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O ARMAGEDON E A BOA VONTADE

Após o término da Segunda Grande Guerra, o mundo parou assustado diante do poder destrutivo da nova arma; temia-se o fim da existência humana. Físicos e filósofos se reuniam buscando a fórmula para evitar a ruína, enquanto estrategistas confabulavam sobre como tirar o melhor proveito da nova arma.

Em 1962, o mundo se assustou com a crise dos mísseis russos em Cuba. Após semanas de tensão, chegou-se a uma solução com a retirada das armas próximas a Washington (EUA). No caso recente Rússia-Ucrânia, não se chegou a lugar nenhum tendo sido iniciada nova guerra sangrenta com potencial de criar o armagedon. Seria algo casual, ou a colheita do que a humanidade tem semeado durante milênios, dedicando-se às banalidades do dia a dia, deixando de buscar o significado da vida, sempre colocando a essência espiritual em plano secundário?

Pesquisadores e filósofos alertam que há algo errado na economia mundial, mas isso seria consequência decorrente do modo de viver afastado dos ensinamentos de Jesus quanto à consideração ao próximo. A necessidade de consumo da população mundial para sobrevivência superou a biocapacidade da Terra desde o início da década de 1970, e a cada ano o déficit aumenta mais um pouco. As pessoas não querem se dar conta disso, vivem futilmente, comendo e se divertindo, e vão empurrando os problemas para o futuro, mas quanto mais passa o tempo, maiores serão as dificuldades. O preço do petróleo assusta, mas no futuro próximo a água poderá se tornar a maior dificuldade da vida.

A pandemia de 2020 mostrou que o nosso estilo de vida chegou ao limite do insustentável e se acha em declínio vertiginoso. Os preços sobem enquanto algumas camadas da sociedade continuam enriquecendo. Armas de elevado poder destrutivo continuam sendo produzidas, atemorizando a população, mas ensejando ganhos. A cobiça por riqueza e poder não dá trégua. O lucrativo comércio de drogas se alastra pelo mundo, fragilizando as novas gerações.

A humanidade alcançou alta tecnologia, mesmo assim se defronta com dificuldades por ela mesma criadas, as quais só com papel-moeda não consegue mais solucionar. A globalização acentuou a gestão maquiavélica, dissimulada ou ostensiva, com ênfase no “quem pode mais, chora menos”, cada um tirando proveito do outro. Todos contra todos, ninguém conhece a razão, ninguém escapa.

Após milênios de perdição, Jesus veio para restabelecer a ligação com a Luz, mas com sua livre vontade os homens permaneceram na escuridão. José ia para Belém para cumprir exigências feitas pelas autoridades. A cidade estava lotada, não havia hospedaria disponível, e acabou sendo acolhido próximo à estrebaria. Três reis foram conduzidos para dar proteção à Criança, mas trouxeram presentes e foram embora. Há muitas coisas sobre Jesus que foram ocultadas ou deturpadas. Está chegando a hora da grande colheita para a Humanidade.

Num planeta limitado, com cerca de oito bilhões de almas encarnadas tendendo para nove, os estrategistas pensam nos suprimentos de amanhã. As alterações climáticas estão lançando alertas para o mundo. O viver vai se tornando cada vez mais difícil. As cobiças se voltam para África e América do Sul, e estas precisam alcançar a estabilidade, ou serão devoradas por gananciosos invasores. Há que ter governantes sérios e firmes na defesa dos interesses das nações para que as populações não sejam transformadas nos novos escravos globais, sem vontade própria, alheios ao real significado da vida. Os seres humanos têm de procurar as respostas, pois trabalhar, comer e se divertir, sem outras aspirações mais elevadas, não podem ser a finalidade da vida.

No Brasil e no mundo, os seres humanos têm a responsabilidade de preparar um futuro decente e digno. A população precisa de trabalho e renda, ou seja, meios para subsistir. A educação e preparo das novas gerações requer especial atenção, caráter, bom senso, clareza mental, propósitos enobrecedores, impedindo que as drogas destruam a juventude. É necessário ainda ampliar as áreas de plantio, mas manter ao lado áreas de preservação da mata nativa. A paz é essencial para o progresso da humanidade e tem de ser conquistada para a alegria dos homens de boa vontade. Mas o que querem os homens com a sua vontade? Para onde a estão dirigindo?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

INTUIÇÃO E AGILIDADE MENTAL

Analisando a situação dos seres humanos no século 21, auge da tecnologia, o escritor norte-americano de ciência Steven Johnson afirma em seu livro Everything bad is good for you: how today’s popular culture is actually making us smarter: “as tecnologias de tela podem ter muitos benefícios. Vimos um aumento de QI, mas não vimos nenhum discernimento maior quanto aos problemas econômicos do mundo, ou quanto à crise no Oriente Médio. Processar informações e completar uma tarefa com grande agilidade mental não quer dizer que a compreensão e a intuição melhoraram. Não devemos confundir informação com conhecimento”.

O trabalho constante diante das telas estabelece um padrão de pensamento mecanicista; essa tecnologia vai apelando para o trabalho do cérebro de forma crescente, restringindo a intuição. Os abusos cometidos com o cérebro mais tarde se transformam em doenças. O cérebro e o cerebelo foram ofertados aos seres humanos como ferramenta para auxiliar o viver no mundo material. Além de coordenar o corpo e regular as funções inconscientes, é o que permite o contato com o eu interior e com mundo exterior.

Faltou avançar na compreensão da finalidade do cerebelo e compreender melhor o funcionamento da intuição, a voz interior que não provém dos arquivos nas nuvens. A intuição traz vibrações mais elevadas ao cérebro. As crianças não devem abusar do córtex pré-frontal sob pena de não desenvolverem adequadamente a essência humana, pois o analítico irá se sobrepor ao intuitivo, desenvolvendo o cérebro digital.

Desenvolvimento Humano refere-se ao progresso sadio do eu interior do ser humano. Clarificar o espírito. Adquirir maturidade, afastar-se das trevas. Por seu modo de ser, o espírito esclarecido estabelece a paz em redor de si, sem manifestação raivosa, com serena objetividade no grande impulso de atuação alegre. Os seres humanos da atualidade desconhecem que, em eras passadas, a intuição era ouvida e orientava, concedendo àqueles que a ouviam, segurança no que empreendiam, alegria e confiança.

“A mente intuitiva é um presente sagrado e a lógica é uma serva fiel. Criamos uma sociedade que honra o servo e se esqueceu do dom”. A frase pode ser de Einstein ou não, mas seja quem for o autor ela encerra uma profunda verdade. Colocar em prática a harmonia é fundamental para a elevação interior e para o sucesso; isso é o essencial. Se a indolência prevalecer, atrairá confusão, fraqueza e doença. As questões fundamentais da vida não estão sendo examinadas com a intuição, mas em bloco com grande massa de dados.

O enrijecimento do pensamento pode levar à perda da liberdade até para o pensar com clareza e de forma simples e natural. A livre iniciativa e o mercado são conquistas valiosas que possibilitam escolhas pessoais; o que falta é uma ética para que o seu funcionamento se faça sem que sejam infligidos sofrimentos a outros para satisfazer a cobiça. Para o surgimento dessa ética a humanidade teria de conhecer o real significado da vida e da Criação, reconhecendo as leis que a regem. Então, haveria paz para a alegria dos seres humanos de boa vontade.

Na pandemia, que aflige o planeta, é preciso buscar as causas. Há causas provocadas pelos indivíduos como a sua forma displicente de longa data em seguir os preceitos naturais de vida, a falta de cuidados, o mau hábito de fumar e abusar das bebidas, a falha na origem da doença pela falta de rápida comunicação ao mundo, mas não podemos esquecer as causas espirituais, as advertências de Cristo sobre a inevitável colheita de tudo que o ser humano faz e pensa.

Ligando-se cada vez mais à matéria, a humanidade foi afastando a Terra das influências mais elevadas, tornando-se acessível ao mal, caminhando através dos séculos para a grande colheita e catástrofes para o reequilíbrio do Planeta. É preciso manter a serenidade e semear o bem. Cada indivíduo tem de se esforçar para se tornar verdadeiro ser humano. É imprescindível que a educação promova o aprimoramento pessoal e espiritual para que os estudantes tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a continuada melhora nas condições gerais de vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br