito à natureza e aos demais povos, dando às novas gerações bom preparo para a vida, todo o planeta estará bem cuidado e imune à decadência moral e espiritual e certamente haverá progresso real.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A MENTE DO SER HUMANO

A mente é o estado da consciência que possibilita a expressão do ser humano. Mente é um conceito utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano relacionadas à cognição e comportamento. Cada pessoa tem a sua individualidade, suas ideias e convicções que formam sua visão geral sobre a vida. Tais ideias e convicções são o fundamento de uma mentalidade. Pode-se dizer que a mentalidade é a forma como a pessoa pensa e entende a existência. A forma de pensar, tanto a individual como a coletiva, depende da tradição cultural, da educação recebida da família e das circunstâncias sociais e históricas de cada época.

Qual é o enigma da mente? Como se formam os pensamentos? A vida interior do ser humano compreende os sentimentos intuitivos e pensamentos. Atualmente, a televisão e internet têm forte poder de influenciar a mente. A leitura e a música são básicas. A herança genética também pesa na formação do cérebro, a ferramenta torcida. Descontentamento, insatisfação, inveja, são venenos. Gratidão, contentamento, alegria forjam uma base mental sadia, forte, benéfica.

A presunção abre espaço para a pessoa cair em armadilhas invisíveis. Quem tem uma opinião arrogante sobre si mesmo ou se julga melhor que os demais, que acha que sabe tudo, que tudo que é seu é melhor do que o dos outros, inclusive as ideias, é uma pessoa presunçosa. Aquele que se acha perspicaz, com maior inteligência, a pessoa vaidosa e pretensiosa não consegue estabelecer diálogo natural, nem bem ouve o que o outro está dizendo e logo acha que o que tem é bem melhor, que não precisa prestar atenção no que o outro fala; falta-lhe a humildade espiritual.

Ao chegar ao Brasil, Pedro Álvares Cabral encontrou uma população sábia, feliz em contato com a natureza, com corpos sadios, sem deformações. Em sua tradição secular, o índio respeita a natureza e suas leis cujo saber intuitivo foi sendo substituído por misticismo. A índia Ysani Kalapalo tem razão: os povos indígenas deveriam buscar a integração, mantendo sua estreita ligação com a natureza. Como outros povos antigos, eles reconhecem a existência dos enteais chamados de deuses, mas são os servos do Grande Criador que cuidam da natureza. Albert Einstein previu, no século passado, que se as abelhas desaparecessem da superfície da Terra, o homem teria apenas mais quatro anos de vida. A ocorrência de morte em grande escala das abelhas está sendo interpretada como um sinal e um alerta real sobre a atividade do homem sobre a natureza.

O mundo se assusta com a falta de trabalho que assegure uma existência condigna. A droga se torna a fuga dos seres humanos. A humanidade vive um momento que rompeu com o passado, quando tudo girava em torno da livre iniciativa, com a velada interferência dos trustes e monopólios na chamada invasão cultural. É preciso entender o grande desarranjo econômico do século 21. Empresas de livre mercado, habituadas a produzir gerar empregos e obter lucros, se encontram desorientadas com a nova forma de produzir encabeçada pelo capitalismo de Estado.

A imprensa, como fonte de informação, tem de se engajar na obra de esclarecimento para que os seres humanos não sejam transformados em robôs sem vontade própria voltada para o progresso da espécie humana. Para onde vão as cidades do Brasil? Segundo a FAO-ONU, a população mundial atingiu em 2012 cerca de 7,5 bilhões de habitantes e em 2050 a previsão é de que seremos 9,0 bilhões, exigindo mais água potável, mais alimentos e tudo o mais. O desafio é como conseguir manter uma existência condigna sem sacrificar ainda mais as florestas e os rios e mares.

O Brasil é, ao mesmo tempo, rico em recursos naturais, e miserável em estadistas éticos de valor. Os principais problemas ambientais do Brasil são educação e saneamento. Recentemente registrou-se o aumento da extensão da área de poluição do rio Tietê. O rio São Francisco está perdendo vazão. A maioria das cidades não trata o lixo, o esgoto e os rios. As pessoas jogam lixo em qualquer lugar. Qual é o propósito da escola em relação ao futuro da humanidade? Deveria ser dar às novas gerações bom preparo para a vida e contribuir para a formação de mentes sadias.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A NOVA RECESSÃO MUNDIAL

Nos anos 1980, apesar das crises e dos juros escorchantes da dívida externa, havia produção industrial, empregos e renda; produzia-se para exportar e pagar a dívida. A população era mais otimista e sobrava um dinheirinho para uma pizza no fim de semana. A exploração da classe política no Brasil foi se insurgindo, sugando ao máximo. Argentina e Brasil fizeram as mesmas besteiras achando que com juros altos e dólar barato resolveriam todos os problemas. Gastamos cerca de 400 bilhões de reais de juros ano. Hoje, os dois países estão no buraco, o da Argentina é mais fundo. A indústria perdeu espaço. Asiáticos seguiram produzindo, exportando e fazendo reservas. Com a nova recessão geopolítica tudo vai ficando mais difícil.

A economia e a produção no Brasil estão estagnadas. Nas discussões sobre desemprego e renda desigual a globalização não pode ser posta de lado. Há países que reconhecem a necessidade de estabelecer regras para o trabalho, mas onde há muita pobreza e fome as pessoas trabalham para viver, e se a produção for destinada ao mercado globalizado isso afeta seriamente o trabalho, o que até agora não foi pouco discutido, mas a desindustrialização e a precarização avançam pelo mundo.

Desde os anos 1980, a principal opção econômica do Brasil tem sido a dos juros altos. Acomodaram-se empresários e políticos, estes últimos visando sua permanência no poder. Em recente artigo, Ian Bremmer, cientista político norte-americano, fala da recessão geopolítica mundial que envolve a luta pelo poder no controle da riqueza financeira e física, que afeta países como o Brasil que já vinham perdendo terreno na indústria.

A estagnação freia o consumo. Asiáticos produzem muito, para converter sua mercadoria em dólares baixam preços; os emergentes ficam sem ação: o que produzir além de matérias primas, que podem entrar em ciclo de baixa, e comida? Adentramos nesse ciclo de conflitos comerciais que freiam avanços na economia e na melhora das condições gerais de vida. Quais seriam os efeitos da manutenção das atuais taxas de juros americanos? E de sua elevação ou redução?

Para o que a civilização do dinheiro está olhando? Como sempre, para o dinheiro. O Brasil tem cometido muitos erros contra a sustentabilidade da natureza. Desmatamento, poluição dos rios e mares, falta de saneamento e tratamento do esgoto, uso de inseticidas e pesticidas nocivos que matam lavradores e abelhas, tudo prejudicial. Montanhas de minérios do Brasil têm sido arrasadas para exportar commodities a preços vis, exploradas por empresas e fundos de investimentos mundiais que visam e desfrute sem maiores cuidados, como aconteceu em Mariana e Brumadinho, e nada falaram. O que eles pensam do Brasil e sua população?

A crise da humanidade antecede a crise da democracia. Se a humanidade tivesse se mantido firme no propósito do direito de evolução de todos os povos, a história mostraria justiça e não haveria esse cenário caótico de imigrações e refugiados pelo mundo. Os homens fortes no poder se espalham desde a Rússia e China e vários países. No Brasil, apesar de o Estado ter sido aparelhado, em 2018 tivemos eleições livres e a população fez a sua escolha. Legislativo e Judiciário funcionam com autonomia. Faltam seriedade e união por um Brasil melhor.

A juventude ansiava conhecer as causas do sofrimento e miséria existentes na Terra. Os jovens nascidos no século 21 estão com baixa resiliência para lidar com os problemas e crescentes dificuldades da vida, caindo facilmente em depressão. Com muitas informações, o mundo se tornou objetivo, só com exterioridades. Sem introspecção não há aprofundamento.

Como motivar os alunos ao fortalecimento do querer saber? Aos seres humanos em geral falta a visão do significado da vida e suas leis naturais, em nossos dias mais ainda. A solução não está no ensino de religião com seus dogmas e regras. Os jovens deveriam ser instigados a conhecer o verdadeiro significado da vida, sua origem e finalidades, pois as leis da Criação jamais poderão ser burladas impunemente. O ser humano é criatura espiritual que tem a livre resolução: pode contribuir para a melhora geral das condições de vida no planeta, ou dar espaço ao querer egoístico para satisfazer sua vaidade e cobiça de poder, mas terá de arcar com as consequências.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

POR FALAR EM PRECARIZAÇÃO

No mundo de hoje, globalizado, a redistribuição espacial da manufatura e a hiperindustrialização levaram à precarização. A queda dos rendimentos dos trabalhadores nesses continentes, assim, desestimula a demanda. Os ganhos de produtividade e de salários geram demanda e desenvolvimento econômico na Ásia do Leste. Países saltam da pobreza para a renda média. No mundo “rico”, as famílias submetidas à lenta evolução dos rendimentos sustentaram a expansão do consumo com vertiginosa expansão do crédito. A partir da crise de 2008, esse circuito de formação de produção e renda na economia mundial como um todo começou a falhar, dando origem ao período da Grande Recessão.

Parte da oferta da economia dos EUA (e também da Europa) está hoje na Ásia. Surge, então, uma situação curiosa de “demanda mundial fraturada”: as famílias americanas demandam, via crédito, bens produzidos no Leste da Ásia que por lá geram ganhos de escala, de produtividade e salariais. O regime fordista de produção foi transferido para o leste asiático, só que os consumidores estão nos EUA tomando dívidas. O sonho americano da bela casa no subúrbio com belo emprego e belo salário virou o pesadelo da rolagem de dívidas hipotecárias, de cartões de crédito e estudantis, para não mencionar os custos de saúde para as famílias americanas. O pleno emprego voltou nos EUA, mas a estrutura produtiva mundial é outra. Apesar de desemprego na mínima, os dados de mercado de trabalho nos EUA mostram ainda muita gente fora da força de trabalho. Os empregos criados nos últimos anos foram de baixa complexidade, com destaque para varejo e serviços não-sofisticados. E agora os salários americanos parecem subir sem aumentos de produtividade equivalente. As famílias americanas e europeias estão atoladas em dívidas. As empresas estão com montanhas de dinheiro em caixa e não investem como antes. Nesse cenário se movem, com medo e incerteza, os bancos centrais dos países ricos. Após emitir mais de US$ 10 trilhões, continuam sem saber o que fazer.

Leia na íntegra este artigo de Paulo Gala, graduado em Economia pela FEA/USP, Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas FGV/EESP de São Paulo, onde é professor desde 2002. Foi gestor de fundos multimercado e renda fixa, hoje CEO e Economista da Fator Administração de Recursos/FAR.
http://www.paulogala.com.br/politica-monetaria-para-um-mundo-anormal-moeda-causa-inflacao/

 

CONTRIBUIR PARA O BEM GERAL

É através do dedicado estudo feito pelos seres humanos do funcionamento de suas leis lógicas e coerentes para construir de forma benéfica que a natureza revela seus segredos. Mas os homens querem dominar em vez de se adaptar e, com sua cobiça de poder, se opõem a tudo, deixando de contribuir para o bem geral, acabando por construir armas e bombas destrutivas e colocando o mundo em desarranjo. O que querem os estadistas e os comandantes das grandes corporações? Mesmo em tempo difícil, sindicatos fogem da conciliação. Como ocupar tanta mão de obra ociosa de forma nobre e benéfica? São complicações resultantes do desarranjo comercial cambial global e da avidez internacional por dólares.

A flexibilização, diante dos interesses próprios, tem sido a norma dos governantes do Brasil que perderam o rumo para se manterem no poder e, para isso, descuidaram do interesse geral. Passamos a depender das commodities, ampliando o volume de itens importados. Precisamos de mais produção e trabalho. É verdade que a população mundial cresce continuamente. Aumentam as bocas que precisam de alimentos para seu desenvolvimento e conservação. Isso é um trunfo para o Brasil, mas requer seriedade na produção e vigilância nos acordos comerciais.

Se a alimentação não for adequada, a espécie humana perderá potencial. A alimentação tem perdido em qualidade. Perdem-se nutrientes pela invasão da química e biotecnologia. Os transgênicos ainda são uma incógnita? Há ainda outro fator que complica: o estresse da vida moderna urbana que provoca ansiedade e inquietação, afetando em primeira linha o funcionamento natural da digestão que se vê atropelada pelo emocional.

O Brasil descuidou da balança comercial, mesmo sabendo que isso gerava déficits. Os EUA também têm déficit comercial e volumosa dívida, mas mesmo com tudo expresso em dólares, agora se percebe o tamanho colossal da dívida e por isso jogam pesado para que não percam o poder dessa moeda. Mais do que preocupação com a balança comercial, a China tem um programa de acumular dólares para ter segurança financeira.

Que lições os governantes poderiam receber na comparação da política cambial adotada no Brasil desde o Plano Real e as do Chile, Índia, Japão e China? A volatilidade do câmbio, decorrente de vários fatores especulativos de mercado ou de governos visando exportar mais e importar menos, revela que países fracos estão permanentemente no labirinto cambial e caindo na armadilha do déficit nas contas externas. Algo que se tivesse sido equacionado no passado com seriedade, hoje o mundo estaria em condições menos pressionadas, com menos miséria.

As crises trazem suas oportunidades, mas será que serão aproveitadas para corrigir a situação de caos espiritual e mental que o mundo vive, geradora dos desequilíbrios econômicos, ambientais e sociais? O Brasil se tornou um país violento, com péssimo nível educacional, de qualidade de vida e consumo. Os jovens são dotados de inteligência e surfam nas inovações, mas para evoluir e contribuir para o bem geral precisam ouvir o eu interior, que é espiritual e não mecânico.

O ciclo de produção industrial foi profundamente modificado a partir do final do século 20, evidenciando o desarranjo geral. Em muitos países, a atividade de produção industrial foi posta de lado e não há o que fazer com os entulhos recicláveis se a China abrir mão deles. Mais um aspecto não examinado atentamente na globalização, pois são muitos os desequilíbrios gerados. As montanhas de plástico pelo mundo atestam a forma artificial de viver, afastada das leis que regem o universo. O desarranjo é grande. Se a China, o grande parque fabril, deixar de usar os descartáveis, o que os demais países poderão fazer com eles se a sua indústria pouco produz? O risco é que solos, mares e fauna marinha arquem com as consequências. Mas no final, as perdas recairão sobre toda a humanidade que habita o planeta Terra.

As relações econômicas se têm caracterizado pelo ganha-perde. Raramente instalou-se o ganha-ganha de ambos os lados envolvidos nas transações entre os povos. Europa, EUA e China têm de buscar o bem geral. A flutuação cíclica do poder gera inquietações no mundo. No que isso vai resultar se faltar vontade sincera de resolver os problemas que afligem a humanidade e que foram criados por ela mesma?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

NOSSO MUNDO PERIGOSO

As complicações mundiais vêm num crescente desde o final dos anos 1990. Enquanto se processavam as alterações na estrutura de produção global, ocorreram no entremeio crises financeiras que absorveram as atenções gerais. Agora enfrentamos um novo desarranjo de forças antagônicas que fazem de tudo para obter o desempate do jogo e ficar na supremacia.

A partir da globalização, promovida pelo que se convencionou chamar de neoliberalismo, ocorreram profundas transformações financeiras, cambiais e econômicas. A produção fabril foi concentrada principalmente na Ásia. Iniciou- se um processo de desindustrialização e precarização geral em muitos países. Com certeza outros caminhos poderiam ter sido identificados, mas esse foi o adotado em função dos interesses imediatistas.

Empregos e arrecadação se retraem. Nos grandes centros os shoppings centers se estruturaram em função de um nível de renda mais flexível. Com a precarização geral a renda caiu, junto com as vendas. Preços e qualidade baixaram. Produtos estão à venda em cada esquina. Os shoppings e lojistas enfrentam dificuldades pelo mundo.

Lá atrás teve início a administração burocrática dos Estados que deveria estar sempre e exclusivamente voltada para os interesses gerais. A burocracia teve a sua origem na necessidade de regulamentar os procedimentos das relações na sociedade humana, no entanto acabou gerando os monstrinhos que criam dificuldades para as atividades em geral, mas é prestativa com os interesses dos grupos com os quais compactua.

Os gestores do dinheiro público têm sido desleixados com as contas internas e externas, agindo com pouco bom senso, dispersando as verbas em muitas coisas não essenciais. Em seu imediatismo, não desenvolvem estratégias de longo prazo, agindo burocraticamente de improviso por meio de remendos para corrigir problemas momentâneos, sem clareza em suas decisões para acobertar os seus objetivos particulares, e sem olhar para as consequências futuras. Há de se renovar a burocracia que acabou se tornando mais importante que o próprio país e sua população.

Mas o fato é que a burocracia não é a causa dos males, mas sim uma consequência, pois a causa primeira da regressão das condições gerais de vida está no embrutecimento do ser humano que, com seu egocentrismo, afastou-se do sentido da vida, não medindo a extensão de suas atitudes na busca de satisfação de sua cobiça.

O ser humano tem passado pela vida com viseiras, de modo inconsciente quanto ao seu desenvolvimento progressivo, deixando de perceber as conexões promovidas pelas poderosas leis da natureza, sem se preocupar em penetrar nesse saber que em outras eras era percebido de forma simples.

As leis naturais da Criação nos fizeram livres, mas os seres humanos egoístas forçam a antinatural sujeição da vontade alheia aos seus interesses criando leis e regulamentos em desacordo com as leis naturais da vida.

A burocracia se tornou a forma de criar normas que aos poucos vão sufocando a individualidade e a criatividade. Simplificar tudo na vida implica na necessidade de desburocratizar todo o arcabouço artificial de mando gerador do mecanismo que visa o aproveitamento máximo dos recursos pela elite que se assenhoreou do poder. Mas isso não acontece apenas no setor público, podendo ocorrer da mesma forma no setor privado.

Na aspereza atual da sociedade humana, os indivíduos estão perdendo o vínculo com os objetivos de melhora geral que devem ser compartilhados, passando a olhar para si e seus interesses, com pouca ou nenhuma consideração pelos demais seres viventes. O mundo precisa erigir a plataforma da simplicidade para afastar as doenças que estão atacando e desorientando o cérebro de forma crescente e, ao mesmo tempo, elevar a sociedade no que ela tem de humano.

Com o enfraquecimento do espírito, o homem se torna materialista e tenta impor a sua vontade para exercer influência de forma ampla e sútil. Nisso, se esforça para impor sua vontade sobre o próximo. A ânsia pela conquista e conservação do poder tirânico não ocorrem apenas no poder estatal, mas também nas empresas, organizações e até nas famílias. Dessa forma, as pessoas são induzidas para que adotem atitudes, decisões e ações padronizadas dentro de um contexto de interesses de dominação. Ao mesmo tempo, o cérebro confuso, desconectado da intuição, vai perdendo a visão de conjunto sobre o significado da vida, pois está perdendo a simplicidade, a clareza e a naturalidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

VIVER DE CORPO E ALMA

O ser humano é composto de alma e corpo, onde o cérebro atua como o sistema operacional que tem de executar os comandos da alma. Mas afinal o que é a alma? A alma abriga a energia espiritual do ser humano, nela se encontra a individualidade, o eu interior que tem de agir por si, buscar a autoconsciência, sem permitir a infiltração de influências externas no envio de seus comandos ao cérebro.

As pessoas necessitam dedicar mais tempo para compreender o que a alma é. A alma, em sua individualidade, é dotada de características próprias, enquanto o cérebro se deixa padronizar por influências externas. As pessoas têm que viver de corpo e alma, e não apenas com o corpo, como o fazem na maioria das vezes. Isso tudo tem o seu funcionamento em conformidade com as leis cósmicas universais que regem o livre arbítrio impulsionador das vivências para o fortalecimento da alma.

Qual é o grande futuro do ser humano que vai atravessando o tempo em várias fases desde a geração, infância, fase adulta, velhice, sempre se encaminhando para o abandono do corpo, a saída do mundo terreno? O ser humano deveria passar por isso atentamente de forma consciente, porém, muitas pessoas, levadas pelo artificialismo em que vivem, vão avançando sem perceber a importância dessas fases da vida, e quando se dão por si, já se encontram perto da velhice.

É indispensável para o progresso o esforço para manter o domínio do espírito sem permitir influências externas. Colocar de lado as ninharias do dia a dia, elevar os pensamentos, sempre visando produzir algo benéfico para si e para a Criação. Vivemos numa fase caótica da humanidade, o descontentamento e protesto avançam pelo mundo.

Em muitos municípios, como a cidade portuária de Marselha, na França, as empresas estão indo embora fugindo da confusão, permanecendo elevado índice de desemprego. Há um grande contingente ocioso pelo mundo; é preciso criar atividades nobres e produtivas que assegurem uma existência condigna. As pessoas não podem continuar perdendo o rumo. Na vida tudo tem de se pautar pela grande lei do equilíbrio cósmico, mas os seres humanos se julgam acima dessa lei.

“Como és tu ser humano? O que tens feito do tempo que te foi concedido?” O ser humano não pode se prender a conceitos de outras pessoas sem analisar tudo com o eu interior, a alma. Na alma nasce a intuição, que deve comandar o cérebro no pensar, falar e agir. Uma criança ouve por muitas vezes que o Salvador veio para a Terra para livrar a humanidade de seus pecados através de trágica morte na cruz. Enquanto criança, vai ouvindo essa história, mas ao atingir a fase adulta assume a responsabilidade por si mesma e é sua obrigação examinar o conteúdo da crença de seus pais, se verdadeiro ou não. Como o Criador de Todos os Mundos poderia enviar seu filho inocente para, arbitrariamente, apagar os pecados dos seres humanos para que pudessem retornar ao céu?

Para se desenvolver, o espírito teve de ser expelido de seu plano de origem, o reino espiritual, ou como se diz, foi expulso do paraíso para fazer um percurso até ao mundo material, desenvolver-se para a escalada, retornar forte e consciente. É preciso elevar o pensamento para não permitir que a alma seja sufocada pelo intelecto egocêntrico que quer dominar e, em sua mania de grandeza, se julga dono do planeta. Devido à sua espécie material, o intelecto se aprisiona ao perecível mundo material, às suas ilusões, seus prazeres e suas misérias.

Lei da vida é movimento certo no pensar, falar e agir, sempre visando o bem geral, para ampliar a consciência espiritual. Procurar ligação com a fonte da vida. Saber por que e para que nascemos. Já é possível procurar na Internet o saber sobre a Luz da Verdade, o grande auxílio para a humanidade, a Mensagem do Santo Graal. Até agora o ser humano só prevaricou em vez de atrair a energia espiritual para o bem da Terra e preparar o chão para a nova vida, livre dos erros humanos, baseada na naturalidade que reconhece e segue as leis da Criação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7