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PARASITA

O filme Parasita, de origem sul-coreana, apresenta uma temática meio realista, meio fantasiosa. A família desempregada vivia num porão precário, fazendo bicos para obter algum dinheiro. Eles têm a malandragem da sobrevivência, mas possuem melhor preparo do que a classe menos favorecida que vive nas grandes cidades do Brasil.

Com tantos recursos ofertados pela natureza, a vida no planeta não deveria apresentar tanta miséria, desde que os seres humanos seguissem as LEIS DA CRIAÇÃO. O viver foi se tornando cada vez mais áspero, surgindo a luta e a astúcia para a sobrevivência; é o que vemos em Parasita. Pessoas que desceram muito na estrada da vida têm dificuldades para saírem do nível em que se encontram por não quererem reconhecer que a causa do declínio está nelas mesmas.

Os que ascenderam na escala social mais abastada se julgam superiores; assim, as classes, umas sobre as outras, não conseguem se entender, nem seguir a regra fundamental de não fazer aos outros o que não quer que façam a si próprias. Numa sucessão de mentiras e golpes, a vida parasitária acaba arrastando tudo para uma situação caótica e insustentável, assim como a humanidade arrastou o planeta a um amplo desequilíbrio que a cada dia fica mais difícil solucionar.

Um filme forte que não deixa margem para solução dos problemas existentes, tanto que na falta de uma conclusão viável, o final vai para os extremos mostrando que se reduz pelo mundo a esperança de dias melhores e as pessoas têm de aceitar a situação de declínio da qualidade de vida. No Brasil, poderíamos dizer que o poder é a grande mansão que abriga a classe política entreguista e corrupta, que defende os interesses dos parasitas que sugam as potencialidades do país, que há décadas vem decaindo na precarização.

A DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA

O que mais afeta as democracias é que elas não estão proporcionando os frutos esperados pela população. Mesmo países que tinham conquistado altos níveis na educação e saúde, com setor privado diversificado, estão sendo submetidos à tendência de precarização geral e consequente aumento de insatisfação, abrindo espaço ao autoritarismo como alternativa de populações desesperançadas e jovens sem ocupação. As democracias permitiram a displicência da classe política e a liberdade está ameaçada.

No Brasil, prefeitos e governantes precisam saber que há auditoria séria sobre os gastos do dinheiro público. E lá foram os prefeitos ceder as praças para orgias desenfreadas no carnaval de rua, sem oferecer estrutura nem quantidade suficiente de sanitários. As garotas iam nas praças e se abaixavam para esvaziar a bexiga, depois voltavam para a festa das ruas.

Com tantas coisas por fazer, falta imaginação a esses prefeitos e governadores para encontrar atividades remuneradas para esses jovens temerosos do futuro, os quais têm de alcançar melhor aproveitamento das instalações das escolas e de professores colocados à sua disposição.

Nas repúblicas tudo ficou tão contaminado pelas articulações que os globalistas querem mudanças no jeito de administrar os estados. Diz-se que o anormal é quando não há corrupção nos gastos e investimentos públicos. Há muitos interesses. Quando a situação aperta, as elites no poder tentam uma união para algum propósito, mas falta uma união sincera visando a melhora das condições gerais de vida no Planeta Terra.

Incêndio na Catedral de Notre-Dame, seria mais um golpe do destino? Ou o quê? Conseguiremos conhecer as causas desse acontecimento dramático no coração da Europa? O ano de 2019 tem sido denso na ocorrência de eventos fora da rotina. Os problemas se avolumam pelo mundo. Governantes, empresários e população devem acalmar os ânimos e buscar soluções com serenidade.

O poder caminha ao lado do dinheiro e este se aninha nas entranhas dos BCs e junto a quem os comandam. Há atividade de produção, emprego e consumo, mas também há as operações especulativas, jogos de apostas e oportunidades de ganhos sem que se produza um alfinete. Mesmo que os governantes parassem de gastar o que não tem, criando dinheiro ou tomando empréstimos, o dinheiro vai crescendo separadamente da economia real ao ser criado pelos BCs ou por bancos privados através do crédito que muitas vezes não é destinado à produção de bens, e fatalmente se depreciará. Já se fala na necessidade de reformas do sistema capitalista.

O comportamento se mecaniza. As pessoas têm de se movimentar para não perder a individualidade e o raciocínio lúcido. A humanidade se acomodou afastando-se do significado da vida e vai perdendo o sentido. As teorias economias continuam as mesmas, os tempos mudaram. Em muitos países a desindustrialização está acarretando redução de produção e mudanças na estrutura de empregos e salários. Há total descoordenação das atividades humanas. A natureza ofereceu os recursos, mas os controladores do dinheiro se sobrepuseram.

O mundo tem de encontrar uma forma de equilibrar a crescente desigualdade na distribuição da renda. De que vale ao país ser rico em recursos naturais, mas ostentar grande miséria geral? A desigualdade e precarização global tem a ver com a partilha das riquezas naturais, que exploradas de forma imediatista deixam um rastro de destruição, mas face à conivência governamental a maior parte geralmente fica lá fora beneficiando outros.

O Brasil ficou cheio de dívidas, do poder público, de empresas e pessoas. Os números de fevereiro confirmaram que a paradeira na economia está forte, a agravada com a crise global. Com a herança da dívida, o governo está amarrado, e não se sabe como aumentar a produção e empregos. No governo Dilma, ocorreu elevado carregamento de juros e perdas em swap cambial. É preciso encontrar os meios adequados para reverter essa recessão.

Há algo sinistro na civilização humana. Todas as criaturas são vivificadas pela energia do Criador, mas os homens agem egoisticamente como se não fossem seres humanos. Muitas coisas no relacionamento humano poderiam ser bem diferentes. A época é difícil porque de todos os lados surgem informações negativas, alarmistas. Falta transparência; névoas escuras de interesses se antepõem à verdade. Há muitas coisas confusas sem explicação. Faltam propósitos enobrecedores, a generosidade e a bondade espiritual.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7