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O QUE A HUMANIDADE QUER?

A globalização, iniciada nos anos 1980, permitiu o surgimento de mecanismos de geração de acúmulo de dólares através do avanço de produção massiva de manufaturas com menores custos para colocação no mercado externo, o que gerou complicadas consequências. No cenário do sáculo 21, evidenciaram-se, dentre os resultados da globalização, o choque de competição entre indústrias que pagam salários de até cem dólares por mês, produzindo para o mercado externo, com outras com política salarial tradicional. Em vez de produzir melhora geral, surgiu uma situação de perda de empregos e da cultura, além do aumento da desigualdade e desarranjo ambiental.

Tristes lembranças de um país cuja displicência dos governantes acabou jogando tudo no atraso. O Brasil optou pela valorização de sua moeda diante do dólar. Alguns economistas advertiam, mas o governo cuidava de manter essa situação, mesmo diante das reclamações dos exportadores que tinham dificuldades para exportar seus produtos frente a desvalorização do dólar que reduzia a competitividade de nossos produtos no exterior, penalizando as receitas de exportações e destruindo empregos. Porém as autoridades diziam que a intenção era evitar a exportação de renda e empregos diante da persistente valorização do real.

Com o declínio na produção industrial, os gastos públicos ocultavam o encolhimento do potencial de crescimento. Pena que muitos desses gastos foram inúteis e realizados na base de tomar empréstimos a juros elevados. Estamos necessitando de reformas e de algo mais que gere condições para produzir, empregar, pagar salários e ter algum ganho. Há saldo positivo na balança comercial decorrente da exportação de commodities, mas o déficit de empregos é cruel.

O dólar se tornou a cobiçada mercadoria financeira que tudo pode, embora envolvida em incertezas. Quem a produz? Quem a controla? Quem regula as cotações? Qual é o objetivo dos investidores? Especular? Enquanto isso ocorre no mercado financeiro, o mundo real da produção se acha em crise e a economia global ameaça implodir com endividamento astronômico.

A China, através da possibilidade de organizar a produção com custos menores para exportação, forjou um mecanismo de fazer dólares constituindo elevada reserva, enquanto o Brasil e outros aumentaram as dívidas. Agora a China busca o refinamento de sua economia e tecnologia, substituindo importações, focada na exportação, e investindo pelo mundo para consolidar riqueza real.

Com sua grande expansão, o dinheiro, encarnado no dólar, e com a sua ascensão a condutor dos negócios e da vida, não está fácil compreender o que está rolando. Para os nacionalistas dos EUA, a valorização da moeda principal afeta as exportações da rival China. Mas o que pensam os globalistas que acham desnecessárias as fronteiras territoriais e que estariam mirando o governo e moeda única?

Está havendo grande disputa pelos mercados e tecnologia. No palco da disputa estão o desenvolvimento do 5G, a próxima geração de rede de internet móvel que promete acelerar ainda mais a velocidade das interações, e a consolidação da inteligência artificial, para utilização na produção e fins bélicos.

Os EUA e China poderiam resolver seu desentendimento a bem da paz e do progresso equitativo entre os povos. Os presidentes americanos acompanharam passivamente à transferência de produção e empregos. No Brasil, os governantes mantinham o dólar barato artificialmente para seduzir o eleitorado. Com o crescimento do déficit comercial e da dívida, caiu a ficha. Enquanto o Brasil tem de cobrir déficits em dólares com financiamento, a China soube planejar o acúmulo de grande reserva em dólares, administrando-a com eficiência.

Uma nova ordem mundial está em gestação, mas a administração do Estado não pode padronizar e se tornar a tutora das ações dos seres humanos. Sem liberdade, tudo tende à estagnação. Cada povo tem direito à sua autonomia e sua cultura. Só o reconhecimento e respeito às leis da Criação poderia balizar o comportamento humano de acordo com o princípio “ama o próximo como a ti mesmo” sem causar-lhe danos para satisfazer a própria cobiça.

No emaranhado de desafios do século 21, a humanidade tem de manifestar o que realmente quer da vida. A base deveria ser o anseio dos indivíduos a partir de seu íntimo, mas há muitas influências externas e ausência de visão clara sobre o real significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

ECONOMICISMO OU HUMANISMO?

A economia sempre nos surpreende; a do Brasil entrou em rota de mornidão há algum tempo. Invariavelmente, tivemos políticos ruins e perdulários, os juros sempre nas alturas com efeitos negativos; mesmo assim produzia-se, estudava-se, consumia-se e havia uma consciência coletiva de confiança no progresso do país. Além da taxa de juros, existem outros fatores que promovem a aceleração ou estagnação da atividade econômica, os quais têm de ser identificados. Quem se habilita, a partir disso, a corrigir as distorções para que o país não afunde nas garras da precarização geral?

A China aproveitou bem a situação criada pela globalização e acabou provocando desindustrialização no mercado mundial com custos baixos, dumping, câmbio favorável e escalas de produção sem precedentes, mas os responsáveis pela economia no Brasil optaram por ter dólar barato, às custas de juros altos para debelar a inflação em vez de incentivar aumento da produção. Foi uma breve alegria de carnaval e agora estamos enfrentando a ressaca da quarta-feira de cinzas. Situação difícil. Como a produção interna de manufaturados ficou restrita, aumentos de renda acarretam aumento das importações.

Há uma guerra cambial visando desvalorizações competitivas. No Brasil, até recentemente fez-se o inverso, valorizando o real. Se o BC baixasse os juros que efeitos isso traria para o dólar? Subiria ou baixaria? Que efeitos isso traria para a produção, PIB e para as importações e exportações? Muitos analistas preferem apontar culpados em vez de examinar atentamente as causas da paradeira que aflige não só o Brasil.

Temos fatores internos como corrupção, indisciplina fiscal, incompetência dos governantes que aproveitaram a maré de dinheiro pelo mundo, mas a crise de 2008 fragilizou o ocidente, enquanto a China foi consolidando sua máquina de produzir manufaturados e acumular dólares. Foi uma guinada impensável que acarretou novos problemas. Será que esses problemas foram objeto das conversações do G 20, a reunião das maiores economias que se debateram com suas próprias incoerências?

Neste mundo que se afastou do humanismo e das leis da Criação restam poucos pensadores profundos sobre a realidade que estamos vivendo. Na mecanização do ser humano, poucos deixam a alma atuar na pesquisa do significado da vida. O filosofo Edgar Morin permanece ativo, mas todos os seres humanos têm de prosseguir, ir além, perceber o dom da vida na Terra para que o espírito possa se fortalecer e evoluir beneficiando tudo, e não ficar achando que pode agir como se fosse o dono do planeta, destruindo e emporcalhando tudo.

Em recente viagem a São Paulo, Morin disse em entrevista: “Meu esforço nas minhas obras é tentar efetivamente esse pensamento. O que estamos vivendo? O que está acontecendo? Para onde estamos indo? Não inserimos no programa (de ensino) temas que podem ajudar os jovens, sobretudo quando virarem adultos, a enfrentar os problemas da vida”.

A economista Kate Raworth, autora do livro Doughnut Economics – Seven Ways to Think Like a 21st Century Economist (Sete meios para pensar como um economista do século 21) adverte a espécie humana sobre as incertezas do futuro, pois o crescimento infinito que vemos como modelo nos negócios, “chamamos de câncer em nossos corpos”. Quem não observa as leis da natureza semeia destruição.

Numa palestra na Associação Comercial do Paraná o vice-presidente Mourão apontou a possibilidade de colapso no sistema financeiro global porque há muito dinheiro aplicado em papel que não está significando a realidade, agravado com o fluxo de capitais ilícitos do narcotráfico e de outros meios. Mencionou também a questão das fontes de energia e o problema da escassez da água em países como a Índia, embora no Brasil tenhamos abundância desse elemento.

Os sistemas deveriam ter como meta a autossuficiência acompanhando o crescimento natural da população. Com a invenção do dinheiro, associada ao “financeirismo”, a meta passou a ser fazer o dinheiro engordar através do seu giro acelerado e da maximização do resultado. Nessas condições, tudo que não favoreça o aumento do ganho financeiro passa a ser considerado como desnecessário, inclusive a preservação da sustentabilidade, pondo de lado o humanismo no relacionamento entre as pessoas, adotando o mecanicismo como se fossem máquinas sem alma. Temos de combater a tendência de precarização geral e, com humanismo, estabelecer cenários mais condizentes com a nossa espécie.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O QUE É IMPORTANTE NA VIDA E NA EDUCAÇÃO?

Importante é que as novas gerações tenham bom preparo e compreendam a vida, que tenham meios de trabalhar, dar sua contribuição para a melhora geral, e tenham uma existência condigna, podendo constituir família, gerando filhos que receberão o adequado preparo para a vida. Todos nós estamos aqui para alcançar evolução; assim sendo, o relacionamento humano deveria ser harmonioso, mas falta autoconsciência sobre o que somos, como nos sentimos e porquê. Falta empatia e clareza no querer, e no raciocinar para que as decisões sejam adequadas. É tudo muito importante, mas o querer egoístico e o apego ao dinheiro mexeu com a consciência e tudo está desmoronando, sem espaço para sonhar com um mundo melhor.

Os jovens têm de se esforçar para desviar pensamentos inúteis e para não perder tempo com bobagens. Faltam professores com boa compreensão desta fase da sociedade humana para que possam instruir bem seus alunos. Faltam atenção e foco nos estudantes, geralmente submetidos à modelagem superficial de seu caráter por modelos que não se preocupam com um futuro responsável.

Já faz tempo que as crianças têm sido submetidas a imagens e histórias negativas com desrespeito à vida e agressividade. Momo Bicho feio, monstro desprezível está superando tudo. Em 2019, surgiram relatos de que a imagem da tal Momo começou a aparecer em vídeos infantis no YouTube. Em vez de crianças brincando em floridos jardins, os vídeos mostram a Momo assustando e ensinando coisas erradíssimas como o desprezo à vida e ao próprio corpo.

As crianças precisam aprender a lei do equilíbrio e reconhecer que devem retribuir por tudo que recebem, como meio de brindar a vida e aproveitá-la para o bem. Quem protege as crianças além da mãe e do pai? No mundo invisível que cerca cada criança, existem segredos que vão além da imaginação!

Atualmente, em meio a tantas dificuldades temos de ser fortes. A resiliência é baixa no aprendizado e será frágil para alcançar os objetivos pessoais apesar dos reveses. É preciso que as crianças sintam amor e consideração, que percebam que as pessoas se importam com elas, o que fortalecerá a sua motivação para se esforçar e agir com todo o seu potencial em vez de ficar sem interesse pela vida. Muitas crianças desde cedo só veem miséria e pancadaria. Cultivar o amor ao próximo na sala de aula será o meio para humanizar a escola e o ensino.

Movimento é lei da vida e os jovens não podem perder a motivação; deveriam estar aproveitando o conhecimento adquirido para dar sua contribuição para a melhora das condições gerais de vida no Planeta, do contrário acabarão sendo tão inúteis como aqueles que se drogam e participam de orgias degradantes.

A miséria e os núcleos de moradias precárias produzem triste imagem do despreparo no Brasil. Há muitas pessoas que nada sabem, nada querem saber, vão destruindo e contaminando a sustentabilidade da vida. Enquanto isso os mais graúdos ficam se atritando para levar vantagens e ampliar a faixa de poder e os miúdos fazendo o coro da insensatez destrutiva.

Necessitamos de força para resistir e coragem para prosseguir. No século 20, o materialismo recebeu forte impulso, tornando-se dominante para a maioria dos seres humanos. A vida ficou reduzida a uma rotina diária e renhida luta pela sobrevivência. O sentido da vida e questões como: Quem somos, de onde viemos, para onde vamos, foram postas de lado. Muitas pessoas sentem o cansaço geral, vazio interior, falta de sentido, uma leve depressão, são pessoas com problemas para lidar com a vida, e que tendem para uma crise emocional. Ainda há muita resistência, mas logo virá a era do despertar espiritual para o auxílio da humanidade que busca a Luz da Verdade.

Como educar os seres humanos? Estudar a natureza e suas leis terá de ser a base do estudo da ciência, pois é na natureza que se encontram as verdades fundamentais para os inventos que mostram como tudo funciona com causas e efeitos bem determinados em amplitude cósmica. Por fim, será também o elo de união do homem com a espiritualidade, pois no funcionamento da natureza repousa a perfeição do Criador, mas o ser humano tem o livre-arbítrio para respeitar e evoluir, ou se opor para dominar e provocar o caos e tragédias. A natureza está chamando a atenção da população da Terra mostrando as consequências da forma de viver afastada das leis naturais da Criação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

OS ESTADOS E A CRISE

Os Estados surgiram para dar melhor ordenamento à convivência pacífica e desenvolvimento geral. Mas logo se instalou a imaturidade fiscal decorrente da imaturidade pessoal que muitas vezes se mescla com mania de grandeza e a desonestidade das pessoas escolhidas pelos eleitores para zelar pelas cidades e pelo país. Até quando veremos esses disparates na gestão pública de cidades e países como o Brasil, sempre em desequilíbrio nas contas internas e externas?

A grande responsabilidade dos governantes é eficiência na gestão pública, mas o temos visto é a decadência nas cidades e estatais largadas nas mãos de corruptos. As cidades devem manter o foco nas prioridades; sobra apagão mental em todos os setores e ações cosméticas iludem, mas não convencem. Falta programa de reparo e manutenção das vias públicas. É indispensável que haja equilíbrio nas contas internas e externas, redução da dívida e investimentos reais.

No passado recente, muitas manufaturas eram produzidas no Brasil; havia trabalho, sobrava um dinheirinho para a pizza no fim de semana. As famílias ficaram endividadas. Produzia-se de tudo que agora vem do exterior. Faltam empregos. Não há dólares suficientes a não ser quando sobem os juros. Então fica a questão de como aumentar a produção, emprego e consumo sem desequilibrar as contas internas e externas. Alcançamos um número extraordinário de desempregados. O que o Brasil precisa mesmo é de produção, empregos, boa educação e melhora nas condições gerais de vida, tudo que foi sendo perdido nas décadas passadas.

A educação é questão fundamental no Brasil e no planeta para que as novas gerações avancem na qualidade humana e se tornem cidadãos úteis, que cultivem a liberdade e a responsabilidade, que contribuam para a melhora continuada das condições de vida. Se a indústria se retrai, não há cursos técnicos. Serviços exigem pouco preparo e pagam menos. Mas o homem culto fortalece a nação e gera filhos de qualidade nobre. Sem boa educação não há futuro.

O mundo se defronta com a crise de depressão pela falta de propósitos de vida. Por que e para que nascemos na Terra. Qual deve ser o propósito da educação? De acordo com o tipo de educação desejado para as novas gerações é que deverão ser preparados os professores. Os jovens têm de avançar na qualidade humana para que surjam cidadãos úteis, que cultivem a liberdade e a responsabilidade, que contribuam para a melhora continuada das condições de vida.

Habituado com o trabalho escravo, não se formou no país adequada política salarial para os trabalhadores. O Brasil conservou um dos mais baixos níveis salariais. A população ensaiou emergir da pobreza e da baixa cultura. Isso durou pouco; veio a crise da dívida externa e tudo foi degringolando. Com a aventura do real valorizado, não demorou para surgir o grande desarranjo. A produção foi caindo. Os empregos foram sumindo, enquanto a população ia crescendo. Grande parcela da população não concluiu o curso médio de ensino. Agora a tendência é nivelar tudo por baixo.

O poder caminha ao lado do dinheiro desde que esse foi inventado como o grande ídolo que suplantou todas as tiranias para dominar livremente sobre as nações com a colaboração de estadistas vendilhões, os quais continuam a venda, mesmo sendo necessária a reconstrução de tudo que está desmoronando.

Devemos buscar, todos juntos, um mundo melhor de progresso espiritual e material em convivência alegre e pacífica. Vivemos a fria aspereza do século 21 sem que surjam lenitivos para a alma, mas poucos se aventuram em ir buscar as causas no passado no qual foram geradas todas as mazelas da atualidade.

Jesus veio para mostrar para a humanidade o significado espiritual da vida e sua transcendência com imagens que refletem as leis da natureza, que dão ao espírito a possibilidade de adquirir a autoconsciência no mundo material para retorno à sua origem. Mas a humanidade se agrilhoou aos prazeres materiais, sufocando o espírito. Os responsáveis pelas religiões agiram da mesma forma. Com a progressão do materialismo, a Terra se transformou no vale de lágrimas. No século 21, conflitos de interesses e lutas pelo poder tecem o cenário ameaçador e o ser humano vai perdendo a sua humanidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O NATAL E A VIDA

Estamos em dezembro, mês de festas, e apesar disso o movimento no comércio não está aquecido. O pessoal não compra porque está sem dinheiro e sem esperança de melhorar o bolso. O economista Paul Krugman criticou as medidas de austeridade e o consequente desemprego e queda da renda, mas o grande problema do Brasil foi ter permitido que a dívida pública crescesse mais de 2 trilhões de reais em 5 anos. A casa caiu, nisso pouco se fala, assim como do real significado da festa do Natal, a vinda do Filho de Deus, portador da Luz da Verdade para libertar o espírito das trevas dos erros humanos e suas consequências destrutivas.

A Criação do ser humano obedeceu às rígidas e coerentes leis da natureza. Tudo se processa de forma lógica. Jesus explicava a vida com imagens da natureza e exigia reflexão e análise sem o que não há convicção, apenas crença cega usada como meio de dominação. Charles Darwin examinou atentamente a evolução das espécies, mas o ser humano, diferentemente das demais criaturas, é espírito dotado de livre resolução e que deve se esforçar para ser efetivamente um ser humano à imagem do Criador.

O corpo é desenvolvido e mantido pela alimentação, porém o homem é a criatura que não atenta para isso e vai engolindo porcarias sólidas ou líquidas, fuma e não se movimenta. Por que não aprende a se alimentar corretamente? Por que não aproveita áreas livres para cultivar hortaliças e árvores frutíferas? Fala-se hoje dos riscos do leite e do trigo transgênico. Se dois terços da população estarão vivendo nas cidades, o tratamento de esgoto tem de ser adequado.

A armadilha da dívida vem sendo praticada de longa data como meio de obter vantagens. O Brasil assumiu a dívida de Portugal com a Inglaterra na independência. Estadistas despreparados deixaram o país se endividar no México, Brasil e Argentina, entre outros. O credor não quer saber de nada, se o devedor não paga, arranca-lhe o couro. Chegou a vez da China que acumulou grande reserva em dólares. Que se cuidem os governantes.

O grande problema nas relações entre os povos está na cobiça de poder, mas o planeta não nos pertence. Se soubessem exatamente por que nasceram na Terra e o que vieram aqui fazer, certamente outra seria a história da humanidade com menos disputas e guerras, com mais sabedoria, progresso real e alegria. Em não sabendo, acabam se digladiando com os meios que dispõem para impor seus objetivos, pouco se importando se com isso semearão miséria e sofrimento. Mas a própria humanidade, em sua falta de esforço para compreender o Natal e a vida, é a causadora das consequências que hoje a atormentam.

Como estabelecer na economia uma linguagem uniforme que promova o progresso equitativo entre os povos diante do surgimento do capitalismo de Estado como forma de organizar a produção? Uma questão preocupante: permaneceremos exportando commodities do jeito e quantidade que os compradores quiserem e nada mais, importando quase tudo, oferecendo poucas oportunidades às novas gerações? A tendência da receita com exportações é se manter estável, mas as necessidades crescem.

O que faremos com o provável déficit nas contas externas? No mundo se observa o aumento do apagão mental e perda do bom senso, agravados no Brasil devido à pouca escolaridade. O risco de aumento da precarização aumenta. Sejam ortodoxos ou desenvolvimentistas é indispensável que haja equilíbrio nas contas internas e externas. O bom funcionamento da economia requer produção diversificada, empregos, consumo e aprendizado continuado.

Fuja da indolência. Estar no modo piloto automático é agir mecanicamente, sem foco no que está fazendo, isto é, sem foco no momento presente. Isso não é bom, o cérebro tem de estar junto ao que estivermos fazendo com atenção plena que movimente a intuição; é o meio de evitar divagações que em geral caminham para o negativismo. Temos de estabelecer metas, estarmos atentos, vigilantes, conduzindo o pensamento de forma a manter a mente calma, clara, perceptiva na busca das metas definidas.

Chega de atraso. Que possamos realmente encontrar o caminho do progresso real e de aprimoramento do nível da cultura da população, até agora mantida na ignorância, no cabresto com pão e circo, drogas e pornochanchadas. Sem o bom preparo das novas gerações não teremos futuro.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TEMAS IMPORTANTES PARA ANÁLISE E REFLEXÃO NO CANAL VIDA E APRENDIZADO NO YOUTUBE

Como a vida se tornou possível e todos os elementos que necessitamos para nossa sobrevivência é o tema que o escritor Benedicto Dutra propõe para reflexão no vídeo “O que se passa com o mundo” https://bit.ly/2Qvcwuz – presente no canal Vida e Aprendizado, no YouTube. O autor também focaliza a situação econômica brasileira ao longo dos anos e os desequilíbrios causados pela alta dos juros que geraram consequências negativas no país e no mundo. Dutra destaca ainda a importância da educação das novas gerações e alerta para o aumento da automatização que poderá implicar na redução dos empregos no futuro próximo.

Em outro vídeo – “Qual é a tarefa do ser humano”https://bit.ly/2EuXFKe, Dutra discorre sobre os principais pontos que são explicados com maiores detalhes no livro de sua autoria A Trajetória da Humanidade (disponível na Amazon Books – https://amzn.to/2QGdlQF). Na visão do autor, necessitamos de coragem e determinação para alcançarmos o desenvolvimento contínuo, sempre buscando o bem, utilizando para isso todo o nosso potencial em que se inclui a espiritualidade.

Veja esses e outros vídeos esclarecedores sobre o momento de grandes transformações que estamos vivendo. Inscreva-se no Canal Vida e Aprendizado – Projeto Escola da Vidahttps://bit.ly/2UHnueM e mande seus comentários e sugestões.

HUMANIDADE SADIA DE ALMA E CORPO

Como consequência de descuido com a vida, o viver se tornou mais difícil no século 21 do que nos anteriores. A intensidade das crises econômicas e sociais, seja nos ambientes de trabalho ou nos familiares, se reflete no aumento da pressão sobre a alma. No turbilhão, são poucos os momentos de serenidade e muitas pessoas nem conseguem alcançar esse estado, deixando-se levar nos desencontros da vida.

Quando lançamos o olhar para o nosso tumultuado mundo percebemos que a humanidade vem perdendo a visão mais ampla da vida. O foco é viver o hoje sem olhar para o que vai ser o amanhã. Com as incertezas reinantes, faltam projetos concretos de melhora geral. O movimento é uma das leis da vida. A estagnação é nefasta. O domínio permanente do corpo exige força de vontade. A saúde é a grande riqueza, muitas vezes irresponsavelmente descuidada nesse sistema de vida inumano que o homem forjou ao se afastar da naturalidade, deixando de pesquisar por que e para que se encontra neste planeta. O corpo é o maior presente que o espírito recebeu para sua peregrinação na Criação. A possibilidade de viver mais deveria ampliar o saber sobre a vida, seu significado, suas leis naturais.

O poder das leis da Criação é o grande poder que contém a Vontade Criadora de Deus, o mais importante para o ser humano que, descuidadamente, não se conscientizou de que no reconhecimento e respeito a essa Vontade está o segredo da vida. “Pai Nosso que estais no céu seja feita a vossa Vontade”. As Leis da Criação, também chamadas leis naturais, ou leis universais, ou cósmicas, conduzem a Energia Criadora que a tudo sustenta, e a sua atuação ocorre uniformemente em todas as dimensões, visíveis aos nossos olhos ou não. Através delas, o livre arbítrio tece os destinos individuais e da humanidade como um todo. Cada pessoa recebe de volta as consequências de seus atos, bons ou maus, incluindo os pensamentos, as falas e as ações. São elas: Lei da Reciprocidade, da Gravidade, da Atração da Igual Espécie, do Movimento, do Equilíbrio.

Estamos caminhando para a completa alienação do sentido da vida. Quanto mais persistirmos nessa situação, mais ficamos sujeitos ao atraso, incapacitando as novas gerações para a construção de um futuro melhor e mais humano. Necessitamos de inclusões na educação das novas gerações que atualizem o preparo para a vida através de aprendizado útil e indispensável em questões essenciais da vida como asseio e higiene, alimentação sadia, atividade física, contato com a natureza, importância do trabalho, responsabilidade, amor a terra onde nasceu, refletir intuitivamente, enfim, tudo que desperte o ser humano para o autoaprimoramento, inclusive a responsabilidade de gerar filhos.

O Mandamento “honraras pai e mãe”, recebido por Moisés, era direcionado a homens e mulheres que queriam ter filhos, pois o recém-nascido precisa de cuidados especiais e de bom preparo para a vida. Com o passar do tempo, perdeu-se essa noção. Em muitos casos, os filhos vinham por acaso, e deu no que deu. Possivelmente os dogmas tenham influenciado a ausência de preparo dos jovens em conformidade com as leis naturais. A desorientação acabou descambando para o extremo da libertinagem, desvalorizando o sexo feminino, acarretando enfraquecimento e declínio da espécie humana.

Não podemos permanecer alheiros à forma que a humanidade está vivendo. É indispensável refletir e analisar os acontecimentos e seus impactos para ampliar os horizontes. É uma oportunidade para cada um se fortalecer ao adquirir clareza sobre o que está acontecendo ao seu redor e pressionando corpo e alma.

As engrenagens da vida se aceleram, o tempo vai escapando do nosso controle. Com a progressão das crises, aumentam as dificuldades, a alma fragilizada pouco participa, aumenta a aspereza. Vidas vazias, sem sentido que podem levar à busca de entorpecimento como fuga da realidade opressora e como meio para contornar a pressentida doença da alma e do corpo. O tráfico de drogas ilegais se aproveita e também os distribuidores legalizados. Um negócio de bilhões de dólares para entorpecer a humanidade afastada do significado da vida, e que necessita seguir as leis da Criação para ser sadia de corpo e alma.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A TRAJETÓRIA DO SER HUMANO NA TERRA

Para que o ser humano da atualidade não caminhe sem rumo pela vida, torna-se indispensável que adquira uma visão geral, sem lacunas, sobre todos os tempos, do começo da humanidade até agora, pois atualmente a realidade se acha tão fragmentada que se torna dificílima uma visão do que é a vida. Por isso, este trabalho é dedicado aos jovens de todas as idades que vivem no planeta dos seres humanos – a Terra –, procurando pela verdade da vida e, principalmente, àqueles que tateiam ansiosamente, temerosos de nunca conseguirem encontrá-la.

Uma grande inquietação perpassa a Terra. Grande parte dos seres humanos está insatisfeita com as respostas disponíveis. “Quem procura, acha” significa que o encontro está reservado àqueles que buscam. Eis a grande promessa. Somente poderá achar aquele que efetivamente procurar. No entanto, na vida moderna, os incentivos para a busca estão sendo retirados, havendo uma forte pressão para um viver conectado, sem tempo para sonhar fazendo devaneios em busca da própria intuição.

Estamos diante de um momento significativo da humanidade, porém as pessoas ainda permanecem travadas em suas crescentes dificuldades. Estamos adentrando na possibilidade de uma grande ruptura. A humanidade chegou ao limite do materialismo e um grande colapso se anuncia. Percebe-se isso na confusão e desorientação, nas crises econômicas, na alteração do clima e nas depressões e ansiedade. Falta a motivação essencial que só a compreensão do significado da vida pode oferecer para dirigir o querer para projetos enobrecedores que dignifiquem a espécie humana. É preciso procurar para encontrar.

“Procurai e encontrareis!” Essa é a expressão da verdade que deve ser aplicada a tudo na vida. (Mensagem do Graal, de Abdruschin). A frase encerra o funcionamento das leis da Criação. O querer do eu interior gera o impulso para a ação, atraindo a igual espécie; refletindo no silêncio, vamos atraindo respostas e compreensão. Com o avanço da indolência, o eu interior vai emudecendo e as pessoas passam a viver como produto de massa, sem atentar para a vontade própria, sem definir objetivos, sem saber o que procuram. Formam-se caricaturas em de vez de seres humanos investigativos, que pensem com clareza e façam perguntas; que ponham em ação as capacitações que dão a habilidade de observar e analisar os acontecimentos com lucidez, para se conectar com o significado maior da vida, evoluir, ser feliz.

Nos dias atuais de desgastantes lutas pela sobrevivência, no cerne do bombardeio da multimídia eletrônica, o pesquisador sincero se depara com uma enormidade de obstáculos que desviam sua atenção para que fique sem rumo e tenha sua força de vontade enfraquecida, pois, se não esmorecer e confiar no auxílio da Luz, sua força de vontade será vitoriosa.

Em um mundo cada vez mais agitado, há um consenso de que os leitores dispõem de cada vez menos tempo para ler, por isso mesmo este livro tem o propósito de oferecer-lhes um panorama condensado, da trajetória espiritual do ser humano, desde os primórdios até os dias de hoje, apontando os caminhos seguros que cada um almeja e que, individualmente, deverá alcançar com o próprio esforço. Os seres humanos se acomodaram e cessaram a busca. Eis que, atualmente, vai aos poucos se esboçando um despertar para o saber verdadeiro e o poder sobre a vida.

A vida é uma coisa muito séria, mas isso não significa que as pessoas devam ser antipáticas e rabugentas; ao contrário, elas devem ser alegres e otimistas. Contudo, não podemos nos iludir; devemos reconhecer a realidade da forma como se apresenta, com seus altos e baixos, com turbulência e violência, mas sempre com a esperança de que há um futuro melhor a ser alcançado.

A vida terrena exige trabalho, atividade construtiva e beneficiadora. Mas, antes que os seres humanos pudessem existir, deveria surgir, na matéria, uma estrela especial que lhes desse abrigo. O surgimento do planeta Terra é um acontecimento inenarrável, um presente do Criador para que o espírito humano pudesse fortalecer sua autoconsciência.

A história tem seus aspectos invisíveis nem sempre examinados, como, por exemplo, a vinda da corte de Portugal para o Brasil e a união matrimonial do príncipe d. Pedro, que atraiu a vinda da imperatriz Maria Leopoldina, a qual se tornou a principal artífice da independência.

O Brasil, localizado no Hemisfério Sul do planeta, era tido como o país que vivia do lado da felicidade da vida. Mesmo atualmente tem chamado a atenção do mundo pela alegria espontânea do povo. O mesmo acontece com os filmes brasileiros, que são apreciados porque o público gosta de ver a fisionomia alegre dos intérpretes, mas ultimamente a mídia tem explorado à exaustão o “mundo cão” e a miséria humana produzida por criaturas que, com sua capacitação, deveriam produzir unicamente beleza e alegria no maravilhoso planeta que receberam para que pudessem evoluir, pois para isso alcançaram sua independência política no ano de 1822.

A alegria e a criatividade brasileira se originam de uma reduzida conexão intuitiva que tem sido mantida pela simplicidade desse povo que reconhece a existência de um Criador Todo-Poderoso, sem se prender aos artifícios intelectivos que despertam mania de grandeza e violência na cabeça das pessoas que enaltecem o raciocínio, em detrimento do lado espiritual, negando a intuição.

Essa qualidade tem feito do brasileiro uma criatura extraordinária, que ama a paz e a harmonia. Povo do “deixa disso” – pois brigas e guerras não valem a pena –, no Brasil convivem em paz pessoas de todas as raças e religiões. É um país abençoado, cantado em verso e prosa. No entanto, essa alegria natural também se acha sob ameaça. A alegria, a criatividade, o anseio de evoluir e ser feliz não podem ser desprezados ou jogados fora, pois constituem o que há de melhor no coração brasileiro.

Nesta época, mais do que nunca, o brasileiro precisa utilizar-se de todas as suas qualidades para não cair na vala comum dos seres humanos indolentes e robotizados que, por valorizarem apenas aspectos materiais da vida, estão perdendo o ânimo, aumentando assim as estatísticas de suicídios. Este livro também quer homenagear Roselis von Sass, que escreveu vários livros destinados às pessoas que ainda cultivam, consciente ou inconscientemente, o anseio pelo verdadeiro saber espiritual. Tomando os livros escritos por Roselis, e as obras editadas pela Ordem do Graal como fonte, surgiu a ideia de traçar A Trajetória da Humanidade e reunir pérolas do saber espiritual, para o embelezamento da alma.

A vida é breve. O tempo é curto. Não há espaço para frases supérfluas. Tampouco se busca aliciar leitores. São pérolas oferecidas àqueles que procuram compreender o significado da vida com sinceridade e bom senso. Afinal, pérolas não devem ser atiradas aos insensatos, mas ser apresentadas àqueles que buscam pelas joias da sabedoria. A recompensa é possibilitar o reconhecimento do saber da Luz da Verdade e, com este saber, o fortalecimento interior para alcançar a liberdade espiritual. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (João 8:32).

Livro: A Trajetória do Ser Humano na Terra
Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra

COMÉRCIO E CONVIVÊNCIA PACÍFICA

O sistema econômico tem sido predatório; a governança, oportunista e corrupta. A ONU prevê aumento da população dos atuais 7,6 bilhões para 11 bilhões para as próximas décadas. Esse aumento preocupa porque já estamos no limite do planeta e com o nível de vida tendendo à precarização. As elites do Ocidente se colocaram numa posição de intangibilidade, enquanto surgia um desarranjo econômico decorrente da produção asiática voltada prioritariamente para exportações e acúmulo de divisas, acarretando o fechamento de indústria e destruição de empregos. Os países têm o direito e o dever de buscar melhores condições para sua população, mas sem equilíbrio nas relações entre os povos os conflitos tenderão a recrudescer.

A forma da implantação da Zona Franca de Manaus acabou favorecendo a estagnação, pois enquanto as zonas francas eram implantadas visando à exportação, a de Manaus se tornou um artificial corredor de importados que inviabilizou a industrialização fora dela.

Quando o Brasil implantou uma dolarização disfarçada para combater a inflação, afetou profundamente a insípida estrutura industrial. Com o reducionismo imposto à indústria, surgiram várias consequências negativas, como o atraso geral na esfera de produção, na capacidade técnica da mão de obra e no bom preparo das novas gerações. Nesta fase eleitoral, o que dizem os candidatos sobre a situação da indústria, o que recomendam para recuperar o atraso, pois não dá para importar tudo, nem há dólares suficientes?

O pós-guerra ensejou melhora nas condições de vida nos EUA e Europa. No Brasil, os efeitos não foram sentidos na mesma dimensão, pois o país não foi governado com seriedade. Na China, a rigidez de Mao Tse-Tung foi posta de lado. Deng Xiaoping e seus sucessores deram início a uma virada econômica que favoreceu a melhora das condições de vida do povo e gerou reservas volumosas em dólares. Enquanto isso, estagnavam os rendimentos da classe média no Ocidente. Estamos num momento significativo, mas a grande maioria não consegue ver o futuro com nitidez. Enfrentaremos a confrontação e o caos econômico ou teremos novas diretrizes que permitam uma convivência de progresso pacífico entre os povos?

No livro A queda do Ocidente? Uma provocação, Kishore Mahbubani, da Universidade de Singapura, diz que o ingresso da China na OMC em 2001 representou a entrada de quase um milhão de trabalhadores no sistema comercial global, o que resultaria na perda de postos de trabalho no Ocidente, declínio de salários reais, redução na participação no PIB e aumento da desigualdade, e que as elites não se deram conta desse processo transformador da Ásia. Aqui fica uma dúvida: não perceberam ou deixaram rolar para tirar proveito? Mas houve um desequilíbrio na produção e comércio global que favoreceu a Ásia, enquanto países como o Brasil sofreram perdas na indústria e no preparo das novas gerações. Como corrigir?

É preciso que exista um denominador comum entre as diversas moedas que ficam sujeitas a variações ditadas por interesses de forma que os ajustes feitos em algumas delas repercutam em outras, gerando consequências positivas ou negativas dependendo da situação da economia de cada país envolvido. No jogo intricado do câmbio, tornaram-se possíveis as variações estratégicas ou especulativas que atuam a favor de uns em prejuízo de outros, mas o descontrole poderá levar a consequências perigosas. Quem consegue descobrir como se move esse mercado cambial global? Fato que com dólar mais caro importa-se menos bugigangas da China, mas também se viaja menos para a Flórida.

Quando a produção se concentra numa região, aumenta a produtividade, mas em outras, os empregos se reduzem. Onde obter consumidores para a enorme capacidade de produção? Acirra-se a concorrência. Surge um desequilíbrio na economia global. Como chegar a um denominador comum que favoreça todos os povos? A tentativa de impor tarifas surge como uma revolta à atual situação de comércio internacional do livre mercado que permitiu o desarranjo, admitindo igualdade de tratamento diante de fatores desiguais, afora o câmbio. Os efeitos se mostram em todos os países cuja balança comercial tem apresentado déficits. Como o equilíbrio nas transações gerais poderá ser estabelecido sem provocar rupturas? Algo deve ser feito; a hora exige bom senso de todos visando a melhora das condições gerais de vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

SABOREAR A VIDA SEM ILUSÕES

Quando as pessoas vivem de ilusões, a economia acaba indo junto. Os capitães da indústria perceberam o movimento de globalização da produção com ganhos de escala e venderam suas fábricas, mas faltou percepção do governo. A indústria foi minguando e as importações aumentando; assim, o Brasil retornou à condição de exportador de matérias-primas. Ao lado disso, o voluntarismo provocado pelo projeto de reeleição, dando-se ao direito de em vez de consertar, fazer mais besteiras ainda. Agora são muitas frentes de crises internas e externas, com o prenúncio de valorização do dólar que talvez seja benéfico para uma guinada.

As administrações das cidades do Brasil descuidaram de tudo. No final do século passado havia uma nascente indústria que perdeu o rumo. Com falta de emprego e de preparo, aumenta a violência. Não se trata apenas de queda na arrecadação. Tem muito dinheiro malgasto no Brasil. Em vez de ir para a indústria, os investimentos foram para os shoppings com estrutura cara num tempo mais promissor. Com a queda nos empregos e tendência para precarização com o novo ciclo de importados baratos, juntou baixa renda com a necessidade de escoar produção de qualquer jeito, nas praças, feiras, lojinhas, outlets nas periferias, com meia nota, sem nota. Efeitos da guerra comercial global? Um novo problema a exigir governança apta e séria para segurar o país.

O diretor da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevedo, disse que dois terços do comércio global ocorrem por cadeias globais de valor. Pergunta-se: o Brasil está participando disso, em que montantes? Ou tem apenas cedido mercado consumidor e empregos?

Possivelmente, o sucesso da China em se capitalizar através do acúmulo de dólares se deva ao modo relaxado como o Brasil e outros países têm sido governados, com indisciplina, ausência de prioridades e seriedade no investimento do dinheiro público, desmazelo nas contas internas e externas, descaso com educação e saúde, infindável fome tributária para cobrir déficits intermináveis, descuido com o mercado externo. Tudo isso acarretou desastrosas medidas paliativas e chegamos próximos ao descalabro com a paralização dos serviços de transportes rodoviários. Passaram-se décadas de mau governo no Brasil. O processo para reverter essa situação é longo e penoso, mas tem de ser perseverado.

O modelo de desgoverno da Venezuela se reflete na questão dos imigrantes que fogem para o Brasil aos milhares e ficam pelas ruas de Roraima, sem moradia, sem trabalho. O que o prefeito pode fazer? Acolhimento de imigrantes que chegam sem planejamento é um grande estorvo para cidades malcuidadas, sem recursos para atender aos seus próprios habitantes naturais.

O Estado passou a ser uma plataforma de interesses particulares internos e externos. O desequilíbrio fiscal se agravou com o mau uso do dinheiro e a corrupção. Com a globalização e a ausência de gestores fiéis ao desenvolvimento do país, o caos se tornou tendência natural. É preciso sanear o país internamente, fortalecer o preparo da população e promover intercâmbio sadio entre os povos.

O ser humano dispõe da percepção intuitiva e da percepção intelectiva, sendo esta facilmente manipulável de fora quando não permite que a intuição se manifeste. Saboreie a vida, o grande presente que cada um pediu; ela deve ser aproveitada integralmente com a percepção intuitiva para que, penetrando através do cérebro, alcance o eu interior, pois é através da existência terrena que o núcleo espiritual fortalece a autoconsciência e a sua individualidade, fazendo desabrochar as capacitações próprias. Saboreie a vida com sua percepção para que alcance o eu interior.

Cada pessoa tem de vencer a si mesma na busca do caminho certo, pois já foi observado como a mania de grandeza e a teimosia desencaminham o ser humano. Quem ainda busca a compreensão do significado da vida? Com o impacto da aspereza do século 21, a espécie humana vai perdendo a consciência de sua missão de construir de forma a sempre beneficiar o planeta visando melhorar as condições gerais de vida. Em vez de tantas inutilidades, os estudantes deveriam aprender a história geral da civilização para observarem atentamente onde os seres humanos se deixaram levar por sentimentos menores, mostrando-lhes as figuras éticas e morais que propunham a elevação da espécie e que, devido ao seu idealismo, acabaram sendo depreciadas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7